Últimas indefectivações

domingo, 30 de dezembro de 2012

Mal menor...


Moreirense 1 - 1 Benfica

Não consegui ver o jogo - aqui pelas minhas bandas a Crise é uma coisa subjectiva, tal o tamanho das hordas invasoras, atrás do ouro dos tolos, para bem da minha carteira, mas impedindo-me quase de respirar!!! Mas isso são conversas para outras alturas... -, por isso só posso comentar o resultado.
Numa altura onde o Benfica tem o calendário carregado, apostar em praticamente todos os titulares, faz pressupor que o objectivo de hoje era a vitória, para assim assegurar imediatamente o 1.º lugar no grupo, para que na 3.ª jornada - na recepção à Académica -, não houvesse nada para disputar - além da honra claro -, já que no fim-de-semana seguinte, recebemos na Luz os Corruptos... Portanto, o objectivo não foi conseguido, e até tivemos alguma ajuda com o empate no Académica-Olhanense!!!
Mesmo assim estamos à frente, e o futuro nesta competição está nos nossos pés... mas é preciso ter muito cuidado no jogo com a Académica: ao nível do desgaste dos jogadores, e na folha disciplinar...!!! A prioridade é, e continua a ser o Campeonato...

O curioso é que vendo as imagens no resumo, fico com a ideia que o golo do Moreirense é em fora-de-jogo  - apesar da 'certeza' contrária do jornaleiro da TVI...!!! -, e mesmo jogando mal - acreditando nas crónicas... -, falhámos um penalty, logo no início da segunda parte, que podia ter mudado o jogo... Já agora os dois penalty's marcados a favor do Benfica são evidentes, digo mesmo demasiado evidentes... até para se fazer um pseudo-escândalo... Se alguém deve ser criticado é o jogador do Moreirense que pensava estar a jogar Futebol Americano!!!
Mas a grande notícia arbitral do dia foi o penalty marcado - evidente - contra os Corruptos!!! Uma verdadeira raridade !!! Temo pela carreira do árbitro!!! O fiscal-de-linha que marcou o penalty que deu o empate ao Benfica, também não terá um futuro promissor, penso eu de que...!!! E transportando as teorias de conspiração Madrilenas, posso especular que o Otamendi deve se estar a sentir muito discriminado neste momento: «Então o Alex Sandro joga a bola com as Mãos, o Rolando também, e eu não posso?!!! Isto deve ser discriminação contra os Argentinos!!!» 

Força Fluvial

"Nas bancadas das piscinas do Clube Fluvial Portuense, observando a descendência a deslizar pelas “águas” que (outrora noutro local) me ajudaram a formar como homem, gizava o tema para esta crónica. Eram várias as possibilidades.
1) Poderia ser a monumental propaganda da FPF à volta da alegada extinção do “problema Totonegócio” com o pagamento de 11 milhões de euros ao Fisco – ficando por elucidar como se resolverão os restantes 22 milhões em falta (sendo que quase 20 deles responsabilizam a Liga e os clubes profissionais) e a influência que o pagamento agora feito pela FPF pode ter na debilitação da posição jurídica que a Liga e os seus associados sustentam atualmente nos tribunais com a Administração Fiscal. Ou seja, fica na penumbra a estratégia da atual FPF para ter nome decisivo no obituário a prazo da Liga e dos seus associados.
2) Ficamos ainda a saber que, na próxima oportunidade em que Moutinho, Patrício ou Martins sejam punidos pelo Conselho de Disciplina, o presidente da FPF dará naturalmente o seu apoio…
3) Ainda na FPF, falta decifrar as razões do escândalo que constitui hoje o “custo” dos recursos para o Conselho de Justiça: 3.000 euros para os agentes da 1.ª Liga, 2.500 euros para a 2.ª Liga!… E, perante a grosseira debilitação da garantia de impugnação, o que faz o Estado-delegante dos poderes desportivos públicos?
4) Também me chamara a atenção uma sentença da Comissão Disciplinar da Liga francesa: um jogador do Montpellier – o campeão em título – foi suspenso por um ano, depois de ter agredido o repórter do “L’Équipe”, acreditado para o jogo com o Valenciennes, na zona mista reservada à imprensa. Pelos vistos, a altercação envolveu vários outros colegas de equipa, sendo um outro punido com 2 jogos por “intimidação”. Resultado mais grave: fratura do nariz depois de um murro na face. Reação do clube: condenação pública veemente do ato, pedido de desculpas e anúncio de consequências internas para o jogador. Não consta que alguém, em França, tenha defendido, em nome da absolvição ou da suavização do castigo do agressor, que o jornalista José Barroso deveria ser tratado como um… espectador!
Mas para quê desenvolver tudo isto quando o mais importante era o que estava à minha frente? O terceiro clube mais antigo do país – onde nós, milhares, treinámos horas e mais horas, onde a “luta contra o relógio” foi para mim uma escola de vida – caíra no estrangulamento e ressurge nas mãos da coragem e do orgulho. O “Flu” vai conseguir. E isso é muito mais importante do que tudo o resto em que pensara!"

Cuidado, Platini

"Ou «Cuidado com Platini»
Por esta altura, já todos percebemos que Platini é aquilo a que os americanos chamam um "maverick": um rebelde cujas ações e pensamentos são ditados pela sua própria consciência, em vez de pela norma ou por eventuais grupos de pressão. Acresce que se trata de um ex-jogador dos maiores que o futebol conheceu, pelo que a sua paixão pela modalidade dificilmente poderá ser posta em causa. Mas provoca-me, mesmo assim, sentimentos contraditórios.
Quando o ouço dizer que sente asco de quem investe no futebol com intuitos lucrativos, reforçando logo a seguir a urgência da proibição da partilha da propriedade de passes de jogadores ou a necessidade de agravar ainda mais as penas para os infratores do chamado "fair play financeiro", já me entusiasmo menos do que quando o ouço atacar o Olho de Falcão ou a ideia de utilizar árbitros estrangeiros em jogos das ligas nacionais. Platini pode ser um "maverick", mas não pode andar à rédea solta.
Quer moralizar a modalidade? Faz bem. Quer devolver-lhe o cariz de jogo de família, gerido por voluntários em comissão de serviço cívico? OK. Mas o futebol empenhou-se durante muitas décadas em construir o edifício sobre o qual assenta a sua sobrevivência. Mudar, tudo bem. Mas devagar. Mudar à "blitzkrieg", como os alemães chamaram à sua guerra-relâmpago, pode ser o suicídio da modalidade e será pelo menos o homicídio de muitas das suas forças motrizes. Há que dar-lhes a oportunidade de se reconverterem."

Boxing Day à Portuguesa

"História do dia 26 de Dezembro na 1.ª divisão nacional

O Boxing Day é uma invenção dos ingleses do pós-guerra, desde 1946. Em Portugal, adopta-se antes disso, em 1943. É a quinta jornada do campeonato nacional, com 30 golos em cinco jogos, entre o clássico FC Porto-Benfica (2-2, com 2-0 até aos 76 minutos).
No Lumiar, o Sporting esmaga o Salgueiros por 10-0 com hat-trick de Peyroteo, enquanto o Olhanense não lhe fica muito atrás (8-0 ao Vitória de Setúbal, com hat-trick de Cabrita). Nas Salésias, 4-1 do Belenenses ao Vitória de Guimarães e na Tapadinha (por interdição do Santa Cruz) a Académica perde 2-1 com o Atlético.
O Boxing Day só volta ao nosso calendário em 1965, com outro clássico (FC Porto-Sporting 1-1), no dia em que o Benfica empata nos Arcos depois de ter estado a perder por 4-1. Vale Eusébio, autor do 4-4 aos 87 minutos. E chegamos a 1971, ano do último Boxing Day à portuguesa.
Nesta 13.ª jornada, só Belenenses-CUF (1-1) e Benfica-Vitória de Guimarães (3-0) antecipam os jogos para antes de Natal. De resto, é tudo no dia 26: U. Tomar-Académica (2-1), Barreirense-Atlético (2-1), Boavista-Leixões (1-3) e Beira-Mar-Farense (1-1).
Deixámos de propósito os grandes para o fim. No Bonfim, um bis de José Torres na primeira parte aniquila o FC Porto (2-0). Já o Sporting despacha o Tirsense em Santo Tirso com categoria (5-3, hat-trick de Yazalde). E pronto, aqui está a história… Não, afinal não. Há mais um Boxing Day, apenas um jogo. A 26 de Dezembro de 1982, na Póvoa, prolongam a 14.ª jornada, iniciada a 3 de Outubro (Alcobaça-Marítimo, 0-0) e só concluída a 2 de Janeiro (Amora-FC Porto 2-1 e Sporting-Benfica 1-0).
Pelo meio, o Varzim-Rio Ave. Os locais adiantam-se por Valdemar (25’) e dilatam a vantagem por André (53’), que se sagraria campeão europeu e mundial no FCP. Aos vila-condenses só lhes resta o golo da consolação, pelo guineense N’Habola (87’).
Agora sim, está fechado o capítulo do Boxing Day à portuguesa. Em Inglaterra, não se pára desde 1946. Uma tradição é para se manter, certo?"