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terça-feira, 3 de maio de 2016

Cruzando-se como cometas...

"Recordemos mais um Benfica-Bayern: este para o famoso torneio Teresa Herrera. Foi em 1990 - mês de Agosto. Na tarde galega que fervia, os 'encarnados' de Lisboa foram melhores. Tal como haviam sido em paris, em 1972.

Bem sei, bem sei, não precisam de mo recordar: as aventuras europeias entre Benfica e Bayern de Munique têm sido dolorosas para os portugueses. Sei disso tão bem que até tive a oportunidade de ver ao vivo, no outro e neste Estádio da Luz, todas as visitas dos bávaros a Lisboa. Como por acaso também estive do outro lado da Segunda Circular a ver o Sporting ser ainda mais estragado por esse ogre alemão que faz da trituração dos adversários mais frágeis uma espécie de filosofia de vida.
Mas, na passada semana, trouxe até aqui um Benfica-Bayern diferente, jogado em Colombes, Paris, para um torneio internacional: vitória do Benfica (2-1) e exibição de encher o olho, sobretudo de Eusébio e Jordão.
Porque o Futebol entre os grandes clubes do mundo tem um ritmo próprio e universal. De tempos a tempos cruzam-se, como cometas, pouco importa se oficial ou particularmente. É o destino que os obriga: e nada há a fazer contra a poderosa força do destino.
Ora, desta vez recuo menos no tempo. Só até 1990. 17 de Agosto de 1990.
O Benfica participa no famoso veraniego Teresa Herrera.
Como geralmente acontece nesses grandes torneios do cáustico Verão espanhol há quatro equipas em prova - meias-finais e final.
Aos 'encarnados' calha a fava encarnada teutónica - esse mesmo!, o Bayern de Munique.
Em 1990, já o Bayern era Bayern em toda a sua plenitude de grandes conquistas internacionais, ao contrário do que sucedera em 1972, quando ainda não vencera a primeira das suas três taças consecutivas dos campeões europeus.
O Bayern metia medo, tal como hoje mete medo.
E a coragem é, no fundo, a forma de lutar escondendo o medo, deixando-o no fundo de nós mesmos, encarando as nossas virtudes e as nossas imperfeições.
Foi isso que o Benfica fez, em Munique e em Lisboa, ainda agora mesmo...
Foi isso que o Benfica fez no dia 17 de Agosto de 1990, na Corunha.
Sem medo. Nem do adversário nem de si e das suas circunstâncias.
Um Benfica estranho
Vamos ver como jogaram Benfica e Bayern nessa tarde escaldante?
BENFICA - Silvino; William, Samuel, Veloso, Ricardo e Schwarz; Vítor Paneira, Thern e Sanchez; Rui Águas e Isaías.
BAYERN - Aumann; Grahammer, Augen, Kohler e Pfluger; Reuter, Forfner, Effener, Effernberg e Strunz; Wolfart e Brian Laudrup.
Um Benfica pelo menos estranho na sua exposição em campo. Abusando de centrais, o que nunca foi verdadeiramente hábito enraizado para os lados da Luz, embora eu, pessoalmente, e desculpem-me aqui a colherada, sempre tenha tido um apreço especial pelo desenho dos três centrais - desde que sejam mesmo três e não se transformem em cinco teimosos defesas, mas isso são contas de um rosário que não é nada para aqui chamado.
Os 'encarnados' de Lisboa ganharam por 2-1, golos de Schwarz e Águas. Para o Bayern marcou McInnaly, já à beirinha do fim, ele que entrara aos 85 minutos para o lugar de Kohler.
A vitória não teve mais peso porque, na final do torneio, o Benfica viu-se batido pelo Barcelona (0-2). Mas foi uma vitória. Não há muitas vitórias sobre o Bayern de Munique na enorme lista que os 'encanados de águia ao peito' apresentam no seu vertiginoso carrossel internacional que está a dois jogos apenas de atingir a impressionante marca de 400 encontros oficiais para as provas europeias. E, vocês que têm a ternurenta paciência de me ler, sabem que me recuso a reduzir as provas internacionais àquelas organizadas pelos subservientes serviços uefeiros e que nos fazem esquecer competições de brilho intensíssimo como foram, por exemplo, entre outros, a Copa Mitropa ou a Taça Latina.
Benfica e Bayern voltarão a encontrar-se. Inevitavelmente. Faz parte da história dos monstros fazerem frente uns aos outros. Demasiadas eliminações para a Taça dos Campeões (e Taça UEFA), dirão os mais realistas. Verdade indesmentível. Mas também a lição de que, a qualquer momento, em qualquer estádio do mundo, veremos as duas equipas perfiladas lado a lado para mais um confronto que ficará preso como os outros na aldeia branca da nossa memória.
Que seja um jogo de campeões, como foi o último. De campeões e de cavalheiros.
O Futebol precisa disso. A nossa consciência também."

Afonso de Melo, in O Benfica

Das dúvidas

"No futebol uma equipa transforma-se sempre naquilo que os seus homens, do treinador aos jogadores, acreditam que são. Jorge Jesus acredita, empolgado, que talvez não haja no mundo melhor treinador do que ele (vá lá, que haja um ou dois, não sei se não admitirá...) - e se calhar é por isso que Sporting está como está. E também está como está porque Jesus consegue fazer com que todos os seus jogadores acreditem que são muito maiores do que aquilo que são - só porque o têm a ele no banco. (No FC Porto é ao contrário...)
Disso, eu não duvido. Do que duvido (ainda...) é do que Jesus disse após a estrondosa vitória no Dragão: que «o Sporting é a melhor equipa do campeonato». Eu explico (sobretudo o ainda...): jogar bem futebol é jogá-lo pondo em funcionamento a técnica e o arrojo, a tática e a potência, o compromisso e a estética. Isso o Sporting faz melhor que bem - o seu problema é que às vezes não. Também explico: o Benfica pode não jogar assim, mas não ganha pior. Não joga para ganhar concursos de beleza, joga para ganhar jogos de futebol - e para não os perder onde não pode perdê-los. Mostra que uma grande equipa não é apenas o conjunto do somatório dos seus jogadores de 1 a 11 ou de 1 a 16 elevado à potência do seu treinador - é muito mais do que isso. E esse muito mais do que isso está no espírito de compromisso e no carácter com que joga de egos apagados e corações a arder, está no que Rui Vitória foi capaz de fazer: fazer da equipa a principal estrela - sem que a equipa deixe de exaltar as suas estrelas (e não, não são só o Jonas ou o Renato...) E está na fuga ao tiro no pé, no não ser o que o Sporting foi para sua desgraça: uma equipa que tanto pode descobrir a Teoria da Relatividade como falhar uma Regra de Três Simples - que foi o que sucedeu ao empatar com o Paços, o Tondela, o Rio Ave, o Boavista, e ao perder com o União.

PS: Claro: se o Benfica não ganhar ao Marítimo ou ao Nacional e o Sporting ganhar ao Setúbal e ao Braga, então sim: eu perco a dúvida sobre a melhor equipa."

António Simões, in A Bola

Certeza de bom campeão

"Foi magnífico o desempenho do Sporting no Estádio do Dragão, quer na atitude competitiva, quer na dimensão exibicional, e construiu triunfo inatacável, com natural reflexo na expressão do resultado final, aceite até pelo próprio José Peseiro, o qual apenas se confessou decepcionado pelo resultado. «Houve equilíbrio na posse, na qualidade do futebol, nas oportunidades criadas, portanto não fico desiludido com o que a equipa fez», palavras que só a ele comprometem, como se de repente o FC Porto tivesse resolvido medir as suas ambições pelo mesmos parâmetros dos clubes pequenos/médios, para os quais perder em casa diante de candidato ao título é desfecho normal...
No lado oposto, Jesus reagiu como sempre faz em tais circunstâncias, virado para dentro, tipo «o Sporting mostrou que está vivo», «faltam dois jogos e somos um sério candidato» e outras tiradas do género. Não desaproveitou, por isso, a oportunidade para sublinhar a excelente exibição dos seus jogadores e proclamar que, embora persistindo a dúvida sobre o nome do próximo campeão, já existe uma certeza em relação à melhor equipa do Campeonato: o Sporting.

Estou de acordo e nem há duas semanas escrevi, neste espaço semanal, que se o Sporting ganhar o Campeonato será normal, pois foi o clube que mais investiu em novos jogadores e recordei, até, que no mercado de Janeiro entraram no plantel Bruno César, Schelotto, Marvin Zeegelaar, Barcos, Coates e Rúben Semedo. Destes seis, quatro foram titulares no clássico do Dragão e outro foi suplente utilizado e autor do terceiro golo leonino.
Em matéria de soluções, também o referi, enquanto Rui Vitória organiza uma equipa base e disporá de mais quatro elementos de reserva para mudar sem prejudicar a produção do colectivo, Jorge Jesus pode dar-se ao luxo de formar duas equipas sem oscilações sensíveis na coesão e na eficácia, o que não significa trocar onze por outros onze, mas sim mexer simultaneamente em todos os sectores se assim o entender, sem que dessa revolução resultem prejuízos evidentes ao nível dos princípios e das dinâmicas. Jesus gosta de ter muitos e bons jogadores, como sucede, o que suscita várias questões. Uma delas, talvez a que mais salta à vista, prende-se com o facto de, apesar de plantel gordo e valoroso, o Sporting não depender de si próprio quanto ao título nacional. São os árbitros e as arbitragens. Uma desculpa cavernosa a que o presidente do FC Porto estranhamente se agarrou, desta vez com duplo sentido: queixar-se de Artur Soares Dias e ser simpático com quem acabara de o derrotar, no pressuposto de alvejar o Benfica com labareda branda, que nem atear o lume em assador de castanhas consegue: PC está diferente...

Por que motivo, sendo o Sporting lídimo intérprete do futebol espectáculo, porque o é, e possuindo o plantel mais recheado de talentos, falhou a entrada na Liga dos Campeões, que imenso jeito daria para ajudar a pagar o extravagante vencimento do treinador, rubricou presença soluçante na Liga Europa, foi eliminado da Taça de Taça de Portugal, teve uma passagem medíocre pela Taça da Liga e, como se sabe, permitiu que o objectivo supremo ficasse fora de controlo? A resposta não a detenho, mas há qualquer coisa no processo que não bate certo...
O comportamento de uma equipa e o seu lado emocional são o espelho da personalidade de quem a treina. Intitulou-se Jesus, antes do último clássico, um autodidacta que passa horas a criar ideias (no tempo do Benfica já tinha criado uma ciência...), o que se deve louvar, apesar da minha discordância em relação ao pouco ou nenhum relevo que o livro lhe merece. Ora, não sendo o futebol tão complicado como pretende impingir-nos, talvez fosse preferível, para ele e para o clube que representa, se criasse menos e reflectisse mais sobre o que já criou. Amadurecesse essas ideias e atribuísse mais valor ao humano, porque detrás de cada jogador há um homem, e é este que influencia aquele.
Rui Vitória utiliza o nós, sempre, por colocar o espírito solidário no topo das prioridades em nome da boa saúde da sua gente. Jorge Jesus utiliza o eu nos triunfos e as terceiras pessoas ele/eles quando é preciso justificar percalços. Diferentes perspectivas sobre a mesma actividade profissional, sendo certo que, tratando-se de dois bons treinadores, quem chegar ao fim em primeiro será um bom campeão. Para mim é, aliás, a única certeza.
O resto é barulho, e andam por aí tantos barulhentos..."

Fernando Guerra, in A Bola

Benfica com a Madeira no horizonte

"Terceira vitória do Benfica esta época sobre o Sp. Braga, terceira vitória que não merece discussão. O triunfo de ontem, que colocou as águias na 7.ª final da Taça CTT, foi urna réplica daquilo que tem sido o percurso mais recente da equipa de Rui Vitória: pela margem mínima, com reviravolta à mistura e, para não variar, com golo de Jiménez a decidir. É indesmentível que o Benfica baixou muito a qualidade do seu futebol nas últimas semanas. Em compensação, porém, tem vindo a tornar-se mais letal. Produz menos oportunidades de golo ,mas tem agora um aproveitamento mais alto daquilo que o jogo lhe oferece.
Já são 37 vitórias acumuladas esta temporada. É muita vitória. O problema, para o Benfica, é que precisa ainda de outras três para garantir os dois títulos que persegue: campeonato e Taça CTT. E há essa curiosidade de nos últimos três jogos da temporada (os que restam), os encarnados defrontarem duas vezes o Marítimo - e ainda o Nacional da Madeira. Depois do episódio vivido este fim de semana no Estoril, que deu azo ao baptismo do 'jogo da mala', o treinador dos insulares terá de enfrentar duas vezes o Benfica nos próximos dias. Nelo Vingada, que é o treinador mais experiente da 1.ª Liga, bem poderia ter evitado esta suspeita numa carreira até agora irrepreensível do ponto de vista ético. Se a posição de Vingada já não era boa no momento em que se conheceu o onze do Marítimo que entrou na Amoreira, após a justificação dada na conferência de imprensa ficou ainda pior: "O jogo mais importante para nós é sempre o seguinte." Era mesmo isto que pretendia dizer, caro professor? Nunca fez tanto sentido falar em Caldeirão dos Barreiros. 
O sucesso do Leicester na Premier League é uma lição para os mais poderosos, mesmo que não exista nada de especialmente interessante nas ideias de Claudio Ranieri o técnico que produziu um milagre que, provavelmente, não terá direito a repetição."

Menina enjeitada do nosso futebol

"A Taça da Liga ainda continua a ser a menina enjeitada da família do futebol português. Joga-se quando se pode e com quem se pode. Um género de tia chata, com quem tem de se ir, de vez em quando, tomar um chá.
Não faz sentido que assim seja e, nesse particular, saúde-se o Benfica, que sempre fez questão de levar a sério esta prova, mesmo quando, tal como aconteceu ontem, se vê forçado a fazer uma justificada gestão de plantel.
O mesmo poderia ter feito o SC Braga, caso tivesse a mesma disponibilidade de jogadores. Não tem, e a verdade é que o clube minhoto nem por isso deixou de ser sério, apresentando-se na Luz com uma equipa competitivamente generosa e interessada.
Daí que o jogo e espectáculo tivessem sido honestos para com os espectadores que pagaram bilhete e para com o patrocinador que financia a prova e muito se arriscou a não ver retorno. O que já é uma assinalável virtude para uma Taça que tanto demora a ter um lugar de pleno direito no calendário do futebol nacional. 
Está à vista de todos que não lembra o diabo que o Marítimo tivesse estado tanto tempo à espera de saber quem seria o outro finalista, tal como é indesculpável que se soubesse que afinal iria ser em Coimbra, mas só agora tenha data marcada.
A calendarização das provas nacionais tem de ser feita com rigor próprio de profissionais e não pode continuar, no que respeita à Taça da Liga, a andar ao sabor dos ventos e das marés de todas as outras provas, quer sejam nacionais, quer sejam internacionais, tentando encaixar-se onde é possível e em função da generosa disponibilidade dos seus participantes."

Vítor Serpa, in A Bola

O (des)controlo financeiro

"Chegámos ao mês das grandes decisões no futebol português, os campeonatos profissionais estão próximo do fim, os candidatos ao título dão o melhor de si pela vitória final pelo acesso às competições europeias e no fundo da tabela fazem-se 'contas à vida'.
Nesta altura, muitos ter-se-ão esquecido do primeiro momento decisivo da época. Falo dos pressupostos financeiros, o escrutínio aos clubes candidatos a participar nas competições profissionais, regulamentado pela Portaria 50/2013 de 5 de Fevereiro.
O futebol português assiste a uma crescente desresponsabilização no plano da gestão desportiva e financeira. O incumprimento é galopante, sendo fomentado por mecanismos de controlo pouco eficazes e algo 'nublosos'. A execução orçamental apresentada pelos clubes continua a suscitar dúvidas, pela discrepância entre os valores estimados e os valores reais, pela constatação diária do fracasso da gestão financeira.
Ano após ano, questionamos se o controlo financeiro dos clubes portugueses é efectivo, não só no momento de integrar a competição mas no decurso da mesma. Espelhará de forma realística o cumprimento das obrigações legais e contratuais, desde logo, das obrigações para com os trabalhadores?
A Comissão de Auditoria criada para fiscalizar e licenciar a participação dos clubes nas competições profissionais rege-se pela referida Portaria mas também pelas disposições regulamentares da Liga. A interpretação conjunta destes dois normativos não é pacífica, conferindo, na dúvida maior flexibilidade no cumprimento das obrigações, em especial das obrigações emergentes do contrato de trabalho desportivo. 
Estimativas orçamentais e provas de cumprimento da lei num período de tempo limitado não bastam para atestar as condições de acesso e a idoneidade dos clubes para actuar no mercado. No futebol profissional só pode haver espaço para aqueles que cumprem e, sobretudo, deve ser garantida a igualdade dos competidores. As instituições com responsabilidade no fenómeno devem bater-se por regras claras e pela uniformização de regimes, evitando assim autênticas 'fugas' ao cumprimento.
Por último, registo com grande preocupação a forma como os Planos Especiais de Revitalização estão a ser utilizados pelos clubes portugueses, protelando 'ad aeternum' o incumprimento contratual. Há que impor limites!"

Do relvado para os palcos

"O homem que se revelou ao país através do futebol e o conquistou definitivamente nos palcos: Eugénio Salvador

«O Benfica andou, desde cedo, de braço dado com o teatro». Para além de ter tido o seu próprio grupo dramático, fizeram (e fazem) parte da sua história inúmeras figuras ligadas aos palcos nacionais. É sobejamente conhecido que, entre sócios, atletas e dirigentes, o Sport Lisboa e Benfica já contou com músicos, actores e dramaturgos, entre outros. Mas, e se disséssemos que o primeiro golo do Campo das Amoreiras foi marcado por um actor de nomeada?
«Concluída a primeira étape da obra», realizou-se, a 13 de Dezembro de 1925, «a primeira jornada de futebol nas Amoreiras». Foram quinze mil as pessoas que, nesse Domingo, se deslocaram para conhecer o novo campo de jogos da capital e assistir aos desafios do Campeonato de Lisboa. Frente a frente, Benfica e Casa Pia enfrentaram-se em primeiras, segundas, terceiras e quartas categorias.
Logo no primeiro jogo da tarde as redes do novo campo foram inauguradas. «Aos 3 minutos do jogo de 4.ªs categorias», foi marcado o «1.º goal no Stadium (...) pelo mais novo representante do Benfica, Eugénio Salvador». Feito que lhe concedeu honra de fotografia de corpo inteiro na página central do periódico O Sport de Lisboa.
Eugénio Salvador Marques da Silva (1908-1992), «alfacinha de gema», foi figura de proa do teatro nacional. Actor, bailarino, dramaturgo, encenador e empresário teatral, estreou-se profissionalmente na revista Grão de Bico no Teatro Maria Vitória (1928), após ter terminado o Conservatório. Era então jogador da equipa principal do Benfica (1927/28 - 1934/35).
Filho de cenógrafo e neto de dramaturgo, «tinha o teatro na família mas foi no futebol que começou por se destacar». Aos 15 anos fez-se sócio do Sport Lisboa e Benfica pois, como o próprio afirmou, «desde que me conheço sofro de 'benfiquite'» e, pouco depois, tornou-se atleta do Clube, onde representou as equipas de atletismo e de futebol. Após quase uma década de «águia ao peito», «pendura as chuteiras aos 26 anos de idade para se dedicar a tempo inteiro à arte da representação».
No Museu Benfica - Cosme Damião, a ligação do Clube ao teatro não foi esquecida. Na área 16. Outros voos, encontra, para além de Eugénio Salvador, a referência a outros momentos e figuras que testemunham essa ligação."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

Benfiquismo (XCIII)

Mais uma modalidade que 'perdeu' um Campeão...!!!