Últimas indefectivações

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Década de ouro


"Normalmente, apercebemos-nos da abundância apenas quando, de alguma forma, passamos para situações de escassez. Talvez por isso, alguns benfiquistas ainda não tenham percebido cabalmente  quanto o clube cresceu nesta última década. E esperemos que não seja necessário voltar para trás para que todos saibam valorizar o que temos hoje.
Na última década, o Benfica voou bem alto. Nas modalidades, nunca tinha apresentado tantas equipas, e nunca ganhara tantos troféus - títulos internacionais inéditos em hóquei em patins (vários), em futsal, em triatlo, finais europeias em voleibol e andebol, total hegemonia nacional em várias modalidades nos sectores masculino e feminino, e aposta generalizada na formação de atletas.
No futebol, à excepção da gloriosa década de sessenta, não encontrarmos em 116 anos de história nenhum outro período tão ganhador como os últimos dez anos. Na década de setenta, também conquistámos cinco campeonatos, mas apenas mais dois troféus (duas Taças de Portugal). Nos anos oitenta, estivemos em duas finais europeias, mas vencemos somente cinco campeonatos. Entre 2010 2020, vencemos seis campeonatos (entre eles um inédito tetra), conquistámos mais doze troféus e chegámos a duas finais europeias.
Foi também nesta última década que se sedimentou o projecto do Seixal, com fortíssima valorização de jogadores e reflexo nos melhores resultados financeiros de sempre.
Em 2000, estava em causa a nossa sobrevivência. Em 2010, estávamos ainda perante uma total hegemonia do FC Porto. Hoje, há quem se queixe de o Benfica não ter conquistado sete campeonatos seguidos. Sinal dos tempos."

Luís Fialho, in O Benfica

O senhor Ângelo


"'Nunca se cale quando atacarem o Benfica!' Recordo este conselho que Ângelo Martins me dava sempre que nos cruzámos. Tive o privilégio de com ele privar, mas tive a frustação de nunca o ter visto jogar. Eu sabia que o Senhor Ângelo era um 'jogador à Benfica'. Conhecia o seu palmarés como jogador operário que ajudou a conquistar 15 títulos em 13 épocas e ainda como treinador, que formou alguns dos mais emblemáticos jogadores dos anos  setenta, como Humberto Coelho, João Alves, Shéu, Vítor Martins, José Luís, Rui Jordão, Nené e Fernando Chalana. Um dia, Artur Santos, um dos nossos históricos capitães e um dos campeões europeus, apresentou-mo o ficámos horas à conversa. Com ele aprendi que o mais importante é o Benfica. Com ele aprendi que é nas alturas difíceis e complexas que devemos demonstrar o nosso benfiquismo. Com ele aprendi que nada nem ninguém está acima do Benfica. Quando o presidente Luís Filipe Vieira e a Direcção do Clube decidiram homenageá-lo com o Galardão Cosme Damião, pelo prémio Carreira, em Março de 2017, vibrei com o seu discurso. Fiz questão de o cumprimentar, no final da Gala, e, como sempre, disse-me: 'Continue a defender o Benfica!' Era assim o Senhor Ângelo. Respirava Benfica. Só pensava no Benfica e ouvi-lo confessar à BTV, há quatro anos, que sentia orgulho por ter pertencido ao Benfica, é algo que nos deve fazer pensar nos dias de hoje. Nas paredes do Estádio da Luz, o seu nome está imortalizado como 'persistente' e 'intrépido'. E com uma frase que o definia na perfeição - 'antes quebrar do que torcer'."

Pedro Guerra, in O Benfica

Ninguém os para!


"É da natureza humana esta inquietude que nos leva a encontrar novos caminhos a cada obstáculo sem tirar os olhos da meta. A biologia poderia ajudar a explica-lo, mas a cultura veste-a de valores e significados que elevam os instintos à condição humana e fazem de nós superadores crónicos e ávidos que quer sempre ir mais e mais além. Talvez seja por isso que o Walking Football arrasta consigo tantos homens e mulheres que, diria o vulgo, poderiam estar mais numa escola de avós, cada vez mais sedentários e cada vez mais resignados com a condição do envelhecimento. Mas não, pelo contrário, eis que se ergue em toda a parte a bandeira do envelhecimento activo e que se dá roupagem, justa e devida, do século XXI à antiga expressão 'velhos são os trapos'. Eis que se joga à bola, muito e bem. Sem complexos e cultivando o corpo e o espírito em prol de uma vida saudável, útil e feliz. Eis, também, que um vírus repentino a todos ataca com requintes de selectividade e idadismo e apita para intervalo neste jogo da vida, procurando tirar-lhes a bola dos pés e remeter à inação por tempo indefinido. Procura, tenta, mas não consegue, porque entre artes e engenhos fura a vontade dos homens e das mulheres que sentem da bola saudade e reclamam vitória ao inimigo invisível por entre vagas, epidémicas e vidas dramaticamente ceifadas. Não vencerá este vírus, a bola continuará a rolar pelas equipas de Walking Football, que se fortalecem e preparam na penumbra para a retoma do grande jogo. Equipam-se, melhoram a logística, formam e capacitam técnicos, trabalham por trás do pano até que seja seguro rasgá-lo e escancarar o palco, invadindo os campos de alegria e vivacidade, reclamando felicidade à sua vida sem olhar a género, idade ou cor. Vivendo activamente cada dia, como todos merecemos e como só uma bola, simples, exacta, alegre a saltitante nos pode proporcionar. Mais cedo do que tarde, esse dia chegará, e os nossos atletas, juntos em equipas às dezenas por esse país fora, voltarão a pisar relva e bola porque, evidentemente, vai ficar tudo bem!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Já dei para esse peditório


"1. Volto ao tema da vergonha quotidiana a que diariamente nos sujeitamos ao abrir jornais e televisões. Toda a gente já sabe que, regra quase absoluta, a imprensa generalista e as televisões de mercado aberto afinal, praticamente sempre em concerto, continuam a tanger as respectivas músicas, conforme, em sedes de alta decisões nos correspondentes grupos empresariais, hajam previamente sido traçados a brocha azul (o lápis era dantes...) as baias dos devidos interesses pessoais e colectivos dos seus stakeholders.
2. Os assuntos do futebol, vistos dessa maneira, são verdadeiro pasto desta pastagem de animais. Mas, na realidade, também é assim que acontece, mais ou menos escancaradamente, acerca de assuntos da política, da economia, de temáticas religiosas ou, nos últimos tempos, praticamente sempre que se garatuja ou gorgoleja, nas páginas e nos estúdios, até acerca de substâncias e epifenómenos do domínio da própria justiça.
3. Esta sinfónica estampagem mediática que está a definir os dias e serões do nosso tempo alastrou como uma mancha podre nos meios de comunicação, se não ao ponto de provocar enfado e enjoo nas faixas dos incautos consumidores mais fragilizados, pelo menos e para já, ao mitigar drasticamente, os índices de confiança daqueles que ainda vão retendo algum poder de compra; isto é, os que ainda iam podendo justificar, com o seu retorno no comércio e no dia a dia, o investimento publicitário que algumas empresas e marcas arriscam nessas TV e nesses jornais...
4. Na linha da frente da exposição dessa vergonhosa decadência dos valores éticos e deontológicos, mais do que os chamados comentadores 'independentes' que ali vão quase sempre como 'canários' sob avença, estão os 'papagaios da casa' que lhes são postos como pseudomoderadores, cada vez mais para incentivar o conflito, do que alguma vez, para evitar ou minorar as peixaradas.
5. Interrogo-me até onde e como conseguem estes pobres títeres suportar o primarismo dos raciocínios, a boçalidade das argumentações e desbochado fervedouro que, ainda por cima, são constantemente obrigados a estimular fazendo figura de patetas, a fingir - uma, cinco, dez, ou vinte vezes na mesma meia hora, se for preciso - que ainda não esteja suficientemente esclarecida uma qualquer questão de pacotilha, uma meia-verdade ou uma rematada calúnia, prolongando a miséria até à náusea.
6. A vida custa muito a ganhar. É o que é. A eles, e aos 'coronéis' escondidos nos gabinetes de chefia das redações e nas mesas de direcção dos programas que, mesmo a caminho do abismo, para defenderem as cadeiras em que (ainda) se sentam, assim estabelecem - vendidos - essas nojentas 'regras' do 'jogo' aos desgraçados que têm de dar a cara porque, infelizmente, só sabem ganhar a vida desse modo, a cavalo ad insinuação, da mentira e no meio da algazarra boçal.
7. Para mais debates desses, basta. Também eu, já dei para esse peditório."

José Nuno Martins, in O Benfica

A ordem das grandezas


"Tendo em conta que o FC Porto ainda não apresentou as suas contas da época 2019/2020, ao contrário dos outros clubes, iremos analisar o fair-play financeiro tão badalado aquando da publicação das contas da Benfica SAD. E mais tarde quando os mais de €100 milhões (ou serão €110M ou quiça €120M?) de prejuízos forem divulgados certamente teremos oportunidades para nos debruçarmos sobre o assunto. 
Quanto ao fair-play financeiro vários meios de comunicação social trataram de informar os seus leitores para o « Rácio dos gastos com pessoal vs receitas operacionais na SAD » Em baixo deixamos alguns exemplos:
Na imagem em anexo podemos ver a tabela informativa relativa a esse rácio divulgada pela Benfica SAD durante a última década. Constatamos que o limite referido é em primeiro lugar uma recomendação e não uma obrigação exigida pela UEFA, e em segundo lugar que o limite, mesmo sendo uma mera recomendação, foi sempre cumprido ao largo dos últimos 10 anos. Como se diz «a César o que é de César » e a verdade é que quando a actual direcção do SL Benfica comete erros deve ser criticada, todavia deve também ser elogiada quando realiza um grande trabalho e no que a finanças diz respeito o trabalho está à vista de todos.
Recordamos que este rácio faz simplesmente parte das boas práticas definidas pela UEFA e como tal o seu incumprimento não tem qualquer consequência prática. Aliás prova disso é o Porto, que já o ultrapassou por diversas vezes e ninguém fez referência a esse facto.

Dito isto e analisando o rácio da sua SAD é factual que no relatório e contas da época 2013/2014 o mercado foi informado do seguinte:
« Ainda que o resultado de exploração seja negativo, a Sociedade continua dentro do valor recomendado pela UEFA para o rácio Salários vs. Proveitos Operacionais (70%), excluindo proveitos com passes de jogadores, apresentando um valor na ordem dos 67% em 2013/2014 »
Esta foi, porém, a última vez que um relatório e contas da SAD do Porto falou sobre o rácio « Salários vs. Proveitos Operacionais ». Provavelmente o facto desta não ter conseguido cumprir as recomendações da UEFA nas épocas seguintes, acabou por contribuir para um total desinteresse da SAD azul e branca em informar os seus investidores e adeptos.
Em baixo segue a tabela com os rácios desde a época de 2013/2014:
2013/2014 -> 67%
2014/2015 -> 76%
2015/2016 -> 101%
2016/2017 -> 75%
2017/2018 -> 75%
2018/2019 -> 52%
Reparem que na época 2015/2016 os rendimentos operacionais nem chegaram para cobrir os custos com o pessoal e honorários o que é deveras impressionante!
Não encontramos contudo notícias na comunicação social com o facto da Porto SAD ter ultrapassado este limite por diversas vezes, mas talvez seja compreensível pela banalidade com que tem acontecido nos últimos anos e como todos sabemos irá acontecer novamente em 2019/2020, com os €100 a 120 Milhões de prejuízos que terão.
A comunicação do Porto sobre o incumprimento do Fair-Play Financeiro, onde concordaram pagar multa de 700 mil euros, é também clara e nem se quer reportou a este rácio, contudo é bom não esquecer que apesar da avaliação do Fair-Play Financeiro ter sido adiada pela UEFA para 2021, o COVID-19 não vejo ajudar a situação do Porto, apenas veio piorá-la.
Antes de terminar não podemos esquecer que derivado a complexos de grandezas o Porto gerou uma guerra norte-sul e um ódio profundo ao maior clube Português, que infelizmente tem saído prejudicado dentro e fora do campo desde que foi montada uma rede de interesses e influências brilhantemente tecida por Pinto da Costa, Reinaldo Teles, Adelino Caldeira, entre outros como os irmãos Oliveira, etc… Esta obsessão levará o Porto à ruína financeira, pois gastam o que não têm e o que não podem para competir com o SL Benfica.
Assim como hoje ao final do dia virá a noite, a verdade é que eles odeiam o SL Benfica, mas desejam tudo o que é dele seja títulos, glória, número de adeptos e obviamente contas em dia!
Para rematar, facto são factos e, para o bem ou para o mal, e tal como diz o título a « ordem das grandezas » justifica os artigos escritos na comunicação social. O clube mais pequeno será sempre menos falado que o maior independentemente do assunto, e eles sabem bem disso e aproveitam-se disso como lhes der mais jeito.
Será que irão divulgar o pior relatório e contas da história do futebol português aquando das eleições do SL Benfica para que este tenha menor visibilidade ?"

Coincidências...!!!


"Curiosidades #PortoaoColo e os penáltis:
- Nos últimos 11 jogos para o Campeonato, o #PortoaoColo beneficiou de 9 penáltis (!) a favor. Quase 1 penálti por jogo;
- Desde o início da época 2019/2020, o #PortoaoColo beneficiou de 17 penáltis face aos 9 assinalados a favor do Benfica.
Fontelas Gomes referiu que o “número de penáltis vai diminuir”, mas quem manda (Sérgio Conceição) disse que “temos de ter mais penáltis a favor". Amanhã há mais?"

Regresso do campeonato


"Após duas semanas de interregno devido aos compromissos internacionais das seleções, a Liga NOS está de volta para a quarta jornada, com a nossa equipa a ter uma deslocação tradicionalmente difícil a Vila do Conde (domingo, dia 18, às 20 horas).
A marcar presença consecutiva no principal escalão do futebol português desde 2008/09, o Rio Ave tem-se vindo a estabelecer como um clube da metade cimeira da tabela classificativa, inclusivamente participando, na presente temporada, nas competições europeias, à semelhança do sucedido em três das seis épocas anteriores. Apesar do começo menos conseguido no campeonato, com três empates, a qualidade da equipa vila-condense ficou bem patenteada na Liga Europa, eliminando o Besiktas e só caindo no desempate por pontapés da marca de grande penalidade frente ao AC Milan.
Ao todo, o Benfica disputou 26 partidas no reduto do Rio Ave a contar para o Campeonato. O saldo é bastante positivo para as nossas cores, com 16 vitórias, seis empates e quatro derrotas. No entanto, a demonstrar as dificuldades sentidas pelas nossas equipas ao longo dos anos nas visitas aos vila-condenses, nos 12 jogos disputados desde que o Rio Ave regressou definitivamente à Primeira Divisão, em 2008/09, só num dos oito triunfos obtivemos uma vantagem superior a um golo.
Apesar de a preparação para este jogo ter sido condicionada pelas muitas ausências de jogadores convocados para as seleções dos seus países (foram sete entre os utilizados na última jornada frente ao Farense), será com muita ambição que a nossa equipa procurará conquistar os três pontos e estender assim a série vitoriosa desde que a Liga NOS teve início.
Este será o primeiro de 13 jogos da nossa equipa nas próximas oito semanas. Neste período, serão seis os jogos da Liga NOS (Rio Ave; Belenenses, SAD; Boavista; Braga; Marítimo; Paços de Ferreira – 2.º, 4.º e 6.º jogos na Luz), outros tantos da Liga Europa (todas as partidas da fase de grupos – na Luz, dias 29/10, 5/11 e 3/12) e ainda a terceira eliminatória da Taça de Portugal, agendada para 22 de novembro, com adversário por sortear.
Serão semanas de elevada intensidade competitiva, nas quais a nossa equipa procurará sempre apresentar-se ao seu melhor nível e somar vitórias em todos os jogos que participe.
E procurará também homenagear Luís Santos, o técnico de equipamentos falecido ontem, aos 53 anos, que durante mais de três décadas serviu o Clube com inexcedível benfiquismo, competência e dedicação. Acarinhado e respeitado por todos os que tiveram a oportunidade de o conhecer e com ele trabalhar, a equipa tudo fará para vencer e, assim, poder dedicar-lhe as vitórias e os títulos que Luís Santos tanto desejava."

O Cantinho Benfiquista - Pre-Match, Rio Ave

Darwin Nunez – Luis Suarez no Equador


"A perder por dois a zero ao intervalo no Equador, o selecionador lançou o avançado do Benfica que fez dupla com Luisito na parte final da partida. Antes, porém entrou para a posição de extremo direito e não teve de todo um jogo feliz, mesmo tendo somado um golo… que acabaria invalidado pelo VAR. Suarez por duas ocasiões de grande penalidade fez balançar as redes, mas não impediu o triunfo da equipa da casa por quatro bolas a duas."

Semanada...


"1. A Cláusula de Tiago Dantas. Esta semana Luís Filipe Vieira divulgou as duas mensagens que Tiago Dantas alegadamente lhe enviou antes e depois do empréstimo para o Bayern Munich estar fechado. Notei algumas semelhanças no discurso do Tiago Dantas com o Manifesto de Luís Filipe Vieira - certamente foi coincidência. O Tiago Dantas querer sair para o Bayern, não espanta ninguém. Aliás, a partir do momento que assinámos com o Jorge Jesus, já sabíamos que o projecto da formação ia entrar numa pausa. No entanto, também consigo constatar a diferença de atitude do Presidente do Benfica e do Presidente do Sporting. O Bruno Fernandes também quis sair três janelas de transferências consecutivas e acabou por ficar até que pagassem o que o Sporting queria. No Benfica é só pedir para sair que saem logo. O mais escandaloso é mesmo a opção de compra de sete milhões e meio de euros. Já todos os jornais confirmaram a existência de tal cláusula - não deixa de ser caricato que LFV tenha mostrado mais cedo as mensagens que Tiago Dantas alegadamente lhe enviou do que a opção do Bayern sobre o jogador. Não se entende o porquê de uma opção tão baixa. O Fábio Silva foi vendido por quarenta milhões de euros. O Vitinha foi emprestado com opção de vinte milhões de euros. O Tiago Dantas não é inferior em nada a qualquer um destes dois jogadores. Este negócio cheira a podre. Alguém ficou a ganhar (ou vai ganhar) muito dinheiro e não foi o Benfica. Para aqueles que dizem que o Tiago Dantas era um suplente da equipa, por favor, informem-se. Tiago Dantas não só era o capitão de equipa como na última época foi o jogador mais utilizado da equipa B.
2. Movimento Servir o Benfica apoia João Noronha Lopes. O Movimento “Servir o Benfica” - cujo o programa foi analisado aqui na página e era bom - uniu-se à lista “A Glória é Agora”. É uma boa notícia para a oposição. O Movimento “Servir o Benfica” parecia-me ser a terceira/quarta lista mais bem posicionada. A lista de João Noronha Lopes parece-me ser uma das duas listas mais fortes. Nesta união, o candidato do Movimento “Servir o Benfica”, Francisco Benitez, tornou-se o candidato a Presidente da Mesa da Assembleia da lista “A Glória é Agora”, o que também me pareceu uma decisão bastante boa, visto que a sua postura ao longo da candidatura tem sido sempre de um grande benfiquismo e muita humildade, algo que tem feito falta nas Assembleias Gerais.
3. A Lista de Bruno Costa Carvalho vai mesmo a Eleições. Numa entrevista ao “Benfica Independente”, Bruno Costa Carvalho clarificou que se a sua lista não for aceite por ele não ter os vinte e cinco anos de filiação, uma pessoa da sua lista irá assumir a posição de candidato a Presidente do SL Benfica e Bruno Costa Carvalho vai na lista como vice-presidente. Em caso de vitória essa pessoa ficaria como Presidente do clube e Bruno Costa Carvalho ficaria como o Presidente da SAD. É uma boa maneira de contornar uns estatutos que neste assunto não fazem muito sentido.
4. Rui Costa Abdica de Salário. Ao que parece, Rui Costa vai passar para vice-presidente do Benfica, caso a lista de Luís Filipe Vieira vença, e vai abdicar do seu salário como administrador da SAD. Eu acho esta notícia bastante perigosa, pois cria a ilusão que os dirigentes do Benfica não devem ser pagos. Os dirigentes do Benfica têm de ser pagos. Achar que não é suposto serem pagos, mas depois podem ter setecentos milhões de euros em dívidas a bancos é que é errado. As pessoas não vivem do ar e os dirigentes do Benfica tomam decisões muito importantes. O salário tem que ser um reflexo das decisões que tomam e é até uma maneira de atrair talento. Se não recebem salário depois podem ir buscar dinheiro de outra maneira e não tomar as decisões que são melhores para o clube mas sim para as suas carteiras.
5. Sistema com Três Centrais. Jorge Jesus já o disse por uma vez e o Benfica tem neste momento cinco centrais, sendo que ainda se fala da hipótese de em Janeiro recebermos mais outro central. Isto pode ser um indicador de um sistema com três centrais. Este sistema tem vindo a conquistar o mundo do futebol. Cada vez mais equipas adoptam sistemas assim. O melhor 3-4-2-1 que vi até agora é o da Atalanta. Há também quem jogue em 3-5-2. Caso o Benfica avance de facto para um sistema assim, acredito que a vítima acabe por ser o André Almeida, com Rafa ou Diogo Gonçalves a ficarem encarregados pela ala direita. Acho no entanto que é pouco provável que acabemos por só usar este sistema, porque não me parece ajustar-se muito ao Everton que é talvez o nosso jogador mais talentoso neste momento.
6. A “Sondagem” da CMTV. A CMTV anunciou uma “sondagem” onde 53.4% das pessoas achava que o candidato com melhores condições para vencer as eleições era Luís Filipe Vieira. Esta “sondagem” parecia logo algo estranha porque a segunda resposta com maior percentagem de escolha era “Não Sabe/Não Responde”. O problema estava nas entrelinhas. Primeiro, a pergunta a que as pessoas responderam na “sondagem” era “Qual o candidato que tem melhores condições para vencer as Eleições?” e não “Qual o candidato em quem vai votar?”. E segundo, no canto superior da emissão apareceu uma mensagem que dizia que as pessoas que responderam à “sondagem” foram escolhidas através da geração aleatória de números de telefone. Isto quer dizer que não só quem votou nesta “sondagem” não tinha que ser sócio do Benfica, como nem sequer foi controlado se eram benfiquistas ou não. Foi também divulgado as características demográficas da amostra populacional desta “sondagem” e deu para perceber que a moda (o grupo mais representado) eram senhoras com mais de 55 anos, o que explica bem porque é que 36.9% das pessoas responderam “Não Sabe/Não Responde”. Como tal, os resultados desta “sondagem” não me parecem os mais relevantes.
7. Dois Derbies nas Modalidades. Esta semana fica marcada pelo regresso do Andebol Feminino que se estreia contra o Maiastars e por dois Derbies. O Voleibol Masculino e o Hóquei Feminino vão ambos a Alvalade. Ambos os jogos devem ser relativamente equilibrados, principalmente o do Voleibol. Na Supertaça jogámos contra o Sporting na semana passada e ficou claro que vai ser um Campeonato mais equilibrado do que o da última época. O Sporting tem um oposto de grande qualidade."

Benfica Campus | 5 saídas prematuras que revelam a inexistência de um projeto


"Uma das grandes obras de Luís Filipe Vieira fez, no dia 22 de setembro, o 14º aniversário. O agora Benfica Campus viu nascer algumas das maiores promessas do futebol português atual como João Félix, Bernardo Silva, João Cancelo, Rúben Dias, entre outros. No entanto, muitos desses jogadores saíram prematuramente, após terem poucas oportunidades na equipa principal.
Decidimos apresentar os cinco jogadores que, na nossa opinião, foram “obrigados” a deixar o SL Benfica muito antes de mostrarem o seu verdadeiro valor.

1. Bernardo Silva O primeiro lugar da lista é o nome que fica na memória de todos os adeptos “encarnados”: Bernardo Silva. Mais de 100 jogos pelos escalões de formação, mas pouco mais de 45 minutos oficiais pela equipa principal do Benfica. Este é o percurso de um dos melhores jogadores portugueses da atualidade e que sonha voltar a jogar pelas “águias”.
O jogador natural de Lisboa brilhou ao serviço dos juniores e da equipa B do Benfica e na época 2013/2014, com Jorge Jesus, subiu à equipa principal. No entanto, o treinador português não viu o seu potencial e colocou-o a jogar por três vezes, nenhuma delas a titular.
Com uma experiência a lateral esquerdo pelo meio, Bernardo Silva viu-se forçado a abandonar o clube do coração rumo ao AS Mónaco, num negócio a rondar os 16 milhões de euros. Depois de brilhar ao lado de Falcão, Mbappé e de impressionar naquela célebre eliminatória da Liga dos Campeões frente ao Manchester City, o então campeão inglês decidiu contar com os seus serviços e pagou cerca de 50 milhões de euros ao clube monegasco.

2. João CanceloNatural do Barreiro, benfiquista de coração e mais de nove anos ao serviço das “águias”. Cerca de 60 jogos pelos escalões de formação, mas apenas dois jogos pela equipa principal “encarnada”. João Cancelo é um daqueles casos que faz pensar qualquer adepto de futebol.
Agora no Manchester City FC e depois de passagens pelo Valencia CF, Inter de Milão e Juventus FC, o lateral direito foi uma das peças da academia “selado” com o valor 15 milhões quando poucas oportunidades encontrou para demonstrar o seu valor no clube do coração.
Ainda que a sua primeira transferência tenha sido para Valência, esta não foi bem sucedida e andou emprestado ao Inter. Mais tarde, viria a ser vendido por 40 milhões de euros à Juventus, que, por sua vez, um ano depois, lucrou cerca de 15 milhões de euros com a sua saída para o City.

3. Renato Sanches O “Golden Boy” de 2016 é certamente um daqueles casos que fica na memória de qualquer adepto do Benfica. Faz 10 anos de formação e mais de 100 jogos ao serviço das “águias”, mas apenas uma temporada como sénior.
Um dos pontos a recordar é o seu primeiro golo (na estreia) frente à Académica OAF no Estádio da Luz, mas também os valores da transferência para o Bayern de Munique: 35 milhões de euros a pronto e ainda algumas variáveis no valor de cerca de 40 milhões de euros.
No entanto, decidimos colocar o jovem médio na lista porque (como muitos) saiu demasiado cedo da Luz e isso refletiu-se no restante percurso fora de Portugal. Depois do título pelo Benfica, da participação no Euro 2016 e do prémio “Golden Boy”, o Benfica vendeu-o aos campeões alemães, mas Renato Sanches nunca mais foi aquele jogador explosivo, entusiasmante e carismático que foi no clube da Luz.
Depois de um empréstimo ao Swansea e de poucos minutos no eterno campeão alemão, Renato Sanches parece ter finalmente encontrado o seu espaço no Lille OSCM.

4. André HortaUma das mais polémicas saídas nos últimos anos. O jovem médio natural de Almada chegou ao clube da Luz com apenas 10 anos e passou por todos os escalões até chegar à equipa principal, onde realizou apenas 16 jogos.
Ainda júnior de primeiro ano, André Horta foi emprestado ao Vitória FC e vestiu a camisola sadina mais de 50 vezes até regressar ao Benfica na época 2016/2017. Realizou 16 jogos até ao mercado de inverno, altura em que foi emprestado ao SC Braga. Jogou no clube minhoto por mais de 30 ocasiões, mas o Benfica acabou por vender o jogador por uma verba a rondar os seis milhões ao Los Angeles FC.
Após dois anos emprestado ao emblema americano, André Horta regressou ao SC Braga a título definitivo. Em duas épocas realizou mais de 40 jogos e marcou quatro golos.

5. João Carvalho Uma das grandes promessas da formação do Benfica até à época 2017/2018, altura em que abandonou o clube. Esteve no Benfica dos 11 aos 21 anos e fez mais de 100 jogos pelas camadas jovens dos “encarnados”.
O jovem médio começou a destacar-se na época 2013/2014, quando já jogava pelos juniores do Benfica ainda com 16 anos. Mais tarde, por volta dos 20 anos, João Carvalho foi emprestado ao Vitória FC, onde fez 15 jogos e apenas um golo.
Há duas épocas, os “encarnados” decidiram vendê-lo ao Nottingham Forest FC por 15 milhões de euros. Jogou duas temporadas nos ingleses e atualmente encontra-se emprestado ao UD Almería, treinado por José Gomes."

Acelerar e atacar


"Quando o Liverpool da muito elogiada intensidade contrata Thiago Alcântara não é certamente para acrescentar velocidade ao jogo. Já não falta lá quem acelere, pelo que o craque hispano-brasileiro acrescenta sobretudo pausa e critério, a pausa que é mais difícil pedir a Henderson e o critério que não dá para exigir a Fabinho. E vale a pena lembrar que até Firmino, o menos lembrado mas tão decisivo com qualquer outro do trio de ases ofensivos, é um jogador superior mais por pensar rápido do que por correr depressa. E Diogo Jota será tanto mais forte - e hoje não se duvida que possa ser - quanto mais soluções acrescentar à aceleração que garante em campo aberto.
Percebo que os adeptos comuns, e até os jornais em busca de manchetes, como se viu nos últimos dias em Espanha, não se entusiasmem tanto com Gerard Moreno, um craque dos pés à cabeça, como com Adama Traoré, que adorava correr os 100 metros e se besunta de azeite para que não o agarrem. Já me custa mais entender que os que procuram ver além do óbvio não valorizem sobremaneira os que acrescentam qualidade de decisão em doses generosas, face aos que repetem movimentos idênticos vezes sem conta, por eficazes que pareçam. Claro que a compatibilidade é possível, porque se pode gostar de ver água e azeite no mesmo copo. Confundi-los é que é mais difícil. Porque a aceleração é crucial desde que se perceba ou aproveite o momento certo de a concretizar. Quem acelera em permanência corre mais risco de embater num muro. Acredito em quem acelera para atacar, não tanto em quem ataca sempre a acelerar.
É quase uma obsessão, em Portugal, concluir cada posse com uma finalização, como se uma jogada de ataque não pudesse ser reiniciada sem que se perca a bola pelo meio. Nota-se isso, desde logo, em qualquer dos treinadores actuais dos três grandes, mesmo que sejam obviamente diferentes os caminhos tácticos - de estrutura ou de dinâmica – definidos por Sérgio Conceição, Jorge Jesus ou Rúben Amorim. Em qualquer dos casos fica sempre a ideia de que jogada iniciada tem de ser concluída, seja nos lançamentos em busca da profundidade muito comuns no Porto, nas transições ofensivas que voltam a ser muito fortes no Benfica ou na busca da velocidade dos homens da frente, à primeira oportunidade possível, no jogar do Sporting.
É por isto que me parece que Waldschmidt, João Mário e mesmo Felipe Anderson vão ser testes do algodão quanto ao que pode ser diferente nos principais emblemas do país. Talvez menos Anderson que os restantes, já que o craque (é mesmo!) que o Porto contratou tem uma velocidade de execução com bola e tanta qualidade no 1 contra 1 que o fará mais facilmente nuclear no futebol de Conceição. A questão é até que ponto jogará muitas vezes com Corona, Otávio e mais dois avançados no mesmo onze. Já João Mário terá de encontrar o espaço certo para acrescentar a sua indiscutível qualidade aos leões, não tendo o perfil para a dupla de médios equilibradores habitual em Amorim (onde estão mais confortáveis Palhinha, Matheus Nunes e até Pedro Gonçalves) nem a vertigem garantida por Tabata, Jovane, Tiago Tomás e Nuno Santos. Waldschmidt é o futebolista diferente num Benfica que adora circular depressa, por ser capaz de pausar e jogar com qualidade nas entrelinhas. Acredito que com o alemão em campo o futebol encarnado terá mais qualidade e variabilidade, mas Luca ficará sempre a perder se prevalecerem critérios de rapidez e potência na comparação com Cebolinha, Rafa, Darwin e Seferovic.
Mantenho a expectativa de um jogar mais completo por parte do Braga, sobretudo quando puder explorar Gaitán na plenitude e viver mais da capacidade criativa do argentino, de Iuri ou dos Hortas do que de uma dupla de médios de combate e de lançamentos longos para Fransérgio, do mesmo modo que aplaudo os primeiros sinais de Boavista e Nacional, as equipas que coletivamente mais me surpreenderam pela positiva, colocando ambas o talento em lugar de destaque: No Bessa (e não apenas lá) surge Angel Gomes muito acima de todos e na Choupana há uma dupla que entusiasma, também na coragem de Luís Freire de os juntar em campo: Koziello e Thill. São algumas das novidades que deixam água na boca. E acrescentem outra, já e sem vacilar, porque ele bem pode guiar o Famalicão a nova época de qualidade e valer outro grande negócio no futuro: Joaquín Pereyra, o argentino de quem se chegou a falar para o Sporting, tem um pé esquerdo que fala e uma capacidade de ver mais campo que os outros, que é o que define os craques de verdade. Muito mais isso que a capacidade de acelerar, por muito que isso impressione mais num primeiro olhar."

Aumentar a atividade física dos portugueses: saberá o Governo como fazer?


"O programa do atual Governo estipula o seguinte objetivo: colocar Portugal, na próxima década, no lote das quinze nações europeias com os cidadãos fisicamente mais ativos.
A proposta de Orçamento de Estado para 2021 define um objetivo diferente: colocar Portugal, até 2030, no lote dos 15 países com mais prática de atividade física e desportiva da União Europeia.
Em apenas um ano o objetivo do Governo alterou-se: deixa de ser colocar Portugal entre os 15 mais ativos da Europa, para passar a ser entre os da União Europeia. A diferença é significativa, porque ser 15º em 27 países é bem diferente de que ocupar a mesma posição entre 50 nações.
Vamos admitir que é esta última versão que reflete o objetivo político.
De acordo com o estudo do Eurobarómetro, Portugal ocupava em 2018 (entre 27 países) uma das últimas três posições, com um índice de atividade física de cerca de 32% (igual à Grécia e Bulgária).
A média da União Europeia é de 54 %, precisamente o valor dos países que se situam no 15ºlugar (Espanha, França e Chipre).
Significa isto que, para que o objetivo governamental seja atingido, é necessário que até 2030 cresçamos, aos valores atuais, cerca de 23%, e que os restantes países não alterem os seus números de atividade física.
A pergunta óbvia é singela: que medidas ou políticas de promoção da atividade física estão pensadas para que o objetivo seja atingido?
O Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física sob a tutela do Ministério da Saúde começou cheio de fulgor e ao longo do tempo tem vindo a perder dinâmica.
Os programas de promoção da atividade física desportiva desenvolvem-se sobretudo por iniciativa dos municípios, dependendo das iniciativas e dinâmicas locais, mas sem um fio condutor e agregador em termos nacionais.
As iniciativas políticas centrais, independentemente da sua pertinência, não têm escala nacional e pouco acrescentam à dinâmica e incremento de novas procuras desportivas de forma sustentada e regular.
As iniciativas associativas no desporto têm limites ao seu crescimento, atendendo a que estão muito dependentes do financiamento, que é escasso.
O propósito do Governo é de aplaudir, mas sabe o Governo que medidas adotar para que o objetivo seja alcançado?
Será possível ao País, numa década, superar o fosso que o separa dos restantes países europeus?
Num cenário de reduções significativas no financiamento público para o Desporto, como evidencia a proposta de Orçamento do Estado para 2021, recessão na economia e condicionalismos no acesso à prática desportiva, com forte impacto na procura destes serviços no sector privado empresarial ou associativo, que perspetivas se podem antever com vista à sustentabilidade daquele objetivo?
Caberá ao Governo explicar como atingir aquele objetivo que, com os dados disponíveis, se torna evidente - e infelizmente – de difícil alcance."