Últimas indefectivações
sexta-feira, 7 de março de 2025
Lineker...
O Benfica não è grande…è um “massive club”.❤️@GaryLineker @RestIsFootball pic.twitter.com/OoTiRLCsQJ
— Edgar Moreira (@LetchworthEagle) March 6, 2025
Benfica mostra os dentes mas não morde
"A derrota do SL Benfica frente ao FC Barcelona, expôs uma preocupante falta de "killer instinct" da equipa encarnada. Perante um adversário reduzido a dez jogadores desde o minuto 22, o Benfica não soube capitalizar a vantagem numérica, evidenciando uma ineficácia ofensiva alarmante.
O que se viu em campo foi um Benfica capaz de furar as linhas de pressão catalãs, consistente nas transições e inteligente nas variações do centro de jogo mas que não passou da banalidade assim que esbarrava na defesa adversária e na boa exibição do guarda-redes Szczesny, que, ainda assim, realizou defesas importantes. Mas quantas dessas podemos classificar de "defesas impossíveis"?
É inadmissível que uma equipa como o Benfica não consiga traduzir a superioridade numérica em campo, e estatística em ações ofensivas em golos. Essencialmente numa competição europeia onde as oportunidades como estas são escassas e têm de ser aproveitadas com eficácia. A falta de agressividade, de criatividade, em suma, de assertividade da equipa do SLB no último terço do terreno foi exasperante e colocou em causa a possibilidade da equipa de seguir para os quartos de final da Champions.
O Barcelona, mesmo desfalcado, demonstrou resiliência e eficácia, enquanto o Benfica revelou-se previsível, até mesmo empático para com os naturais desequilíbrios na ocupação dos espaços dos catalães, sem grande rasgo para estraçalhar a defesa Blaugrana. Como que acreditando que relógio no marcador traria por si só o golo que acabou por entrar, mas na baliza errada. E os jogadores que mordem na Liga Portugal, contra o Barça fizeram festinhas.
De que valem remates esperados de posições enquadradas, quase que permitidas pela defesa adversária, quando os executantes do processo defensivo adversário se superiorizam na sua técnica defensiva a momentos de ataque onde o assumir do risco não foi evidente, como tem de acontecer quando o adversário está ferido por uma expulsão desde o minuto 22!
Esta derrota serve para refletir. Não basta dominar a posse de bola ou criar mais oportunidades; é imperativo concretizá-las! É necessário pôr-se tudo o que se tem de talento, de força, e de paixão nos momentos de finalização. Não interessa de nada chutar por chutar e jogar para as estatísticas!
Sem um "killer instinct" apurado, o Benfica arrisca-se a continuar a ser uma equipa de memórias no panorama europeu.
O jogo de ontem foi mais do que uma simples derrota; foi um espelho das fragilidades do futebol português ao mais alto nível. Urge uma mudança de mentalidade para que as equipas nacionais voltem a assumir o protagonismo pelo qual os seus adeptos anseiam.
Caso contrário, o Benfica, assim como o Sporting ou o Porto, continuarão a ser uma presa fácil para os tubarões europeus, incapazes de morderem e matarem as partidas quando têm a oportunidade."
Benfica-Barcelona: «Disse-me um Adivinho...»
"Perante uma equipa que está no topo do continente europeu - ainda que longe de outras épocas do Barça - o Benfica voltou a desperdiçar uma oportunidade na Europa
OS adeptos do Benfica têm certamente motivos para estarem insatisfeitos. Não pela atitude dos jogadores, não pela exibição, pelo árbitro ou pelas mãos de um guarda-redes polaco de nome pronunciável mas difícil de escrever. Não é por isso, é porque na Europa tem havido, ao longo de alguns anos, oportunidades desperdiçadas.
Nesta quarta-feira houve outra.
Podemos sempre falar do mau passe de António Silva ou do azar de um desvio em Otamendi. Podemos falar do que o Benfica fez bem e mal com bola e do que fez mal e bem sem ela, perante uma das equipas que está entre as principals candidatas a vencer a Champions League. Podemos falar de Raphinha, daquele fora de jogo milimétrico a Belotti ou, sei lá, da pirotecnia na Luz. Mas raramente se fala do que não se consegue compreender.
O Benfica entrou bem frente a um Barcelona que, não sendo poderosíssimo como noutras versões - Dream Team e versão Guardiola estarão sempre à cabeça - é um dos candidatos a vencer uma UEFA Champions League em que não há um claro favorito.
Há, evidentemente, o Liverpool pelo que tem feito em Inglaterra, o PSG ficou um bocadinho mais longe do grande sonho, mas se passar em Anfield ninguém pode ficar surpreendido e, claro, haverá sempre o Real Madrid, eterno candidato ao título. O Barça, até pelo que tem feito frente aos merengues na temporada, tem de estar nesta lista mais curta de pretendentes.
O Benfica conseguiu deixar os catalães nervosos, conseguiu um cartão vermelho que pelo menos lhe aumentava a esperança, mas fosse por falta de eficácia ou pelas mãos de Szczęsny (leia como quiser), a verdade é que o clube da Luz desperdiçou outra oportunidade.
Não é de agora, não é de Lage ou desta época, é algo que se tem passado ao longo dos tempos. Por muito que nos tenhamos de debruçar no que se passou no estádio num determinado jogo, há mesmo coisas difíceis de explicar no desporto.
Não acredito que o futebol - estou muito longe desse pensamento, repito - e a vida em geral se decidem por misticismos, crenças, rezas, ou sal junto de uma baliza, ou sequer em maldições. Mas como refletia Tiziano Terzani em «Disse-me um Adivinho» se mais de meio mundo acredita nestas coisas e decide a vida por elas, às tantas, até o mais fanático da ciência (ou da tática) se deve perguntar: sabe-se lá se elas estão mesmo enganadas?
O resumo do PSG-Liverpool, que pode ver aqui em A BOLA, levanta ainda mais a questão..."
Isto não é sobre futebol. É anti...
"Adeptos do Benfica foram detidos pela PSP – e identificados por esta polícia que os indivíduos em causa pertencem ao grupo (claque) No Name Boys (NN) - por agressões a polícias e posse de armas proibidas. No jogo da Champions com o Barça, adeptos que assistiam à partida na zona da bancada habitualmente ocupada pelos NN acionaram engenhos pirotécnicos. Que descaramento!
No rescaldo da noite europeia de Liga dos Campeões, os temas que hoje se abordam neste espaço não são futebol. São tudo menos futebol, são antidesportivos.
Durante o duelo ibérico na Luz, no final de um dia em que se soube que adeptos do Benfica foram detidos pela PSP – e identificados por esta polícia que os indivíduos em causa pertencem ao grupo (claque) No Name Boys (NNB) - por agressões a polícias durante um jogo de futebol entre o clube encarnado e o Casa Pia e que, na mesma operação, foram apreendidas várias armas ilegais, adeptos que assistiam à partida na zona da bancada habitualmente ocupada pelos NNB acionaram engenhos pirotécnicos, vulgo tochas e fumos que levaram à interrupção da mesma alguns minutos.
Que descaramento, acima de tudo para o clube, que sofrerá previsíveis consequências disciplinares pela mão dura da UEFA, que implicarão prejuízos financeiros e desportivos. Eis a questão: como é que se permite que esse material entre no estádio, para mais em jogo de Champions? De várias respostas plausíveis, estas são certas: permissividade, conivência, negligência.
Ainda durante a partida na Luz conheceu-se a suspensão por nove meses aplicada ao treinador do Lyon, Paulo Fonseca, por intimidar um árbitro durante recente partida. A justificação é liminar e totalmente correta: «O Comité [Disciplinar da Liga francesa de futebol] deplora que (...) uma personalidade da Ligue 1 tenha adotado este comportamento. Fonseca é um treinador deste campeonato, acima de tudo um educador, e nem é preciso dizer que esta atitude é estritamente incompatível com os seus deveres»."
Olhar em frente
"Nesta edição da BNews, o destaque recai no embate da 1.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões entre Benfica e Barcelona (0-1) realizado ontem no Estádio da Luz.
1. Por decidir
O treinador do Benfica, Bruno Lage, vincou: "Terminámos o jogo com várias oportunidades e não conseguimos marcar. Fica a eliminatória em aberto. Não satisfeito com o resultado, mas já com a página virada, com os jogadores a recuperar para fazermos uma boa exibição, e com golos, já perante o Nacional e, depois, com uma ambição enorme de ir a Barcelona vencer e seguir em frente na prova."
2. Crença e ambição
Na opinião de Aursnes foi um "resultado muito dececionante". "Criámos muitas chances, mas infelizmente não marcámos. Acreditamos que podemos ir lá vencer. Daremos o nosso melhor e veremos até onde isso vai", afiançou.
Pavlidis alinhou pelo mesmo diapasão: "Falhámos imensas oportunidades. Não conseguimos marcar e isso é muito dececionante para nós. Tudo está em aberto e vamos lá lutar."
Álvaro Carreras salientou: "Ficamos com um gosto amargo. A fé é a última coisa que vou perder. Confio totalmente na minha equipa."
Barreiro referiu: "Tentámos ter muitas oportunidades e tivemos, mas hoje não marcámos. Vamos [a Barcelona] para ganhar o jogo, para nos qualificar para a próxima fase e vamos preparar-nos da melhor maneira."
Schjelderup frisou: "Criámos o suficiente para fazermos muitos golos, mas não os concretizámos. Não vamos desistir, vamos dar tudo no próximo jogo."
3. Outros resultados
Em hóquei em patins, o Benfica empatou 3-3 na deslocação ao recinto do Óquei de Barcelos.
Os Sub-23 de futebol ganharam, por 1-0, frente ao Famalicão.
4. Agenda
O Benfica recebe o Esgueira, em basquetebol, nesta sexta-feira, 7 de março, às 19h15.
5. Título distrital
As Sub-13 de futebol do Benfica são campeãs distritais."
Uma derrota frustrante
"MAS O ANTÓNIO É AGORA
O CULPADO DE TUDO?
É verdade que o António não tinha qualquer necessidade de fazer aquele passe, não olhou antes onde ia meter a bola, não estava sequer pressionado. Mas também é verdade que o passe do António não isolou o Raphinha.
É verdade que o António tem cometido este tipo de erro noutras ocasiões e já devia ter corrigido esta forma de entregar a bola, que é facilmente aproveitada pelos adversários.
Também é verdade que esteve ontem muitíssimo bem a defender jogadores do elevado nível dos do ataque do Barcelona.
Também é verdade que não foi ele que desperdiçou uma série de oportunidades que o Benfica soube criar e que nos deixaram a zeros e por baixo da eliminatória.
Quando ganham, ganham todos; quando perdem, perdem todos. É uma máxima muito importante do futebol.
Acresce que o António já deu nestas três épocas na equipa principal provas do seu valor contra os melhores atacantes do mundo.
Não faz sentido descarregar sobre ele todas as culpas da frustrante derrota de ontem.
Faz sentido puxá-lo para cima porque precisamos do António em grande até ao final da época.
Temos muitos jogos e muitos títulos para disputar. Apoiar, apoiar, apoiar."
Hate!!!
"Ontem assisti ao regresso à competição deste menino, sim menino e dos nossos!
Não percebo o novo hate aos nossos meninos Made in Seixal.
A vida profissional não lhe tem corrido de feição, infelizmente os problemas físicos não lhe dão descanso, quando dão abrem-lhe as portas de Bayern e PSG…quando regressam dão-lhe cabo da alma.
Foi o motor do 35 (parece que foi ontem…)…foi o motor do Lille campeão francês frente ao colosso PSG, será que ainda virá a tempo de ser o nosso motor???
Ontem, visivelmente mais seco, fruto de trabalho invisível que certamente fez para recuperar outra vez, deu um ar da sua graça em pouco minutos que esteve em campo, que os minutos se comecem a somar e que a carreira volte a entrar nos eixos!
São frutos do nosso Seixal, merecem carinho e não ódio!
Vai BULO!"
Benfica 0 - 1 Barcelona (Sporto)
"Porque é que chamei o Barcelona de Sporto?
Porque é engraçado ver tanto palhaço alegre pelas redes sociais a gozar connosco quando estão em casa a jogar bilhar de bolso…porque os clubes deles nem na liga dos tostões conseguiram seguir em frente.
Quanto ao jogo, olhem…é o raio do futebol, a bola é redonda e por vezes parece que tem picos…os nossos jogadores tentaram mas não tiveram frieza na hora do remate e ainda enfrentamos um Szczęsny inspirado além de uma linha defensiva, que, quando reduzida a 10 elementos soube se reorganizar e trabalhar como um autêntico muro…depois…depois foi novamente o futebol…único remate que me lembro do Barça na segunda parte…após um mau passe do António Silva, certíssima essa análise…erradíssima a cultura do rasganço que agora se vê em todo o lado, passámos todos a ser perfeitos…enfim…o António errou…mesmo assim há mérito de Raphinha que mesmo a uns bons metros da baliza procurou a sua sorte e ela apareceu graças a um ligeiro toque na perna do Otamendi…caso contrário a bola ia sair pela linha de fundo…mas a sorte procura-se e foi o que o Raphinha fez.
Quanto ao António Silva tem cometido muitos erros ao nível do passe, tão depressa seca e mete no bolso alguns dos melhores do mundo…ou um Gyokeres qualquer da liga NOS, como de seguida isola o avançado rival…porque é que isto sucede…diria que são nervos misturados com juventude, bem sei que já acumula muitos jogos com a nossa camisola…mas a verdade é que tem 21 anos…em outros lados estes erros eram tomados como “dores de crescimento”…para as nossas bandas é só dores e rasganço de cima abaixo…mas já vi este filme, basta lembrar como se perseguiu Ruben Dias num ano menos conseguido dele onde até a sua namorada à data sentiu na “pele” o que era ser namorada de alguém que erra com a camisola do Benfica…enfim…sinais dos tempos, o mundo perfeito da geração minimi…
De resto…sofremos de um mal habitual, jogar contra blocos baixos é um calcanhar de Aquiles porque falta um ou outro jogador que vá para cima sem medo e que se saiba mexer entre linhas…
Mas, depois do que já fizemos nesta Champions estou convicto que vamos a Barcelona discutir a eliminatória mesmo contra este Barça líder da sua liga e que leva o melhor ataque da Europa, mas que no entanto como é tradição, jogando contra nós não passam de um conjunto de pinos com olhos…
Já agora deixo esta imagem…só para finalizar.
E também? Hoje ninguém fala do Trubin porque? Quando é para lhe apontar um erro estão logo prontos, quando é para lhe dar mérito pelas defesas que fez a segurar o empate na fase inicial… 🦗 🦗 🦗
Vamos vencer a Montjuic!"
Podíamos Ficar Aqui Até Amanhã, Que Não Marcaríamos...
"Benfica 0 - 1 Barcelona
... um golo que fosse.
Noite de Champions, noite de enfrentar de novo o Barcelona na sua máxima força, noite especial, portanto.
Catedral a rebentar pelas costuras, cachecóis ao alto, é a vez do hino, todos a cantar "pelos campos a vibrar, são papoilas saltitanteeeees...", isto está do melhor, isto está de arrepiar!
E VAMOS AO JOGO!
00 dez segundos de jogo e já lá podia estar o primeiro.
12 agora a nossa senhora da Luz e o são Trubin estiveram connosco! Três defesas de golo na mesma jogada: como eu gostava de saber dizer "obrigado" em ucraniano.
17 o jogo que se esperava: eles com posse e controlo, nós nos contragolpes. Os sacana arranjam sempre uma linha de passe. Impressionante!
21 vermelho é certo, penalti incerto, tem a palavra o VAR. É livre e eles já se safaram desta.
25 Catedral ao rubro, vibra com todos os pormenores dos nossos. Agora foi Schjelderup a receber aplausos com uma boa jogada em cima da linha... mas no nosso meio campo. O Barcelona a acusar a expulsão.
30 foi-se a pressão alta deles?
35 Schjelderup do nada no chão. E pronto, a pirotecnia pras multas e, quem sabe, para castigos maiores. Jogo parado.
40 Carreras a dar conta do Yamal.
43 e o que acaba de desperdiçar o Aktur, de cabeça, OK, é mais difícil, mas era para faturar... é que destas não vamos ter muitas.
46 vamos atacar "para a baliza maior", expressão feliz que li outro dia num grupo. Que seja isso mesmo, a dos golos.
50 grande jogada, grande desperdício do meu goleador preferido. E já desperdiçámos mais duas. Estamos por cima. Mas temos que marcar.
56 segunda passagem do Yamal pela Catedral, segunda vez no bolso do Carreras. Dahl para defesa direito. Mais um canivete nórdico para todo o serviço.
60 pkp, o que joga o Pedri, enche o campo sozinho. Bem, agora o António a dar a bola ao Raphinha e... já está, fdx. Quem não marca, sofre, velha máxima do futebol a vir ao de cimo.
67 e se rematássemos mais longe do alcance guarda-redes?
73 Carreras fora do jogo de Barcelona.
76 que bem que entrou o miúdo Rego no jogo. E que mal continuamos a rematar.
62.437 a puxar pelo Glorioso.
84 Renato Sanches regressa para jogar uns dez minutos. O que pode trazer ao jogo?
90 eles acantonados lá trás e nós sem pontaria para empatar isto. Perderemos por culpa própria. Ninguém falha golos como nós. Que o digam Boavista, Braga e Barcelona.
90+4 ponto final no jogo. Ponto final na eliminatória? Quase certo. Que oportunidade tivemos hoje para vencer o segundo classificado da fase de liga da competição."
Sem um cigarro para se entreter, Szczęsny defendeu até mais não. Já o Benfica desperdiçou uma oportunidade única
"O Barcelona, melhor ataque da fase inicial da Liga dos Campeões, viu-se limitado pela expulsão de Pau Cubarsí. O Benfica criou um invulgar número de situações de golo contra um adversário deste nível, mas acabou traído por um erro de António Silva (0-1). Na segunda mão dos oitavos de final, os encarnados precisam de ir ao Montjuïc ser tão cruéis como os catalães foram na Luz
Com apenas 10 adversários do outro lado, as chances de António Silva entregar a bola a alguém vestido de preto eram um pouco mais ínfimas. Vejamos a perfeição da imperfeição. A calinada do central foi tão grande que o passe saiu certíssimo para Raphinha, por acaso, alguém que viajou com a comitiva catalã. Geralmente, há um nós e um outros. O sentido comunitário do internacional português sobressaiu e não se pode condenar tamanha bondade. É o velho dogma: dar a quem tem menos.
De facto, o Barcelona estava sem Pau Cubarsí desde os 22 minutos e agradeceu a oferta. Um fulgurante remate do brasileiro voltou a decidir o jogo, como tinha acontecido da última vez que esteve no Estádio da Luz (4-5). Agora, na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, o Benfica tem que fazer no Montjuïc aquilo que não fez na Luz, ou seja, marcar e ser cruel.
Aquele que esteve quase a ser o momento da noite justifica-se da seguinte forma. Ter a linha defensiva a transbordar os limites do aconselhável é um fetiche de Hansi Flick. A altimetria dos jogadores mais recuados é um embuste no qual o Barcelona confia durante todos os minutos de todos os jogos em todas as competições. Como qualquer estratégia nesta modalidade onde, por mais que queiram, 22 indivíduos são incapazes de cobrir a totalidade de uma área de 105 metros de comprimento por 68 de largura, tem boas e maus acordos com o destino.
Jules Koundé, Pau Cubarsí, Iñigo Martínez e Alejandro Balde emergiam ao mínimo estímulo, chegando-se à frente como os últimos momentos de vida de uma onda que se desfaz em espuma sem se importar com o que fica para trás. Aursnes e Kökçü chegaram a cancelar passes para os quais já tinham erguido a perna (ficaram mesmo a parecer a estátua de Eusébio). Em causa estava o claro posicionamento irregular do hipotético recetor. O percurso foi sendo então redirecionado para trás.
Vangelis Pavlidis não recuou nas intenções. Ao ver Aktürkoğlu e Schjelderup em fora de jogo, rompeu pelo meio dos centrais – zona que é uma espécie de coração de uma equipa – e conduziu por ali fora. Pau Cubarsí foi suficientemente rápido para o apanhar, mas fez falta a centímetros da grande área. Foi expulso para que o Barcelona não sofresse.
Até esse momento, ao nível do relvado devia-se ouvir o tiki-taka-tiki-taka-tiki-taka, som do ricochete que os curtos e supersónicos passes do Barcelona faziam nas botas. A petulância de Lamine Yamal e a filigrana de Pedri também enchiam o jardim rasteiro do Estádio da Luz. Trubin foi duas vezes (no mesmo lance) para Lewandowski a barreira que o polaco não conseguiu transpor.
O melhor ataque (28 golos) da fase de liga da Champions passou a estar controlado quando o Benfica começou a jogar em superioridade numérica. Aktürkoğlu, que nos primeiros segundos esteve perto de marcar, voltou a fazer cócegas nas manápulas de Szczęsny, tão habituadas à companhia de um cigarrinho. O hábito é geralmente incompatível com os desempenhos exigidos a gente deste calibre. É preciso dar um desconto. Szczęsny saiu da moinante reforma para jogar pelo Barcelona – só porque era o Barcelona – e substituiu o lesionado Marc-André Ter Stegen.
Foi ao chão para defender um par de remates rasteiros de Aursnes, após sucessivos agitamentos de Carreras pela esquerda, e novo duelo com Aktürkoğlu. No entanto, a melhor parada foi mesmo a que fez perante Renato Sanches, a última das muitas oportunidades de golo dos encarnados. Para quem vinha ávido de um jogo como o da fase de liga, desiludiu-se com as características muito próprias que condicionaram este. Ainda houve Dahl, à direita, João Rego e Renato Sanches, no meio, mas a aura do Barça engoliu a do Benfica."
Benfica-Barcelona, 0-1 Erros meus, má fortuna e no fim ganha o Barça...
"No espaço de 43 dias o Barcelona visitou a Luz duas vezes e em ambas ocasiões o Benfica teve tudo para ganhar, e perdeu. A este nível, há golos que não podem perder-se e ‘gaffes’ que não podem cometer-se...
Tem perfeito cabimento citar Luís de Camões a propósito da maneira como o Benfica perdeu na Luz com o Barcelona, e hipotecou uma parte substancial das hipóteses que tinha de chegar aos quartos-de-final da Champions: «Erros meus, má Fortuna, Amor ardente, em minha perdição se conjuraram.»
Errar aconteceu em mais um lance infantil de António Silva, novamente com um passe suicida da ala para o meio, em zona mais do que proibida, que Raphinha aproveitou para marcar; má Fortuna, nas inúmeras oportunidades criadas para faturar na baliza do inspiradíssimo Szczesny, que saiu da reforma depois da lesão de Ter Stegen, e mostrou que velhos são os trapos; e Amor ardente, das bancadas, que nunca deixaram de empurrar os encarnados – que não regatearam esforços - para um resultado positivo.
INÍCIO FRENÉTICO
Enquanto as equipas tiveram onze jogadores em campo cada uma, o Benfica esteve muito perto de marcar por Akturkoglu aos 18 segundos, mas Szczesny fez uma parada incrível; no minuto dois, Leandro Barreiro e Frenkie de Jong dispararam muito perto das redes de Barça e Benfica; aos 12 minutos Trubin teve o momento de uma vida ao defender, na mesma jogada, três remates para golo, um de Dani Olmo, outro de Lewandowski e ainda mais um de Lamal; aos 16, foi Pavlidis, em boa posição, a rematar por cima.
Até à expulsão de Cubarsí (22 minutos), o Benfica com um 4x3x3 que tinha de baixar linhas para aguentar a melhor circulação de bola do Barcelona a meio-campo, jogava olhos nos olhos com os 'culés’ que Flick armou numa base de 4x3x3 que muito rapidamente se transformava em 4x2x3x1 ou mesmo em 4x5x1. Quando Cubarsi viu o cartão vermelho, tudo mudou: Hansi Flick tirou Dani Olmo e recompôs a defesa com Ronald Araujo, passando a um 4x4x1 que permitiu ao Benfica maior à vontade nas saídas de bola e assenhorear-se do controlo da partida. Com Lewandowski a mostrar-se de extrema utilidade nas bolas paradas defensivas, os ‘blaugrana’ deixaram de ser uma equipa de posse (até à expulsão andaram pelos 70 por cento) e viraram-se para o contra ataque, mas sempre com muitas cautelas para evitarem desposicionamentos. Mesmo assim, a classe de Frenkie de Jong e Pedri causou calafrios na Luz, e obrigou a que Akturkoglu e Schjelderup nunca descurassem o papel defensivo.
Mas a noite era do Benfica, que carregava, às vezes mais em quantidade do que em qualidade e viu Szczesny, aos 43 minutos, fazer um tremenda defesa a remate de cabeça de Akturkoglu que levava selo de golo. Por via de dúvidas, ainda antes do intervalo, o contra-ataque do Barça deu sinal de vida, com Carreras a cortar um cruzamento rasteiro perigoso de Raphinha. No descanso, quem consultasse os jornais de Barcelona podia ler que o resultado era muito lisonjeiro para os ‘culés’, que tinham de preparar-se para sofrer na segunda parte.
UNS FALHAM, OUTROS MARCAM
A metade complementar começou por ser um monólogo atacante do Benfica, que criou oportunidades para ganhar folgadamente, mas quase nunca foi assertivo na finalização; e quando o foi, Szczesny vestiu a capa de super-herói e disse não a hipóteses claras de golo de Kokçu (47) e Aursnes (51).
Foi então que começou a dança dos bancos, com Flick a mexer primeiro, com Ferran Torres no lugar de Yamal (56), para dar mais agressividade à equipa, respondendo Lage com Dahl no lugar de Tomás Araújo (57). E se foi surpresa o jogador emprestado pela Roma não ter sido titular no lugar de Schjelderup, ver um esquerdino a lateral direito, primeiro estranhou-se e depois entranhou-se, ou seja, o sueco deu boa conta do recado.
À passagem da hora de jogo, sem nenhuma mudança tática no Benfica, a equipa da Luz mandava no jogo e a preocupação quase exclusiva do Barça era sobreviver à avalanche atacante dos encarnados. Mas a equipa da Cidade Condal não disse que não à oferta de António Silva (61) e Raphinha, com a bola ainda a raspar no ‘centenário’ (na Champions) Otamendi, bateu Trubin, sem que nada o fizesse prever. Pois é: a este nível não há espaço para erros infantis e quem os comete paga o preço.
A 20 minutos do fim, Bruno Lage passou a um claro 4x4x2, com Belotti ao lado de Pavlidis, João Rego na direita e Akturkoglu na esquerda. Respondeu de imediato Flick, abdicando de Lewandowski e De Jong, passando Ferran Torres para ponta de lança e Baldé para médio esquerdo.
Mais tarde, aos 84 minutos, o treinador do Benfica ainda foi buscar Renato Sanches e Artur Cabral, apertando a asfixia do Barcelona, que se defendia com unhas e dentes. Os 13 cantos a favor dos encarnados provam-no cabalmente, assim como um corte de Baldé a tirar o pão da boca a João Rego (88), uma defesa prodigiosa de Szczesny (90+4) a remate de Renato Sanches e um penálti contra o Barça assinalado por Felix Zwayer, por falta de Szczesny sobreBelotti, anulado pelo VAR por offside milimétrico do italiano.
Em resumo, o Benfica fez por merecer mais, mas pagou caro o erro que cometeu, e acabou por desperdiçar uma grande oportunidade, contra dez desde o minuto 22, de construir um resultado que lhe permitisse uma visita ao Estádio Olímpico de Montjuic com vista para os quartos. Assim..."
Benfica-Barcelona, 0-1 As três mãos de Trubin e o furacão Pavlidis: as notas dos jogadores do Benfica
"Por uma (Olmo), duas (Lewandowski) e três vezes (Yamal) o guarda-redes ucraniano evitou o golo do Barcelona no espaço de um ou dois segundos. O avançado grego teve arranque soberbo que originou a expulsão de Cubarsí
Trubin (7)
Primeiro, algumas bolas (quase) mortas para aquecer, depois, aos 12’, tripla intervenção de altíssimo nível, defendendo, em dois ou três segundos, remates perigosíssimos de Olmo, Lewandowski e Yamal. O remate de Raphinha no golo saiu demasiado perto do poste para que o ucraniano tivesse possibilidades elevadas de o desviar.
Tomás Araújo (6) - 13 j/0 g. Tem sido o mais rápido do Benfica na Champions e teve de enfrentar um dos mais velozes dos catalães. Não passou por grandes apuros, é certo, mas não foi o ala ofensivo que até costuma ser nos jogos internos. O que se compreende.
António Silva (4) - 22J/2g. Teve alguns cortes preciosos e um grande lançamento perto da meia hora para a entrada de Schjeldrup. Fica, porém, marcado pelo golo do Barcelona, num passe demasiado curto na direção de Carreras, com Raphinha a antecipar-se e a fazer golo.
Otamendi (6) - 100j/2g. Algumas dificuldades iniciais para colocar ordem na defesa encarnada no período mais volumoso de ataque do Barcelona. Pós-expulsão de Cubarsí, esteve menos em jogo, mas mostrou-se sempre muito atento e precioso na forma como foi ordenando o quarteto mais recuado. Subiu, como de costume, diversas vezes à área catalã para tentar o golo de cabeça, mas o guarda-redes blaugrana foi sempre imperial.
Carreras (6) - 10j/0g. Antevia-se, de novo, vida difícil perante Lamine Yamal e assim foi, mas, não o metendo no bolso como no jogo da fase de liga desta Champions, esteve seguro frente ao jovem prodígio. Terá respirado fundo quando Flick, aos 56, tirou Yamal (embora passasse a ter Raphinha por perto) e soltou-se bem mais a partir daí, tentando raides pela esquerda, um dos quais lhe permitiu um passe soberbo para a entrada de Pavlidis, mas o remate deste saiu para o céu. Não chegou a tempo de evitar que o passe demasiado curto de António Silva chegasse a Raphinha no solitário golo.
Aursnes (6) - 83j/4g. O maratonista do Benfica (116 km nos dez jogos iniciais da Champions) foi o médio mais recuado e aquele que, por isso, foi obrigado a maior contenção em campo. Apareceu mais quando o jogo entrou no último terço e teve algumas tentativas de golo, mas nenhuma suficientemente enquadrada para criar verdadeiro perigo, sobretudo quando recebeu bola açucarada de Schjeldrup à entrada da área.
Kokçu (6) - 16j/4g. Tiraço de livre para defesa de Szczesny após a expulsão de Cubarsí e, ao longo do jogo, o homem mais rematador de longa distância. Mas com a mira ligeiramente desafinada.
Leandro Barreiro (5) - 8j/0g. A águia menos ativa em todo o jogo. Estava destinado a ser o médio mais adiantado, mas nunca conseguiu criar perigo.
Akturkoglu (4) - 27j/7g. Pergunta para um milhão de euros: onde está o turco que encantou os adeptos do Benfica nos primeiros dois meses da época? Em cima do intervalo, não teve a serenidade necessária para desviar de cabeça, da melhor forma, permitindo defesa a Szczesny. Mais em jogo na segunda parte, mas sempre demasiado displicente para criar o perigo que criou em agosto, setembro e outubro do ano passado.
Pavlidis (7) - 11j/7g. Momentos houve, a abrir o jogo, em que foi a única águia a mais de 30 metros da baliza de Trubin. Começou por ter remate muito defeituoso a fechar o primeiro quarto de hora e, pouco depois, pareceu um furacão a entrar pelo meio da defesa do Barcelona, forçando e quase se isolando, obrigando a que Cubarsí cometesse falta à entrada da área e visse o cartão vermelho. Teve um outro remate defeituoso na segunda parte, após passe de Carreras, mas mostrou-se sempre voluntarioso na procura de incomodar a defesa catalã.
Schjelderup (6) - 7j/0g. Teve um tiraço para grande defesa de Szczesny, pena que Barreiro estivesse fora de jogo. Melhorou, embora não muito, durante a segunda parte. Não está também na forma que demonstrou em janeiro, quando Bruno Lage lhe entregou a titularidade.
Dahl (6) - 2j/0g. Entrou para lateral-direito, aos 57', saindo Tomás Araújo. A ideia de Bruno Lage seria que o sueco fosse uma espécie de ala para entrar da direita para a esquerda, rematando com o pé canhoto. Mexeu um pouco com o jogo, mas não de forma marcante.
João Rego (6) - 2j/0g. Pouco tempo em campo e muitas intervenções. Esteve perto do golo por duas vezes e, pelo menos, mostrou-se a Bruno Lage e aos benfiquistas.
Belotti (5) - 2j/0g. Boa arrancada aos 82' sobre Iñigo Martínez, ultrapassando-o e caindo após contacto com Szczesny, mas estava fora de jogo. Boa iniciativa, mas única.
Arthur Cabral (4) - 9j/2g. Pouco tempo em campo e poucas bolas para tentar marcar.
Renato Sanches (5) - 33j/1g. Igualmente poucos minutos em campo, mas duas ou três boas tentativas de incomodar Szczesny com remates de longe. Muito ativo, apesar do longo tempo de paragem."
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