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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Enorme jogo!!!

Benfica 94 - 72 PAOK
17-15, 23-26, 28-19, 26-12

Ver este Benfica jogar no Tugão, e depois ver os mesmos jogadores a jogar na Europa, até parece 'outro desporto'!!!

Enorme jogo, enorme atitude, atitude defensiva exemplar, e depois no ataque Ivan e Carter on fire... e o Douglas a comandar as tropas...

Nada está garantido, mas vencemos um excelente PAOK que vem duma realidade completamente diferente, e que na 1.ª jornada venceu o Galatasaray, na Turquia, por 10 pontos (Gala que nesta jornada derrotou o Happoel de Jerusalem)!
Continuamos a ser os menos favoritos, mas provámos que jogando no nosso máximo, temos equipa para derrotar qualquer adversário!

Excelente vitória...

Oliveirense 0 - 4 Benfica

Talvez o melhor jogo da época! Primeira vitória fora de casa, e muita consistência defensiva...
O golo cedo, ajudou...

Derrota na Bélgica!

Namur 73 - 59 Benfica
17-10, 13-14, 27-24, 16-11

Eu sei que os resultados continuam a ser negativos, mas sinceramente, vejo algumas melhorias! Agora, se serão suficientes, para os objetivos internos, não sei...

Votem...

Vitória justa


"O Benfica iniciou a sua participação na Taça da Liga com um triunfo, em Arouca, por 0-2, que espelha a superioridade benfiquista na partida. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Resultado e exibição alinhados
Roger Schmidt enaltece o desempenho dos jogadores e refere a importância do resultado no âmbito da Taça da Liga: "Fizemos um bom jogo num campo difícil. Jogámos no sábado e os jogadores estiveram bem. Mostrámos o melhor futebol possível. Foi um jogo sólido. Os jogadores estiveram bem. O primeiro jogo também é uma afirmação daquilo que queremos fazer na competição."

2. Regresso às vitórias
Arthur Cabral, autor do segundo golo do Benfica, considera que "foi mais um jogo difícil onde era importante voltar a vencer" e salienta que "temos trabalhado muito para voltar ao caminho das vitórias."

3. Man of the match
Di María foi o eleito pelos adeptos.

4. Forte apoio
Já não há bilhetes disponíveis para o Chaves-Benfica relativo à 10.ª jornada da Liga Betclic. O jogo está agendado para sábado, dia 4, às 15h30.

5. Regresso dos heróis (1)
Oscar "Tacuara" Cardozo, o máximo goleador do Benfica no século XXI, é o protagonista do primeiro episódio da série dedicada aos escolhidos pelos Benfiquistas para o Mural dos Campeões no Estádio da Luz.

6. Outros resultados
Uma expulsão aos 3 minutos e golo sofrido na sequência dessa falta desequilibrou o dérbi dos Sub-23; a equipa feminina de hóquei em patins goleou em Odivelas.

7. Agenda preenchida
Há vários jogos para apoiar o Benfica nesta quarta-feira. Na Luz há jogo europeu de basquetebol, ante o PAOK (19h30), e partidas das equipas femininas de voleibol (PV2014 Colégio EFANOR, às 17h00) e futsal (Futsal Feijó, às 21h30). E as seguintes deslocações: à Oliveirense, em hóquei em patins (18h00); ao Alavarium, em andebol feminino (18h00); e ao Basket Namur Capitale, em basquetebol feminino (19h30).

8. Parceria anunciada
O Benfica tem um novo parceiro na Índia, o Sreenidi Deccan FC. Este é o primeiro acordo de longo prazo com um clube indiano e incide na cooperação técnica."

Um cheirinho do que sucede com os árbitros e seus familiares há décadas, isto com os que não gostam de fruta e café com leite…

Se fazem isto ao André Villas-Boas, imaginem o que fazem aos árbitros. O FC Porto não é um clube, é uma perigosa organização criminosa.

BI: On Tour: Roger Schmidt, Ciclos desportivos e os 20 anos do estádio

5 minutos: Diário...

RND - 45 minutos...

Falar Benfica #136

O Projeto


"Todos estamos reticentes. Podia ter utilizado qualquer outro adjetivo que envolvesse preocupação para descrever o estado geral das hostes benquistas, mas pessoalmente é este que me ocorre. A reticência advém normalmente de incerteza, de não saber para onde nos encaminhamos e por não sentir um fio condutor que esteja a guiar o nosso Clube neste início de época. Nesta conversa, há um ponto de partida inequívoco: o Benfica está claramente abaixo daquilo que todos esperávamos e, sobretudo, daquilo que devia estar tendo em conta a aposta convicta que foi feita com o objetivo de, no mínimo, repetir o título de Campeão Nacional de 22/23.
E por causa desse mesmo caneco, que já tanto desejávamos, defrontámos o Porto na Supertaça e ganhámos. 2-0. É verdade! Parece que foi noutro mundo, esse longínquo mês de Agosto. Entrar a vencer, frente ao maior rival, tinha tudo para se tornar num tónico imbatível para construir a tal hegemonia interna que todos falamos para nos tornarmos também mais forte no palco onde nos apresentámos ao mundo: a Europa. Contudo, rapidamente vieram as dúvidas com uma derrota bastante mal sofrida no Bessa, num jogo totalmente atípico e onde, a meu ver, Roger Schmidt se mostrou mais capaz de sentir o que a equipa precisava e acabou por perder porque o futebol não é uma ciência exata. Sei que esta frase incomoda muito os benquistas, que invariavelmente sentem viver num mundo onde só o Benfica joga, mas a verdade é que o alemão já nos deu muitas lições que a linearidade neste desporto que tanto amamos é muito duvidosa. Não estávamos habituados, nem muito menos defendo que o Benfica comece a nivelar por baixo ou a ser menos ambicioso, mas a verdade é que o nosso treinador, proveniente de outra cultura e forma de entender o futebol, é o protótipo de um germânico racional que veio trazer uma frieza que acho indispensável para o futuro do Clube.
Podia chatear-vos com as descrições do caminho até aqui, mas acredito que apenas fosse um retrato penoso daquilo que todos temos visto, por isso vou direto ao que me trouxe a escrever este texto. Temos de saber, enquanto Clube, acreditar no projeto que escolhemos. E enquanto Clube falo em estrutura, encabeçada pelo Presidente, o plantel e nós, os adeptos. Começando pela estrutura, é crucial que quem lidera o Benfica, ao delinear um projeto, realize que são os dirigentes que o comandam e decidem o seu rumo. O Benfica não deve ser um projeto de um só treinador, mas sim deste unido à vontade do Clube, que se deve naturalmente sobrepor. Com as contratações aparentemente falhadas de jogadores que vinham substituir titulares absolutos, transparece que é o treinador que decide sempre. Nas alturas mais complicadas, será também ele a sofrer, com prejuízo para o desempenho do plantel. Como diz José Boto, que já passou por cá, o treinador não tem tempo suficiente para analisar jogadores com profundidade. Logicamente, tem de existir uma simbiose entre a equipa técnica e o departamento de scouting, mas deve ser este último que elabora uma short-list dos nossos alvos. O projeto é do Benfica, não de treinadores exclusivos. Continuando, em alturas de maior tensão, tem de aparecer a comunicação do Clube. Seja através do Presidente (figura capaz de apaziguar a maioria dos sócios), seja por Lourenço Coelho ou até por Pedro Pinto, que gostaria de ter a certeza que é realmente funcionário do Clube. São nestas alturas que se reunem as tropas, que se (re)aproximam adeptos e se dá um voto de confiança no projeto. Porque não há clube nenhum no mundo que triunfe baseado na constante política da terra queimada. Não seremos exceção, aliás, é olhar para os últimos anos e perceber os resultados práticos. Quando é identificada competência a um treinador, enquadrado no nosso projeto, temos de trabalhá-lo e entender que será impossível o ideal sonhador de ganhar 100% dos jogos. Não quero ser mal interpretado, porque o ideal sonhador é indissociável ao ser Benfica. Mas a concretização desse ideal trata-se de um processo que deve ser sustentado, que terá altos e baixos, mas que o consigamos trabalhar para que seja cada vez mais constante. Nenhum de nós esperava que este engenheiro que treinava o PSV nos pusesse a todos a sonhar com a 1ª final da Champions no século XXI. A verdade é que em Abril deste ano era essa a nossa realidade e já não se tratava de um sonho febril.
Por isso, que quem lidera o Benfica seja capaz de acreditar e mostrar crença no que desenhou para os próximos anos, fazendo-nos a nós acreditar.
Chegando à massa associativa, todos sabemos o poder de um Benfica que caminha lado a lado com o seu povo. Não há outra forma de dizer, somos imparáveis quando isso acontece. Todos sabemos o que sentimos naqueles jogos fora numa 2ª volta do Campeonato. Para mim, lembra-me Vila do Conde, mas seguramente cada um com a sua memória. Assim sendo, precisamos também nós de acreditar no projeto, de lhe dar o benefício da dúvida quando já vimos resultados e de entender que nunca seremos felizes se a solução for sempre a de mudar de treinador. Ao plantel e à estrutura faço o meu pedido final e principal: aproximem-se de nós. Quando dão a cara, se fazem próximos e são mais disponíveis terão em troca mais compreensão, maior ligação e vontade de caminhar em conjunto. Numa equipa grande e num Clube enorme, a equipa tem de puxar pelos adeptos. Tem de se mostrar digna de vestir o Manto Sagrado. Na Luz, fiquem mais tempo. Fora, que vos seja explicado os sacrifícios que fazemos para estar ali, em horários raramente com nexo, com temperaturas duras e viagens intermináveis só para vos ver. Vocês são o ópio deste povo, não se afastem dele. Cheguem-se à bancada, cantem connosco, saltem e desfrutem poder ser jogadores do Glorioso. Vão ver que aí, ninguém nos para. No fundo, o projeto são vocês. O projeto é o Sport Lisboa e Benfica."

Betano S02E14 - Momento dos 3 grandes, Ballon D'Or e análise aos grandes jogos europeus

Fora de Jogo: 90+3 #12 - "Guedes contabiliza mais minutos no Praia no Parque do que dentro de campo"

Zero: Ataque Rápido S04E12 - Benfica: é uma fase ou uma crise

Zero: Mister S02E37 - Afinal, ainda há campeonato

Ganhar é o melhor remédio


"Será que Schmidt está disposto a apresentar ao Sporting uma solução... à Sporting?

Para o Benfica, o jogo de Arouca era perigoso. Porque poderia ficar desde já afastado da Final Four da Taça da Liga, o que aconteceria pela segunda vez consecutiva, mas, mais importante, porque dificilmente a equipa resistiria psicologicamente a mais um desaire.
Nunca é fácil jogar ou treinar numa equipa grande e mais difícil se torna em tempo de crise. A pressão parece insuportável, a exigência chega a ser cruel. E a verdade é que por muito eficaz que possa ser a ação psicológica sobre um grupo a viver tempos de desilusão e falta de confiança, nenhum remédio é melhor do que ganhar jogos.
É verdade que a vitória do Benfica, em Arouca, não correspondeu a uma fantástica exibição, mas surgiram sinais de mudança, a começar no conceito de jogo pensado por Roger Schmidt para a equipa, lançando o surpreendente trunfo dos três centrais, assente numa ideia inatacável: se a solução é meter os melhores em campo, então havia de começar pela entrada de Morato, sem, no entanto, prescindir de António Silva e Otamendi. A partir daí, dessa base de confiança numa maior solidez defensiva, Schmidt construiu o resto do edifício, ainda com muitas incertezas evidentes, ainda com óbvias dúvidas, mas com a ideia essencial de que o resultado era a prioridade e a exibição seria, apenas, um acessório.
Não será ainda pela vitória que a águia pode declarar que está definitivamente curada. Melhorou, sim, mas continua convalescente. Levantou voo, mas ainda voou baixinho e pelo que se viu está ainda longe de descansar os benfiquistas que, também eles, ficarão na dúvida sobre qual vai ser a opção para o futuro. Será que Schmidt encontrou méritos suficientes na alteração do sistema e continuará a testá-lo para apresentar ao Sporting, no dérbi da Luz, uma solução... à Sporting? Será que ficou convencido de que, assim, a equipa consegue o equilíbrio que lhe tem vindo a faltar? E, sobretudo, conseguirá acreditar mais em si própria e matar, enfim, o fantasma que lhe aparece em cada jogo? 
Não deixaria de ser irónico que Roger Schmidt encontrasse uma solução à Rúben Amorim e não sentisse qualquer pudor em copiar os vizinhos da Segunda Circular. Questão em aberto: valerá a experiência de Arouca para o futuro, independentemente do adversário? É preciso ver as cenas dos próximos capítulos."

Quinze dias à Benfica


"Foi há mais de 50 anos. Numa eliminatória da Taça dos Campeões Europeus, que estava prestes a correr mal, os jogadores do Benfica entreolharam-se, cerraram os dentes e aplicaram uma goleada ao Feyenoord: 5-1, com três golos no último quarto de hora. Nascia a célebre expressão ‘15 minutos à Benfica’.
Reza a lenda que os jogadores do Benfica estavam feridos no orgulho, ‘picados’ pelas palavras sobranceiras do austríaco Ernst Happel, que treinava os então campeões da Holanda. Quiseram mostrar a sua qualidade, que tinha sido posta em causa.
Outubro de 2023. Já foram gastas horas a debater os problemas do Benfica neste arranque de temporada – marcado, o arranque, pelo vazio na Liga dos Campeões. Nas provas internas, apesar de tudo, Supertaça ganha, apuramento tranquilo na Taça e sete vitórias na Liga; mas o empate com o Casa Pia fez disparar os alarmes.
Diagnósticos, não faltam. Saída de jogadores importantes, má abordagem ao mercado, reforços que tardam a render, tentativa de manter a ideia de jogo com intérpretes diferentes, gestão de balneário pós ‘caso Odysseas’, gestão de expetativas…
Tudo junto resulta em exibições cinzentas, equipa desgarrada, adeptos frustrados.
A verdade é que ainda (nem) estamos em novembro. O Benfica está a três pontos do primeiro lugar – e recebe o líder Sporting dentro de duas semanas.
Até lá, no entanto, tem outros jogos cruciais: a estreia na Taça da Liga com uma ‘final’ (se perder em Arouca, está fora de prova); no sábado, visita Chaves para o campeonato; quatro dias depois, reencontra a Real Sociedad, para a Liga dos Campeões, em San Sebastian, onde bem precisa de fazer mais do que fez na Luz.
Só depois haverá dérbi. Falta saber em que estado lá chega a equipa de Roger Schmidt. Ainda mais fragilizada e mergulhada em dúvidas? Ou fortalecida por resultados e exibições, reencontrada consigo própria?
São duas semanas em ritmo de urgência.
Os diagnósticos, múltiplos, têm imensos autores. Responsáveis pela situação, também serão vários. A terapêutica, no entanto, está nas mãos de Roger Schmidt. É a ingrata solidão da profissão de treinador.
Os jogadores, todavia, devem ter algo a dizer. Serão capazes de se sentir ‘picados’, feridos no orgulho, com o que se tem dito e escrito sobre eles? Poderá a atitude compensar alguma falta de organização? Deixarão, alguns, de se esconder no jogo? Poderão – de novo, alguns - contrariar o seu ADN e fazer a tal pressão alta que era imagem de marca da equipa há um ano?
Quatro jogos em duas semanas. Quase sem tempo para trabalhar. Dificilmente será agora que Roger Schmidt vá mudar a ideia de jogo. Têm a palavra os jogadores.
Os adeptos, frustrados pela realidade face às expetativas (que até incluíam alimentar o sonho de vencer a Liga dos Campeões…) bem agradeciam ’15 dias à Benfica’."

Ainda bem para Bernardo Silva que há Guardiola


"Bernardo Silva, e é provável que não seja uma novidade nem para si próprio, dificilmente ganhará uma Bola de Ouro ou um Best. Acontece-lhe o mesmo que a todos os atores secundários, por mais importantes que sejam para a trama, por vezes até mais do que os principais protagonistas. Foi o que se passou com Xavi e Iniesta, fundamentais nas superequipas do Barcelona e de Espanha, porque havia Lionel Messi, fosse como companheiro de equipa ou simplesmente personagem disruptiva, capaz de quebrar o princípio não escrito de que o vencedor dos prémios individuais deveria ter correspondência no melhor jogador dos vencedores coletivos.
A regra nunca se aplicou a ele, a não ser quando havia outra personagem superlativa a arrecadar troféus, como Cristiano Ronaldo, ou o seu rendimento baixava para índices pouco comuns.
Tal como Xavi e Iniesta, o Messizinho, como lhe chamavam ainda no Seixal, encontra sempre outros debaixo dos holofotes e não se parece importar. Os golos elevam Erling Haaland ou Julián Álvarez, as assistências Kevin De Bruyne, a irreverência Jack Grealish ou Phil Foden e, felizmente para ele, há um treinador que se lembra regularmente do seu anti-herói, um humilde cidadão comum a habitar no mundo de estrelas dos Citizens, que se preocupa com o bem-comum e se permite, de quando em vez, a um ou outro rasgo de genialidade. Pep sabe o quão importante Bernardo é para que tudo o resto funcione, mesmo que nem sempre tenha influência direta no resultado, com golos e assistências. 
A hierarquia na Seleção assemelha-se bastante, com Cristiano Ronaldo ainda a colocar-se à frente de todas as objetivas e Bruno Fernandes em crescendo até ao recente e inabalável estatuto de maestro. Também aqui se observa que não nasceu para liderar, mas sim para ser exemplo. Um dos melhores. Quantas vezes os seus treinadores não terão dito Façam como o Bernardo, que vai correr bem?
Temo que o futebol daqui por uns anos acabe por não lhe dar a devida importância, o merecido e completo respeito pelo papel que garantiu em duas das melhores equipas do mundo. Um papel que não está espelhado no 9.º lugar de um prémio individual.
Nem sempre o jogo reconhece quem não teve problemas em descer do pedestal que o talento lhe garantiu e soube adaptar o seu perfil às necessidades da equipa, como Bernardo fez. Alguém que juntou o compromisso à classe e à inteligência. Por isso, ainda mais importante é que um técnico da relevância histórica que Guardiola terá sempre o faça.
No que diz respeito à Bola de Ouro, acredito que haja pouco a dizer. Uns aplaudirão, outros torcerão o nariz, haverá até quem seja ainda mais sonoro. Vai discutir-se nas próximas semanas. Não é um prémio objetivo, nunca será consensual e os debates não chegarão a qualquer conclusão.
A propósito, lembro-me de uma conversa com um dos meus filhos, que atirava nomes para o ar já antecipando com críticas a provável eleição. E ao que lhe respondia: não chega! Messi conquistou o título que faltava, um Campeonato do Mundo. É Messi, mimetizou Maradona, quebrou a sua última barreira e, ainda por cima, fê-lo ao ser decisivo. No palco dos palcos. Mesmo que, no passado, até possamos olhar com alguma sensação de injustiça para uma ou outra decisão, desta vez não interessa o que fez o Manchester City, nenhuma personagem sua parece suficiente quando comparado. Nem Haaland, com todos os seus golos. Ou Bernardo, melhor jogador da última Champions, por muito que todos nós gostássemos de tal reconhecimento.
E, confesso, há uma última coisa. E sublinho a palavra última. Só um jogador me fez duvidar da coroa que, para mim, Diego Maradona irá usar para sempre. Já perceberam quem, certo?"

Reagir à perda? Certo. E que tal não perder a bola?


"Defendia mal, Grimaldo, diziam tantos. No futebol como na vida há muitos casos assim: só quando deixam de lá estar se percebe verdadeiramente a falta que fazem. Sem Grimaldo, o Benfica ataca pior e também não defende melhor, desde logo porque a melhor forma de defender bem é cuidar da bola, não a perder facilmente.
Fala-se em demasia da reação à perda, porque se fala de menos da própria perda. Talvez valesse a pena pensar ao contrário, de pernas para o ar, que é uma bela maneira de pensar, como dizia o Manuel António Pina. Guardiola pensa sempre ao contrário. Ou à frente. Por isso chegou ao duelo de Manchester com Grealish em vez de Doku e Bernardo Silva numa posição dúplice, que só mesmo os mais inteligentes conseguem desempenhar assim, tão depressa a equilibrar dentro como a desequilibrar por fora.
Com isso criou sempre dúvidas, e desamparo, a Diogo Dalot, e uma série de lances de perigo que só uma exibição magnífica de Onana impediu que se fizesse em goleada.
Carlos Carvalhal disse há dias que divide cada vez mais os jogadores, mesmo os melhores, entre especialistas – os que sabem tudo da posição em que se sentem confortáveis - e universalistas – que encontram conforto em várias posições porque sabem tudo do jogo.
O mundo conheceu especialistas admiráveis, como Robben, Henry, na linha em que hoje vemos em Bukayo Saka, Rafael Leão, naturalmente em Haaland. Bernardo Silva, como Modric ou de Bruyne, é expoente do conhecimento universal, enciclopédia com respostas até para perguntas que estão por fazer. O jogo, o jogo que encanta e apaixona, necessita de ambos os tipos, mas as grandes equipas, os coletivos que existem para ganhar, necessitam cada vez mais destes últimos.
É nessa linha, dos que chamam casa ao relvado inteiro, que se inscreve o impacto avassalador de Jude Bellingham à chegada ao futebol espanhol. Médio e avançado, organizador e rompedor, assistente e goleador, entre a construção e a finalização todo o espaço pode ser dele. Aos 20 anos tem a energia irreverente de um caloiro e o conhecimento habitual num catedrático.
Num clássico onde pareciam faltar os génios de antigamente – Messi e Cristiano, Romário e o Fenómeno, Iniesta e Zidane - saltou ele da lâmpada para resolver. Ancelotti, mais sábio do jogo que mestre da tática, não produz inesquecíveis equipas de autor, mas permite por regra que o talento cresça e se desenvolva.
Diz que não gosta de amarrar os jogadores nos momentos sem bola, para que os talentos verdadeiros avancem confortáveis quando com ela. No fundo é, também aqui, não estar obcecado com a perda de bola, muito menos com o momento ainda anterior à perda. Até porque, valha a verdade, os melhores jogadores, os craques definitivos, também a perdem a bola.
Aliás, em nome do melhor jogo, do que encanta, é indispensável que a possam perder umas quantas vezes. O sossego, para o treinador ou para o adepto, resulta de trazerem de origem a qualidade sublimada de saberem em que momento e em que zona do campo o risco compensa. Que é onde será também mais fácil reagir à perda."

Reconstruir a equipa


"A semana do Benfica, marcada por dois resultados negativos, lança sobre a equipa e a sua real capacidade uma espécie de “princípio da incerteza”.
Não é o princípio da incerteza da física quântica, embora alguns dos problemas da equipa pareçam físicos e tenham precisamente que ver com velocidade e movimento; nem com o programa de polemistas com o mesmo nome, embora qualquer quebra de rendimento das águias origine, sempre, horas e horas de programas de polémica.
A incerteza que refiro tem que ver com as indefinições no onze, perante duas exibições dececionantes: a derrota com a Real Sociedad, num jogo que os bascos dominaram completamente, e o empate com o Casa Pia.
O treinador do Benfica explicou, com a sinceridade habitual, que as dificuldades se relacionavam com saídas de jogadores, as adaptações (lentas, digo eu), somando-se agora uma vaga de lesões que afasta, pelo menos, quatro titulares habituais do onze: Musa, Bah, Kokçu e Neres.
Não faz sentido pôr tudo em causa por um par de resultados mal conseguidos, quando o campeonato está em aberto e a única experiência que o treinador do Benfica tem é a de ter sido campeão na sua primeira época, tendo vencido três dos quatro jogos em que defrontou o Porto. Nem o treinador do Porto, nem o do Sporting, foram despedidos por perderem para um estreante na nossa Liga.
Mas, o mau momento coletivo exige uma resposta imediata, o fim da incerteza e a reconstrução de uma equipa eficaz, com os disponíveis, em função de um calendário apertado que inclui Chaves e o regresso da Champions, em San Sebastian, seguido do dérbi."

Entre mudanças e experiências, o Benfica (desta vez) não abanou


"Roger Schmidt apostou num sistema de três centrais para a viagem a Arouca, na fase de grupos da Taça da Liga, e a experiência não lhe correu mal. Vitória não bonita mas segura, por 2-0, e um ligeiro afastar - ou adiar - de uma mini-crise que batia à porta

Jogar numa noite de chuva em Arouca não será o cenário mais agradável para quem tem uma crise para afastar, mas Roger Schmidt, pouco mudando, mudou muito neste Benfica, que aproveitou a Taça da Liga para fazer umas quantas experiências. Com António Silva, Otamendi e Morato no onze, a dúvida inicial era se o brasileiro jogaria numa das laterais ou estaríamos perante um plano B benfiquista e o apito inicial confirmou uma linha de três, com Aursnes do lado esquerdo, algo que não lhe é totalmente desconhecido (e que posição lhe é desconhecida, mesmo?) e João Neves na ala direita.
Talvez o primeiro lance de perigo, ainda nem um minuto havia passado no relógio, com Di María a rematar em arco, com a bola a passar perto do poste do Arouca, tenha dado o mote para um Benfica liberto na 1.ª parte, com o argentino mais solto e Neves aos poucos a adaptar-se ao lugar que lhe foi confiado. João Mário, a jogar ligeiramente mais recuado no meio-campo, ia apontando miras certeiras, como aquela que aos 7’ foi ter com Gonçalo Guedes, titular no ataque, com o remate do internacional português a sair muito por cima.
Ainda assim, mesmo com mais bola e com muita facilidade em fechar os caminhos a qualquer vontade arouquense, o Benfica atrapalhava-se na finalização. Teria de ser um livre finamente marcado por Di María aos 26’, a abrir o marcador - o argentino fez barba e cabelo no lance: sofreu a falta e assumiu o livre, para o poste mais afastado de Thiago Rodrigues, num belíssimo golo.
Do Arouca pouco se viu na 1.ª parte. David Simão fez o primeiro remate da equipa da casa aos 31’, para as mãos de um atento Trubin e logo no reatar após o intervalo sentiu-se um bocadinho mais de amarelo a mexer no jogo. Se Mujica tem chegado um bocadinho antes a um cruzamento da esquerda, aos 48’, talvez estivéssemos aqui a falar de empate.
Com a chuva, o terreno tornou-se mais pesado e difícil de percorrer. De uma só vez, Schmidt tirou os pesos-plumas de campo e para ele enviou os tratores Arthur Cabral, Tiago Gouveia e Tengstedt, opção que se revelaria, em menos de nada, acertada. O 2-0 saíria da combinação de Arthur e Tengstedt, com o brasileiro a servir de pivô e a correr para o lançamento do norueguês. Arthur Cabral percorreu todo o meio-campo atacante encarnado, aguentou a pressão e bateu novamente Thiago Rodrigues. O jogo parecia sentenciado, até pela parca reação da equipa da casa.
Até final, o Arouca ainda deu um arzinho de presença, com um par de lances de perigo por parte de Trezza e Mujica já nos descontos, mas a vitória encarnada estava segura. Para passar à final four, o Benfica até pode perder com o AVS, desde que não seja por mais de dois golos.
Será cedo - e o ambiente competitivo também não terá sido o melhor -, para saber se as mudanças promovidas por Schmidt para este jogo são apenas um one-off ou algo para ir consolidando. Para já, serviu pelo menos para o Benfica sacudir ligeiramente a pressão e acabar a semana mais descansado, depois de dois resultados que fizeram tremer alguns adeptos."

Daqueles jogos em que se tem tudo a perder a quase nada a ganhar...


"Arouca 0 Benfica 2

... e o Benfica ganhou! Vitória justa, inequívoca, merecida.
Roger Schmidt voltou a fazer experiências, mas os jogos da Taça da Liga são úteis para isso mesmo.
Di María voltou à titularidade e voltou aos golos. Jamais um grande jogador pode ser considerado um problema tático.
Sinto Guedes solto, fisicamente bem, pronto para voltar ao se melhor. Será?
Não gosto de ver João Neves agarrado ao flanco direito defensivo.
Arthur Cabral apontou um excelente golo. Que continue a marcar.
As explosões de Tiago Gouveia, que não tem medo de assumir e rematar, fazem bem à equipa.
E não me importava que este jogo, com este resultado, fosse a contar para a Liga...
RUMO À FINAL FOUR!"

Zero: Tema do Dia - Lesões...

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O Benfica Somos Nós - S03E18 - Arouca...

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Benfica Podcast #504 - Plot Lost?

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