Últimas indefectivações

sábado, 5 de novembro de 2022

Prata...


Regresso às medalhas da nossa enorme Telma Monteiro, no Grand Slam de Baku, com uma Prata magnifica!
Na Final, o combate acabou por se arrastar no Golden Score, e o cansaço foi decisivo, mas a Telma está de volta e com vontade de terminar este ciclo Olímpico, com mais Medalhas no bolso!!!

BI: Estoril, antevisão...

Brilhante...


"«O Benfica está-se a arrastar! O Benfica está preso por arames. Depois não digam que eu não avisei...»
Luís Camelo Vilar.
O recital de bom futebol do SL Benfica, continuou em Israel. Depois desta frase do iluminado especialista da especialidade, o Benfica segue em primeiro lugar da Liga da Farsa , isolado e com uma vantagem de 6 pontos para o segundo classificado (SC Braga), a 8 pontos do FC Porto (terceiro) e a 12 do Sporting (sabe-se lá bem em que lugar vai!!).
A fase de grupos da Champions terminou e foi a todos os títulos brilhante."

Champions: fase de grupos termina com muito Portugal nos tops


"A fase de grupos da Liga dos Campeões terminou com um rescaldo muito positivo para as equipas portuguesas, que poderia ter sido épico caso o Sporting tivesse conseguido o apuramento para os oitavos-de-final – algo que esteve ao seu alcance até ao último suspiro. A formação leonina passou ao play-off da Liga Europa e não acompanhou Benfica e FC Porto, que se apuraram como vencedores dos respectivos grupos e serão cabeças-de-série no sorteio de segunda-feira.
Estes excelentes registos só foram possíveis graças a desempenhos colectivos e individuais de relevo por parte das formações lusas, que estiveram a um nível elevado. Alguns dominaram mesmo alguns dos principais tops de desempenho, arrasando a concorrência, e outros estiveram entre os melhores.

Fora do âmbito dos emblemas lusos houve também portugueses em destaque, contribuindo para o sucesso dos seus clubes. Vamos então aos números finais, olhando algumas das principais variáveis, como enfoque nos absolutos, para descobrirmos quais foram os melhores executantes desta fase de grupos e onde clubes e jogadores portugueses brilharam.

Goleadores e seus “assistentes”

- Golos e golos. Os melhores marcadores desta fase de grupos foram Mohamed Salah e Kylian Mbappé, com vantagem para o egípcio, que jogou menos minutos que o francês. Porém, o nosso destaque vai para o portista Mehdi Taremi, que ficou no lote dos segundos mais goleadores, com cinco tentos, mais um do que os benfiquistas Rafa Silva e João Mário. Taremi fez ainda duas assistências, sendo o terceiro melhor em acções para golo (7), com o mesmo registo de… Messi.
- Por falar em assistências (e em Messi), o argentino aparece na liderança, com quatro, mas “atrás” do português Diogo Jota, do Liverpool, que conseguiu o mesmo número de passes para golo, mas em menos minutos (muito menos, apenas 179 na prova, contra 429 do argentino).

Os mais rematadores e os mais eficazes

- Nenhum jogador português ou de equipas lusas surge nos dois tops de remates, embora o benfiquista Rafa Silva (20) e o portista Taremi (18) surjam muito perto. Vinícius Júnior, o criativo e desequilibrador do Real Madrid, dominou em número absoluto de remates e de enquadrados. O extraordinário georgiano do Napoli, Khvicha Kvaratskhelia, liderou em média por 90 minutos, com 5,6, seguido de Darwin Núnez (5,4). Jota (3,9), do Celtic, foi o melhor português, sendo Rafa (3,7) o jogador de clubes lusos com melhor média.
- Taremi e Rafa Silva, ambos com nove, foram os jogadores de emblemas lusos que mais enquadrados acumularam, sendo que em médias foi mesmo Darwin (2,9) o líder, com Jota (2,6), do Celtic, em terceiro, e Taremi um pouco mais abaixo, com 1,9 por 90 minutos.

Sempre Taremi…

- O atacante portista não surge no Top 5 de passes para finalização realizados apenas pelo critério dos minutos. E poderia estar nesta lista acompanhado pelo colega de equipa, Otávio Monteiro. Ambos os “dragões” somaram 13 entregas para remate, mas jogaram mais minutos que Jack Grealish, que surge assim neste “boneco”.
- Em compensação, o iraniano aparece a liderar a tabela dos jogadores que mais ocasiões flagrantes criaram na fase de grupos. Taremi somou seis destes lances, numa lista de absolutos em que surge um nome bem conhecido do futebol português, Ángel Di María. Otávio também criou quatro, mas fica de fora por ter mais minutos – nada que minimize o feito.

Bah e Nuno Tavares em destaque

- Os bons desempenhos de Alexander Bah na Champions não se limitaram à grande exibição desta quarta-feira ante o Maccabi Haifa. O dinamarquês do Benfica terminou a fase de grupos como o jogador com mais passes aproximativos – que permitem aproximação à baliza de pelo menos 25% e no mínimo de oito metros – realizados, nada menos que 58, mais 16 que os segundos classificados, o alemão do Real Madrid, Toni Kroos, e Pierre Kalulu, do Milan. Com esta margem, é natural que, na média por 90 minutos, Bah também lidere, com 10,5.
- O benfiquista também é useiro e vezeiro nos cruzamentos de bola corrida, mas fica de fora do Top 5, onde destacamos o português do Marseille (emprestado pelo Arsenal), Nuno Tavares, que terminou com 32, menos quatro que o líder, o sérvio da Juventus, Filip Kostic. Entre jogadores com pelo menos dez realizados, Jota (13), do Celtic, foi o que conseguiu melhor eficácia, incríveis 53,8%, seguido de Bernardo Silva (10), do Manchester City, com 50%.

Tavares, Leão e Rafa mestres do drible

- Alguns dos nomes mais expectáveis no que toca ao drible estão aqui. Vinícius, Dembélé, Rafael Leão e Mbappé não surpreendem, mas na lista de jogadores nesta Champions com mais dribles tentados está o lateral-esquerdo Nuno Tavares, do Marseille. O ex-Benfica tentou o gesto tantas vezes (56) quanto o brasileiro do Real Madrid, o que não deixa de surpreender em toda a linha. E até na média por 90 minutos Tavares arrasa, registando a terceira mais alta (9,3).
- Nos eficazes, o lateral cai para quinto, mas continua a ser relevante o facto de figurar no Top 5, pois esta é uma variável em que é raro ver envolvidos jogadores da sua posição. À atenção de Arteta. O jogador com mais sucesso foi Vinícius, e o destaque vai também para a presença de Rafael Leão e Rafa Silva, que conseguiram o mesmo número de dribles completos que Tavares (15).

Sporting, Benfica e Porto no comando

- Chegamos a três variáveis defensivas que revelam a excelência das carreiras das equipas portuguesas nesta fase de grupos. Um jogador do Sporting, um do Benfica e um do Porto – Manuel Ugarte, Florentino Luís e Matheus Uribe – dominaram no número absoluto de três momentos defensivos primordiais.
- Ugarte arrasou no desarme, contabilizando 29, mais seis que o segundo posicionado, sendo que o Top 5 desta variável fecha com o benfiquista Álex Grimaldo. Nas intercepções quem dominou foi Florentino, com o benfiquista a fechar em 19, mais quarto que o segundo. E nas recuperações de posse foi Uribe, “dragão” que atingiu a marca de 51, a mesma do segundo, mas em menos minutos, em campo.
- Também na média por 90 minutos Ugarte foi o que mais desarmes efectuou (5,6), enquanto nas intercepções foi Eric Bailey (4,5) a liderar, com Florentino (3,3) em segundo. Uribe foi o terceiro em recuperações (10,7).

O factor Diogo Costa

- As três grande penalidades defendidas por Diogo Costa são um marco extraordinário, o máximo de um guardião numa fase de grupos. Foram três castigos máximos travados em quatro penáltis enfrentados, o que faz do atleta do Porto o jogador com mais destes lances pela frente e uma das figuras da prova. Estas defesas, em momentos que valem 0,78 Expected Goals (xG), ajudaram Diogo Costa a ser o terceiro guardião da fase de grupos com mais golos evitados, nada menos que 3,3 (entretanto Courtois, ocupou o quinto posto, que era de Meret, com 2,56).
- Olhando para o total absoluto de defesas, o português não aparece no Top 5, liderado por Anatolii Trubin, do Shakhtar Donetsk, e Mignolet, do Club Brugge. Diogo Costa também registou 24 paradas, mas com mais minutos que os restantes desta lista curta.

Um olhar colectivo: os golos

As equipas mais goleadoras desta fase de grupos. O Napoli está a realizar uma época extraordinária, a nível interno e europeu, e terminou estas seis jornadas iniciais com 20 golos. Os outros nomes não surpreendem, tirando o que surge em quinto lugar. O Benfica, que não é encarado como um dos favoritos à vitória final – tal como qualquer equipa lusa – marcou 15 golos e está no Top 5 das formações mais concretizadoras da prova.

Benfica e Sporting entre as melhores que aproveitam os remates

- O detentor do título, o Real Madrid, continua em grande. A Champions é a “sua” competição e, mais uma vez, é um dos principais favoritos. Nesta fase de grupos foi a equipa mais rematadora, com 114 disparos, seguindo-se formações que não surpreendem pela intensidade ofensiva, nem o Napoli, tendo em conta a quantidade de golos. Porém, quando o tema é eficácia, a questão muda de figura.
- Os napolitanos foram a equipa com melhor taxa de conversão dos seus remates em golo, nada menos que 18,9%, mas logo a seguir surge o Benfica, que concretizou 18,8% dos seus disparos. Saltando dois lugares, chegamos a outro emblema que nos interessa. O Sporting pode ter caído para a Liga Europa, mas foi a quinta equipa com melhor conversão de remates, 17,8%. O Porto atingiu os 14,5%, um pouco mais abaixo.

“Águias” entre as principais “serpentes”

Pedimos desculpa pelas analogias zoológicas, mas foi mesmo assim. A extraordinária campanha do Benfica na fase de grupos teve expressão também nos dribles, quando olhamos para os números colectivos. O Paris Saint-Germain, com jogadores como Messi, Mbappé ou Neymar, liderou no número de dribles tentados, nada menos que 63, bem à frente da concorrência. Em segundo surge o Real Madrid (56) de Vinícius, e em terceiro dois emblemas, o Bayern e o emblema da Luz, com 55, à frente, inclusive, do Barcelona.
- Os “encarnados” voltam a figurar no Top 5 de eficácia de drible. O Bayern liderou com 48,7% dos seus dribles completos e a formação portuguesa surge aqui em quarto, com 44,4%, um pouco acima do surpreendente Celtic, com 43,6% – quem tem Jota (6,5 dribles tentados, 55% de eficácia) arrisca-se a surgir nestes tops.

A primeira metade da época da Champions chegou ao fim. Vem aí a parte do “mata-mata”, a fase a doer da competição, cujos emparelhamentos dos oitavos-de-final ficaremos a conhecer na próxima segunda-feira. Uma coisa é certa: os analytics que apresentámos explicam claramente o porquê do sucesso das equipas portugueses nesta Champions. Resta esperar que, a partir de Fevereiro, entrem todas em grande forma e cheguem bem longe, na Liga dos Campeões e na Liga Europa. Cá estaremos para analisar os desempenhos."

Raça, crer e ambição


"Nunca fez tanto sentido aliar as palavras raça, crer e ambição, à arte e à magia.

Percebo que começo a ficar com uma certa idade quando as minhas recordações futebolísticas conseguem ir até à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus em que o Benfica defrontou um PSV Eindhoven carregado de estrelas. Como sempre, nós éramos os outsiders, aqueles em quem ninguém acreditava contra Ronald Koeman, Vanenburg, Gerets ou o monstro das balizas, Hans van Breukelen. Eu estava a caminho do meu sexto aniversário e chorei copiosamente, colado à televisão com a camisola do Mats Magnusson vestida. Nesse dia em que o Silvino, com um aziago equipamento verde, abanava a cabeça em sinal de pouco acreditar, a cada penálti convertido pelo adversário, vi o Veloso agarrar a bola com pouca segurança, notória no repetido coçar do bigode com os dentes, que resultou num denunciado remate que nos valeu a derrota. Desde então vi o Benfica ir a mais 3 finais europeias, a erguer-se da lama com uma grande equipa e a ir golear o Sporting em Alvalade por 3-6. Vi um fantástico rolo compressor na primeira época de JJ com Aimar, Di Maria, Ramires ou David Luiz, ou uma recuperação fantástica (quando tudo parecia perdido) com Bruno Lage, João Félix e companhia.
De todos esses tempos, desde o princípio em que me apaixonei pelo futebol, que me ajudou a aprender a ler, quando ao almoço, na primeira classe, me esperavam sempre com o lençol d’A Bola para ver “as gordas”, nunca me recordo de ver um Benfica tão compacto, tão pujante e completo. Nunca fez tanto sentido aliar as palavras raça, crer e ambição, à arte e à magia. Tudo na mesma frase. Várias vezes ao longo destes anos tive o azar de ver pouca arte e quase sempre faltou raça e ambição. Desta vez não, está lá tudo e embora a época ainda só vá no princípio já existem indícios claros de que este é o caminho. Às vezes tenho receio de falar sob pena de esta mesma equipa vir a sucumbir numa segunda parte da época atípica, com um Mundial pelo meio. A verdade é que independentemente do que venha a acontecer ou mais do que os feitos que possam vir ou não a ser alcançados e dos quais não posso ainda falar, o que me orgulha e me deixa satisfeito tem a ver com a forma como chegámos até aqui, depois de anos verdadeiramente tortuosos.
Como todas as construções bem feitas, o sucesso foi assente na sua estrutura inicial. Além de muitos outros predicados e méritos que podemos atribuir ao treinador Roger Schmidt, talvez o principal, como dizia o meu amigo Lemos, tenha a ver com a coragem para tomar certo tipo de decisões. Despachar nomes consagrados, habituais titulares das suas seleções como Yaremchuk, Seferovic ou Vertonghen, neste último caso com a coragem suplementar de perceber que se queria uma defesa subida precisava de jogadores rápidos e não teve pejo em dar primazia a um miúdo de 18 anos (António Silva) que ainda não tinha sequer jogado na primeira equipa. Percebeu que além de nada acrescentar ainda bloqueariam o aparecimento de outros. Também despachou o meio campo de plástico com Weigl e Taraabt, percebendo claramente do que a equipa precisava para ser mais incisiva e combativa. Apostou nos jovens, recuperou o Florentino Luís após sucessivos empréstimos e reabilitou um João Mário encostado e sem confiança (aqui dou a mão à palmatória porque nunca achei que o conseguisse).
A juntar a todas estas decisões, as contratações acertadas de Neres ou Enzo, o olho clínico em relação a Bah ou Aursnes ou a colocação de Rafa onde este mais desequilibra. De permeio ainda recebemos um preparador físico que nos ensina todas as semanas que se calhar o que os jogadores precisam, mais do que de descanso é de método e motivação. Semana após semana ouvem-se os treinadores de bancada a pedir rotação ou descanso para os meninos, mas vão sempre os mesmos lá para dentro e a verdade é que rendem! Neste momento vemos a equipa a jogar um futebol atrativo, cheio de garra mas acima de tudo com uma confiança pouco vista por estes lados. Vamos para cima deles, não os deixamos respirar, não temos medo das outras camisolas e nota-se que acreditamos muito no que estamos a produzir. Isso vê-se em campo e é reflexo de um trabalho consistente que em pouco tempo já mudou o Benfica, sobretudo em termos de mentalidade. Que o melhor ainda esteja para vir!

P.S. Um passarinho sussurrou-me ao ouvido que o nosso presidente falou com CR7 para a segunda parte da época. Espero que não passe de um boato: além de ser um símbolo do nosso rival, acho que nesta altura não faria qualquer sentido mexer na estabilidade emocional da equipa."

As Sete Maravilhas de herr Schmidt


"'Quem gosta de futebol, gosta do Benfica', proclamava aquele alemão quase desconhecido à chegada a Portugal, ainda bronzeado pelos primeiros dias de férias de um verão cheio de promessas - e ainda por chegar.
Não iria tão longe, mas admito que pouco mudaria nessa sentença em forma de gutten tag atirada por herr Schmidt nos idos de maio.
Quem gosta de futebol, gosta deste Benfica 2022/23. Parece-me mais rigoroso. Na verdade, sinto que estes elogios são os mais fáceis que jamais tive de escrever no Campo Pelado.
Dizer bem do Benfica de Roger Schmidt seria, aliás, um bom exercício acertado para o velho La Palice, tão óbvia é a evolução das águias relativamente aos anos anteriores.
Começaria por aí: quem vê este grande Benfica em campo, a querer sempre mais um bocadinho, dificilmente recordará o lodaçal deixado na Luz pelo anterior presidente e, já agora, pelo treinador que tem mais amor próprio do que o mais colorido dos pavões.
Roger Schmidt alterou radicalmente a disposição do Benfica e dos benfiquistas, escolheu bem o plantel e teve a coragem de recuperar jogadores que pareciam perdidos no entra e sai, no vai e vem de empréstimos mais ou menos inúteis.
São muitos os méritos do germânico, desde a postura de profunda correção até à opção de libertar-se da insuportável gestualidade que acompanha os treinadores torturados pela ansiedade. O olhar insondável de Schmidt dá aos jogadores uma segurança paternal.
Esta é a hora certa para os elogios. O Benfica passou em Turim, em Paris, no Dragão, recusou em Haifa o muro das lamentações e chega a novembro com uma saúde que já não me lembrava de ver para aquelas bandas.
Sorte? A sorte é um estado de ânimo. Acredito, ainda assim, que a maior diferença está na forma de como essa sorte/estado de graça é desfrutado. Schmidt opta por sorrir com contenção porque sabe qual é o caminho que pretende seguir. Conhece-o como às palmas das suas mãos.
Vamos às Sete Maravilhas do treinador alemão que Rui Costa foi resgatar a Eindhoven.
Vlachodimos: o internacional grego está a fazer uma época perfeita, isenta de erros, depois de mais um verão a ler que a porta de saída é serventia da casa. Mérito da confiança passada pela equipa técnica desde o início.
Grimaldo: acabou a época passada em desgraça, com o adeus mais do que certo e de hora marcada. Contra todos os prognósticos, Roger Schmidt não abdicou do espanhol e Grimaldo está a viver os melhores momentos de águia ao peito – além disso, tornou-se mortífero na marcação de bolas paradas.
Florentino: não era fácil, nem lógico, apostar com tanta veemência num médio que passou por experiências apenas razoáveis no Mónaco e no Getafe. Schmidt descobriu em Tino o que JJ nunca teve capacidade para ver.
Enzo Fernández: aqui o mérito tem de ser repartido entre o treinador e os elementos da estrutura que identificaram o melhor médio argentino da sua geração. De qualquer forma, Schmidt tem sabido capitalizar a qualidade excelsa do ex-River.
Rafa Silva: o futebol é um mundo de paradoxos e o avançado abdicou da Seleção Nacional na época em que trabalha com o treinador que melhor o percebeu. Rafa tem um feitio peculiar e Roger teve a inteligência necessária para descodificá-lo.
João Mário: o médio que não vivia os jogos, que corria menos do que os outros e que passou a segunda metade da época passada no banco de suplentes é, provavelmente, o elo mais importante na cadeia de escolhas de Roger Schmidt. Viram a forma como festejou o sexto golo em Israel? Schmidt mexeu com as emoções do centrocampista que não parecia ter o coração no sítio certo.
David Neres: outro craque que não parecia encontrar prazer na exigência da competição. Leva seis golos e sete assistências numa época em que está a provar ter pedigree para voltar à seleção do Brasil.

PS: esta é uma excelente época para Benfica e FC Porto sonharem com grandes feitos na Liga dos Campeões. Schmidt e Conceição têm a coragem necessária para pontapear os milhões dos outros e de nivelarem o campo contra qualquer adversário. Há provas evidentes expostas ao longo das últimas semanas. Equipas inacessíveis? Talvez o ManCity, talvez o Bayern, talvez o Real Madrid, talvez nenhuma delas."

Rabona - Champions... Zandinga!

A Verdade do Tadeia - Mundial no Bar #17 - A equipa do século

4 de Novembro


Conteúdos exclusivos


"Hoje anunciamos datas de lançamento de dois documentários, qualquer deles imperdível. Este é o tema em destaque na News Benfica.

1
É já dia 11 que estreia a docu-série "Fábrica dos Sonhos: Benfica" na Prime Video da Amazon. Ao longo de quatro episódios, produzidos pela prestigiada NEO Studios, tenha um passe de acesso inédito aos bastidores do icónico Benfica Campus, com participação de vários dos grandes futebolistas formados no Clube.
De acordo com Domingos Soares Oliveira, CEO do Sport Lisboa e Benfica, "este documentário de grande qualidade retrata a dimensão da excelência do trabalho desenvolvido no Benfica Campus". "A 'Fábrica dos Sonhos: Benfica' projeta alguns aspetos menos conhecidos desse trabalho realizado nos bastidores. Ficamos orgulhosos de estrear o documentário numa plataforma da dimensão da Prime Video", disse.
Saiba mais no Site Oficial.

2
Esteja atento e não deixe de ver o exclusivo BPlay "Champions Cam". Nesta série de quatro episódios, com estreia agendada para 15 de novembro, conheça os bastidores do desempenho notável do Benfica na fase de grupos da Liga dos Campeões. Veja o teaser.
Entretanto, fique a par de todos os dados estatísticos deste excelente percurso, aqui.

3
A nossa equipa feminina de basquetebol voltou a ganhar na participação estreante em competições europeias, conseguindo vencer nas duas primeiras jornadas da fase de grupos da EuroCup. 63-51 foi o resultado ante o Basket Namur Capitale, da Bélgica. Leia a reportagem e veja o resumo do jogo.

4
Já são conhecidos os adversários da Ronda de Elite da UEFA Futsal Champions League: Kairat Almaty (Cazaquistão), Chrudim (República Checa) e Luxol St. Andrews (Malta).
E também o oponente na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal de futebol feminino, o Moreirense.

5
Aguarda-nos um fim de semana de emoções fortes, com muitos jogos para vermos e apoiarmos o Benfica.
A visita ao Estoril é o prato forte (domingo, 20h30), com a nossa equipa a procurar a 11.ª vitória em 12 jornadas. No futebol feminino há dérbi no Estádio Aurélio Pereira (sábado, 15h00).
Quanto às modalidades de pavilhão, temos os seguintes adversários na Luz, ambos no sábado: em andebol, o Águas Santas (15h00); em voleibol, o Caldas (19h00).
Temos ainda várias deslocações, entre as quais se destacam as visitas ao FC Porto em basquetebol (sábado, 15h00), ao Braga em futsal (sábado, 17h00) e, à mesma hora, ao Santa Luzia, em futsal feminino.
Chamamos ainda a atenção para a presença, de hoje até dia 6, de vários judocas do Benfica no Grand Slam de Baku, no Azerbaijão.
Consulte a agenda no Site Oficial."

Benfica vs Juventus – o dia de mostrar raça, crer e ambição perante uma velha senhora


"A vitória do Benfica sobre a Juventus foi essencialmente a prova de competência individual e colectiva da equipa de Roger Schimdt.
Os encarnados revelaram ter um plano bem definido, a atacar e defender, conseguindo chegar ao último terço com regularidade e só abanaram verdadeiramente com as alterações de Allegri nos últimos 20 minutos.
Então como progrediu o Benfica até à área adversária? Alicerçado em duas grandes ideias: explorar as costas dos alas – Cuadrado e Kostic e ganhar/ficar com a 2ª bola após jogo longo para o jogador alvo, pela posição normalmente Gonçalo Ramos. Por vezes, ambas as estratégias coincidiram no mesmo lance. Nota para o facto de o penalty que origina o 2º golo, o 3º e 4º golo serem consequência de ambas as abordagens.
Nesta nota introdutória, obrigatória referência à forma como a 1ª linha de construção ultrapassou o 3-5-2 (que por vezes se pareceu a um 442) em bloco médio do adversário. Com a preciosa ajuda de Enzo e e Florentino que baixavam para fazer a bola andar e criar superioridade, tornaram o posicionamento dos avançados italianos pouco profícuo, criando o Benfica condições para ganhar superioridade mais à frente.
Os comandados disseram logo ao que vinham aos 2 minutos. Circulação paciente perante o 532-352 da Juventus, até ao adversário.

Digamos que havia uma espécie de efeito cascata na Juventus quando adoptaram bloco médio: os dois avançados, durante a primeira parte não pressionavam o portador da bola, limitando-se a impedir que se jogasse nas suas costas (e nem sempre). Isto dava conforto ao Benfica, pois Florentino e pricipalmente Enzo tinham tempo para definir quando baixavam – por vezes um dos médios acompanhava mas sem pressão efectiva.
Ora, tal situação permitia ao Benfica 1. Circular tranquilamente a bola atrás 2. Atrair a Juventus e no momento certo fazer o passe que os instalava no meio-campo adversário. Aí os italianos baixavam mas havia espaço suficiente para jogar no corredor central e mudar de corredor lateral. Em 532 e um pouco desnorteados, aglomeravam-se sem grande critério. No lance abaixo, Grimaldo conduz para dentro, leva o médio do seu lado dá em Florentino que com toda a calma e tempo do mundo volta a abrir jogo na esquerda e Benfica faz 2×1 e aproveita o espaço nas costas do lateral.
Aliás, é uma das melhores características do modelo de Schmidt em dias bons: apesar de concentrar uma quantidade significativa de jogadores no corredor central/à volta da zona da bola, não descura a largura. Com efeito, entre lateral, ala e até o 10, há quase sempre alguém relativamente aberto e respectivo apoio no half space.

A facilidade em jogar de fora para dentro foi uma das armas do Benfica em organização ofensiva na 1ª. A Juventus não se mostrou minimamente para lidar com os recuos dos médios, como já referido, e quando recuava, os dois avançados ficavam muito tempo na frente, aumentando a distância para os médios. Como o médio do lado da bola não abdicava de ir pressionar ao corredor lateral, isto fez com que existisse espaço no meio já perto do último terço para os encarnados dirigirem jogo. Enzo que revelou problemas no Dragão em lidar com a pressão portista, desta vez com mais tempo e espaço, esteve ao nível habitual. Esta alternância entre fora-dentro-fora fez a linha média da Juve chegar constantemente atrasada à pressão, e quando estavam prontos para pressionar já a bola tinha saído. Aqui, a qualidade em espaços curtos de Grimaldo e Aursnes ajudaram muito. Os italianos tiveram de travar alguns ataques com o central a bloquear cruzamento já dentro de área ou no half space. Na sequência do lance abaixo, Cuadrado irá fazer penalty.

Como escrito acima, além do espaço nas costas dos alas, o Benfica mostrou estar muito melhor preparado individual e colectivamente para ganhar a 2ª bola e expor a Juventus. Mais à frente veremos esta situação em detalhe.
Mas houve um lance que acaba por mostrar na perfeição estas duas premissas. A saída curta abaixo tem também uma particularidade em relação ao jogo anterior, onde o Benfica teve dificuldades perante o Porto. Quando a bola está em Grimaldo, Enzo abre na linha e arrasta médio italiano, este movimento permite que o meio fique mais liberto e o Benfica ao ganhar a 2ª bola. Para azar forasteiro foi Rafa quem conduziu e definiu bem faltando a Aursnes confiança ou capacidade para finalizar de pé esquerdo

Vamos então à questão da 2ª bola pós jogo directo. Não será por acaso que a grande maioria dos lances acontecessem a partir do corredor central. Colectivamente nem se pode dizer que a Juventus estivesse em grande desvantagem mas o que fez a diferença foi a assertividade com que os jogadores em redor da bola encaravam os lances. No Benfica João Mário e principalmente Aursnes ocupavam o espaço interior/corredor central, anulando a teórica vantagem numérica da Juve. Não obstante, enquanto João Mário conseguiu sair de situações de 1×3 sem ser realmente pressionado e o norueguês esteve soberbo a transformar o primeiro toque em passe para apoio frontal (first pass forward, nome dado ao conceito dado pelos ingleses), na Juventus imperou a passividade não só de quem devia disputar imediatamente o lance mas na respectiva cobertura a esse colega. Ao não existir o Benfica ficou em condições de ter jogadores de frente para o jogo e com espaço para conduzir, já que, a abordagem dos centrais era muito conservadora e baixavam rapidamente (demasiado) no sentido de proteger baliza. Mais uma vez o espaço ao lado dos centrais foi explorado pelos encarnados, já que, os alas não chegavam a tempo e os médios haviam ficado para trás nas disputas de bola.

A displicência – termo mais simpático que encontro – de alguns jogadores vindos de Itália teria de ter consequências. O princípio é o seguinte: se os 3 centrais ficavam permanentemente expostos e eram os únicos, ou quase, atrás da linha da bola, tendo o Benfica os 4 jogadores da frente na jogada haveria de falhar alguém em zonas fundamentais. Foi o que aconteceu no 3º golo. Após abordagem confrangedora de Cuadrado e Bonucci ter inicialmente ficado fixado em Ramos, há um momento em que Gatti (o único central na área, já que, Danilo saltou à largura em JM) está preocupado com Aursnes e abre demasiado espaço onde Rafa entra e finaliza.
Tanto espaço por ocupar em tão pouco tempo e em inferioridade numérica não é normal neste nível. E é castigador quando se encontra uma equipa competente e enérgica como o Benfica.

Outro exemplo do acima descrito com o bónus da soberba capacidade de Aursnes não só ler o lance como de se movimentar rapidamente e a largura dada por Rafa quando Ramos estava enquadrado com a baliza adversária.

Na 2ª parte mais do mesmo. A Juventus mesmo em igualdade ou superioridade a chegar sempre tarde sem conseguir pressionar de frente o portador da bola, não impedindo assim as conduções no corredor central.
Por outro lado, o Benfica nunca descurou o posiconamento nestes ataques rápidos. Alguém a dar largura, no caso Ramos, quando quem tinha bola andava pelo meio com espaço para progredir. Os 3 centrais da Juve nunca estiveram confortáveis.

Se o leitor for treinador sabe que há dias assim. O plano de jogo corre bem e há golos que são uma síntese perfeita do idealizado. Parece ter acontecido a Schmidt no 4º golo.
O Benfica trouxe uma nuance ao intervalo: com a perseguição individual aos seus jogadores nas saídas, quem aproveitava o espaço nas costas do ala podia ser Ramos que fazia uso do recuo de Aursnes e ia de dentro para fora. Rafa também baixava e levava consigo o central.
Ramos até perdeu o duelo com Bonucci junto à linha lateral mas isso só veio evidenciar a superioridade encarnada: Grimaldo recupera bola, percorre alegremente o corredor central e assiste Rafa. Qual a semelhança, ainda mais evidente, com o 3º golo? Como se pode ver abaixo é a total ausência de preenchimento do meio da última linha italiana. Com efeito, os centrais estão ainda sobrepostos, e os 3, no corredor esquerdo. O espaço para o português finalizar é grande.

Intensidade é muito usada actualmente para falar sobre o futebol. A forma como os jogadores do Benfica estavam mais próximos e chegavam juntos à frente, a paciência na circulação, ainda que a bola andasse quase sempre, fruto da superioridade numérica atrás dada pela dupla do meio, ou o quão bem estavam preparados para disputar bolas no ar, sempre com cobertura próximas activas e a assertividade do protagonista foi, sem dúvida, uma boa definição do que realmente interessa nessa quase reverência que quem comenta o jogo tem à palavra intensidade.
Não é abordado neste post mas o Benfica sofreu nos últimos 20 minutos com as alternações de Allegri. Em desvantagem e a atacar melhor, a Juventus ficou menos refém do controlo da 2ª bola mas ninguém retira a superioridade evidente dos encarnados em boa parte do jogo."