quarta-feira, 19 de março de 2025
Não foi fácil...
Riba d'Ave 1 - 5 Benfica
Jogo resolvido somente nos últimos 8 minutos, com o Roby a sair lesionado, aparentemente com alguma gravidade (nas vésperas do jogo com os Corruptos), em mais um jogo, com uma arbitragem Anti...
Comunicado
"O Sport Lisboa e Benfica informa os sócios que estão publicadas as contas do primeiro semestre do exercício de 2024/25 do Clube.
Numa lógica de crescente proximidade e informação aos seus associados, iniciamos este modelo de, semestralmente, e de uma forma pioneira em Portugal, publicarmos as contas da atividade económica e financeira do Sport Lisboa e Benfica.
Principais destaques:
- Resultado operacional da atividade isolada do Clube de 6,4 milhões de euros. Com MEP e respetiva influência da atividade da Benfica SAD, o valor ascende a 34,6 milhões de euros;
- Gastos operacionais ascendem a 31,1 milhões de euros, com uma redução de 7% face ao período homólogo;
- Receitas de quotização totalizam 11 milhões de euros, registando um aumento de 6%;
- Fundos patrimoniais cifram-se em 13,5 milhões de euros, tendo voltado a ser positivos.
Com este resultado do primeiro semestre, perspetiva-se uma execução orçamental muito positiva para todo o exercício.
Veja aqui em detalhe a informação económica e financeira relativa ao primeiro semestre do exercício de 2024/25."
"Chegar aos 500 milhões de receita em 5 anos"
"Nuno Catarino, vice-presidente do Conselho de Administração da Benfica SAD, explicou o plano estratégico do Clube e da Sociedade para os próximos exercícios, e prometeu "novidades em breve e agradáveis" quanto à negociação dos direitos televisivos.
Chegar aos 500 milhões de euros (M€) de receita consolidada nos próximos 5 anos é o objetivo estratégico do grupo Benfica, como anunciou Nuno Catarino, vice-presidente do Conselho de Administração da SAD, no dia em que o Clube divulgou a informação económica e financeira relativa ao primeiro semestre do exercício 2024/25 – entre 1 de julho de 2024 e 31 de dezembro de 2024 –, a qual corresponde às contas após a aplicação do Método da Equivalência Patrimonial (MEP).
Em entrevista conjunta, entre a BTV e o Jornal de Notícias, o responsável de toda a área financeira do SL Benfica deu conta do "objetivo ambicioso" para os próximos 5 anos, entre Clube e SAD, no que concerne à receita consolidada do grupo SLB, apontando para a meta dos 500 M€, como forma para aumentar a competitividade desportiva.
Satisfeito com as "contas bastante boas", com um resultado líquido de 34,6 M€, Nuno Catarino destacou o crescimento sólido da receita e a otimização de custos progressiva que tem sido feita entre Clube e SAD. Quanto à dívida líquida, a mesma não encerra preocupações, ainda que o desejo seja claro: reduzir de forma sustentada.
A rubrica dos fornecedores de serviços externos também sofreu uma redução de 10% no primeiro semestre do exercício, ainda que Nuno Catarino lembre: "O Benfica é o clube com mais atividade, ou seja, temos mais modalidades, temos mais equipas, mesmo no futebol, temos mais equipas, temos todas as equipas, todos os formatos possíveis, em masculino e em feminino. Temos muita atividade, e isto faz com que tenhamos mais custos, simplesmente porque temos mais atividade."
Nuno Catarino deixou igualmente a promessa de "novidades agradáveis para breve" no que diz respeito à negociação em curso dos direitos televisivos para as temporadas 2026/27 e 2027/28, assim como revelou a emissão de um empréstimo obrigacionista até ao final da época 2024/25, porém, de valor inferior ao que vencerá em julho de 2025 e foi lançado em 2022 no valor de 60 M€.
A possibilidade de recuperar ações da SAD, através da aquisição das mesmas, e a negociação do naming do Estádio da Luz são dossiês que estão em cima da mesa, mediante condições específicas.
CONTAS "BASTANTE BOAS"
"[Porquê a apresentação destes números semestrais do Clube e que quadro traça da situação económica do Benfica?] Começando pela razão da apresentação dos resultados... pelo que sabemos, nenhum clube em Portugal – pelo menos o Benfica não o fez – apresentou contas semestrais. É a 1.ª vez que estamos a fazê-lo. Sentimos que devíamos fazê-lo por uma questão de aproximação àquilo que é a vontade de muitos sócios de entender melhor a dinâmica do Clube e também trazer mais transparência àquilo que é a atividade do Clube, e não só da SAD e do futebol. Este é o motivo principal para apresentar as contas. As contas, acreditamos nós, são bastante boas neste semestre, e vão ser boas naturalmente no agregado do ano. Estamos a apresentar um resultado líquido de 34,6 M€ total, que obviamente tem bastante impacto do futebol. Naquilo que é a atividade isolada do Clube, que nós chamamos de atividade sem o universo de futebol, estamos a falar de um resultado líquido de 6,4 M€, que é um crescimento de cerca de 80% versus o ano passado, e depois podemos entrar um bocadinho em mais detalhe de como é que chegamos a este número. Mas eu acho que é um número bastante importante, porque permite aqui uma sustentação por via de algum crescimento do lado da receita, mas sobretudo alguma contenção na base de custos do Clube. E, por outro lado, se pensarmos que os sócios aprovaram, em Assembleia Geral, em junho do ano passado, um orçamento que previa um resultado líquido de 4,5 M€ para o agregado do ano, começar já com 6,4 M€ no primeiro semestre ajuda bastante. Os segundos semestres, nos clubes e no futebol, são sempre mais difíceis do que o primeiro semestre, em termos de resultado, mas temos já aqui muita confiança que neste ano iremos suplantar aquilo que foi a meta deliberada para o orçamento do ano. [Liga dos Campeões e Mundial de Clubes não estão contabilizados] Sim, isso é mais a nível da SAD. Obviamente, depois está mais no número dos 35 M€ do que no número dos 6,4 M€. Os 6,4 M€ não têm um efeito direto do futebol. Tem algum efeito, será sempre um efeito indireto, mas, sim, também há essa questão, de facto."
SÓLIDO COMPORTAMENTO DA RECEITA E OTIMIZAÇÃO DE CUSTOS
"[A que se deve essencialmente esta melhoria?] Como tudo, é um resultado, tem duas componentes: receita e custos. Do lado da receita, temos várias linhas que estão a evoluir bem. A primeira, a quotização. As quotas estão a aumentar cerca de 6%, que é um número bastante bom. Ainda do lado da receita, temos a questão dos royalties da marca, que é, na prática, a utilização da marca, sobretudo pela Benfica SAD, que usa a marca Benfica e paga ao Clube pelo uso da marca. Obviamente, como há um crescimento de receitas significativo do lado da SAD, também se traduz no aumento de receitas deste lado. Aumentou 14%, 1,2 M€. Depois, o que é que está a travar ainda um bocadinho a receita, e que nós achamos que, para a segunda metade do ano, vamos ter notícias positivas? É a questão do merchandising. No primeiro semestre do ano anterior, por sermos campeões, foi bastante forte o merchandising. Este, apesar de tudo, é o segundo melhor semestre de sempre, mas o melhor foi no ano passado, por isso, na parte do merchandising, estamos um bocadinho abaixo, mas temos planos para recuperar até ao final do ano. Ou seja, do lado da receita, é um comportamento da receita sólido, um crescimento de 1%, muito por este efeito do merchandising e também do facto de não termos o futebol feminino e não termos a receita extraordinária do futebol feminino do ano passado, que passa para a SAD e que depois acaba por não acontecer porque também não nos qualificámos para a Liga dos Campeões. Também estava esse efeito no ano passado. Depois, eu acho que o que é bastante relevante é um esforço de contenção e de otimização de custos do lado do Clube. Estamos a descer 7% a nível de custos com pessoal e estamos a decrescer, de facto, 10% a nível dos FSE. Isto do lado do Clube, onde tem sido feito um esforço para a sustentação económica, que eu acho que é muito importante e, como eu já dizia internamente ainda há pouco tempo, é tão importante o resultado de 40 M€ da SAD como o de 6,4 M€ da atividade isolada do Clube, porque, obviamente, o Clube tem uma menor dimensão, não incluindo o futebol. Mas, de facto, ter o Clube, sem futebol, sustentado, e a SAD, obviamente, sustentada é uma dupla sustentação que é essencial para um clube como o Benfica."
OBJETIVO DE DAR MAIS INFORMAÇÃO AOS SÓCIOS
"[Porque decidiram apresentar agora pela primeira vez?] Tivemos uma reflexão há cerca de quatro/cinco meses, também na sequência das Assembleias Gerais, do orçamento, das contas, de como é que a gente consegue explicar melhor o que é que são as contas do Clube, também as contas do futebol – no futebol, fizemos algumas mudanças, mas são mais de pormenor, porque já apresentávamos as contas semestrais –, o que é que a gente pode fazer para dar mais informação, para que, na prática, os associados conheçam melhor o que é que é a dinâmica. E pareceu-nos que apresentar as contas semestrais da mesma maneira como se faz para uma sociedade cotada – porque não é de todo obrigatório, tanto que não se fazia antes – era interessante, e planificámos. Só o podíamos apresentar depois de apresentar os resultados da SAD, e seguimos o calendário normal."
500 MIL SÓCIOS É NÚMERO "ALCANÇÁVEL"
"[No orçamento para este ano, previa-se uma quotização de cerca de 20 M€ anuais. Acha que estes 400 mil sócios significam que o Clube já chegou ao seu limite, ou pode pensar-se que o Clube pode chegar ao meio milhão de associados?] Primeiro, vamos ficar acima dos 20 M€ quase seguramente, já no final deste ano, e é uma das linhas em que vamos ficar ligeiramente acima do orçamento, que já tinha alguma ambição. Quanto à questão dos 400 mil, estamos a falar do sócio número 400 mil, há um pouco menos sócios ativos, isto tem sempre aqui uma questão de atividade, mas o que estamos a ver, que eu acho que é muito interessante, é que temos vindo numa dinâmica muito boa, temos tido meses sucessivos a bater recordes de novos sócios. Temos tido um churn, perdoem-me o anglicismo, uma desativação de sócios, também bastante moderada ou baixa, ou seja, temos, de facto, vindo a crescer sucessivamente em novos sócios. A nossa estratégia, e, aliás, fizemos agora o lançamento do programa de adeptos e do Mais Vantagens, é cada vez mais os adeptos terem uma primeira experiência como adepto digital do Benfica, e, com isso, perceberem as vantagens de ser sócio e converterem-se, e já começamos a ver alguns resultados, por isso, não acho que os 400 mil ativos, ou mesmo os 500 mil, a prazo, seja inalcançável, não é. Agora, temos de continuar a trabalhar, temos de continuar a entregar naquilo que são as vantagens para os sócios e na dinamização do negócio."
REDUÇÃO DA DÍVIDA LÍQUIDA DE FORMA SUSTENTADA
"[Até que ponto é que a dívida líquida pode ser uma ameaça?] Não vejo a dívida como uma ameaça. Obviamente, é um histórico que está cá, há várias explicações para a dívida, nem me vou alongar muito à situação, mas, claramente, temos a dívida líquida controlada. A trajetória que já vimos no primeiro semestre – e agora estou a falar do universo SAD, porque o Clube não tem dívida financeira líquida, digamos assim. Temos vindo a reduzir no primeiro semestre, vamos reduzir novamente no segundo semestre versus o final do ano passado, e a nossa perspetiva é de reduzir de uma forma sustentada a dívida líquida da SAD, ou seja, se nos preocupa? Preocupa-nos sempre que temos dívida, devemos preocupar-nos com isso, mas está totalmente gerida e vai-se continuar a gerir."
PROCESSO DE POUPANÇA DE RECURSOS CONTINUADO
"[Há um processo de ajustamento interno?] Não, não, não... quer dizer, há sempre recalibrações, há sempre pessoas que saem, isto é um universo relativamente grande, o Benfica. Há um processo de poupança de recursos, as pessoas, quando saem, são substituídas por recursos mais jovens, que acabam por ficar sempre um pouco mais económicos, ou seja, não há um processo de… é um processo, vai ser um processo continuado, e é assim que achamos que deve ser feito no Benfica. Tanto na parte dos custos como na parte dos FSE [fornecedores de serviços externos], ir progredindo para aquilo que achamos que é a dimensão ótima, atividade a atividade."
FSE: IMPORTANTE DESMISTIFICAR VÁRIOS MITOS
"[Estratégia relativa aos FSE] A estratégia... Primeiro, um ponto prévio, o Benfica é o clube com mais atividade, ou seja, temos mais modalidades, temos mais equipas, mesmo no futebol, temos mais equipas, temos todas as equipas, todos os formatos possíveis, em masculino e em feminino. Temos muita atividade, e isto faz com que tenhamos mais custos, simplesmente porque temos mais atividade. E prestamos, também, e acho que não há muitos Benfiquistas que tenham experiência de outros estádios, outras experiências de estádios, também pugnamos por ter uma qualidade que acreditamos ser acima da média e queremos aproximar-nos muito daquilo que vemos quando vamos à Liga dos Campeões, pelo melhor que se vê. Ou seja, temos também aqui um tema de qualidade, e isso obriga-nos a trabalhar com fornecedores que deem algumas garantias de qualidade, fornecedores esses que, sobretudo, consigamos trabalhar num horizonte de tempo um bocadinho mais alargado para que eles também se possam ajustar às nossas exigências, porque não é fácil fazer uma operação com 70 mil pessoas, de 15 em 15 dias, aqui, às vezes mais recorrente. Ou seja, é um tema que vamos fazendo uma gestão, porque queremos manter qualidade, queremos garantir qualidade. Obviamente, queremos eficiência, temos de trabalhar com os fornecedores para encontrar novas formas de poupar algum dinheiro e de garantir, pelo menos, que quando é preciso aumentar a atividade não aumentamos na mesma justa proporção, mas essencialmente há isso. Em boa verdade, se fizerem uma comparação dos custos externos do Benfica sobre a receita recorrente do Benfica, nós não comparamos nada mal com ninguém. Ou seja, há aqui vários mitos, que às vezes é até importante desmistificar, já dei essa explicação até numa Assembleia Geral da SAD, nós temos bastantes custos internos porque temos a Benfica Estádio, os serviços são prestados pelo Estádio, são contratados como FSE, ou seja, temos aqui um universo interno, apesar de a palavra ser fornecimento de serviços externos, temos muitos internos. Mas quando se isolam estes custos, na realidade que existe, depois não são, e face à atividade que temos... são muito comparáveis com os outros clubes."
DIREITOS TELEVISIVOS: NOVIDADES EM BREVE E AGRADÁVEIS
"[Direitos televisivos do Benfica e posicionamento em relação à centralização dos mesmos?] Em relação aos direitos televisivos do Benfica, que era a primeira parte da pergunta, teremos novidades em breve. Temos estado a trabalhar de uma forma muito afincada nesse tema, esperamos poder anunciar brevemente, e não consigo dizer exatamente quando é que será brevemente, mas não será muito longe no tempo, porque estamos a negociar uma solução que ponha em valor aquilo que é a marca Benfica, em valor o que é o nosso conteúdo do Benfica, face à realidade que é do mercado, estamos no mercado em Portugal, e acreditamos seguramente que vamos ter notícias brevemente, e acho que vamos ter notícias agradáveis sobre os direitos televisivos, mas isto são notícias confidenciais que temos de as manter como confidenciais, e na altura prestaremos todos os esclarecimentos aos associados, ao público em geral, sobre esse negócio. Sobre o tema da centralização, a posição do Benfica tem sido a mesma de sempre, nós sabemos qual é o valor do nosso produto, temos feito muito investimento na valorização do nosso produto, fazemos investimentos de estádio, porque muito da experiência de televisão é aquilo que se vê, a envolvência, e, de facto, temos feito muitos investimentos para melhorar a qualidade da experiência, e isso transmite-se também na experiência de televisão. Sentimos que a Liga e os outros clubes também querem fazer o mesmo tipo de investimentos, e eu acho que estão um pouco atrasados nesse sentido, porque para termos um produto melhor, tem de haver aqui algum investimento. Ou seja, a nossa posição é a mesma de sempre, nós sabemos quanto é que o Benfica vale, estaremos a colaborar para valorizar o produto como um todo, para que o Benfica receba mais do que vai receber normalmente por si só, porque só faz sentido haver uma centralização se for para todos os clubes ganharem, entendendo que haja clubes que até ganhem mais em termos de proporção que o Benfica, mas nós estamos neste jogo para manter ou expandir aquilo que já conseguimos fazer sozinhos, porque senão estamos sozinhos."
DEFENDER OS INTERESSES DO CLUBE E VALORIZAR O FUTEBOL PORTUGUÊS
"[Modelo de centralização da Liga?] Têm sido discutidos em ambiente de Liga vários modelos, nós temos dado os nossos comentários, aquilo que é a nossa perspetiva, temos essa perspetiva à partida. Sabemos o que é que vale um produto isolado, também acreditamos que um produto bem gerido coletivamente, e se calhar aprendendo com algumas das coisas que o Benfica faz, pode valer mais, e depois temos de discutir um bocadinho como é que distribuímos este surplus que possa haver. Mas é aí que estamos, eu acho que também é um processo que não está adiantado, digamos assim. Também estamos a falar de 2028, 2028/29, estamos em 2025, há tempo, mas também vai haver uma nova liderança da Liga, por isso vão ter de chegar, vão ter de olhar outra vez para o dossiê, pegar no anterior e ver como é que se avança, mas nós fizemos sempre o nosso trabalho de casa, o Benfica fez sempre o trabalho de casa neste domínio. Estamos agora a fazer o nosso trabalho de casa, por coincidência temos dois anos ainda para negociar, estamos a fazer esse trabalho, vamos fazê-lo e vamos chegar àquilo que vai ser sempre uma negociação com a posição que é do Benfica e que defende os interesses do Benfica, numa certeza que defender os interesses do Benfica também passa por conseguir valorizar o produto como um todo do futebol português. Também percebemos que isso é uma realidade. Agora sentimos que é preciso muitos clubes fazerem, alguns clubes pelo menos, fazerem muito dos passos, mesmo que não seja à escala que o Benfica fez, porque isso é impossível, fazer muitos dos passos que nós já fizemos."
500 M€ DE RECEITA CONSOLIDADA NOS PRÓXIMOS 5 ANOS
"[Ambições económicas do Benfica nos próximos anos?] É uma excelente pergunta, porque falámos aqui bastante de vários temas, mas a nossa ambição é de, nos próximos 5 anos, chegar aos 500 M€ de receita consolidada entre Clube e SAD, que é um desafio muito ambicioso. Nós, no ano passado, só para ficar claro, ficámos acima dos 300 M€, neste ano vamos ficar um bocadinho mais acima do que ano passado, no universo consolidado. Sei mais ou menos o número, mas não posso obviamente comunicá-lo, mas de facto temos definido aqui um plano de expansão comercial e do Clube, que passa também pela questão dos direitos, mas não só, também naquilo que depende de nós, em todas as linhas de negócio. Na prática, o plano que temos definido é crescer 30%/50%, dependendo da linha de negócio, é isso que nós queremos fazer nos próximos 5 anos, que é um objetivo muito ambicioso. E porque é que temos este objetivo muito ambicioso? Porque, primeiro, não queremos um Benfica mais pequeno, não queremos de facto, queremos um Benfica maior, mais competitivo no universo europeu, só faz sentido um projeto que tenha uma ambição europeia para o Benfica. Sabemos que hoje em dia já temos, por vezes, alguma dificuldade em competir com plantéis – vimos agora com o Barcelona, é difícil competir com o rácio de 1 para 5 em custo de plantel –, temos de nos aproximar da linha da frente, temos de reforçar o investimento, e isto só é possível expandindo a receita, mas expandindo a receita é um trabalho de facto de crescimento das várias linhas de negócio, e estabelecemos internamente esta métrica: 5 anos, 500 M€, para que no futuro possamos não só ter mais receita, ter um peso da receita recorrente maior do que temos hoje, queremos também ficar menos dependente das mais-valias das vendas dos jogadores, reduzir a nossa dependência dessa linha de receita e, na prática, ter um Benfica que consegue não só ganhar muito mais vezes em Portugal, mas ir muito mais longe na Europa. E o sonho que todos temos, sabemos qual é, chegar à final da Liga dos Campeões, um dia poder voltar a ganhar a Liga dos Campeões, mas isto só se consegue, honestamente e com realismo, expandindo e diversificando as fontes de receita, e o plano está feito, é um plano a 5 anos, e vai-se procurar entregar esse plano."
NECESSIDADE, OU NÃO, DE VENDER JOGADORES
"[Quando forem atingidos os 500 M€ de receita, já será possível não vender jogadores?] É assim, primeiro ponto... Todos os clubes compram e vendem, acho que aqui o importante é, primeiro, reduzir a dependência de todos os anos haver alguma pressão que é inerente ao futebol português. Acho também importante perceber que nós temos a 20.ª economia da Europa e temos o 6.º ou 7.º, dependendo dos anos, ranking no futebol, e isto, apesar de tudo, a economia tem peso. Como desporto, o futebol nacional optou por não ser uma liga grega ou uma liga de Chipre, que são ligas com menos interesse, temos sempre ambições europeias, e isso faz com que estivéssemos expostos mais à exportação dos jogadores, e todos temos dependência disso, basta ver os outros clubes. Recentemente, todos os clubes fizeram vendas, nós por acaso agora no mercado de janeiro fizemos mais aquisições do que vendas, mas também já tínhamos feito de alguma forma o trabalho adiantado no verão, ou seja, esta dependência vai existir, o que nós queremos é ir cada vez mais reduzir a dependência. É um bocadinho como a dívida líquida, temos só um bocadinho as duas coisas de que gostamos menos e de que queremos depender menos ou queremos ter menos necessidade, por isso é que é preciso ter um plano a médio prazo. E daí a métrica dos 5 anos/500 M€ porque é aquilo que nos permite ir corrigindo a trajetória da dívida líquida e reduzir a dependência das transferências, mas também melhorando o investimento no futebol, continuando a otimizar tudo o resto à volta."
EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA ATÉ FINAL DE 2024/25
"Vamos [lançar], aliás, já começámos o processo. Temos curiosamente – eu não estava cá antes, mas daquilo que me dá a perceber – tido bastante procura de investidores institucionais no mercado americano e de fora que confiam na marca Benfica e até estariam disponíveis para nos emprestar em condições bastante interessantes. Nós tomámos a opção de continuar a valorizar o mercado obrigacionista em Portugal, porque acreditamos que conseguimos ter boas condições, acreditamos que conseguimos dar remunerações e sabemos que houve aqui muitos investidores de retalho que, em outras alturas do tempo, apostaram no Benfica, e queremos voltar a demonstrar essa confiança, apesar de termos outras alternativas para financiar a atividade. Acho que, aqui, também o que é importante ressaltar, e ainda não temos o número totalmente fechado, vamos sair com uma missão obrigacionista abaixo do que aquela que vence nesta ótica de redução da dívida líquida. [Tem margem de número?] Tem aqui uma margem, vamos esperar um bocadinho."
COMPRAR E RECUPERAR AÇÕES DA SAD
"Para o plano dos 500 M€ não entra, porque isso é uma questão separada. Nós continuamos bastante atentos a qualquer movimentação que possa acontecer no universo das ações da Benfica SAD. Eu diria que o Clube, na trajetória em que está, só pode estar interessado em comprar e não está interessado em vender a posição que tem. Isso não faz qualquer sentido, e continuamos atentos. Conseguimos perspetivar para algumas modalidades e para alguns segmentos de nicho ter parceiros internacionais, mas para o futebol não. Neste momento, não há planos e não parece fazer muito sentido."
NAMING: TEM DE SER UMA MARCA QUE FAÇA SENTIDO
"Nunca esteve esquecido. É assim, nós sabemos o valor que queremos, e não estamos dispostos a fazer por qualquer valor. Temos sempre esta noção, temos também uma perspetiva de que tipo de parceiros nos atraem mais, tem de ser uma marca que faça sentido. [Também há o Mundial 2030 à porta, no Estádio da Luz...] Também há essa questão, e provavelmente isso pode tornar-se um bocadinho mais atrativo para alguns investidores internacionais no domínio do naming. Estamos a trabalhar, é assim, nós não vamos vender nada barato. Não precisamos, queremos o melhor parceiro possível, queremos um contrato que seja justo e que valorize a marca Benfica, e é nesse ponto que estamos. Acredito que em algum momento vamos conseguir de facto fazer isso, mas não podemos fazer isso a qualquer valor.""
Os nossos sonhos
"1. É difícil não estar de acordo com Bruno Lage. 'O Benfica fez uma boa Champions', disse o treinador no fim do jogo de Barcelona. Lage até se poderia ter alongado um bocadinho mais na adjetivação, que ninguém lhe levaria a mal ou a consideraria presunçoso. Saltar da primeira fase da prova, em ano inaugural de um novo modelo da competição, para os 16 avos foi bom, e poucos acreditaram que seria possível. Teria sido melhor, sem dúvida, saltar da primeira fase diretamente para os oitavos porque sempre seriam menos dois jogos, mas o Benfica não atingiu esse patamar e viu-se obrigado a defrontar o Mónaco em duas mãos. Eliminado o Mónaco seguiu o Benfica para os oitavos. Foi bom, ou foi muito bom? Foi bem bom.
2. Nos oitavos, o Benfica caiu perante um adversário que lhe foi sempre superior, o Barcelona. Se, eventualmente, o Benfica se tivesse apurado para os quartos, teria sido excelente, mas os catalães não consentiram ao Benfica em momento algum da eliminatória esse sonho.
3. Convenhamos, então, em termos de Liga dos Campeões, a prova das provas, que, se chegar aos oitavos foi bem bom, chegar aos quartos teria sido excelente, chegar às meias-finais seria extraordinário e final seria sublime. Quer isto dizer, de um modo simples, que a Liga dos Campeões não é troféu à mão de semear do futebol português, mesmo sendo representado pelo melhor clube do futebol português.
4. No seu historial na Liga dos Campeões, o Benfica já foi 'excelente' por 19 vezes. É, justamente, este o número de vezes que o Benfica atingiu os quartos da prova. E 19 vezes é um número sólido. E a última vez não foi assim há tanto tempo. Aconteceu em 2022/2023, e coube-nos defrontar, sem sucesso, o Inter de Milão. Os sócios e os adeptos do nosso clube sonham com um Benfica europeu capaz de ser excelente, extraordinário, magnífico e sublime. Se alguma vez os benfiquistas deixarem de sonhar com um Benfica sublime na Europa, é porque o Benfica... já não é o Benfica.
5. A exibição de Otamendi em Barcelona só não foi sublime porque ao maestro faltou a orquestra.
6. Na última terça-feira, o Inter de Milão seguiu para os quartos eliminando o Feyenoord. O iraniano Taremi, ex-jogador do FC Porto, contribuiu para o apuramento beneficiando de uma grande penalidade obtida com aquela aldrabice igual a muitas outras que o vimos 'obter' quando jogava em Portugal. A imprensa italiana não foi em 'patriotismos' e desfez o batoteiro e a batotice: 'Penálti vergonhoso'. E mais nada.
7. No domingo, o Benfica vai a Vila do Conde lutar pelo 39. Boa luta, Benfica!"
Leonor Pinhão, in O Benfica
Bola de muitos sorrisos
"Costa Pereira proporcionou um momento de alegria, com uma recordação de um grande feito
Em Abril de 1963, o Estádio do Jamor foi o recinto que acolheu o jogo entre Portugal e Brasil: 'Encheu-se, como lhe cumpria, salão de grandes e históricos momentos do desporto, apesar do anúncio de que o grande encontro seria transmitido pela TV'. Não era para menos, os adeptos queriam assistir ao vivo à seleção das quinas perante os campeões do mundo.
O conjunto luso realizou uma estupenda exibição, a começar por Costa Pereira, 'que teve ensejo para efetuar defesas de todas as 'marcas' e 'estilos', desde o 'voo' do 'mergulho', da saída a pontapé ao despacho a soco. Três ou quatro intervenções, a remates de Pepe e Zito, especialmente do primeiro, quando entre ele e os avançados brasileiros não havia mais ninguém senão Deus, bastariam para glorificar e acreditar qualquer guarda-redes'. José Augusto também se destacou ao apontar o único golo do encontro, que garantiu a primeira vitória de Portugal frente ao Brasil: 'Um triunfo de alta repercussão internacional'!
Costa Pereira quis uma recordação desse magnífico feito, guardando a bola do jogo.
Algum tempo depois, o guarda-redes estava numa casa de ferragem em Nampula, quando foi interpelado por uma freira missionária de S. Pedro Claver. A irmã Valente contou-lhe que os utentes, leprosos, construíram o campo de futebol de Namaita: 'Estava pronto, mas os doentes não tinham bola para jogar'. Costa Pereira ficou sensibilizado com essa história e prontificou-se a ajudar, dizendo-lhe: 'Guardo comigo a bola histórica da primeira e única vez que ganhámos ao Brasil. Jurei a mim mesmo nunca a dar ninguém. Mas, para os seus leprosos... - e a voz embargou-se-lhe - vou-lha oferecer'.
A oferta surtiu o efeito desejado. Quando viram a irmã Valente chegar com a bola, 'cheios de impaciência por darem o primeiro chuto, não lhe prestarem a mínima atenção. Mal terminou, começaram a chutar'.
Com esse gesto, Costa Pereira, apesar de ter ficado sem uma bola que tanta alegria lhe deu, permitiu que outros, ao jogar com ela, tal como ele o tinha feito, voltassem a sorrir. Tanto mais quando se tratava de pessoas que lidavam com a dor de perto! Numa luta desigual, mesmo que por breves instantes, a alegria venceu o sofrimento.
Saiba mais sobre este brilhante guarda-redes na área 23 - Inesquecíveis, do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
Moção de confiança aprovada
"Não é vergonha para ninguém ser eliminado na Liga dos Campeões pelo FC Barcelona. Mas custa na mesma. Os catalães já conquistaram por 5 vezes a competição. Nas últimas 15 temporadas, o clube esteve em 2 finais, 4 meias-finais, 6 quartos-de-final, uns oitavos-de-final e, por 2 vezes, ficou-se pela fase de grupos - numa delas, em 2020/21, com o contributo do SL Benfica. Nesse ano, no entanto, a coisa foi diferente. Depois do espetacular 4-5 na Catedral ('tremenda' exibição do neerlandês Danny Makkelie no apito) e do festival de golos falhados do 0-1 da 1.ª mão dos oitavos-de-final da Champions, o Glorioso fica pelo caminho. Faltaram os golos e o andamento, mas fica a ideia de que, realmente, era possível.
Não é preciso ser um benfiquista doente para dar valor ao que o SLB fez nesta temporada na Europa. Poderia sempre ser melhor, já sei. É isso que todos queremos, mas estas estrelas do Barça já não estão a 40 trilhões de quilómetros - a distância, em anos-luz, da estrela mais próxima da Terra. Diz a ciência que são 4,3 anos-luz o que nos afasta dessa Proxima Centauri, mas das estrelas de Hansi Flick estamos cada vez mais perto. É isso que tem de nos motivar, a nós, adeptos, a nós, jogadores. Claro que fica aquele amargo na boca de sermos eliminados, e não é a comparação com o percurso europeu dos nossos rivais naciomais que nos deixa menos infeliz. Uma coisa é certa: sem subterfúgios, sem explicações mal dadas, sem avenças, sem guerras de poder, sem brincar com os adeptos, da minha parte a moção de confiança a este SL Benfica está mais do que aprovado. Ainda há muito para ganhar em 2025."
Ricardo Santos, in O Benfica
O verdadeiro estatuto
"Tal como a Constituição da República Portuguesa aprovada em 1975, também os anteriores Estatutos do Benfica ficaram com a marca de um determinado contexto histórico-político. Os documentos são redigidos e aprovados por homens (e/ou mulheres), e como sabemos, os homens (e/ou as mulheres) são eles (e/ou elas) e as suas circunstâncias.
A revisão prometida (e cumprida) pretendeu corrigir alguns dos excessos decorrentes desse contexto. Os novos Estatutos são, de facto, mais equilibrados, e não beliscam nada de essencial. Foram aprovados por 91% dos votantes o que espero, o desejo, contribua para que não volte a falar-se do assunto nos próximos anos.
No meu ponto de vista, perdeu-se demasiado tempo e demasiada energia com esta alteração, que não era, nem foi, tão relevante como se quis fazer supor. Não estou sozinho: no sábado passado estiveram 52 mil pessoas na Luz para ver o jogo contra o Nacional, das quais 44 mil ignoraram olimpicamente a votação que decorria ali ao lado.
Não tenhamos dúvidas de que há uma maioria silenciosa de aproximadamente 5 992 000 adeptos (entre os quais, aproximadamente, 392 000 associados) que ama tanto o Clube como qualquer grupeto mais ruidoso, mas que quer apenas ganhar jogos e conquistar títulos. Que apoia os seus jogadores (enquanto fazem parte do plantel), os seus treinadores (enquanto dirigem a equipa), e os seus presidentes (enquanto cumprem o mandato), e não acredita que os antigos Estatutos tenham feito perder fosse o que fosse, assim como os novos (era bom...) também não vão fazer ganhar o que quer que seja.
O verdadeiro estatuto, aquele que interessa realmente a todos os sócios e adeptos do Benfica, é o estatuto de campeão. Despachada a burocracia, é por esse que todos temos de batalhar ardentemente, nos gabinetes, nos relvados e nas bancadas."
Luís Fialho, in O Benfica
Nova geração
"O futuro é das novas gerações mas é também responsabilidade das gerações adultas do presente. É, pois, nossa obrigação legar-lhes um planeta viável e prepará-las para o receber e gerir. Aqui a coisa dificulta-se, porque às vezes a natureza parece estar a enlouquecer, e a humanidade, frequentemente, também. O mundo não vive hoje os seus melhores dias, mas está bem longe dos piores que já conheceu, por isso não é tempo de comiseração ou desesperança, mas, sim, de construir as bases sólidas do futuro que todos almejamos.
O futuro constrói-se hoje, e os seus protagonistas vão de manhã para a escola, de tarde estudam e brincam, vivem em família e comunidade, praticam desporto. Devem ser felizes, devem estar seguros, devem ser saudáveis e devem ter acesso a múltiplas oportunidades de exploração do mundo para que o conheçam e possam melhorar. Nem todas as crianças, infelizmente para elas e para a humanidade, têm acesso a tudo isto. Milhões, pelo contrário, vivem a miséria, a exploração, o trabalho árduo, a fome e a guerra, mas não perdem todos os sorrisos e praticam desporto, fazem corridas, jogam à bola.
Podemos não saber bem o que fazer, ou como fazer, para consertar o mundo, que parece ter vida própria na sua desregulação, mas, se há certezas, uma delas é que levar as crianças de todas as condições a praticar desporto é investir nas gerações do futuro!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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