Últimas indefectivações

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Qualificação carimbada...

Marítimo 0 - 3 Benfica


2.ª mão dos Quartos-de-final da Taça da Liga na Madeira, com uma vitória construída cedo, resultando num jogo mais tranquilo do que o 1.º jogo no Seixal! Com muita rotação e juventude na equipa...

2.ª derrota, na Fase Final...


Benfica 0 - 1 Gil Vicente


Dois jogos onde fomos melhores, dominámos, e perdemos ambos! 

RND - Carrega...

O Benfica Somos Nós - S04E32 - Farense...

Taça que convence


"Entre o campeonato e duas derrotas consecutivas, que por serem raras abalaram o Benfica, quis o calendário da taça Taça da Liga que os mesmos intervenientes se voltassem a encontrar, pouco tempo depois, para tirar as teimas. A síndrome das primeiras partes frouxas era fundamental reverter nestes novos embates e isso aconteceu. Passando à final, foi excelente o nível exibido por Benfica e Sporting num jogo equilibrado e vibrante. Uma bela demonstração, digna da capacidade real das respetivas equipas.
Surpreendente a intensidade mostrada depois de disputadas as meias-finais, ainda mais no caso do Benfica, com menos um dia de descanso. Para valorizar o espetáculo, ao contrário do que acontece na maioria das ocasiões, as equipas passaram por cima do estafado e histórico estudo mútuo e aceleraram desde início. O Benfica repetiu a forte entrada contra o SC Braga e de novo com efeito decisivo.
Lage decidiu premiar Schjelderup pelos belos serviços prestados e influência marcante no jogo anterior com o SC Braga. Se então o jovem norueguês ameaçou, na final lá marcou e como. Mesmo com um ritmo de jogo abaixo dos restantes, a vontade de mostrar, a personalidade com bola e a superior qualidade técnica sobressaíram e convenceram. A aposta de Lage teve o efeito desejado e com juros. Imagino que a substituição do jovem norueguês tenha sido decidida pelo seu esgotamento físico. Só pode. Mal refeito da sua boa estreia a titular e poucos dias depois ter que defrontar o rival, mais a pressão que um dérbi envolve, é duro. Deu tudo o que tinha de bom em 45 minutos frenéticos, à frente e atrás.
Quanto ao resultado, foi uma vitória da equipa que mais perto esteve de evitar os penáltis. A perdida de Pavlidis, embora ainda na primeira parte, poderia ter assinalado uma final diferente e o esboço antecipado de quem sairia vencedor. O empate acaba por acontecer pela bola parada menos difícil de concretizar, mas que faz parte, muitas vezes por precipitação de quem defende. Esse momento vivido por Florentino penaliza um dos melhores em campo. Fez um bom jogo, de muitas ações decisivas e grande desgaste, que por vezes precipita intervenções de maior risco, inadequado na própria área. Na defesa, a fórmula dos gémeos Tomás e António, já anteriormente testada e mais uma vez fiável. Opção para manter?
No rescaldo da final e mesmo para os mais céticos, a resposta foi boa e ficou claro que o Benfica pode chegar onde quer. E Schjelderup também... Quanto às rivalidades, o último dérbi importa e faz sempre mossa. Muitas vezes muda a dinâmica e o curso da história que corre.

Nota: Francisco Trincão pode e deve lamentar o penalti falhado, que desempatou a final, mas pedir desculpa? Fazê-lo por algo que se quer conseguir e não se consegue, por mérito de quem defende? Nunca se é culpado quando se tenta o melhor. Claro que a tristeza é compreensível e a humildade uma qualidade admirável. No rescaldo da competição, a alegria ou tristeza não deve corresponder a elogio ou insulto. É pedir muito respeitar o esforço e vontade, mesmo na derrota?

50 EUROS
Podcasts são espaços atuais interessantes de partilha de vivências num ambiente o mais caseiro possível e confortável, que proporciona a sinceridade e abertura do entrevistado. Não sendo eu especialmente seguidor deste recente meio de divulgação, já participei num par de ocasiões e gostei. Entrelinhas é um destes projetos e é sobre uma das últimas edições emitidas que vos falo. Carlos Vinícius, avançado que passou pelo Benfica, foi o convidado. Reconheceu ele, com ingénua naturalidade e graça, que pagava 50 euros aos seus colegas do Rio Ave por cada assistência que lhe fizessem e que resultasse em golo. A ideia, à partida, faz soltar uma gargalhada a qualquer um, mas o resultado está à vista. Sabemos que o golo gera vitórias e, para um avançado, é determinante para a progressão da sua carreira. A verdade é que este original investimento resultou e catorze foram os golos conseguidos nessa época por Vinícius. E o mister saberia? Euros à parte, o avançado brasileiro pode orgulhar-se sim, do seu belíssimo trajeto, só ao alcance dos bons."

Zero: Mercado - S08E15 - Andrés García, Kolo Muani e um bilhete duplo para o Rio Ave x Sporting

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

A Verdade do Tadeia - Flash - Benfica...

Zero: Tema do Dia - Sai Daniel, entra Freire: mudança inevitável em Guimarães?

Observador: E o Campeão é... - O Benfica consegue sobreviver sem Di Maria?

Observador: Três Toques - Mercado de inverno. Sporting comprou paracetamol?

Zero: Mercado - S08E13 - Rui Silva, Cristiano Ronaldo, Andrés García e bilhetes para sortear

Zero: Senhoras - S05E18 - Benfica tropeça em semana de goleadas: Liga BPI mais animada?

Zero: 5x4 - S05E17 - Quem sai por cima no fim da primeira volta?

Nos quartos de final da Taça de Portugal


"O Benfica está apurado para os quartos de final da Taça de Portugal após vencer o Farense, em Faro, por 1-3. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Passagem merecida
O treinador do Benfica, Bruno Lage, considera: "Fomos um justo vencedor por aquilo que fizemos nos 90 minutos." E salienta a mentalidade do grupo de trabalho às suas ordens: "Enaltecer o espírito dos jogadores, espírito de conquista, porque não são todas as equipas que, após aquilo que fizemos há três noites, de conquistar um título, vêm com a determinação com que viemos."

2. Trabalhar por títulos
Schjelderup refere: "Estamos muito felizes por passar para a próxima fase." O jovem norueguês partilha o que lhe vai na alma: "Estou muito feliz no Benfica, estou a jogar, estou a marcar golos, estou a ajudar a equipa e o treinador, e é isso que eu realmente quero fazer, esforçar-me em cada treino e em cada jogo para ganhar títulos aqui e ganhar jogos."

3. Homem do jogo
Veja as melhores jogadas de Schjelderup, considerado o Man of the Match.

4. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os golos marcados pelo Benfica frente ao Farense.

5. Jogos do dia
Nesta manhã, a equipa feminina de futebol do Benfica garantiu o apuramento para as meias-finais da Taça da Liga ao ganhar, por 0-3, no reduto do Marítimo.
Às 15h00, os Sub-23 recebem o Gil Vicente no Benfica Campus.

6. Dois embates na Luz
Amanhã o Benfica recebe o Lusitânia, às 18h00, em futsal, e o HC Liceo, às 20h00, em hóquei em patins.

7. Protagonista
Pedro Henriques, guarda-redes da equipa de hóquei em patins do Benfica, é o entrevistado da semana. "Queremos ser os melhores do mundo", assume.

8. Selecionados para o Mundial
São 4 os andebolistas do Benfica convocados para o Campeonato do Mundo de andebol.

9. Reforço
Lívia Andrade, pivô internacional brasileira, chega para reforçar a equipa feminina de futsal do Benfica.

10. Nomeações
Kutchy esteve entre os nomeados pelo Futsal Planet para melhor futsalista jovem do mundo. Janice está nomeada para melhor jogadora do mundo. Ana Catarina foi eleita a melhor guarda-redes.

11. Um milhão de visitantes
O Museu Benfica – Cosme Damião, inaugurado em 26 de julho de 2013, já conta com mais de um milhão de visitantes."

Projeto, essa treta


"Facilidade com que se despede os treinadores em Portugal diz mais sobre a qualidade de quem contrata do que daqueles que são despedidos

À velocidade com que as chicotadas psicológicas são produzidas pelos presidentes dos clubes em Portugal corro o risco de terminar este texto, que demorou (entre acertos e muitas interrupções pelo meio) hora e meia a ser produzido, e assistir ao despedimento de mais um treinador. Exatos 90 minutos, o tempo de duração de uma partida de futebol e que qualquer dia será a unidade de medida para avaliar a competência de um técnico. Caricaturalmente, é a esse ponto a que estamos a chegar: não vai demorar para que um profissional do treino e da gestão de atletas seja contratado a uma segunda-feira, faça uma semana de trabalho, perca o jogo de estreia no domingo e receba a guia de marcha no dia seguinte. Uma espécie de estágio curricular.
Não foi assim tão diferente o que aconteceu com Daniel Sousa no V. Guimarães, despedido ao fim de três jogos, o último dos quais diante do Elvas, para a Taça de Portugal. Para quem está de fora, parece ter sido mais uma daquelas decisões a quente, do presidente-adepto furioso por ter sido eliminado da prova rainha e não do presidente-gestor; para quem está mais por dentro, dirá que esta foi uma decisão necessária para compensar uma má decisão inicial, nomeadamente a contratação daquele profissional específico. Confesso que não sei qual delas será a pior: o líder que anda ao sabor do vento ou o presidente que primeiro contrata e só depois tenta perceber quem e o que contratou.
Só o tempo dirá se Daniel Sousa é a vítima no meio disto tudo ou terá o seu grau de culpa. Porque um treinador despedido pelos dois grandes do Minho (antes fora no SC Braga, após quatro jogos) na mesma época motivará naturalmente alguma desconfiança a partir daqui, mesmo que nada tenha feito para merecê-lo. Mas em sua defesa também poderemos dizer que Portugal tem duas classes de topo no futebol: jogadores e treinadores. Em média, são muito melhores que os dirigentes. E não apenas aqueles que são eleitos pelos sócios.
É assinalável, por exemplo, o silêncio da Associação Nacional de Treinadores sobre a forma como os elementos da tribo são sujeitos a situações que roçam a humilhação em contraste à forma enérgica como reage à contratação de treinadores sem o devido nível curricular, tal como assistimos nos casos de Ruben Amorim e João Pereira. E que por seu lado não haja a defesa de um sistema como o que existe em Espanha, em que os clubes não podem contratar um treinador enquanto não chegarem a acordo financeiro com o antecessor. Não evita despedimentos (não é esse o propósito), mas é pelo menos uma forma de acelerar a defesa dos direitos de quem exerce o cargo mais volátil que existe neste desporto. E colocar mais uns pingos de moralidade no processo.
Talvez isto fosse o suficiente para obrigar as direções dos clubes a serem mais racionais, preventivos e analíticos. No fundo, aquilo que os distingue (ou que devia distinguir) daqueles que estão na bancada. Mas pelo andar da carruagem a exceção será a regra: a qualidade geral dos jogos nesta época parece estar ainda mais baixa (os grandes têm contribuído para esta deflação) e mais vítimas estarão aí ao virar do próximo mau resultado.
Mais do que uma bola sem ar, a palavra mais vazia no futebol é projeto. Como diria Jorge Jesus, é tudo uma grande treta."

O ano de 2024


"O ano de 2024 foi mais um repleto de novidades no mundo do direito do desporto.
No ano em que se consagrou um princípio de igualdade de género nos órgãos federativos, a nível nacional, o legislador estabeleceu a proporção de pessoas de cada sexo na composição dos órgãos das federações desportivas e da liga profissional, já com efeitos nos vários atos eleitorais que decorreram no ano transato e nos que se avizinham. Foi determinada a criação de canais de denúncia de infrações de normas de defesa da ética desportiva.
A FIFA alterou o Regulamento sobre o Estatuto e Transferência de Jogadores consagrando uma proteção igual no que diz respeito a gravidez e a maternidade (se for caso disso) também às treinadoras do sexo feminino. Para além disso, foi promovida a inclusão, alargando os direitos e proteção dos pais adotivos, bem como das mães não biológicas, é protegida a atleta em caso de incapacidade de exercer a sua atividade devido a menstruação ou complicações relacionadas com a gravidez, prevendo direitos conexos, bem com o incentivo a que as federações facilitem o equilíbrio emocional para as mulheres na relação com a sua família durante o período em que estão ao serviço das suas seleções nacionais. São ainda consagrados conceitos como a licença de apoio à família, ou licença parental.
O caso Diarra marcou o espaço do direito europeu dentro do circunscrito mundo do futebol, obrigando todas as partes a refletir sobre o modelo de transferências atualmente em vigor. Por outro lado, o sobrecarregado calendário internacional levantou questões jurídicas interessantes que, em breve, merecerão igual atenção por parte das instituições europeias.
Venha 2025 e, com ele, novos desafios."

Boa Vitória E Assim Vou Eu Para O Programa No V+


"Farense 1 - 3 Benfica

Dia 14 de janeiro e já estamos a disputar o quarto jogo do mês! E sexta-feira já recebemos o Famalicão e na próxima terça o Barcelona. Irra, que isto é sempre a aviar! Bah, António, Florentino, Barreiro, Arthur Cabral e Schjelderup, mais de meia equipa que não está sobrecarregada de jogos.
VAMOS AO JOGO (HOJE PELA RTP 1)
01 Boa entrada no jogo: grande transição, belo centro de Schjelderup, Di María quase marcava.
07 Benfica entrou decidido a marcar, criou situações de perigo, mas é o Farense a adiantar-se no marcador. Não andamos a sofrer golos a mais de canto? Quer-me parecer que sim. Vá que há muito jogo pela frente.
15 Schjelderup a destacar-se claramente nestes primeiros minutos do jogo. Muito em ação, com decisões acertadas, rápido, bons centros, bons passes, a provar que merece a titularidade.
25 O Arthur Cabral tem que dar mais, muito mais do que isto. Há avançados a mostrar mais serviço na equipa B. E o Benfica tem que meter mais bolas com perigo dentro da área do Farense.
30 Farense a mostrar o que é uma equipa solidária: todos a ajudar todos no processo defensivo. Dava jeito que não aguentassem esta entrega e esta intensidade até ao final do jogo. O Benfica tem que acelerar processos e decidir melhor lá na frente, errar menos passes.
39 Com razão ou sem ela, a quantidade de jogadores do Farense que vão para o chão, implicando a paragem do jogo, tem sido um exagero. Veremos quanto tempo vai dar o senhor Hélder Malheiro no final da primeira parte.
40 Di María, que não tem tido descanso, sai tocado, pelo seu pé, entra Amdouni. Mal será se contra um dos últimos classificados da Liga precisarmos de nos lamentar com este evidente contratempo.
45+5 Precisamos de subir de produção se quisermos dar a volta a este resultado. Muita posse, muitos passes, pouco perigo depois do bom arranque no jogo.
48 Nós a precisar de marcar e eles a obrigarem o Samuel Soares a uma defesa apertada. 55 Não se notam melhoras no Benfica.
56 Schjelderup outra vez a marcar de pé direito, da esquerda para o meio, como na final da Taça da Liga, sem dar hipóteses ao Ricardo Velho.
57 Passe brutal do Carreras e o Arthur Cabral a mandá-la lá para dentro, com competência, com precisão! O jogo está virado. Vamos, Benfica!
61 Insiste, insiste, insiste e Bah a faturar. Nem estava a fazer grande jogo - estás perdoado que eu agora já posso descansar um pouco.
70 Jogo tranquilizou para o nosso lado. Bem precisamos... sexta-feira já recebemos o Famalicão.
75 Impressiona o bom jogo de pés do Samuel, a forma como mete bolas à distância, com precisão. Faz lembrar Ederson.
90+4 Vitória justíssima no São Luís. Estamos nos quartos de final. Sexta feira regressa a Liga e depois a Champions. Carrega, Benfica!
E agora vou para estúdio, para o programa das noites de terça-feira no canal V+."

55 minutos de São Luís, um instante de São Schjelderup, seis minutos de reviravolta do Benfica


"No apaixonado estádio do Farense, os algarvios começaram na frente, mas três golos de rajada, entre os 56' e os 62', deram a vitória (3-1) às águias, que seguem para os quartos de final da Taça. A equipa de Tozé Marreco mostrou alma e organização, mas a magia do jovem norueguês que vive uma semana de afirmação começou a alterar a história da noite

Há exatamente uma semana, Andreas Schjelderup somava o total de zero jogos a titular pela equipa principal do Benfica. Chegado ao clube há dois anos, no mercado de inverno de 2023, o norueguês nunca fora opção inicial pelas águias, tendo numa partida diante do Pevidém, na qual fez 45 minutos, o encontro em que dispôs de mais tempo em campo pelo clube.
Mas a 8 de janeiro algo começou a alterar-se. O jovem de 20 anos foi titular contra o Sporting de Braga, deixando boas indicações. Repetiu a condição três dias depois, marcando na final da Taça da Liga diante do Sporting. E voltou a entrar desde o começo diante do Farense, culminando a semana em que a sua história em Portugal adquiriu contornos diferentes.
O mais incrível do golo que Schjelderup marcou ao Farense, no momento fundamental da vitória (3-1) do Benfica, foi o quão diferente foi da restante narrativa da noite. Estávamos aos 56' e, até ali, o encontro dava-nos um Farense organizado, aguerrido, um osso bem duro de roer. Um problema para os visitantes, que eram um coletivo escasso em ideias, défice que piorou com a saída, por lesão, de Di María.
O jogo ia numa direção, Schjelderup foi noutra. Onde havia falta de criatividade e inspiração para o Benfica, onde rareava o futebol ofensivo e com perigo, Andreas foi a criatividade, a inspiração, o perigo. A bola chegou-lhe, entre várias camisolas brancas. E ele vestiu-se de salvador, de São Schjelderup, São Schjelderup no São Luís, São Schjelderup e o milagre da ressurreição do Benfica.
Condução, progressão com passinhos pequeninos, num futebol tricotado. Movimento da esquerda para o meio, remate, golo. O problema que estava montado, o grande problema para o Benfica, desaparecia pouco depois. Aos 55' o Farense vencia por 1-0, aos 62' o Benfica ganhava por 3-1 e tinha a passagem para os quartos de final da Taça no bolso. Tudo nasceu do momento em que o menino vindo do frio alterou o guião da contenda.
O começo da eliminatória foi, num certo sentido, uma homenagem do Farense ao São Luís. Para esta temporada, a direção do clube decidiu receber os grandes, nos encontros para a I Liga, no Estádio Algarve, dando prioridade à receita financeira em relação ao rendimento desportivo, ao dinheiro face à alma. E bastou ver uns instantes do jogo para compreender como o Farense no São Luís é outro Farense, um Farense em versão multiplicada.
O estádio, pequeno e compacto, empurra a equipa, dá-lhe energia e propósito. Na homenagem do Farense ao São Luís, a equipa de Tozé Marreco usou o jogador que melhor veste este espírito.
Tomané, ponta-de-lança que viveu excelentes temporadas pelo Tondela antes de ir viajar pela Europa, tentando marcar golos na Sérvia, Turquia ou Chipre, parece olhar para o duelo físico antes do que para a baliza. Procura encostar no adversário e só depois fazer mira para as redes. Mas, neste futebol de contacto e combates, futebol como arte de guerra mais do que como expressão estética, também há golo. Aos 7’, de um canto de Merghem surgiu a elevação de Tomané, que atirou para o 1-0.
O festejo, cheio de paixão, mesmo junto dos adeptos dos algarvios, resume porque o Farense no São Luís é um Farense multiplicado face ao frio Farense do Estádio Algarve. Os últimos três golos apontados por Tomané no futebol português foram frente a Benfica, FC Porto (na I Liga, em setembro) e Sporting (em 2019, na derradeira época em que atuara em Portugal, pelo Tondela).
Antes do golo, fora o Benfica a ameaçar. Na primeira ação da partida, Schjelderup — honesto a mostrar desde o arranque quem era o craque em evidência — conduziu e Di María, num dos seus remates de desenhos animados, atirou perto da barra. A noite teve instantes inaugurais de muita ação junto às áreas, mas viajaria rumo a águas mais serenas. O meio-campo de Lage, com Florentino, Barreiro e Aursnes, era uma boa aula sobre como juntar falta de criatividade a falta de criatividade, como se tentasse somar correria e intensidade para diminuir criação de lances e combinações ofensivas.
O panorama da carência de desequilíbrio piorou aos 40’, quando Di María saiu lesionado. Amdouni entrou para o lugar do argentino. O intervalo veio com a clara noção de que os visitantes tinham uma difícil tarefa entre mãos, tendo de derrotar o São Luís, o Farense e a falta de criatividade, tudo ao mesmo tempo.
O segundo tempo veio com uma reedição da madrugada da metade inicial. Bola área colocada pelos locais, Marco Matias a ir buscá-la junto dos pássaros, perigo. O atacante deixou para Tomané, que disparou para defesa apertada de Samuel Soares, uma das quatro mexidas de Lage — além de Bah, Barreiro e Arthur — face ao onze da final da Taça da Liga.
A solução para a falta de criatividade chamava-se Andreas Schjelderup, o rapaz que há uma semana não sabia o que era ser titular pelo Benfica e que sai do São Luís a parecer absolutamente essencial para Bruno Lage, talento crucial para vencer a Taça da Liga e manter-se vivo na Taça de Portugal. Aos 56', a jogada de Schjelderup — já se pode dizer que é uma jogada à Schjelderup, ou ter apenas uma semana como titular torna a patente demasiado precoce? — virou o jogo ao contrário.
1-1. Bola ao centro. Jogada de Álvaro Carreras, naquelas progressões vigorosas, rápidas, mas com uma velocidade intensa, uma passada assertiva. Bola longa para Arthur Cabral, receção, golo. A reviravolta veio em escassos segundos, a tranquilidade chegaria quatro minutos depois.
O lance do 3-1 começou em Arthur Cabral, que reforçou a candidatura rumo a mais minutos. Numa jogada algo atabalhoada, o remate certeiro seria de Bah.
Fechava-se ali, aos 62', a narrativa da noite. Houve emoção, energia, arte, mudança de planos. O terceiro terço da eliminatória seria um mero aguardar pelo apito final. O Farense tem a alma do São Luís, o Benfica tem a nova magia de Schjelderup."

Farense-Benfica, 1-3 Os destaques do Benfica: saiu o astro e outros foram iluminados…


"Di María saiu lesionado antes do intervalo e foi sem o argentino (que estava a ser o melhor…) que a águia disparou para uma reviravolta e uma segunda parte onde emergiram Arthur Cabral, Schjelderup, Carreras, Bah e… outros

Melhor em Campo: Arthur Cabral (7)
Indiferente. A forma como (não) festeja os golos é já quase imagem de marca… Uma espécie de apatia, uma raiva silenciosa que nunca se exterioriza mesmo quando se torna peça decisiva. Mas este jogo é um belo exemplo daquilo que pode oferecer este brasileiro, muitas vezes um mal amado das bancadas. Foi o impulsionador de uma águia que se encontrava amorfa e sem chama após 45’ minutos. Primeiro com um golo, o do 2-1, de belo efeito, após receção orientada e remate colocado a passe de Carreras e, logo a seguir, esteve na origem do terceiro, com remate que Velho não agarrou e Bah completou. Missão cumprida, com distinção, em exibição com outros pontos altos, carregada de entrega, frescura física e eficácia.

Samuel Soares (6)
Ponderado. Sofreu um golo a ‘frio’, no qual sai isento de culpas, sem grande efusividade (à exceção de um lance… arriscado em que até driblou na sua área Poveda) mas a mostrar enorme segurança a remates mais apertados de Tomané (50’) e Elves Baldé (89’). Cumpriu.

Bah (6)
Confiável. Com pouca projeção ofensiva, mais preocupado com a solidez defensiva, passou despercebido na etapa inicial. Mas quando embalou… toda a equipa o seguiu, com várias incursões pela direita, uma delas a originar golo, o terceiro, na recarga a remate de Arthur Cabral.

António Silva (5)
Inseguro. Não começou bem. A comprometer com passes mal medidos, a ser batido no duelo aéreo com Tomané no golo do Farense, muitas hesitações que faziam temer noite desastrada. Conseguiu, ainda assim, reagir na etapa final, bem mais concentrado, com 45’ minutos num nível bem mais elevado. António Silva cometeu alguns lapsos mas redimiu-se na segunda parte.

Otamendi (6)
Competente. Não verga, com índices de concentração elevados, veloz, uma exibição em crescendo. Voz de comando, eficaz na sua área de jurisdição, com alguns cortes determinantes a serenar um setor nem sempre tranquilo. Carreras esteve em grande plano e assistiu de forma perfeita para o golo de Arthur Cabral.

Carreras (7)
Destemido. Explosivo e objetivo pela direita, mesmo correndo riscos. Com solidez defensiva, sem receio de ser feliz em remates de meia distância (18’ e 42’), um lateral que também é extremo e seguro em zonas centrais. Um dos melhores em que o ponto alto foi a assistência (perfeita!) para Arthur Cabral no 2-1.

Leandro Barreiro (6)
Clone. De Florentino, sempre em zonas recuadas, a descer muito para construir, quase sempre partir da esquerda. Mesmo estando longe de uma noite de enorme fulgor o clique deu-se aos 57’ quando arrancou pela esquerda e ‘ofereceu’ a bola a Schelderup que fez um golo brilhante. Um momento que lhe deu alento para um jogo em que terminou com nota positiva.

Florentino (6)
Empenhado. Mais solto na zona intermédia, raio de ação elevado, boa leitura de jogo, a anular (e a ganhar) de forma eficaz muitos duelos no miolo. Cresceu muito na segunda parte e a equipa beneficiou quando ganhou mais metros no campo.

Aursnes (5)
Dinâmico. Sem o fulgor de outros tempos, é certo, mas assertivo nas zonas de pressão, a limitar espaços aos jogadores algarvios, a equilibrar a equipa sem ter de correr muito. Bastou estar no posicionamento certo… Di María estava a ser um dos melhores até à saída por lesão antes do intervalo.

Di María (7)
Alarmante. Saiu, com problemas físicos, ainda antes da primeira parte quando se perfilava para ser uma das figuras da partida em Faro. Muito ligado ao jogo, várias ações a levar perigo, com destaque para o remate nos primeiros segundos de jogo, dois livres que obrigaram Velho a defesas apertadas (22’ e 39’) e inúmeros passes a colocar os avançados encarnados em excelente posição. Com ele em campo, o Benfica foi sempre mais alegre, objetivo e perigoso. Sem o astro argentino… outros foram iluminados.

Schjelderup (7)
Reforço. O Benfica ainda não foi ao mercado, mas 2025 deu a conhecer um novo jogador na Luz. Um extremo habilidoso, audaz contra todos os adversários e, não menos importante, com papel decisivo. Que marca e decide. Foi ele que, num golpe de génio, num golo a papel químico do que tinha feito ao Sporting na Taça da Liga, da esquerda para dentro, atirou forte e colocado para o 1-1. Abrindo caminho… para minutos alucinantes que permitiram a reviravolta no marcador.

SUPLENTES
Amdouni (5)
Equilibrado. Mais escondido na frente, com pouco espaço, deu maior fulgor à linha ofensiva sem deslumbrar.

Akturkoglu (5) 
Paciente. Provavelmente é o que terá de ter daqui para a frente com a afirmação de Schelderup que ontem voltou a somar pontos. O turco ficou pelas ameaças…

Pavlidis (4)
Apagado. Uma aposta para os últimos 15 minutos quando a águia já geria o esforço e o resultado. E pouco acrescentou.

Bajrami (-)
Estreante. Central, 22 anos, primeiros segundos com a camisola dos encarnados. Para mais tarde recordar…

Rollheiser (-)
Regressado. Também uns minutos. Ele que não jogava desde 23 de dezembro…"

Farense-Benfica, 1-3 Benfica mostrou em Faro que há vida para lá de Di María


"Ao intervalo, as águias ficaram sem o astro argentino e estavam a perder por 0-1. No segundo tempo, com três golos em pouco mais de cinco minutos, deram a volta ao resultado.

Dois minutos dão para muita coisa. Que o digam, por exemplo, Bayern e Manchester United na final da Liga dos Campeões de 1999, quando os ingleses passaram de uma desvantagem de 1-0 para uma vantagem de 2-1 em apenas 103 segundos (90+1 e 90+3).
Esta terça-feira, em Faro, no mítico São Luís, nem dois minutos foram necessários para o Benfica inverter desvantagem de um golo (0-1) para vantagem de dois (2-1). Schjelderup fez o primeiro aos 55.50, Arthur Cabral marcou o segundo aos 57.03. Bastaram 73 segundos para que os encarnados finalizassem a reviravolta no marcador. E, passados mais quatro minutos e nove segundos, Bah fechou o jogo: 3-1 aos 61.12.
Os algarvios marcaram cedo, sim, mas cedo também se percebeu que muito dificilmente aguentariam a maior pedalada dos encarnados, embora estes não arrancassem nada de verdadeiramente interessante até ao intervalo, a não ser, claro, o que saía do pé esquerdo de Di María.
E de repente, pertinho do descanso, já depois de Neto, lesionado, ser substituído por Seruca, soaram todos os alarmes encarnados: também lesionado, Di María abandonava o relvado, aparentemente devido a lesão muscular. O argentino falhara apenas um jogo esta época, frente ao Casa Pia, na jornada 2 da Liga e por entorse, não por lesão muscular. Enorme sinal de alarme, pois o campeão do Mundo fora responsável por 13 golos e 7 assistências em 2024/2025. Ou seja, teve interferência num terço dos golos do Benfica.
A perder por 0-1 e sem a sua maior estrela, como reagiria o Benfica a segundos 45 minutos em dupla desvantagem e frente a um Farense que se fechava muito bem junto da sua área? A verdade é que, sem Di María e com Amdouni, foi o Farense a entrar na segunda parte com algum perigo, através de remates de Miguel Menino (muito por cima da barra) e de Tomané, este para Samuel Soares defender sem grandes dificuldades.
Porém, de rajada, o Benfica passou de 0-1 para 2-1. Schjelderup entrou pelo lado esquerdo (como entrara frente ao Sporting na final da Taça da Liga), desviou ligeiramente para o meio e rematou forte e colocadíssimo para o empate. O cronómetro marcava 55 minutos e 50 segundos. Quase de seguida, Carreras faz um lançamento longo para a direita do ataque do Benfica, Arthur Cabral dominou a bola e, pum!, fez o 2-1. Tinham passado apenas 73 segundos.
Sim, tinha passado pouco mais de um minuto, mas o Benfica estava insaciável. Quatro minutos depois, Arthur Cabral entrou na área em rodriguinhos, tentou o terceiro golo, a bola sobrou para Bah e o dinamarquês fez o 3-1. O cronómetro marcava agora 61 minutos e 12 segundos. Empate (1-1), reviravolta (2-1) e tranquilidade quase absoluta (3-1) demoraram apenas 5 minutos e 22 segundos a consumar.
O resultado fechava-se e, mesmo sem Di María, sem o maior talento do plantel, o Benfica conseguia jogar bem, criar golos e marcar golos. Frente ao penúltimo classificado da Liga, é certo, mas ficou provado que há vida no Benfica para lá de Di María."

BI: Farense...

Visão: Farense...

Visão: no local - Farense...

Terceiro Anel: Live - Farense...

5 minutos: Farense...