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sexta-feira, 14 de março de 2025

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Exigência Europeia, Mentalidade de Campeão


"Ficou definido o destino, como se previa. O Barcelona segue em frente e o Benfica fica pelo caminho. Não houve espaço para milagres, nem para rasgos de genialidade que pudessem virar a eliminatória. Em dois jogos, o Barcelona mostrou-se superior, confirmou o favoritismo e foi uma equipa mais capaz. Isso deve ser reconhecido, sem que isso implique resignação.
O Benfica não pode aceitar perder. Nunca. É esse o ADN que fez do clube um gigante europeu, é essa exigência que mantém vivo o espírito do Glorioso. Mas aceitar que, neste momento, há equipas mais fortes não significa baixar os braços. Significa trabalhar para as igualar. E, neste momento, o Barcelona está num nível que estamos longe de conseguir alcançar.
Em três jogos contra os catalães esta época, apenas no primeiro o Benfica foi superior. A derrota na Luz foi frustrante, porque o Benfica teve oportunidades e até uma grande penalidade por assinalar que poderia ter mudado a história da eliminatória. Mas não mudou. E em Barcelona, as diferenças foram evidentes.
Com um plano bem montado por Flick, o Barcelona neutralizou as principais armas ofensivas do Benfica. A linha defensiva catalã funcionou na perfeição, anulando a profundidade que nos havia permitido criar perigo nos jogos anteriores. E quando se deu esse bloqueio tático, emergiu Yamal, que fez um jogo monstruoso e carregou o Barcelona para uma vantagem confortável ainda antes do intervalo. O 3-1 ao descanso foi um golpe demasiado duro para qualquer equipa, e a segunda parte já não serviu para mais do que tentar cair de pé.
Florentino nunca pareceu estar a 100%, Aursnes esgotado, Kokçu inofensivo, Akturkoglu ainda longe do que se espera. Otamendi, por outro lado, foi um verdadeiro capitão. Um guerreiro que lutou enquanto houve esperança. Mas, coletivamente, faltou intensidade e, mais uma vez, eficácia no último terço.
Mas sejamos claros: o problema não foi este jogo em Barcelona. O problema foi a primeira mão, na Luz, onde o Benfica, com um jogador a mais durante 70 minutos, não conseguiu marcar e ainda sofreu um golo. Ali foi onde a eliminatória se perdeu. Ali foi onde não tivemos a coragem e a ousadia que fazem falta para dar o salto na Europa.
A Liga dos Campeões acabou, e o saldo da participação é positivo. O Benfica trouxe prestígio, venceu em Belgrado, em Turim e no Mónaco. Encheu os cofres, mostrou qualidade e caiu contra um candidato ao título europeu. Nada disso é vergonhoso.
O que não pode acontecer é perder 3-1 com o Casa Pia. Esses três pontos pesam mais do que esta eliminação. Porque no campeonato não há desculpas. O Benfica tem de ser superior. E agora, com o foco total no título, exige-se um Benfica forte e determinado.
Três jogos até ao Dragão. Rio Ave, Gil Vicente e Farense. Três vitórias obrigatórias. Porque se queremos ser campeões, não podemos dar margem para deslizes. O Jamor já está alinhavado, mas o título de campeão nacional tem de ser uma obsessão.
Se há algo que esta eliminatória nos mostrou é que ainda há um longo caminho a percorrer para voltarmos a ser uma força temida na Europa. Mas isso constrói-se com hegemonia nacional, com uma mentalidade intransigente e com uma cultura de vitória. Porque o Benfica não pode aceitar perder. Nunca."

Para alguns é motivo de orgulho. Para mim, é mais um título perdido!


"É verdade que (mais uma vez) fomos a equipa portuguesa a chegar mais longe na Europa, no entanto não há como me conformar com a derrota de ontem. Somos o Sport Lisboa e Benfica! A exigência faz parte! O mal do Benfica é haver quem conviva bem com o fracasso, quando um clube como o nosso, não deve perder! Seja contra quem for!
Relativamente à eliminatória frente ao Barcelona, um clube que (segundo as palavras de alguns elementos da sua estrutura) quer vencer na Europa, não se pode dar ao luxo de falhar os golos que falha, nem de cometer erros infantis a nível defensivo.
Por outro lado, temos um Barcelona, favorito a vencer a UFC esta época, que nos ensinou algumas coisas nas 2 mãos, tais como: jogar simples, aproveitar os espaços, rematar à baliza assim que surge uma oportunidade de golo, e de resto tem tudo a ver com a qualidade individual dos seus jogadores.
Agora pergunto-me: Se o Barcelona tem mais condições, em geral, que o Benfica para vencer a Champions League, e nem se dão ao luxo de facilitar naquelas coisas que referi acima; porque é que o Benfica numa situação menos favorável facilita?
Sei que não é fácil vencer uma Champions League, mas creio que um clube como o Benfica poderia aumentar a fasquia e realmente ter como objetivo vencer a competição, deixando-se de desculpas esfarrapadas do género: “Perdemos por causa da maldição de Guttmann” ou “Estivemos quase! A culpa foi da bola à barra/ da arbitragem!” ….
Já mostrámos esta época que conseguíamos vencer o Barcelona! Teríamos vencido aquele jogo na fase de grupos, caso o árbitro assinalasse o penálti (que é um penálti claro) sobre o Leandro Barreiro! Relativamente à arbitragem deixem-me que vos diga que, se formos bons o suficiente, nem a arbitragem nos impede de vencer!
Resta-nos aceitar a eliminatória e nos jogos que nos faltam! Temos um Campeonato e uma Taça de Portugal para ganhar!
Vencer o Rio Ave!"

O homem que não foi e uma flor no traseiro


"Todos os jogadores do Real Madrid foram mostrar a Taça dos Campeões a Franco. Menos Antonio Calpe

Ié-ié. Tradução portuguesa meio em calão de yeah-yeah.
«She loves you, yeah, yeah, yeah
She loves you, yeah, yeah, yeah
With a love like that
You know you should be glad», cantavam os Beatles. Depois, por cá, já havia Os Babies, de José Cid, e depois Os Conchas e Daniel Bacelar, e Os Ekos, e o Conjunto Académico João Paulo, da Madeira, Os Celtas, Os Demónios Negros e Os Sheiks que começaram por ser Windsors e Black Rider, com o meu mano Carlos Mendes, o Fernando Chaby, o Jorge Barreto e o Paulo de Carvalho, mais tarde com outro dos meus amigos queridos, Fernando Tordo. Até existiu mesmo um Concurso Ié-Ié, no Teatro Monumental de Lisboa, e apareceram ainda Os Tubarões, de Viseu, Os Galãs, do Porto, Os Czares, de Aveiro, Os Jovens do Ritmo, do Seixal, Os Chinchilas, de Carcavelos, Os Demónios Negros, do Funchal, Os Diamantes Negros, de Sintra, Os Tártaros, do Porto, Os Bárbaros, de Arcos de Valdevez, e Os Sombras da Parede, inevitavelmente de Parede. Toda uma história!
Em Espanha o fenómeno cresceu em 1963. No feminino, principalmente: Pilar García de la Mata y Caballero de Rodas, Conchita Velasco, Marisol, Rosalía, Lita Torelló, Salomé, Lorella, Ana Belén, Karina, Gelu o Rocío Dúrcal. Em Madrid, por seu lado, o Real abandonava a velhice de Puskás e de Di Stéfano e construía uma equipa de jovens em redor de Paco Gento: José Araquistáin, Pachín, Pedro de Felipe, Manuel Sanchís, Pirri, Zoco, Fernando Serena, Amancio Amaro, Ramón Grosso, Manuel Velázquez e Antonio Calde. El Equipo Yé-Yé. A Marca fez uma primeira página impagável: um grupo de jogadores com cabeleiras à Beatle. Cada nome uma história. Mas é de Antonio Calpe Hernández que eu queria falar. E vou falar.
Talento, classe, caráter e compromisso, diziam dele. Nasceu em Valência, no dia 4 de fevereiro de 1940. Começou no Club Deportivo Alcoyano, que exibe o orgulhoso morcego da região valenciana. A seguir outro morcego: o do Levante Unión Deportiva. Em 1965 o clube passava por uma grave crise económica e precisava de vender. Antonio vai para o Real Madrid. No ano seguinte ganha a Taça dos Campeões. Outras palavras se destacaram no seu horizonte: paternalismo, uniformidade nacional, hierarquização. Os motos de Francisco Franco Bahamonde, o pulha de El Ferrol.
Para o Caudilho (que era viciado na Quiniela, o Totobola dos nossos vizinhos), o futebol foi apenas um instrumento para se declarar vitorioso noutra vertente da sua reles existência, para surgir impante nas fotografias com sua figura de pequeno rinoceronte agachado, para propagar a bondade da sua mensagem torpe. O Real Madrid dava-lhe jeito; o Real Madrid punha-se a jeito.
Heysel Park, Bruxelas, 11 de maio de 1966. O Real ganhou ao Partizan de Belgrado (2-1) e juntou outra Taça dos Campeões às cinco que já tinha. A defesa madrilena jogou com Manuel Sanchís, Ignacio Zoco, Pedro de Felipe ePachín. Calpe, lateral esquerdo, ficou no banco. Teria tempo de assumir o protagonismo.
O protocolo mandava que todos fossem mostrar o troféu a Franco, no Palácio de El Prado. E Zoco, o capitão, juntou os colegas no balneário para os avisar que seria a primeira coisa que fariam no regresso a Madrid. De um canto soltou-se uma voz firme: «YONOVOY!».
Filho da Guerra Civil, Antonio viveu a infância nas ruas de uma Valência destruída, ruas abertas como feridas, destroços de casas, mágoa eterna pelos mortos. A sua memória não admitia ceder perante um tirano calhorda. Não jogava apenas pelo lado esquerdo do campo, caminhava pelo lado esquerdo da vida. Não foi. De apelido era Calpe. Antonio foi-lhe dado em batismo por conta de um tio fuzilado pelos falangistas. Limitou-se a justificar: «No le podía dar ese disgusto a la familia». Viveu mais 55 anos, mesmo que muitos deles destruídos por uma doença sem escrúpulos. Miguel Muñoz, o treinador do Real, dizia dessa sua equipa: «Tengo una gran flor en el trasero…»."

Afunda: S05E46 - Deceções e surpresas