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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

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Segurança no desporto


"A Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) promoveu, na passada semana, a segunda edição do Congresso Internacional S4 — Safety, Security and Service at Sports Events, precisamente os pilares da Convenção de Saint-Denis.
No Congresso discutiram-se boas práticas e inovações no domínio da segurança dos espetáculos desportivos, procurando motivar todos os intervenientes no mesmo a fomentarem ambientes seguros e em que todos se sintam bem-vindos.
Na verdade, iniciativas como esta, que por vezes — injustamente — passam por baixo do radar, são essenciais no combate à violência no desporto. Não esqueçamos que este é um desígnio da nossa Lei Fundamental, porquanto no artigo 79.º, n.º 2 da Constituição da República Portuguesa é referido que «Incumbe ao Estado, em colaboração com as escolas e as associações e colectividades desportivas, promover, estimular, orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e do desporto, bem como prevenir a violência no desporto.
Os temas abordados no Congresso incluíram questões relacionadas com a segurança, com a proteção e com o serviço prestado, desde logo aos adeptos; este último tema, por vezes negligenciado ou pouco trabalhado, assume uma importância fundamental quando procuramos fazer dos eventos desportivos locais onde os simpatizantes dos clubes, quer os visitantes quer os visitados, mas também os atletas, árbitros e demais intervenientes, se sintam acolhidos e seguros.
A APCVD está, por isso, de parabéns na organização de mais uma edição deste encontro e, como sempre, no combate incessante aos fenómenos de violência associada ao desporto no nosso país."

Acender uma luz


"A reformulação das competições europeias e a criação de novos torneios, como o Mundial de Clubes, aumentaram o número de jogos e acenderam-se várias luzes de alerta sinalizando uma séria preocupação com as consequências destas mudanças na saúde física e mental dos atletas. Alguns jogadores, como Rodri, jogador do Barcelona, chegaram a ameaçar greve, alertando para o impacto negativo da agenda sobre as suas condições físicas e emocionais e apontou o risco crescente de lesões e o esgotamento causado pela excessiva carga de trabalho.
No plano nacional, mas com relevância internacional, Luís Figo alertou que qualquer tentativa de reduzir o número de jogos deve ser equilibrada com os interesses económicos dos clubes e dos próprios jogadores. Este cenário cria o dilema de ou se optar pela manutenção de um calendário desportivo intenso para sustentar contratos financeiros ou de se investir na criação de um ambiente mais saudável, com menos jogos e mais tempo de recuperação física e mental.
E não são só os jogadores que têm de lidar com a pressão. Os estudantes universitários, por exemplo, também lutam com crescentes níveis de ansiedade e depressão, amplificados pelos efeitos da pandemia e pela crise económica e de habitação. Foi nesse contexto que surgiu a medida governamental do "cheque-psicólogo" destinada a mitigar a falta de acesso a serviços de apoio na área da saúde mental para os jovens em Portugal. A iniciativa, embora positiva, é uma solução paliativa. Ainda esta semana o Bastonário da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, referia que que "não basta um cheque e que será preciso garantir que as respostas no SNS e nas universidades sejam capazes de sustentar o bem-estar psicológico dos estudantes a longo prazo" o que implicará "o reforço do investimento na contratação de mais psicólogos para o SNS, reforçar os serviços de psicologia nas instituições de ensino superior, e desenvolver políticas públicas que promovam a saúde mental de forma integrada", ou seja, envolvendo mudanças nas práticas pedagógicas e o reforço dos apoios aos estudantes, com particular incidência que se refere à disponibilidade de alojamento, transportes e outras necessidades.
Diz a sabedoria oriental que "é melhor acender uma luz do que maldizer a escuridão". O "cheque-psicólogo" é uma resposta positiva, e isso não pode ser desvalorizado. Agora, é fundamental que as instituições educativas e o Serviço Nacional de Saúde reforcem as suas respostas, garantindo que todos tenham acesso a cuidados psicológicos contínuos. De forma semelhante, os jogadores de futebol precisam de soluções equilibradas que possam ir além das exigências financeiras, assegurando condições que respeitem a sua saúde física e mental a longo prazo."