Últimas indefectivações

sábado, 24 de setembro de 2016

Tradição?!

Corruptos 13 - 7 Benfica


As últimas pré-épocas do Hóquei do Benfica, têm sido patéticas!!! O ano passado depois da absurda derrota com o Sporting na Supertaça, ganhámos praticamente tudo... apesar de uma quebra exibicional na 2.ª parte da época!
Se calhar, os jogadores e os técnicos do Benfica, fizeram questão em exibir-se de forma amadora, novamente, neste inicio de época, com esperança que as coisas voltem a correr bem durante o resto da época!!! Qualquer outra explicação, mete-me medo...!!!
E sendo honesto, estou mesmo com muito medo...
Prefiro 'brincar' um pouco com a derrota na Supertaça (mais uma...!!!), do que falar a sério, e faltar ao respeito a quem já me deu algumas alegrias...!!!
E já agora, o facto do Benfica ter recuperado de um 7-2, para um 7-6 no início da 2.ª parte, não desculpa o que aconteceu no resto do jogo!

PS: Também perdemos a Supertaça no Ténis de Mesa, mas neste caso, o facto de estarmos na Supertaça, já é um feito considerável, já que esta secção regressou à I Divisão, à bem pouco tempo..

O exemplo da formação no futebol

"Os nossos clubes de futebol são um exemplo para Portugal, porque têm tudo o que o País precisa para conseguir crescer e desenvolver-se.

A Academia do Seixal fez 10 anos de existência e o Benfica assinalou a data com um conjunto de iniciativas para as quais fez convites e diversas entidades que incluiu - e bem - os três jornais desportivos portugueses, numa sadia manifestação de inclusão e de sentido de responsabilidade de uma instituição com a grandeza e a notoriedade do clube.
Em condições normais, ou seja, num país normal e numa sociedade normalizada, a referência poderia parecer despropositada, de tão óbvia razoabilidade, pois é evidente que os jornais desportivos são parceiros no desenvolvimento e no crescimento dos clubes.
No caso português, porém, nem sempre existe o reconhecimento da liberdade crítica dos órgãos de comunicação, em especial, em matéria tão exaltante quanto é o futebol profissional.
Enfim, não é propriamente desse tema - apesar de interessante e sempre actual - que me interessa aqui e agora falar e desenvolver.
Não é apenas a do Benfica. A Academia de Alcochete, que o Sporting criou com tão expressivos e importantes resultados foi, aliás pioneira. É ma fonte e uma escola de grandes futebolista, tal como também sucede com o Centro de Treinos e Formação Desportiva do FC Porto, em Gaia.
O SC Braga já arrancou com o conceito e com as novas instalações para a formação, sendo curioso dizer que o Vitória Sport Clube, de Guimarães, foi o primeiro a lançar as bases destes projectos de formação com o então presidente Pimenta Machado.
Haverá, certamente, outros exemplos espalhados pelo país, falo dos que conheço e que, de alguma forma, acompanho. São, todos eles, centros de formação de altíssima qualidade e que emprega técnicos da mais elevada competência. Formam atletas, projectam o futuro, criam sustentabilidade financeira dos clubes e, muito especialmente, formam e educam homens para a vida.
Na voragem dos resultados de fim de semana, na inquietação dos discursos mais inflamados e nem sempre sábios, na irracionalidade do sectarismo de uma cultura desportiva cega, surda, mas só muito raramente muda, poucas vezes os portugueses se dão conta de que os centros de formação de jogadores, ou academias, são, hoje, exemplos de sucesso nacional para qualquer outro sector da sociedade e, apesar disso, nem sempre devidamente reconhecidos e elogiados.
Admira-se muitas vezes o país de ter um futebol de topo, um futebol farto em jogadores, treinadores e até dirigentes de elite, todos eles ao mais alto nível da Europa e do Mundo. Surpreendem-se os mais distraídos com o facto do nosso futebol estar entre os melhores, apesar de muito longe de poder acompanhar financeiramente os mais ricos. A explicação é, afinal, bem mais simples do que muitos pensam: trabalho, planeamento, criatividade, organização, competência e acção.
É espantoso: tudo o que parece faltar ao país para crescer e de desenvolver tem o seu futebol. E esta é uma realidade, a um tempo, indiscutível e perturbadora. Indiscutível, porque está à vista de todos. Perturbadora, porque desmente a vulgaridade, o desinteresse e a incompetência dos portugueses em matéria de trabalho e de profissionalismo.
Que os clubes de futebol portugueses são um exemplo para Portugal, disso não tenho a mais pequena dúvida. Em especial estes que, como o Benfica, têm escola e fazem escola porque sabem que só assim podem ser cada vez melhores e maiores no futuro."
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola

Kaepernick

"Colin Kaepernick, jogador dos San Francisco 49ers que se tem ajoelhado quando escuta o hino dos EUA, protestando contra discriminações raciais, iniciou uma sublevação pacífica, ganhando seguidores em jogadores de várias modalidades.
Há dias, chateado com isto, o congressista republicano Lee Zeldin, depois da captura do suspeito do último atentado em Nova Iorque, twittou «Escusas de agradecer, Kaepernick...», sugerindo que as autoridades, a homeland, os símbolos, não podem ser questionados.
Este é o lado democraticamente mais quebradiço dos EUA, aquele que leva a que uma grande fatia dos americanos pareça lidar mal com críticas a polícias e militares. Sentir, pior, que tal é feito pela grande instituição que é o desporto tem um poder ainda mais sugestionável.
O lado positivo disto, diria, é a própria discussão: Kaepernick faz bem em desrespeitar símbolos da pátria - e, de acordo entendimentos de muitas personalidades, os seus concidadãos - ou teria outras formas de protesto?
Acontece que o desporto nos EUA - que tem forte alicerce nacionalista, ora pelo toque do hino em todos os jogos, ora por alguns rituais militarizados - é um meio de expressão admiravelmente livre e comunicativo. Lá, sempre houve atletas interventivos, mensageiros.
Cá - logo à partida por ser infracção prevista no Código Penal como Ultraje a símbolos nacionais - é difícil imaginar um atleta de elite afrontar assim Portugal. Mesmo em patamares abaixo, na mera expressão de opinião, os nossos atletas reduzem as intervenções políticas às meras circunstâncias da modalidade que representam, à falta de apoios e coisinhas que tais. Nada além disso.
Quis Kaepernick desrespeitar o seu país? Ou negá-lo? Eu acho que quis só questioná-lo, nos valores sociais e na aplicabilidade das leis nacionais. Essa agitação, exagerada ou não, faz sempre falta. Houvesse por aí mais Jarpernicks."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Tiro ao boneco é que não

"Muito se fala em comunicação como se a comunicação jogasse à bola. Disparates. Esta semana, por exemplo, o melhor comunicador do Benfica terá sido o grego Mitroglou, autor de dois lindos golos no jogo com o Sporting de Braga. Atribuem-se à pobre – e quantas vezes miserável – comunicação culpas no cartório em tempo de derrotas. Esta até é uma grande vantagem para os sectores verdadeiramente proeminentes e responsáveis da indústria do futebol que lá vão fugindo às suas responsabilidades a expensas de outras pequenas exibições nas redes sociais ou em amáveis marisqueiras populares. Esta arte de comunicar, novas tecnologias à parte, não traz nada de substancialmente revolucionário. Mas também a fome encoberta não é novidade no mundo e, ainda assim, continua a ser um problema.
Não fugindo à regra, o Benfica tem um novo director de comunicação desde o princípio da temporada oficial. A sua função – bendita seja – tem sido a de estar calado. Poucos lhe conhecem a cara, muito menos a voz e ainda menos o estilo epistolar. Tem sido um descanso, uma tranquilidade, um consolo – presumo – para grande parte dos benfiquistas nestes tempos marcados pela dramática infantilização dos discursos oficiais e pelo triunfo social da vulgaridade na “net”.
Mas futebol é futebol, felizmente. Por isso mesmo espero que a comunicação do Benfica nunca caia oficialmente na esparrela de trocar as nossas alegrias do mundo real, como as dos dois golos do Mitroglou ao Sporting de Braga, pela volúpia fácil de 5 mil “likes” em 10 minutos ou de 10 mil “likes” em 5 minutos, nos casos de maior sucesso. Haverá, no entanto, quem não pense assim no meu clube e exija e dê respostas contundentes à filosofia adversária num contínuo tiro ao boneco que, a meu ver, desonra bem mais os atiradores do que o boneco propriamente dito, isto para utilizar uma terminologia de feira que não ofenda ninguém
Portanto (e pelas alminhas) que continue o novo director de comunicação do Benfica como se tem vindo a apresentar, calado. Tiro ao boneco é que não.

O Benfica viu-se líder na noite de segunda-feira mas como os seus concorrentes directos jogaram ontem e ganharam se quiser voltar a ser líder o Benfica terá de ganhar hoje em Chaves. Aliás, querendo ser campeão, o Benfica teria de ganhar sempre hoje em Chaves independentemente dos resultados de ontem do Porto e do Sporting. Creio que vai lutar por isso. E que vai ser uma trabalheira."

Benfiquismo (CCXXIX)

O nosso grande desejo...

É bom ser primeiro mas nada relevante

"O Benfica ascendeu ao primeiro lugar ao fim de cinco jornadas, numa altura em que tinha metade dos seus habituais titulares magoados, e quando os seus adversários cantavam hossanas. É bom, mas nada de demasiado relevante.
Os últimos anos mostraram que quem lidera por esta altura tanto pode vencer como pode acabar bem longe do topo. A vitória sobre o SC Braga tem no entanto um sabor próprio, de quem vence um dos melhores emblemas da prova. Enquanto outros em frente do espelho perguntam «espelho meu, espelho meu, há alguém melhor do que eu?» o Benfica sobe à liderança com humildade e categoria. Neste momento há uma luta no Benfica para se chegar à prolongada paragem de Outubro sem perder pontos, para aí poder recuperar a totalidade do plantel.
Os nossos adversários mais directos, todos ajudaram ao nosso bom humor. O Sporting depois de um belo jogo em Madrid, estatelou-se com estrondo contra um excelente Rio Ave; o FC Porto depois de um jogo descolorido contra aquela equipa dos «empregados da fábrica de cerveja dinamarquesa», não foi além de um empate contra o último classificado e o SC Braga perdeu na Luz.
Quando fazemos a nossa parte e os outros ajudam, é mais soalheira e sorridente a semana, mas apenas isso, porque outras semanas com outros sorrisos e temperaturas se aproximam. Em Chaves, por exemplo, jogam as únicas equipas que ainda não perderam neste Campeonato. Será muito difícil e importante o jogo em Trás-os-Montes.
O regresso de Mitrolgou ajudou na passada segunda-feira, esperemos que mais algum regresso seja possível amanhã.
O tricampeão, lidera o campeonato e apresentou as contas da SAD com um lucro recorde, mesmo assim ao contrário de outros, está apenas focado no que falta fazer e conquistar.
Gosto assim do meu Benfica, rigoroso, exigente e ambicioso."

Sílvio Cervan, in A Bola

Continuar Benfica

"Uma das qualidades que mais aprecio em Rui Vitória é a coerência do seu discurso que, estou convicto, encontra paralelo na sua actuação. Recordo-me das críticas de que foi alvo relativamente à mensagem que tentou passar semanalmente nos seus primeiros meses no comando da nossa equipa de honra de futebol. 'Vamos continuar o nosso caminho' e 'se fosse fácil não era para estes jogadores nem para esta equipa técnica' são somente dois exemplos entre os muitos que poderia citar. Nestes, como em tantos outros, predomina visão, estratégia, determinação, convicção e, sobretudo, sentido colectivo. Em suma, liderança. Demonstrou estas qualidades no início do seu caminho, ao longo de curvas e contra-curvas, na difícil recta da meta e, não surpreendentemente, quando foi consagrado. Então, o seu foco, como sempre, estava já nos desafios seguintes, não sem antes, mas quase de passagem, partilhar os louros do sucesso com todos os que contribuíram para ele, ao invés de tentar individualizá-lo.
Hoje, realizadas cinco jornadas do Campeonato Nacional, o Benfica é o líder isolado da classificação. 'Não há campeões à 5.ª jornada' e 'é claro que estamos contentes, mas o planeamento para o treino de amanhã mantém-se' são as mensagens fortes de Rui Vitória. Mais uma vez, a primeira pessoa do plural, a humildade e a percepção de que existe vida para além do imediato e de si próprio, caracterizam a sua mensagem. Com isso ganha Rui Vitória, todos os que o acompanham e, indiscutivelmente, ganhará o Benfica.
Seremos campeões no final desta temporada? Ninguém sabe, mas é legítimo acreditar nesse desígnio. Porque o Benfica, ao ser Benfica - 'De Todos, Um' - será sempre mais forte."

João Tomaz, in O Benfica