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terça-feira, 30 de maio de 2017

Tic-tac de um relógio infalível

"Patrocinada pela indústria de Grenchen, cidade suíça do Cantão de Soluthurn, a Uhren Cup vai ter, no próximo mês de Julho, a participação do Benfica. Jogos contra o Young Boys e contra o Neuchâtel Xamax. O troféu é quase igual à Taça dos Campeões.

Uhr: dizem que é o relógio infalível! Diz que o fabrica, claro está. E, já agora, perguntareis vós que tendes a infinita paciência de me ler, semana após semana, que raio venho eu para aqui falar de relógios? Eu explico. Eu explico.
Uhren Cup: eis a razão.
E o Benfica, como está bem de ver.
Benfica e Uhren Cup, pela primeira vez. Ou, se preferirem, o Benfica no torneio dos tais relógios infalíveis.
Vai ser no próximo mês de Julho. Entre os dias 10 e 15. Adversários: Young Boys, de Berna, e o Neuchâtel Xamax. Suíços, pois claro.
Geralmente, a Uhren Cup disputa-se entre Grenchen e Biel. Cantão de Solothurn e Berna, respectivamente.
Mas falemos da prova que já é antiga e faz parte da história dos torneios internacionais de Verão que se disputam um pouco por todo o mundo como pequeninos campeonatos avulsos.
Começou em 1962, logo no ano em que o Benfica foi campeão europeu.
Organizadores: representantes da indústria relojoeira de Grenchen.
Lá está: tic-tac-tic-tac. As rodas dentadas começavam a enganchar-se, rolando a um ritmo irrepetível.
Daí para cá, todos os anos, a Uhren Cup foi-se disputando, uma vezes mais suíça (a maioria das vezes), outras vezes mais internacional. Só em 1967, 1974 e 2012 não houve torneio. O que faz dele um dos mais resistentes de sempre.
Começo popular
A primeira edição da Uhren Cup contou com a presença de dois clubes suíços, o FC Grenchen e o FC Biel-Bienne, um belga, o Cercle Brugge, e um italiano, o AC Como. Foi um sucesso. Acreditem! Mais de 20 mil pessoas encheram os estádios entusiasmadas com as partidas. Motivo mais do que suficiente para que, no ano seguinte, a taça avançasse, impante, para a sua segunda edição, desta vez com um representante da Inglaterra, o Ipswich, que não por acaso se sagrou vencedor. Estávamos na fase mais segura da competição. Seguem-se convites: o Sparta de Roterdão, da Holanda, o Karlsruher, da Alemanha, o Nimes, de França, o Lanerossi Vicenza, de Itália, o Maccabi de Telavive, de Israel, o Sochaux, da França.
O objectivo era conseguir sempre uma participação estrangeira de forma a que o torneio não perdesse a sua aura internacional.
A partir da época 1967/68, no entanto, uma machadada profunda abalou os alicerces da Uhren Cup. O Grenchen desceu de divisão. E a prova passou a ser praticamente cem por cento suíça.
Partizan de Belgrado (Jugoslávia), Górnik Zabrze (Polónia) e FC Koln (Alemanha) passaram por lá como cometas.
2003 foi novo ano de mudança. Para melhor.
Algumas empresas da região resolveram apostar na Uhren Cup e devolver-lhe algum do brilho anterior.
Com mais dinheiro, passou a haver a possibilidade de convidar clubes de maior nomeada. Assim foi.
O torneio atingiu sua fase de maior prestígio. Como se pode ver pelos nomes que por ele passaram: Schalke 04, Kaiserslautern, Borussia Dortmund, Koln e Bayer Leverkusen (Alemanha); Celtic (Escócia); Deportivo da Corunha (Espanha); Shakhatar Donetsk (Ucrânia).
Estranhamente segui-se um hiato. Em 2014 e 2015 não houve Uhren Cup.
Em 2016 o Galatasaray sagrou-se vencedor e arrecadou o troféu.
O Museu Cosme Damião fica, agora à espera dele. Palavra aos jogadores do Benfica.
Espreitam-na. É quase igual à Taça dos Campeões."

Afonso de Melo, in O Benfica

Vitória 360º !!!

'Ou ganho ou morro!'

"O português que, tal como Fidípides, foi vitima da corrida de maratona. Este, porém, não chegaria a gritar 'Vencemos!'

Reza a lenda que, no ano 490 a.C. após a vitória grega sobre os persas na Batalha de Maratona, o soldado grego Fidípides foi incumbido de correr até Atenas para dar a boa nova.  Ao chegar, apenas terá tido fôlego  para gritar 'Vencemos!' e, exausto, caiu morto. Séculos depois, a corrida de maratona vitimaria um português. Este, porém, não chegaria a gritar 'Vencemos!'.
No verão de 1912, Portugal fez-se representar pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. Rumo a Estocolmo, na Suécia, onde teve lugar a V Olimpíada Internacional, navegaram seis atletas lusos 'destinados a fazer brilhar lá fora o nome português'. Entre eles, Francisco Lázaro, antigo atleta do Benfica, que antes de embarcar declarou: 'Ou ganho ou morro!'.
Francisco Lázaro (1988-1912) havia vencido a maratona nacional no mês anterior, com 'uma das melhores marcas mundiais conhecidas'. Era a grande esperança portuguesa para as Olimpíadas, tanto que, na cerimónia inaugural dos Jogos, lhe coube à honra de empunhar o estandarte de Portugal.
A prova de maratona foi agendada para a manhã do dia 14 de Julho. Estava um 'calor asfixiante'. Alguns dos médicos do evento sugeriram que se adiasse a prova para o final do dia. Em vão, 'o tiro de partida foi às 13.48 horas'. Devido ao calor, muitos dos inscritos não responderam à chamada e, dos 71 que começaram a corrida, só 43 a terminaram. O atleta português não ganhou, mas fez o seu nome e o da sua pátria correr o mundo.
Francisco 'tinha partido atrasado do pelotão da cabeça, mas, pouco a pouco, foi ganhando terreno'. Já havia alcançado os lugares cimeiros quando, próximo do quilómetro 30, 'caíra (..) esgotado'. A corrida que, na Antiguidade, se revelou fatal para Fidípides, voltava a fazer vítimas: Francisco viria a falecer na madrugada seguinte.
Ainda hoje se especula sobre a causa da sua morte. Sebo? Emborcação? Estricnina? Na certidão de óbito dirá apenas 'meningite causada pela insolação'. Não interessa. A causa não anula o facto de ter sido o primeiro atleta a morrer nos Jogos Olímpicos. Se, em vida, foi popular 'como jamais algum desportista português conseguiria até então', o seu infortúnio garantiu-lhe a glória eterna.
No Museu Benfica - Cosme Damião, na área 4 - Momentos únicos, pode assistir a um vídeo com imagens únicas de Francisco Lázaro durante a prova, em Estocolmo."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

Benfiquismo (CDLXXXIV)

Respect...

Alvorada... com Peter War

Rui Vitória em 'directo'...

Erro Crasso #Simão

VAR #1 Jamor



Ao contrário daquilo que já li na Gloriosasfera, acho que o VAR teve uma estreia positiva.
Acompanho à muito tempo a NFL e o uso das imagens, li com bastante atenção os protocolos do VAR no futebol... e talvez por isso, as minhas expectativas, não eram demasiado altas... e assim, mesmo não concordando com tudo, acho que as decisões do VAR no Jamor, foram boas...

- Primeiro, uma decisão do VAR, para alterar uma decisão do árbitro de campo, só pode ser tomada, se as imagens forem evidentes. Em caso de dúvida, mantém-se a decisão do campo!
- Nos dois lances onde a 'bola vai à mão' de defesas do Vitória, parece-me 'mão na bola'. No segundo é evidente que é um ressalto, não existe acto deliberado, nem aumento da volumetria... No primeiro lance, é parecido com a jogada do Ailton no Estoril-Benfica ou a jogada do Lahn no Bayern-Benfica, mas nesta jogada o braço está a apoiar o corpo, e não está estendido na relva... no limite é um daqueles lances 'duvidosos' que na minha opinião o VAR deve sempre manter a decisão do árbitro principal...
- No lance entre o Lindelof e o Marega, discordo da 'dúvida', pois existe uma clara falta do Marega sobre o Lindelof e no entanto, aquilo que foi analisado pelo VAR é se havia ou não penalty!!! Este é um dos potenciais 'problemas' do VAR... Analisar-se uma falta, esquecendo que existe uma falta anteriormente...!!!
- No Jamor pedi a expulsão do Marega, vendo as imagens aceito o Amarelo... é essencialmente uma entrada imprudente, ele acaba por não 'ferrar' os pitons...

Agora, nunca pensei que o VAR fosse 'anular' todos os erros do árbitro... e este jogo é prova disso!
Foram vários os Cantos mal assinalados contra o Benfica...
- Houve um logo nos primeiros minutos...
- E no Canto do golo do Guimarães, parece-me que não era Canto: o Samaris desvia ligeiramente a bola, e o Teixeira acaba por rematar 'de lado' na bola... Se todos os golos são analisados, este Canto no 'limite' também devia ser analisado pelo VAR...
- Outra limitação do VAR, são os Amarelos: o protocolo fala somente dos Vermelhos... e os Amarelos do Grimaldo e do Samaris são ambos mal mostrados!!!
- E aquela última falta marcada nos descontos contra o Benfica?!!!
Um corte 'limpo' do Samaris, deu um livre lateral, com bola despachada para a área do Benfica (e poucos segundos antes pareceu-me existir uma falta sobre o Felipe Augusto...). O protocolo do VAR não permite o uso nestes lances...
E se fosse golo, já poderiam verificar se a falta existiu ou não?!!! Parece-me que não o vão fazer...

Sendo que todas estas situações, poderiam ser rectificadas, se as equipas tivessem a oportunidade de 'protestar' as decisões. Na NFL e no Ténis, existe um numero limite de 'protestos'... e creio que mais tarde ou mais cedo, isso também será aplicado no Futebol...
Mantendo a premissa que o VAR só pode alterar uma decisão de campo, com imagens inequívocas, e com um limite de 'protestos' - que seguramente as equipas iriam gerir para chegar aos últimos minutos das partidas, com todos os 'protestos' disponíveis - creio que teríamos um VAR com mais 'eficácia'...

Com o actual protocolo, haverá alguns decisões alteradas (poucas), creio que a maioria vão ser golos em foras-de-jogo, e naqueles penalty's descarados (ou simulações vergonhosas, ou faltas óbvias não assinaladas), mas muitas outras formas de 'errar' vão continuar...
Agora, creio que irá haver um impacto positivo, na 'atitude' dos jogadores, pois sabem que estão a ser vigiados... e mesmo nos protestos, o árbitro poderá sempre 'passar' a responsabilidade para o VAR...!!!