Últimas indefectivações

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Ody de viva voz...

Cinco anos depois, olá Gil Vicente!

"Quando reflectimos sobre os anos 90, observamos o pico da criação de personagens mitológicas do futebol português, num período histórico que se estendeu quase até ao final da primeira década deste milénio e onde cresciam a cada canto das ligas profissionais equipas e figuras que ainda hoje nos percorrem o imaginário.
Pensar no próximo adversário na Luz é pensar num Adelino Ribeiro Novo com o relvado encharcado e as balizas encostadas à bancada; Sérgio Lomba a liderar a defesa, Carlitos e Nandinho num ziguezague constante que acabava invariavelmente num cruzamento para a cabeça de ora Paulo Alves, ora Carlos Carneiro, que respondiam à vez. Paulo Jorge na baliza e Casquilha a deambular na linha divisória entregavam mais uma dose de personalidade à equipa, que assumiu finalmente estatuto lendário de portugalidade quando apresentou como dupla de centrais as qualidades de Marcos António e Gregory. Hugo Vieira foi o último grande representante da mitologia gilista, num papel que Kraev e Lourency parecem estar a herdar com toda a competência. Gil Vicente pertence ao topo e finalmente, chegou.
Fiúza, a lenda viva do clube, promete e cumpre: no desligar do caso Mateus e no regresso à 1.ª Liga, o forrobodó foi à medida da sua personalidade curiosa. A churrascada envolveu Barcelos numa catarse à moda antiga, onde o porco no espeto e o champanhe alimentaram o alívio dos gilistas depois da longa travessia no deserto. Chegam à Luz depois de derrotarem o FC Porto e obrigarem o SC Braga a dividir pontos, motivos mais que suficientes para o Benfica redobrar a atenção sobre o próximo visitante.
Desde 2000, o histórico não abona a seu favor: são 18 derrotas e quatro empates em 24 jogos, registo que se torna natural dada a diferença na qualidade das equipas. Mas, e como a lógica felizmente nem sempre impera no mundo da bola, por duas vezes os gilistas saíram com os três pontos no bolso, a última das quais num bonito 0-2 em plena Luz, com direito a penalty falhado por Simão (!!) e numa altura em que Ronald Koeman ainda jogava ao totoloto com sistemas tácticos.
A outra, em 2001 e na pior época de sempre do Benfica, Sérgio Lomba, Paulo César (protagonista do Braga de Domingos) e Pinheiro (posteriormente figura de Estoril, Trofense e Feirense) fizeram sucumbir o barco encarnado e ajudar ao ruinoso 6.º lugar final.
Vítor Oliveira apenas se vê obrigado a mexer no último onze por indisponibilidade de Alex Pinto, emprestado pela turma da casa. Fernando Fonseca deverá ser o substituto e, assim, a única alteração ao onze que empatou a zeros com o Vitória setubalense, há 15 dias.
Do lado do Benfica, Bruno Lage prepara uma semana onde recebe Gil, o Leipzig três dias depois e que acabará numa visita a Moreira de Cónegos. As principais dúvidas fixam-se no centro do terreno, onde Florentino está indisponível e Gabriel ainda mal treinou, segundo palavras de Bruno Lage na conferência de imprensa. Apesar do mau momento de forma, Samaris deverá ser o escolhido para acompanhar Adel Taarabt no comando das operações.
Definir-se-á como grande surpresa se Bruno Lage decidir mudar mais alguma peça do onze, apesar de mais uma vez ter assegurado que «todos contam», quando questionado sobre a situação dos quase-excedentários Fejsa, Cervi e Zivkovic."

Aos utilizadores finais


SL Benfica | O que esperar da Europa?

"A década de 60 e também a de 80 são os glorioso pergaminhos da aventura europeia do Sport Lisboa e Benfica. A cinco finais da Taça dos Campeões Europeus – duas vitoriosas – juntaram-se nos anos 80 outras duas e ainda uma final da Taça UEFA.
A década de 90 trouxe-nos a grande depressão do Sport Lisboa e Benfica. Com o novo século foi-se recuperando o clube das trevas em que se tinha afundado. A raras conquistas nacionais juntou-se o melhor desempenho europeu benfiquista do século às mãos de Ronald Koeman.
O grande salto futebolístico foi dado já com Jorge Jesus. Voltou a afirmação nacional, o clube cresceu em infraestruturas e principalmente na qualidade da sua Formação, e em 2013 e 2014 o Sport Lisboa e Benfica marcou presença em mais duas finais europeias – desta vez na Liga Europa.
Apesar de todo o crescimento a nível estrutural e nacional, o clube continua com enormes dificuldades em se afirmar verdadeiramente na Europa. Com um sorteio favorável parece que o máximo que pode almejar é chegar esporadicamente aos Quartos de Final da Liga dos Campeões – competição onde as verdadeiras Lendas deixam o seu Marco na história do Futebol.
Com a recente total afirmação no futebol nacional, com o crescimento financeiro do clube e com o exímio desenvolvimento de jovens jogadores no Centro de treinos do Seixal, o que tem faltado ao SL Benfica para se afirmar definitivamente como um clube de Liga dos Campeões?
Provavelmente Visão e definitivamente Estratégia. São as decisões que têm limitado o crescimentos europeu do clube.
A constante venda dos seus melhores jovens antes que estes tenham tempo para se afirmar verdadeiramente na equipa principal. A constante venda dos melhores jogadores do plantel quando os adeptos já olham para o plantel como tendo qualidade para atacar a Europa. E durante alguns anos até a decisão de insistir numa equipa técnica que não correspondia à grandeza do clube – limitava-a.
Nem é necessário recuar além deste Verão. Os benfiquistas ansiavam por um investimento que permitisse ao clube lutar na Europa dos Grandes. Depois da conquista do último campeonato nacional, do surgimento de enormes novos talentos e da afirmação de craques que até então ainda não tinham explodido, os adeptos viam um potencial tremendo no futebol encarnado sustentado por uma maior saúde financeira. Todos sonhavam na manutenção do plantel campeão nacional reforçado cirurgicamente nas posições mais carenciadas – sobretudo os sectores mais defensivos.
Mas o que vimos?
A saída do maior craque da equipa e a venda milionária do maior talento da Luz. Saídas nunca colmatadas. Vieram reforços que pouco acrescentaram à qualidade do plantel. Não se investiu nos sectores mais defensivos da equipa. Mais uma vez a Direcção do Sport Lisboa e Benfica impôs um Benfica não-Europeu.
Resta a Bruno Lage e aos seus jogadores contrariarem a SAD do Clube e operarem um Milagre Europeu.
O primeiro grande desafio será o apuramento na Fase de Grupos. Os adversários serão o FC Zenit, o Olympique Lyonnais e o RB Leipzig. A Sorte sorriu neste sorteio ao não ter colocado nenhum colosso europeu como cabeça de série no caminho do SL Benfica, contudo não foi tão evidente ao equilibrar o grupo nos restantes potes. À partida será uma mini-competição de seis jogos onde os encarnados poderão tanto perder pontos como vencer os duelos seja em que estádio for e contra que adversário for.
O RB Leipzig será certamente o adversário mais complicado. As equipas alemãs são de má memória para o Sport Lisboa e Benfica e o RB Leipzig tem se afirmado no campeonato alemão e se mostrado na Europa nos anos mais recentes.
A equipa de Julian Nagelsmann – treinador jovem acabado de assinar pelo clube depois de uma boa experiência no Hoffenheim – fixou-se no top 6 alemão nos últimos três anos, tendo inclusive alcançado um vice-campeonato e o 3.º lugar na época passada. Esta temporada conta já com três vitórias em três jogos. Há dois anos calhou no grupo da Champions do FC Porto tendo ficado em 3.º lugar e posteriormente eliminado o SSC Napoli e FC Zenit na Liga Europa, sendo eliminado pelo Olympique de Marseille nos Quartos de Final. Já na época transacta não se conseguiu superiorizar ao Celtic FC e FC Red Bull Salzburgo na fase de grupos da Liga Europa.
O RB Leipzig optou por investir fortemente no plantel tendo somente vendido o Bruma e investido 55M em reforços. Esta equipa tem-nos oferecido grande capacidade de ataque em velocidade e reacção à perda de bola. Com Julian Nagelsmann poderá vir a apresentar um maior controlo da posse sempre liderado no ataque por Timo Werner.
Também o Olympique Lyon se afigura como uma equipa muito interessante. Longe daquela equipa que foi heptacampeã, tem-se rejuvenescido na sombra do PSG e começa a apresentar bons jogadores, bom futebol e bons resultados.
A equipa francesa arranca esta época com um estreante enquanto treinador principal – o ex-internacional brasileiro Sylvinho. Nos últimos quatro anos têm-se afirmado no top 4 francês com um vice-campeonato e dois terceiros lugares. Depois de há dois anos terem sido eliminados nos Oitavos da Liga Europa pelo PFC CSKA Moscovo, a época passada garantiram o apuramento no grupo da Champions tendo então sido eliminados pelo FC Barcelona nos Oitavos da competição. Esta época contam com 7 pontos em quatro jogos. Arrancaram com duas goleadas mas posteriormente foram perder ao terreno do Montpellier HSC.
Neste mercado apresentaram-se como um clube vendedor com mais de 130M feitos em transferências. No sentido inverso investiram praticamente 90M no reforço do plantel. O O. Lyon que tenho visto é uma equipa que gosta de praticar bom futebol, com uma posse de bola muito técnica e jogadores bastante criativos para fazerem a diferença no último terço do terreno. Memphis Depay é certamente o jogador mais decisivo do ataque da equipa de Lyon.
O FC Zenit é já um clássico europeu no percurso moderno do SL Benfica. Está longe daquele que há sete anos se reforçava com Hulk e Witsel vivendo hoje mais focado no produto nacional.
Foi com Sergey Semak no comando técnico que a equipa de São Petersburgo voltou a sentir o sabor do título nacional. O actual campeão russo conta com recentes modestos desempenhos na Liga Europa – em 2017 foi eliminado nos 16-avos pelo RSC Anderlecht, em 2018 nos oitavos pelo RB Leipzig e em 2019 também nos oitavos mas pelo Villarreal CF.
Neste mercado de transferências vimos um Zenit muito activo no reforço do seu plantel. Foram 66M investidos principalmente nos brasileiros Malcom e Douglas Santos. Actualmente encontra-se em 3.º lugar no campeonato mas em igualdade pontual com o FK Krasnodar e o líder FK Rostov.
Parece-me a equipa mais frágil do grupo e será pelas alas que tentará causar alguns desequilíbrios nas defesas adversárias. A comandar a defesa estará um dos carrascos das finais europeias do SL Benfica – Branislav Ivanovic.
Estes são os três primeiros obstáculos que o Sport Lisboa e Benfica terá na tão almejada afirmação europeia. São duelos ao alcance da equipa de Bruno Lage que seria certamente a favorita do grupo se tivesse havido uma diferente abordagem ao mercado.
Um SL Benfica forte no ataque causará muitos problemas a qualquer uma desta equipas mas necessitará sempre de ganhar o meio-campo, de conseguir ter bola e controlar o ritmo do jogo. Sem um meio-campo à altura a defesa encarnada será demasiado permeável à velocidade e criatividade dos atacantes adversários. Um bom Gabriel poderá ser a diferença entre um SL Benfica forte neste grupo ou um SL Benfica de passagem nesta competição."

Bruno Lage | A primeira discussão da “perfeita” relação

"A cada letra, a cada palavra ou a cada ideia que escrevo é quase impossível fazê-lo sem pensar na derrota contra o FC Porto.
Falar sobre o início de época e do plantel ao comando de Bruno Lage, é uma missão um tudo ou nada ingrata. A dúvida que reina na minha cabeça é para quem aponta esta mesma missão? Para o adepto que sofreu com a derrota contra os azuis e brancos ou para o treinador que desde Janeiro tão feliz tem feito os adeptos encarnados?
Tentarei ser o mais realista e correto possível, sem que seja o sentimento criado naquele dia 24 de Agosto o factor mais predominante.
Então, vamos a isto….
Começou a bola a rolar em jogos oficiais para as águias há mais ou menos um mês.
Primeiro jogo, primeiro título em disputa. Um jogo em terras algarvias debaixo de um intenso calor. Um jogo apaixonante entre os eternos rivais de cidade de Lisboa. Muitos palpites eram dados mas acho que ninguém previa o desfecho. Uns incríveis 5-0 mostravam a força dos encarnados sobre os leões.
O estado de alegria que se seguiu dias após esse jogo para os adeptos do SL Benfica era facilmente visível. Começavam todos os adeptos a acreditar que os encarnados cavalgavam para uma meta ainda muito distante, com larga vantagem sobre os adversários. Isto, ainda sem que algum jogo para o campeonato tivesse sido disputado. Primeiro jogo do campeonato e o mesmo resultado. 5-0 contra uma frágil turma pacense.
Ao mesmo tempo, era impossível não olhar para o lado e ver o FC Porto a não conseguir a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, bem como uma derrota logo na primeira jornada do campeonato.
Seria já um SL Benfica a caminhar a passos largos para uma época de glória?
Pois bem, a verdade é que depois de uma vitória suada no Jamor contra o Belenenses SAD, os adeptos caíram com estrondo. Aliás, com muito estrondo. Na terceira jornada o SL Benfica perdia no estádio da Luz por 0-2 contra o FC Porto.
Seria apenas um erro de casting? Uma derrota acontece a todos, uma derrota em casa sem um único remate enquadrado com a baliza é que não pode acontecer, nem sequer ser aceite.
Os adeptos encarnados voltaram a ficar com os pés bem assentes no chão. Durante uns dias os sonhos foram substituídos por pesadelos. Voltaram a duvidar de tudo e de todos, do valor ou mesmo da qualidade dos jogadores.
Para a quarta jornada o SL Benfica tinha um importante desafio. Primeiro por se tratar de uma deslocação extremamente complicada, e depois pela curiosidade de ver qual o comportamento que Bruno Lage iria ter após o seu primeiro desaire.
A resposta não podia ter sido melhor. Mais importante que a vitória foi ver a união e compromisso que os jogadores demonstraram ter. Os adeptos viram uma resposta fantástica e o descanso para a pausa das selecções, foi feito sem uma nuvem cinzenta a pairar sobre o estádio da Luz.
Considero ser um balanço positivo este início de época para os encarnados. Se não fosse a derrota contra o FC Porto então aí seria o arranque perfeito.
Rafa e Pizzi tem sido os jogadores para mim de maior destaque. Vários são os golos apontados pelos internacionais portugueses. Em sentido contrário estão Seferovic e RDT.
RDT está num processo de adaptação e mesmo sem marcar um único golo foi muito importante para as vitórias contra o Sporting CP e contra o SC Braga. Para mim serve de atenuante, pois penso que é com minutos que o espanhol vai atingir o sucesso.
Seferovic é um caso diferente. Se o mesmo ainda não marcou um golo apenas se pode queixar de si mesmo. As oportunidades não tem faltado, o que têm faltado é apenas a inspiração do jogador suíço. Acredito que depois de a bola balançar no fundo das redes, o caso mude de figura.
Odysseas Vlachodimos mostra jogo após jogo que é o dono das redes encarnadas e que os adeptos podem ficar tranquilos nos momentos de aperto. O jogador grego já brindou esta época o terceiro anel com defesas incríveis.
Taarabt fez apenas um jogo de início, em Braga. Pois bem, este jogo bastou para que todos os apaixonados pelo SL Benfica o queiram voltar a ver de inicio, pois foi destacadamente, na minha opinião, o melhor em campo nesse jogo.
Rúben Dias e Ferro têm estado bem. Acho que Rúben Dias mesmo assim está melhor do que o seu companheiro de setor, pois foi o único jogador de campo a ser titular que mereceu nota positiva no jogo contra os dragões.
O próximo jogo do SL Benfica será em casa contra o Gil Vicente FC. Uma equipa que este ano já ganhou ao FC Porto e roubou pontos ao SC Braga. Acredito que a resposta vai ser idêntica à de Braga e que Bruno Lage não irá seguramente facilitar nem entrar em euforias.
Espero que os jogadores tenham aprendido a lição e que num próximo balanço o discurso possa ser diferente e para melhor!"

Trabalhar para um País melhor

"A Justiça tomou em mãos o chamado caso e-toupeira, investigou, inquiriu, ouviu acusação e defesa, teve uma decisão de primeira instância, a que sucedeu recurso, finalmente decidido de forma definitiva. Depois de terem sido dados todos os passos, que salvaguardaram direitos, liberdades e garantias, há quem vá sentar-se no banco dos réus (o que não implica que venha a ser condenado, é para determinar isso que existe um julgamento) e quem a isso tenha sido poupado, por deliberação dos mesmíssimos desembargadores. A Justiça funcionou, a Justiça decidiu.
Esta normalidade tem sido, contudo, apoucada por quem desejaria uma sentença em sentido diferente e não tem pudor em deitar mãos aos argumentos falaciosos para manter viva a guerra na praça pública. A Justiça tem tempos e modos próprios e não deve ser considerada boa ou má consoante as sentenças agradem mais ou menos a gregos ou troianos.
Os dias que correm são particularmente relevantes para os principais clubes, quer pelas dinâmicas internas em que vivem quer, sobretudo, pela importância determinante de se participar, ou não, na Liga dos Campeões. Percebe-se, assim, o desespero de quem vê o futuro a pintar-se em tons mais sombrios, e aponta em todas as direcções, à espera de acertar miraculosamente um tiro que inverta os dados da equação. Mas não deverá ser, por certo, caluniando a Justiça, ou tentando criar intrigas de alcoviteira entre uns e outros, que irão levar a água ao seu moinho. O futebol deve contribuir para um país melhor, e não, por mero oportunismo e demagogia, para tentar criar perturbação institucional."

José Manuel Delgado, in A Bola

Até parece fácil

"Portugal é campeão europeu em título, de equipa AA, de futebol, futsal e futebol de praia. Se juntarmos as vitórias dos clubes, em 2019, no futebol de formação (FC Porto - Youth League), futsal (Sporting-Champions) e futebol de praia (SC Braga-Champions), e a prestação das equipas nacionais femininas e de formação masculina nos últimos anos, presentes em meias-finais e obtenção de títulos, em que destaco as melhorias de ranking, com realce para o primeiro lugar do ranking europeu de futebol sub-19 masculinos nas 3 últimas épocas, estamos perante um quadro excepcional, nunca visto no futebol. Para que hoje seja possível ocupar o topo da pirâmide temos que enaltecer todos os que ao longo destes anos têm trabalhado com enorme qualidade, seja nos clubes, Associações Distritais ou na FPF. A qualidade dos intervenientes tem evoluído como se forma mais lenta também o mesmo acontece com os espaços de prática. Este processo teve momentos melhores, outros mais difíceis, mas a existência do ponto comum de aposta nos mais jovens tem-se revelado a medida essencial para este sucesso. Contudo, não há bela sem senão. Quanto mais elevado é o nosso nível maiores são as nossas responsabilidades, como bem se percebe pela crítica exigente, seja em relação ao modelo de jogo de qualquer das equipas, seja em relação ao modelo de organização que se tenta melhorar.
Não há uma única via, é fundamental perceber a crítica e retirar o que nos pode ajudar, seja na componente desportiva ou na gestão da competição. Este processo é dinâmico, estamos mais expostos, e como tal devemos estar mais atentos ao pormenor. Um pequeno erro não tem a mesa dimensão quando estamos no topo. Não é fácil conseguir atingir, em conjunto, um sucesso como o que vivemos actualmente, apesar de por fazer. O sucesso no desporto é temporário, jogamos época a época, não podemos viver do que foi conseguido. Mas este sucesso ajuda, ajuda mesmo muito a ter mais qualidade, porque a exigência é de nível superior."

José Couceiro, in A Bola

Vende-se!!!


Numa rua de Roma e por aí fora...

"Por causa da serenidade do Tó Batata, lembrei-me da serenidade do Batatinha. Alberto Augusto, que enganou Zamora

Se há assunto que não vale a pena discutir com um italiano são mães. Sabem tudo sobre mães – Mamma Mia! - e muito sobre Madonnas e Madonninas. Também não vale a pena discutir com eles sobre automóveis, já agora. E, vendo bem, também não convém trazer à baila nem ópera, nem pizzas nem esparguete. Futebol muito menos e a Juventus, então, é uma causa perdida. Não era à toa que Antonio de Curtis, o divino Totó, dizia: «Audax Fortuna Juventus». Enfim, o conselho geral é que não vale a pena discutir com italianos e ponto final. Quando começam a gesticular já temos o conflito decidido a favor deles.
Perdi-me aqui um bocado, mas ia começar com a história daquela pequenina rua de Roma que tinha três restaurantes. O relacionamento era pacífico entre proprietários até que um resolveu avançar para as novas técnicas de marketing e colocar, na porta, um cartaz pomposo que dizia: «Aqui serve-se a melhor comida de Roma!». O vizinho do lado, decidiu responder-lhe com elegância. Também recorreu a um cartaz: «Aqui serve-se a melhor comida da rua!». O terceiro, perante do desplante da concorrência, optou por ser directo: «Aqui come-se!».
Quando ando pela Barra lembro-me várias vezes desta história das trattorias romanas. Tirando as cervejarias do costume, o Farol e o Márito, com os seus finos a explodirem de gás e os seus pregos clássicos, não há um lugar no raio da terriola onde se possa dizer: aqui come-se. Ano após ano após ano, a degradação gastronómica da Barra leva a que toda a gente que deseje desfrutar de uma boa refeição para os caminhos da Costa Nova, da Gafanha da Nazaré ou de Aveiro.
Foi com surpresa que o meu querido amigo Tó Batata – em Águeda os nomes costumam ser bastante particulares no que respeita a alcunhas – me levou à Moratti, do Zé das Bikes, que é de Anadia, e me vi frente a frente com uma burrata de trepar pelas paredes, seguida de um repasto próprio de príncipes. Verdadeiramente, ali come-se!
O Tó é um daquele tipo de pessoas que provoca em mim uma tranquilidade agradável. Não sei se é pela sua total ausência de vaidade, se pela calma com que vive interiormente – e sei bem o que sofreu no meio de muitas tempestades –, se por aquela necessidade de que todos se sintam bem em seu redor. É todo ele tão sem pressas que nos habituámos, desde miúdos, a que chegue sempre atrasado. 
Foi assim, numa noite agradável de Verão no fim, contrariando esta tristeza de uma Barra onde dificilmente se come com decência, assistindo com melancolia à debandada geral de quem parte para só voltar para o ano, setembro e tudo, Bécaud lá no fundo da memória -
«Les caravanes le camping-gaz
Au grand soleil
La grande foire aux illusions
Les slips trop courts, les shorts trop longs
Les Hollandaises et leurs melons...»
– que por causa do Batata me lembrei do Batatinha e há muito tempo que queria escrever sobre o Batatinha mas foi-se-me escapando.
Por causa da serenidade do Batata fui buscar algures, nas gavetas da memória, a serenidade do Batatinha: «Ao receber a bola com uma serenidade pasmosa, num à vontade admirável, parte sem hesitar com o seu belo estilo intuitivamente perfeito, corre ao longo do ‘touch’, centrando, passa, dribla, ou combina com o interior, variando sempre que é preciso o seu jogo, adaptando-o às circunstâncias de uma forma que nos assombra e nos deixa perplexos. É, realmente, um verdadeiro ‘virtuose’ da bola». Escrevia-se maravilhosamente nos jornais da altura e a altura é 1917, tempo de Grande Guerra, e de Alberto Augusto chegar ao Benfica. Alberto Augusto era, como já perceberam, o Batatinha.
O Batatinha era de uma genica formidável. De tal ordem que jogava em qualquer posição, guarda-redes incluído. «Ímpeto, rapidez de execução, dribling primoroso, pontapé certeiro e forte com qualquer dos pés... O seu jogo vistoso, filigranado, prende a atenção e conquista o agrado do público pela grande soma de perfeição e segurança com que executa todas as jogadas. Quando Alberto Augusto tem a bola nos pés há sempre da parte dos seus partidários uma esperança, pois a maneira como domina o esférico é de tal forma arrebatadora que temos a impressão de que ele conseguirá realizar o que pretende sem que ninguém a tal o possa obstar». Bela prosa! Belíssima prosa!
O Batatinha ficou para a história como o primeiro marcador de um golo com a camisola da selecção nacional. Contra a Espanha. Ainda por cima ao enorme Zamora. Dia 18 de dezembro de 1921. Colocou a bola na marca e, ao baixar-se, olhou a posição e a crença do grande guarda-redes. Zamora olhava insistentemente para o canto direito e quando o árbitro Barrette apitou, Alberto torcendo o corpo a enganar o notável ás e shootando quasi com o contraforte da bota, enfiou a bola nas redes sem remissão. Zamora piscou-lhe o olho: «Enganaste-me bem, maroto!». E o Batatinha, malandro, sorriu."

A avaliação do desempenho desportivo para a próxima legislatura

"O Governo, os partidos políticos, a CDP e o Comité Olímpico de Portugal (COP) têm comportamentos errados que não promovem o debate e o consenso sobre as melhores políticas públicas desportivas

A complexidade do desporto português está a ser falhada por quem dela mais depende como são os que produzem desporto em todos os seus níveis, tanto mais quando a avaliação do seu desempenho é feita entre pares mundiais e olímpicos.
Falta ao desporto ter capacidade de convencimento dos mais altos responsáveis da nação para obter as condições de produção excepcionais necessárias a esses feitos extraordinários que são os de competir e vencer os melhores do mundo.
Cada momento de política pública é um marco entre os muitos que há que conquistar num projecto de longo prazo e sem fim.
O desporto português necessita de ser feito pelo querer inquebrantável de cadeias de valor desportivo e ético de líderes dedicados ao desporto desde o clube do bairro mais frágil ao topo da pirâmide federada.
No actual debate eleitoral é decisivo promover a política pública da próxima legislatura, coincidente com o novo ciclo desportivo e olímpico. O sincronismo do ciclo político com o desportivo é relevante porque as eleições avaliam o desempenho da política pública e os jogos olímpicos avaliam, simultaneamente, o desempenho desportivo.
No sentido de valorizar o devir desportivo é importante afirmar que a actual legislatura continuou a desinteressar-se do associativismo desportivo e que essa desatenção da política pública necessariamente marcará negativamente o futuro, se o associativismo continuar a não ter sucesso na defesa dos seus legítimos direitos públicos.
Segunda-feira, 9 de Setembro de 2019, houve o habitual debate pré-eleitoral, promovido pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP) sobre os programas desportivos dos partidos com assento parlamentar. A presença das federações desportivas foi esparsa para o que devia ser o conhecimento da nova política pública contra a actual crise do desporto.
Esteve presente Rafael Pinto, do PAN, Vasco Barata, do BE, Joana Silva, dos Verdes, João Machado, do CDS, Joel Sá, do PSD, Ivan Gonçalves, do PS, com a excepção do PCP. Sinteticamente, os (muito jovens) deputados enganaram-se porque focaram projectos de política da Educação, relacionados com a área da educação física e do desporto escolar. A anfitriã foi a CDP cujos membros estavam interessados em conhecer os novos projectos de política pública para o desporto federado. Como já tinham dito há 4 anos os deputados confessaram o consenso interpartidário ao longo da legislatura passada quanto às medidas que tinham aprovado. Fizeram discursos dispersos em várias direcções sugerindo, afinal, que ao consenso parlamentar faltaria a substância de política desportiva. A sua ignorância de desporto levou-os a afirmar que desempenhos de medalhas de 12 valores eram iguais a desempenhos de medalhas de 20 valores.
O desporto português tem lampejos de primeira categoria mas estruturalmente é de segunda velocidade. O desporto português é de uma Europa de “segunda velocidade” que a iliteracia desportiva nos partidos políticos nacionais teima em afirmar na sua candura desportiva.
O presidente da CDP e 4 presidentes de federação ou seus representantes realçaram a baixa prática desportiva da população, a necessidade de políticas para os clubes desportivos acompanharem as necessidades desportivas da população e os enormes impactos negativos na saúde dos portugueses, que haverá no futuro, devido à actual ausência de boas políticas direccionadas para o associativismo desportivo. Foram intervenções focadas, diferentes da dispersão dos representantes dos partidos.
Os presidentes das federações notam que os partidos políticos ignoram os desafios desportivos e económicos do associativismo desportivo. Teria sido relevante que os deputados falassem da Plataforma do Desporto Federado (PDF) e que não perdessem de vista o interesse das federações em melhorar e maximizar a produção de desporto. A Plataforma do Desporto Federado foi um alerta sobre a crise crónica que as fragiliza e um esforço crucial das federações desportivas na identificação de novas políticas públicas. O documento tem condições para ser melhorado, com o debate aberto a diversos parceiros interessados no estabelecimento de consensos e capazes de tolerar a divergência.
O projecto PDF demonstra que as federações sabem e podem fazer mais pelo seu futuro e pelo da juventude. O associativismo deveria focar-se no que será o século XXI e congregar as organizações públicas na resposta às necessidades de política que criará esse objectivo. As aspirações das federações são legítimas dado que são as detentoras do direito de propriedade da produção de desporto, ao contrário de outros parceiros que dependem do sucesso do federado para justificarem as suas Missões estatutárias.
O Governo, os partidos políticos, a CDP e o Comité Olímpico de Portugal (COP) têm comportamentos errados que não promovem o debate e o consenso sobre as melhores políticas públicas desportivas a partir do projecto PDF.
O debate de política pública do desporto actualmente tem uma ética duvidosa quando é atirado para a véspera das eleições em vez de preencher e engrandecer a legislatura e o ciclo desportivo. O COP, por exemplo, parece não o querer fazer, ou não valorizar as federações como parceiros fundamentais do sucesso desportivo nacional que necessitam da agilidade de organizações do topo para a melhoria da proposta de PDF.
O COP defende-se atrás do normativo e da continuidade do que diz ser estabelecido sem, contudo, aceitar a contestação crítica e auditoria independente às consequências das suas acções no presente século. Ao mesmo tempo é posto a circular, pejorativamente, que iniciativas como o projecto PDF ou a CDP têm características sindicais.
A situação é grave no respeitante às actuais características do Modelo de Desporto Português. As organizações desportivas privadas de topo que deviam apurar o sentido, a dimensão e a emergência da produção desportiva foram capturadas por interesses corporativos e rentistas a quem interessa anular a Plataforma do Desporto Federado ou outras iniciativas equivalentes.
Desde a apresentação da PDF em 2017 as organizações federadas de topo não terão promovido a discussão de melhores medidas de política de longo prazo como defendem os presidentes das federações.
Hoje é impossível saber em que se transformará o projecto PDF e que melhoria trará ao Modelo de Desporto Português e ao desporto português.
A certeza que existe é que a situação de rotura da produção desportiva e a crise desportiva crónica tem sido sustentada por aqueles a quem interessa a continuidade das coisas do costume. Tal é insustentável para a produção de mais e melhor desporto para que os clubes, associações e federações compitam com a Europa da primeira velocidade do desporto.
Por fim, as federações necessitam com urgência de um líder de um COP ou uma CDP que permita às federações desportivas criar e ter o usufruto do sucesso desportivo nacional.
As federações necessitam de um líder que assuma a responsabilidade da resolução das necessidades de política desportiva de todas as federações e lidere o diálogo com os parceiros sociais, culturais, económicos e políticos e a obtenção de um Pacto de Regime do Desporto visando de produção de resultados desportivos de primeira estirpe europeia.
As características pessoais desse líder, dos líderes das federações, exigem que seja um bom estratega capaz de identificar o futuro do desporto produzido pelas federações, associações e clubes nos seus diferentes segmentos. Terá que ser competente na identificação de colaboradores qualificados, capazes de reconhecer as necessidades sectoriais, equacionar os resultados a esperar de cada um e assumir a auditoria do desempenho desportivo, económico e social. O líder do associativismo desportivo deverá liderar processos complexos de debate e deliberação suportados por estudos técnicos preparados por equipas de especialistas. O presidente do organismo associativo de cúpula deverá saber ouvir as federações que o elegem, encorajar o consenso e ser tolerante quanto à divergência de opinião.
O líder terá a capacidade de diálogo e de comunicação da Visão do sector, as suas metas desportivas e económicas devidamente quantificadas, os instrumentos de programação e de produção para as criar, assim como, a prestação de contas pública dos projectos por que se responsabilizou.
Particularmente, o desporto português necessita de novos valores desportivos e olímpicos e que o líder do desporto seja capaz de os engrandecer.
O principal líder desportivo deverá aproveitar os momentos simbólicos como as vitórias esperadas e as extraordinárias para acertar e incrementar a reforma de longo prazo."

Acredito que o meu dia vai chegar

"Estávamos em 1996 e eu era uma menina de cinco anos que assistia na televisão, maravilhada, à conquista da medalha de ouro olímpica, nos 10 000 metros, pela Fernanda Ribeiro. Não sabia muito bem o que aquilo representava, o que eram os Jogos Olímpicos. Mas nesse dia quis ser olímpica, como muitas crianças querem ser bombeiros ou médicos. Era aquilo!
Comecei na natação, mas não consegui perseguir o sonho. Após uma lesão no ombro tive de tomar a decisão: operar ou desistir. Com 13 anos, saí. E não se falava, nem sequer se sonhava, em Jogos Olímpicos na piscina, tal era a dimensão do evento.
Comecei a fazer atletismo. No meu segundo treino conheci uma atleta que se tinha acabado de qualificar para os Jogos de Atenas 2004, a Vânia Silva, lançadora como eu. E foi então que comecei a acreditar. Desde jovem que fui conseguindo bons resultados nas provas nacionais e europeias. Em 2012, depois de um ano com muitos sobressaltos na rotina e na saúde, consegui a minha qualificação olímpica para Londres. Tinha 21 anos e a sensação de alcançar a meta de uma vida tão cedo fez valer a pena todos os jantares de turma de que prescindi, as queimas das fitas onde não estive, os cinemas, os cafés com amigos, os concertos, as férias na praia, as lesões que me fizeram cair a pique e até a universidade que ficou em stand-by. Os maus momentos são esquecidos neste êxtase. Pareceu fácil, mas a verdade é que só quem está no processo é que sabe o que está debaixo deste "iceberg".
Estar lá foi assoberbante. Entrei num estádio com 80 mil pessoas. Sentimo-nos pequeninos, quase como os gladiadores a entrar na cova dos leões. Sem saber se vamos vencer ou sair derrotados. Não saí triunfante desta vez, mas, como não morri, sabia que em quatro anos ia voltar a estar ali e seria com certeza melhor.
Em 2013 comecei a minha preparação rumo aos Jogos Olímpicos de 2016. Tive momentos altos e baixos. A parte má das lesões é que deixa sempre marcas. Mais cedo ou mais tarde, toca aquele “relógio”. E o pior é que tem a tendência de tocar nos momentos de maior ansiedade. E depois fica a dúvida: é só ansiedade ou ainda tenho aqui a lesão? Acreditem que dizer a nós mesmos que uma dor é “psicológica” é dos maiores desafios de um atleta.
Já no Rio de Janeiro, estava a procurar treinar à hora da competição, que seria de noite. A humidade do chão tramou-me. Estava a fazer musculação quando escorreguei e a barra de 60kg que tentava levantar me caiu directamente no tornozelo. Quando me levantei, não tinha dores. Estava assustada, mas acreditava que era apenas uma entorse. Todos os outros "relógios" desapareceram logo. O diagnóstico foi fatal como o destino. Fractura total do perónio direito. Caiu-me tudo. Os meus colegas nem acreditavam. Tanto azar. Porquê a mim?
Foram tempos difíceis. Regressei para Portugal sozinha, com a certeza de uma coisa. A partir dali, teria de ser sempre a subir. Houve muitas mudanças. Mudei de treinador e passei a fazer estágios todos os meses na ilha Terceira, porque é lá que vive o meu mestre. Encontro na ilha o meu refúgio. Consigo respirar melhor, acalmar da rotina do continente e treinar com qualidade. Há males que vêm por bem. Sou grata. Se todos os dias sofremos, é porque acreditamos na possibilidade de um dia muito bom. E acredito que o meu vai chegar."

'Ranking' dos cursos de desporto e o acesso ao Ensino Superior 2019

"A divulgação dos resultados do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior é, todos os anos, um momento muito esperado por milhares de jovens. Segundo os dados oficiais, e face a 2018, este ano houve mais 1674 candidatos. 44500 conseguiram um lugar na universidade ou politécnico do Estado. Representa uma colocação de 87,2%. 6734 vagas sobrantes vão a concurso na segunda fase (de 9 a 20 de Setembro), cuja divulgação dos resultados está prevista para o dia 26 de Setembro de 2019. Segundo as notícias divulgadas, a Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) estima a colocação, para o ano lectivo 2019/2020, de 77 mil alunos em todas as fases previstas.
Não nos vamos pronunciar sobre todas as médias de acesso ao ensino superior. Neste artigo, olhamos apenas para as notas médias dos últimos colocados nos cursos de Educação Física, Desporto ou “Afins” (Bem-Estar, Lazer, etc.) dos vários estabelecimentos (universidades e politécnicos) públicos. Dos dados apurados, que colocámos em forma de “ranking”, verifica-se que a média mais alta do último colocado situa-se no curso de “Gestão do Desporto”, promovido pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, com 147 pontos. A média mais baixa de entrada do último colocado é no curso de “Desporto” na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda com 95 pontos, ou seja, inferior a 100 pontos (ou 10 valores). O curso “Actividade Física e Estilos de Vida Saudáveis” da Escola Superior de Desporto de Rio Maior do Instituto Politécnico de Santarém também apresenta uma média de entrada negativa. 

Faculdade de Motricidade Humana (Universidade de Lisboa) Gestão do Desporto 147,0
Escola Superior de Educação (Instituto Politécnico do Porto) Desporto 143,5
Faculdade de Desporto (Universidade do Porto) Ciências do Desporto 142,0
Faculdade de Ciências Sociais (Universidade da Madeira) Educação Física e Desporto 134,7 
Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (Universidade de Coimbra) Ciências do Desporto 132,2
Escola de Ciências da Vida e do Ambiente (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) Ciências do Desporto 132,2
Escola Superior de Educação e Comunicação (Universidade do Algarve) Desporto 128,2
Escola de Ciências e Tecnologia (Universidade de Évora) Ciências do Desporto 127,9
Universidade da Beira Interior Ciências do Desporto 126,6
Escola Superior de Educação de Coimbra (Instituto Politécnico de Coimbra) Desporto e Lazer 126,3 
Escola Superior de Educação de Viseu (Instituto Politécnico de Viseu) Desporto e Actividade Física 124,5
Faculdade de Motricidade Humana Ciências do Desporto 124,0
Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (Universidade de Coimbra) Ciências do Desporto (regime pós-laboral) 122,1
Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (Instituto Politécnico de Leiria) Desporto e Bem-Estar 121,8
Escola Superior de Desporto e Lazer (Instituto Politécnico de Viana do Castelo) Desporto e Lazer 121,5
Escola Superior de Desporto de Rio Maior (Instituto Politécnico de Santarém) Desporto, Condição Física e Saúde 117,8
Escola Superior de Educação (Instituto Politécnico de Setúbal) Desporto 115,8
Escola Superior de Educação de Bragança (Instituto Politécnico de Bragança) Desporto 115,6
Escola Superior de Desporto de Rio Maior (Instituto Politécnico de Santarém) Treino Desportivo 114,2
Escola Superior de Educação de Castelo Branco (Instituto Politécnico de Castelo Branco) Desporto e Actividade Física 111,9
Escola Superior de Desporto de Rio Maior (Instituto Politécnico de Santarém) Gestão das Organizações Desportivas 110,6
Escola Superior de Desporto de Rio Maior (Instituto Politécnico de Santarém) Desporto de Natureza e Turismo Activo 106,4
Escola Superior de Educação (Instituto Politécnico de Beja) Desporto 101,0
Escola Superior de Desporto de Rio Maior (Instituto Politécnico de Santarém) Actividade Física e Estilos de Vida Saudáveis 99,2
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (Instituto Politécnico da Guarda) Desporto 95,0

Não são muitas, mas ainda existem vagas para alguns dos cursos. Aos que já conseguiram entrar nos cursos escolhidos, desejo-lhes um Bom Ano Lectivo 2019/2020."

A derrota das evidências

"Nas últimas 24 horas, esperei que os acusadores públicos do Benfica no chamado processo e-toupeira revelassem, nos respectivos meios de comunicação, as provas que apregoam conhecer, mas que o Tribunal da Relação não conseguiu apurar para levar a SAD do clube a julgamento. Não que tivesse dúvidas de que, ao fim de mais de um ano, elas não existiam, mas porque uma acusação de corrupção devia obrigar o acusador a ser mais seguro, documentado e sério, para lá das bocas cheias de “evidências” e “suspeitas”.
Com tantas buscas aos domicílios encarnados, admiti sempre que não seria difícil apurar provas dos alegados crimes, se as houvesse, pois tudo estaria documentado no tráfego informático apreendido e, diziam nas pantalhas, também no que tinha sido devassado por um pirata, entretanto detido.
Uma coisa é Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira serem amigos e terem gabinetes no mesmo corredor do estádio da Luz, dois factos sem valor penal. Outra é terem agido como criminoso e mandante ou em associação criminosa - a “evidência” que ninguém consegue provar.
A SAD do Benfica voltou a ser ilibada, como já acontecera em Dezembro, para revolta das redes sociais, onde pulsam os patriotas impolutos e detentores da verdade desportiva, a casta dos portugueses sérios, os que jogam na outra equipa e perdem geralmente por causa do árbitro e da falta de justiça.
Neste processo da alegada violação do segredo de Justiça por um assessor da SAD encarnada, tive sempre a mesma convicção: dos 30 crimes em equação, 28, os da falsidade informática, seriam descartados à partida por não poderem ser cometidos por uma entidade abstracta como a SAD e terem de depender de um autor material, nunca identificado em qualquer fase do processo.
Sobravam dois crimes: o de corrupção activa, o mais difícil de provar em toda a história criminal, não tendo mais uma vez sido apurado nada relevante do ponto de vista penal; e o da obtenção de vantagem, que dependia do anterior e também seria impossível de provar, por não existir qualquer nexo entre uma ou dezenas de violações da rede informática do Ministério da Justiça e os resultados de uma equipa de futebol.
O Benfica sai manchado pela suspeita e pela péssima imagem do trabalho de Paulo Gonçalves, mas os adversários da Justiça foram arrasados por este processo, uma vitória do Direito."

Aquecimento... Nené, Javi & Carlitos... e o Gil...

Regresso das emoções

"Pouco interessará a ausência na Liga NOS, nas temporadas mais recentes, do Gil Vicente. Os resultados obtidos pelos gilistas nas primeiras jornadas do campeonato – derrotou o FC Porto e empatou com o Braga – são demonstrativos da qualidade da equipa comandada pelo experiente e competente Vítor Oliveira.
Concentração total, empenho, cumprimento do plano de jogo e eficácia. Esta é a receita para ultrapassar mais um difícil adversário nesta longa caminhada que se deseja rumo ao 38.
Amanhã, às 19 horas, e como sempre, o apoio à nossa equipa será fundamental. Os jogos têm pelo menos 90 minutos e o nosso papel, nas bancadas, será estar com os nossos jogadores e apoiá-los do primeiro ao último minuto, assim como eles têm demonstrado, pelo seu profissionalismo e empenho, que estão connosco e trabalham diariamente para vencerem todos os jogos e acrescentarem títulos e troféus ao nosso extenso e glorioso palmarés.
Todos nos recordamos das dificuldades sentidas, por exemplo, no desafio com a Tondela na temporada passada. Foi talvez aquele em que a nossa equipa sentiu mais problemas, não obstante a vitória por 1-0, do único empate consentido desde que Bruno Lage assumiu a orientação da equipa ter-se verificado com o Belenenses, SAD e do calendário reconhecidamente complicado. O denominador comum com esta partida frente ao Gil Vicente remete-nos para a paragem das competições devido aos compromissos das selecções.
A normal, e até desejada, debandada dos nossos atletas nestes períodos reflecte a competência dos nossos jogadores, mas acaba por se tornar também num constrangimento, algo que é habitual para qualquer clube cujo plantel inclua muitos internacionais. A nossa equipa técnica e os nossos jogadores estão preparados para esta e outras situações e, portanto, estamos confiantes que conseguiremos somar mais três pontos neste desafio com um adversário que já demonstrou esta época ser complicado.
E para tal será importante que perdure a capacidade que a nossa equipa tem revelado para marcar muitos golos e, simultaneamente, sofrer poucos. É um facto que, desde que Bruno Lage é o treinador da nossa equipa A, a média de golos marcados no Campeonato Nacional (3,61) é claramente superior à obtida nos 2379 jogos anteriores na competição (2,41). E, em sentido inverso, os 0,78 golos sofridos por jogo com Lage são inferiores aos 0,88 anteriormente.
Estes dados, a que poderemos acrescentar, entre outros, os de um levantamento feito por um jornal diário desportivo em que demonstra que o Benfica é, presentemente, o segundo que, entre os que já disputaram pelo menos cinco jogos oficiais esta época, sofre menos golos por jogo e, num outro estudo, aquele que tem a segunda melhor média de golos marcados por jogo em toda a Europa, sendo apenas superado pelo Nápoles, comprovam o bom início de temporada, apesar do inesperado desaire na terceira jornada do campeonato.
A acentuada veia goleadora é particularmente interessante, numa altura em que alguns analistas, porventura pela escassez de assuntos, se dedicam intensa e dedicadamente a identificar quem marcou os muitos golos da nossa equipa, esquecendo-se que, independentemente dos autores, não deixam de ser muitos e que, como não poderia deixar de ser, resultam da dinâmica colectiva da equipa.
Estamos confiantes, acreditamos na nossa equipa e amanhã, #PeloBenfica, apoiaremos os nossos treinadores e jogadores pela conquista de mais três pontos!"

Benfiquismo (MCCXCI)

O King tem sempre razão....