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sábado, 26 de dezembro de 2020

O Cantinho Benfiquista #19 - Supertaça frustrations continue

Adel Taarabt | Uma bomba-relógio no meio campo encarnado


"Adel Taarabt tornou-se jogador do SL Benfica no ano de 2015. Chegando ao então bicampeão nacional após ter rescindido contrato com o QPR FC. Na altura, já tinha representado clubes como o AC Milan e o Tottenham Hotspur FC, mas chegaria ao Benfica com o rótulo de eterna promessa do futebol mundial.
Adel Taarabt era reconhecido pela enorme qualidade técnica, mas também pela sua indisciplina e mau profissionalismo. Chegado ao clube encarnado, o médio marroquino apresentou-se no Seixal com excesso de peso e não demorou muito tempo a ser notícia devido à sua indisciplina.
Os problemas extra-futebol levaram o marroquino a ficar sem jogar, levando inclusive o presidente Luís Filipe Vieira a declarar numa entrevista que ele não voltaria a jogar no Benfica.
A indefinição quanto ao seu futuro permaneceria até Janeiro de 2017, quando o médio seria emprestado aos italianos do Genoa CFC por um ano e meio, onde jogaria com regularidade e pôde voltar a sentir prazer em jogar futebol.
Regressado ao Benfica no Verão de 2018, Adel Taarabt voltaria a treinar com a equipa B, até que, aquando da promoção de Bruno Lage ao plantel principal, este decidiu dar uma oportunidade ao médio marroquino, começando a integrá-lo nos jogos da equipa B, vindo a estrear-se oficialmente na equipa principal no jogo em casa contra o Tondela.
Aí veríamos finalmente um Adel Taarabt com outra atitude, que viria a justificar mais oportunidades. O clube viria a reconhecer o seu empenho oferecendo-lhe um novo contrato no Verão de 2019. Na época passada, o médio viria a conquistar um lugar no onze titular, tendo também regressado à selecção marroquina.
No entanto, apesar de já ter dado provas do seu talento de águia ao peito, o rendimento de Adel Taarabt não tem gerado consensualidade no seio dos adeptos encarnados. O internacional marroquino é capaz de encantar os adeptos com os seus pormenores de fino recorte técnico, mas também é capaz de os deixar à beira de um ataque de nervos com algum passe errado ou uma perda de bola.
Adel Taarabt é um jogador de alto risco em todas as suas acções e que não sabe jogar de outra forma. Tanto é capaz de criar uma ocasião de perigo do nada, como é capaz de originar um contra-ataque perigoso para a equipa adversária e que nesta época, já resultaram em golos.
Para além disso, é também um jogador que tem sempre uma abordagem agressiva sem bola, que resulta muitas vezes em entradas fora de tempo e em saídas na pressão desmedidas e que expõem o espaço nas suas costas e desmontam a organização defensiva da equipa.
Adel Taarabt é um jogador que joga sempre no limite, sendo capaz do melhor e do pior. Um jogador que tem muito talento e qualidade técnica, para pouca cultura táctica e pouco QI futebolístico.
Na minha opinião, um jogador que joga como oito (sobretudo no meio-campo a dois) não pode apenas ser um jogador que desequilibrar com fintas e passes a rasgar as linhas adversárias. Também tem de saber segurar a bola, definir, temporizar e pensar o jogo, ter a inteligência que lhe permita tomar as decisões certas com e sem bola."

As perdas de Adel


"O marroquino tem tanto de genial em determinados lances como de prejudicial em tantos outros.
Adel está muito longe de ser o oito equilibrado que pauta o jogo das grandes equipas de futebol. Com Taarabt joga-se sempre no limite. Um pouco como sempre viveu o marroquino. Ou sai para criar, ou sai para perder a posse. Na Supertaça teve um ou outro lance que deu ao Benfica possibilidades de poder ser perigoso no último terço.
Contudo, muitos mais foram os que a cultura do tudo ou nada, como é habitual e frequente redunda no nada. Ou no pior que nada. Porque pior do que não criar, é forçar os laterais a “vai-vem” constantes pela perda da posse, é perder a bola com a equipa aberta em corredor central e linha média adversária, e portanto com muito mais possibilidades de poder sair um contra ataque.
As nove perdas de Adel em Aveiro resultaram num golo, em mais uma ou outra oportunidade azul e em vários lances de potencial perigoso. Bem pior que o nada no que se refere à criação encarnada.
Há posições no campo onde o equilíbrio deve ser a nota dominante. Onde o não se fazer notar e agir com critério, pouco risco e saber esperar o momento para fazer acelerar o jogo, ao invés de o querer acelerar constantemente, é ouro. O Benfica tem um oito que já provou poder dar essa pausa e inteligência ao jogo, embora também ele frágil defensivamente. Com Taarabt será sempre tudo ou nada na decisão ofensiva. E nenhuma equipa grande no mundo se constrói com quem joga desde o primeiro minuto como se faltassem apenas cinco para terminar."