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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Benfiquismo (MLIII)

A estrela...

Vermelhão: Auto-derrota !!!

Portimonense 2 - 0 Benfica


O que escrever, quando se perde por 2-0, com dois auto-golos?!! Este é um daqueles jogos, onde a estatística e a lógica não combinam... Um 'acidente' que noutro contexto, teria até alguma tolerância, mas no 'actual' estado de sítio, é indesculpável... e se calhar, até decisivo!!! Depende dos jogos de amanhã (hoje)!!!
Voltámos a demonstrar as nossas dificuldades na construção de oportunidades, mas mesmo assim o jogo estava claramente 'inclinado' para o nosso lado... até que começou a auto-flagelação...
No 2.º tempo, voltámos - finalmente - ao 442, mas depois de mais de um ano a jogar em 433 (sem quase nunca voltarmos ao 442), a equipa já não tem os automatismos do 442, que tínhamos das épocas anteriores...
Mesmo assim, estávamos a jogar melhor, mesmo com os contra-ataques perigosos do Portimonense, com o Odysseas em grande evidência, até que se dá o momento mais absurdo da partida: a expulsão do Jonas!!!
Não é fácil, num jogo com dois auto-golos (o do Jardel é das coisa mais parvas que vi na minha vida...!!!), o apitdeiro conseguir ultrapassar o ridículo dos auto-golos, com uma decisão ainda mais absurda!!! Quando um árbitro, vê o lance do Jonas na televisão, e decide dar Vermelho ao Jonas, só tem uma coisa a fazer: entregar o apito, e dedicar-se ao 'talho'!!! Se não foi incompetência, foi medo... ou então está mesmo 'comprado'... qualquer que seja a razão, não pode (devia) continuar a apitar jogos de futebol profissional!

Tudo isto, quando ao mesmo tempo, permite, cotoveladas, entradas por trás, tesouras, peitadas... e ainda andou a 'acalmar' um jogo do Portimonense para 'evitar' mostrar-lhe o Vermelho!!!

Curiosamente Manuel Mota, apitou inacreditavelmente o Corruptos - Portimonense, na 12.ª jornada, onde permitiu 3 golos irregulares aos Corruptos, não marcou um penalty do tamanho de um elefante a favor do Portimonense, além de mais uns Cartões aos Corruptos... Três jornadas depois, já apitou a favor do Portimonense...

Sim, o Benfica está a jogar longe do nosso potencial... mas aquilo que se está a passar com os apitadeiros é demasiado vergonhoso... E agora vamos ver quantos jogos vai levar o Jonas!!!

Depois da série de vitórias, com vários jogos sem sofrer golos, na Vila das Aves e hoje, voltámos a permitir demasiadas oportunidades aos nossos adversários. Além da vitória sobre o Braga, a equipa estava a melhorar ligeiramente... vários jogadores, subiram de forma: Fejsa à cabeça... Esta derrota, vem deitar 'quase' tudo a perder, é o que acontece quando se está a jogar sem margem para erro, devido a erros anteriores. Prevejo uma segunda metade de época penosa, sem ânimo, com a matemática a não ajudar... As Taças começam a parecer a 'única' solução!!!

O que representa o ano de 2019

"Os últimos dias de 2018 ficaram marcados pela preocupação do presidente da Federação Portuguesa de Futebol face ao declínio competitivo dos clubes nacionais no contexto europeu. Fernando Gomes reuniu-se em Fátima com os presidentes dos clubes, traçou-lhes um ponto da situação pouco optimista e deixou a porta aberta a uma reflexão que tem estado por fazer.
Se em 2019 não houver alteração de práticas, se a indústria do futebol continuar a ser vista como coisa menor a cada clube olhar apenas para o seu umbigo, os perigos crescentes, identificados pelo líder federativo, terão terreno fértil para medrar e tornar-se irreversíveis. Gostaria de ter a generosidade suficiente para poder pensar que 2019 é o ano zero do futebol português, um ponto de partida para um futuro melhor, assim as más práticas sejam corrigidas. Mas sei que, muito provavelmente, os danos infligidos são de tal forma vastos que talvez estejamos, quanto muito, no ano menos um, o que irá requerer uma determinação e uma resiliência substancialmente maiores para que seja possível ver, mais cedo do que mais tarde, alguma luz ao fim do túnel.
Depois de todos estes considerandos de ordem geral, quero expressar neste primeiro editorial de 2019, um desejo, acima de todos os outros: que o clima de ódio entre adeptos desapareça; que quem o incentiva, com responsabilidades directas ou indirectas nos clubes, perca palco; e que, finalmente, o futebol, principal actor na linguagem universal nos dias de hoje, possa ocupar o extraordinário lugar que deve ter na nossa sociedade, como a coisa mais importantes das nossas vidas. Um bom 2019!"


José Manuel Delgado, in A Bola

Chama Imensa... lamaçal de 2018

Ano Novo, vida nova? Nem tanto

"Por altura da transição de ano multiplicam-se os votos, enumeram-se desejos, estabelecem-se metas e desafios que se acredita poderem trazer maior felicidade (seja lá o que isto for, na subjectividade de cada indivíduo).
De alguma forma, uma gigante onda de “optimismo” e desafio parece banhar a generalidade das pessoas, que se dedicam, por isso, a ensaios vários sobre as concretizações que gostariam de alcançar no ano que se inicia.
Muito frequentemente, pelo início de Fevereiro (já com algum nível de optimismo), a maioria deles foram já abandonados ou esquecidos.

Saber desejar
Em boa verdade, uma das questões que mais nos caracteriza, na actualidade, é um claro prejuízo na nossa capacidade de "desejar" algo e, posteriormente, na materialização desse desejo em acções – aparentemente, passada a euforia da contagem decrescente que nos aproxima do ano novo, toda e qualquer barreira ou obstáculo parece agigantar-se, entrepondo-se entre a vontade que expressámos e as acções que vamos sendo capazes de manter. Tudo também, parece mais interessante do que nos mantermos fiéis ao objectivo que traçamos.
Passar do Desejo à Materalização é, em si, um processo bastante complexo na medida que que nos exige saber reconhecer algo que gostaríamos (distinguindo-o de tantas outras possibilidades), definir um plano, implementá-lo, perceber que foi um mau plano, reformular, voltar a implementar, gerir frustração... continuar a desejar – assim, rapidamente, exige um profundo conhecimento de nós próprios, tempo, dedicação e capacidade de resistência à frustração (sabendo comemorar os pequenos êxitos que, se estivermos atento, saberemos identificar no decorrer do processo).
A uma questão que nem sempre é fácil saber dar resposta (o que gostaria de alcançar?) é cada vez menos frequente encontrarmos pessoas que sabem claramente o que valorizam e qual o seu projecto a médio-longo termo – a principal razão prende-se com o facto de estarmos todos muito mais voltados para a experienciação de emoções positivas no imediato (já alvo de reflexão aqui no artigo sobre a felicidade), do que em permanecer na incerteza e, por vezes, frustração, associada a uma meta a médio-termo.
Mesmo tendo ao nosso dispor um sem número de ferramentas de "auto-superação" (seja em livros, vídeos ou formação presencial, entre outras), na realidade a nossa maior "competência", e sem qualquer necessidade de aprendizagem voluntária e consciente, continua a ser em estratégias de auto-boicote.
O que nos traz, efectivamente, um imenso desafio pois, quase sempre, as nossas maiores concretizações encontram-se para lá dos nossos medos e bloqueios.

Solução?
Várias.
Deixar de estar “refém” das modas da superação, da felicidade e dos lemas “yes you can” é sempre um bom princípio – todos eles se transformam, muito rapidamente, numa gigantesca e incontornável onda de frustração que, a muito curto prazo, nos toldam o discernimento e a capacidade de reacção.
Mais. Muito frequentemente se transformam em mecanismos de culpa pois “eu deveria ser capaz” de o fazer.
Não, não deveria – ninguém “deve” e, infelizmente, muitos dos que exibem este tipo de “competência”, na realidade, apenas a ensaiam para o exterior, tal qual de uma performance coreográfica se tratasse.
Entenda-se: o propósito da superação, da felicidade e da confiança em nós próprios para alcançarmos o que desejamos não está, de todo, errado – a forma como anda a ser “comercializado”, sim.
Crescer, amadurecer, ganhar maturidade, evoluir, desenvolver – use-se a expressão que se quiser não é um processo nem breve, nem leve, nem fluido... e muito menos “feliz”.
É sim um caminho onde se escolhe escolher, onde se erra e se acolhe o erro, onde se frustra, se pede desculpa, se ri e chora - onde se esfola os joelhos como se estivesse a aprender andar de bicicleta... onde se cai e se levanta para tentar de novo.
É um caminho longo, onde todas as emoções são bem-vindas (as que “gostamos” e não gostamos) pois todas elas transportam verdade – a nossa.

Desafio
Possivelmente, uma das melhores formas (haverá várias, certamente), será definir as “ferramentas” que queremos adquirir e não os objectivos que queremos alcançar – será focar no processo de evolução e não no resultado.
Importa também, ter a noção (e aceitar) que virão momentos e emoções difíceis que deveremos saber “olhar” e compreender, sem qualquer rasgo de evitamento pois, muito frequentemente, são elas que transportam a “solução” para o nosso “auto-boicote”.
Sem urgências de felicidade, seremos certamente mais capazes de a viver."