Últimas indefectivações

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Manita...


Juventude Viana 0 - 5 Benfica

Goleada concretizada no 2.º tempo, com o regresso do Pau (ainda falta o Roby), em mais um jogo onde não sofremos golos: temos melhorada na defesa...

Terceiro Anel: Bola ao Centro #126 - No Jamor com mérito próprio!

Falar Benfica - Os Rapazes da Gomes Ferreira #3

O Benfica Somos Nós - S04E53 - Tirsense...

O Cantinho Benfiquista - Depois do Apito Final - Tirsense...

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Sporting, Benfica, Braga e Porto devem torcer por quem?

Zero: ZZ - Bilhetes para as decisões, noitadas e contas da Liga Portuguesa

Rabona: Champions League semi-finals PREDICTIONS & in-depth analysis

Varandas, Lage, a luta pelo título e a comunicação para não descer


"«Aconteça o que acontecer, não consigo ter mais admiração por estes jogadores e por esta equipa técnica»
Frederico Varandas, presidente do Sporting, após o apuramento para a final da Taça

Frederico Varandas conseguiu andar calado quando se impunham explicações, defesas de jogadores e sobretudo treinadores (não foi, João Pereira?), palavras de ânimo, toques a reunir. Agora que tudo corre normalmente, o presidente dos leões decidiu quebrar o silêncio para falar sozinho durante mais de sete minutos.
Com que objetivo? Difícil perceber. Se queria dar confiança à equipa, houve momentos muito mais adequados que este. Se queria empolgar os adeptos para um mês decisivo, não é a falar sete minutos sozinho que o consegue. Se queria começar a preparar eventual inêxito no campeonato e/ou na Taça — e a expressão «aconteça o que acontecer» não é propriamente prova de crença... —, terá dado passos demasiado grandes nos elogios, mesmo não respondendo à pergunta sobre se Rui Borges continuaria na próxima época (na verdade, não respondeu a qualquer pergunta).
Bruno Lage também não respondeu a todas as perguntas que lhe fizeram na terça-feira (já para não falar das que o Benfica não deixou fazer, porque a conferência acabou antes de os jornalistas da imprensa poderem colocar questões). Para não responder a uma delas, decidiu humilhar um jornalista. Tudo porque em Guimarães meteu a pata na poça e admitiu publicamente o que toda a gente sabia: que Florentino tinha visto propositadamente um amarelo.
Felizmente para os rivais, a Liga não se decide por quem comunica melhor, ou estariam os dois a jogar para não descer."

Um final da Taça (sim, no Jamor) que vai lembrar “uma desgraça autêntica”


"Benfica e Sporting vão partilhar, apenas pela 9.ª ocasião na história, a decisão da Taça de Portugal no Estádio Nacional, lugar fatídico devido ao que aconteceu há 29 anos, quando lá se encontraram pela última vez: um very-light disparado de bancada a bancada causou a morte a Rui Mendes, adepto dos leões. A PSP avisou antes que o recinto não oferecia “quaisquer garantias de segurança” e, face a esta memória, a final de 25 de maio será assombrada pelas mesmas preocupações

O sol raiava sobre a gola alta a roçar o queixo de Paulo Alves quando entrou em campo, ainda na primeira parte. Iluminava a Parmalat estampada nos mantos vermelhos, também o “SIC Televisão” a interromper as listas verdes e brancas. Dava luz ao logo da TMN que enchia os placards publicitários abeirados ao relvado. E reluzia na testa descoberta de João Pinto, marcador de dois dos três golos do Benfica contra o Sporting, ao correr desenfreado em celebração, a sua melena loira ao vento.
Posta atrás de ambas as balizas e virada para as bancadas, a radiante tarde dava luz também a uma tarja branca, posta a jeito dos olhos dos adeptos lá aglomerados: “Não à violência, não à violência.”
Algures no setor norte, logo aos nove minutos de jogo, ainda Mauro Airez se repercutia em piruetas pelo ar a festejar o seu golo, aterrou o engenho explosivo que viajou uns 200 metros, de um topo ao outro do Estádio do Jamor, para atingir um homem. A final não perduraria como a vencida pelo Benfica ou a perdida pelo Sporting. Ficaria como “a final do very-light”. Adotou o triste cognome da vulgar designação do projétil vindo de uma espécie de arma, de uso destinado a barcos em caso de emergências, disparado por Hugo Inácio, adepto encarnado, e que estoirou no peito de Rui Mendes, aficionado leão, matando-o no local. Desde esse trágico dia que não mais as equipas de Lisboa, acérrimos rivais no campo, se reencontraram na decisão da Taça de Portugal.
A reedição será a 25 de maio, 29 anos depois, definitivamente no Jamor, garantem da Federação Portuguesa de Futebol, onde se ouviu o mesmo rumor que sugeriu a hipótese de deslocar a final do seu histórico albergue devido à delicadeza desta memória e às preocupações com a segurança no evento face às condições do Estádio Nacional. Vencido o Rio Ave pelo Sporting e o epopeico Tirsense, do quarto escalão, pelo Benfica, nos respetivos duelos das meias-finais a duas mãos, formato que descaradamente pisca o olho à prevalência das equipas maiores, leões e encarnados vão convergir no recinto que ressuscitará as memórias de um trauma de violência.
Será a 9.ª final da Taça de Portugal contestada pelos rivais após os 40 jogos que já partilharam na prova-rainha. Nenhum guardou a carga fatídica do realizado em 1996. Poder-se-ia recordar a inoperância do Sporting de Octávio Machado, preso a três médios gregários, órfão de maior tração atacante perante o Benfica de Mário Wilson, dominador da partida, a viver uma época rocambolesca, dependente das pernas com vasta quilometragem de Valdo ou Ricardo Gomes além da inspiração de João Vieira Pinto. Mas tudo foi sugado pelo buraco negro da desgraça de uma morte que nem mereceu uma interrupção do jogo, facto ainda hoje motivador de choque em Carlos Xavier.
Batedor do penálti, na segunda parte, que consolou o Sporting com um golo na final, desabafa à Tribuna Expresso que “em qualquer lado do mundo o jogo acabava ali”. Então um dos capitães dos leões, estava no banco de suplentes quando ouviu “um barulho de foguete” que cativou a atenção dos jogadores suplentes. “Olhámos de repente para a esquerda e estava um burburinho na bancada. Criou-se um buraco grande, percebemos que alguém tinha sido atingido e estavam a tentar socorrê-lo”, recorda o antigo futebolista, lesto a falar desse dia e com indignação na voz: seria a derradeira partida da carreira de Carlos Xavier. “Não nos apercebemos da gravidade na altura, mas depois viemos a saber, não me lembro se no intervalo ou no final do jogo.”

“O futebol não pode ser um momento de tristeza”
Entretido a revolver-se no ar, absorvido pela euforia do golo, Mauro Airez não se apercebeu do very-light. “Estávamos muito concentrados”, explicou à Lusa o argentino, porém recordador de que algo parecido já acontecera, antes do encontro, quando os jogadores se aprontavam no relvado. “Sentimos é que passou uma coisa similar, de bancada a bancada, no aquecimento, mas bateu nas árvores.” O som trespassou-lhe o ouvido e ficou cravado na memória: “Como se fosse um foguete a passar, uma coisa muito leve.”
Rebobinada a fita, a transmissão televisiva da RTP deu conta da morte de Rui Mendes pouco depois da meia-hora de jogo. Sem os constrangimentos da emissão em direto, a estação faria um resumo da final com pouco mais de 12 minutos, guardado no seu arquivo, sem uma referência à “desgraça autêntica”, no retrato feito por Carlos Xavier. No próprio dia, ainda em plena final, fez o Presidente da República e o primeiro-ministro, presentes no Estádio Nacional, reunirem de emergência, ao intervalo. Com ambos esteve Gilberto Madaíl, líder da FPF, além dos presidentes de Sporting e Benfica.
Na conversa, Jorge Sampaio e António Guterres discutiram com José Roquette e Manuel Damásio a hipótese de suspender a final, punir os encarnados e dar a vitória aos leões. A reconstituição, feita por Pedro Reis, antigo assessor do presidente, à Lusa, cola os motivos para que tal não tenha sucedido: “Entendeu-se que seria mais seguro e ponderado concluir o jogo, não entregar o troféu, retirar imediatamente os adeptos do Benfica e atrasar, em meia hora ou 40 minutos, a saída dos adeptos do Sporting, para nem terem hipótese de se cruzarem.” O transtorno de Sampaio, “incomodadíssimo” com a tragédia, levá-lo-ia a falar aos jornalistas ainda no decorrer da segunda parte.
Apelou à diluição de cores nos adeptos, sem distinções, para que o evento terminasse “de forma digna e calma”. Pediu “aos portugueses” que assumissem “o recolhimento necessário” e partilhassem “a vitória com a derrota” porque “o futebol é um momento de alegria e não pode ser um momento de tristeza”. Nas palavras de quem o assessorava, a comoção de Jorge Sampaio era profunda, congelando-lhe os sentidos quando lhe chegou o telefone para falar com a família de Rui Mendes, o adepto falecido: “Só me perguntava o que se diria num momento destes: ‘Um jovem vem para Lisboa, para uma festa, e morre assim’.”
Desmanchados os motivos para qualquer festa, não houve entregue do troféu da Taça de Portugal nesse 18 de maio - o caneco esperou até à semana seguinte para chegar às mãos de João Pinto, no relvado do antigo Estádio da Luz e antes do encontro da última jornada do campeonato, contra o Vitória. O capitão do Benfica tivera a benesse de António Oliveira, selecionador nacional, para se juntar mais tarde ao estágio de Portugal, já a limar-se para ir ao Campeonato da Europa. As críticas feitas pelo Presidente da República ainda no Jamor teriam ecos vários nas semanas seguintes, submergidas pelo episódio na discussão acerca da segurança nos recintos de futebol e da violência das claques e dos adeptos.

Sem condições de segurança
Pouco demorou o Governo a anunciar que as câmaras de vigilância passariam a ser obrigatórias, pelo menos, nas casas dos ditos três grandes, algo comum hoje em qualquer estádio em Portugal. Acentuadas as arrelias um pouco por todo o ecossistema do futebol, adensando o clima de declarações bélicas entre dirigentes e canais oficiais de Sporting e Benfica, as preocupações tinham sido manifestadas quanto ao recinto mais arquitetonicamente pensado do que precavido para assegurar o bem-estar dos presentes. “O Estádio Nacional não oferece quaisquer garantias de segurança”, fez saber a PSP à FPF, publicou o Expresso na sua edição saída a 18 de maio de 1996, dia da final.
A polícia tentara, em vão, que o defunto Instituto Nacional do Desporto, responsável pela gestão do Complexo do Jamor - atual incumbência do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) - fizesse “obras de melhoramento”. Preocupavam-lhe a ausência de uma vedação que impedisse os adeptos nas bancadas de invadirem o relvado e a “quantidade de pedras que proliferam soltas pelas bancadas e que podem ser utilizadas como armas de arremesso”. Algo terá falhado, nesse dia, na revista feita aos presentes face ao trágico very-light e às várias tochas foram acendidas na plateia.
A cerca de um mês do reencontro de Sporting e Benfica no Jamor, tempo haverá para atentar às condições de segurança e à sanidade do som institucional partilhado entre os dois clubes. Dependerá dos dirigentes e de quem gere o que é comunicado, além de como é comunicado, de ambos os lados, por que lados se convidará a recordação do passado influir no presente. “Não andei muito bem durante algum tempo”, confidenciou Mauro Airez, por pensar no festejo malabarista que deixou no Estádio Nacional. “Se não o tivesse feito… Celebrei uns metros para o lado esquerdo da baliza do Sporting, perto da zona onde o adepto morreu”, lamentou o argentino, “como se fosse um sentimento de culpa evitável”.
O que era mais de evitar estava escrito no Jamor, apontado à vista dos adeptos atrás de ambas as balizas: “Não à violência, não à violência.” Sê-lo-á sempre, nesta final que aí vem e em todas as que vierem."

A noite do Porto continua quente


"Villas-Boas não pode ceder no caso Otávio e tem de ter mão firme para com a indisciplina.

Vida difícil para André Villas-Boas no FC Porto. O clima continua tenso no clube, com adeptos divididos e a equipa longe de corresponder às expectativas, o que, naturalmente, não beneficia nada o presidente.
Não chegavam os problemas financeiros, que, claro, muito dificultam a definição da estratégia para a atual e próximas épocas, e o julgamento da Operação Pretoriano, que periodicamente vai revelando factos pouco dignificantes para os dragões, agora surgiu mais um caso complicado para Villas-Boas resolver.
Otávio lembrou-se de comemorar à grande o 23.º aniversário e para a festa convidou vários dos companheiros de equipa. Bem ao estilo brasileiro, faltou discrição ao defesa-central e num ápice o convívio se tornou num grande problema.
É assim o futebol: quando se ganha, tudo está bem; quando não se ganha, o mínimo incidente atinge grandes proporções e gera, logicamente, muita discussão.
Os adeptos do FC Porto, de tão bem habituados que estavam, têm sentido dificuldades para digerir o insucesso e foram eles que espoletaram este caso Otávio, que acaba por deflagrar nas mãos da Administração.
Apesar de todos os problemas que envolvem os Super Dragões, que tem na detenção do antigo líder, Fernando Madureira, o expoente máximo, os adeptos continuam vigilantes e exigentes.
Percebo os excessos da juventude, que têm de começar a ser analisados sob esse prisma, mas os profissionais de futebol têm regras para cumprir, começando pelo regulamento interno e neste capítulo André Villas-Boas não pode fazer cedências, nomeadamente nesta fase em que os resultados são dececionantes.
Este caso Otávio não tem nada de novo. Há situações em similares em todas as latitudes e mesmo no FC Porto todos nos recordamos de velhas histórias envolvendo Paulo Futre ou Mário Jardel, relatadas pelos próprios anos depois.
O Porto é uma cidade pequena para as estrelas passarem despercebidas e um jogador dos dragões está sempre sob os holofotes. Muitos tentaram despistar adeptos e dirigentes rumando até ao Norte de Espanha, mas nem aí escapavam à vigilância. A diferença era que então as escapadelas só se tornavam públicas muito depois e quando tal sucedia já Jorge Nuno Pinto da Costa as havia resolvido. E, mais importante, a equipa ganhava. Constantemente.
Agora não. O caso Otávio quase que foi acompanhado em direto via redes sociais, com atualizações praticamente ao minuto. Primeiro, três jogadores, depois quatro. Afinal, já eram seis. Não, retificando, são sete. Para já…
Tiago Djaló é quem está em situação mais complicada, por ser reincidente e também, creio, por não ser um ativo do clube e por não estar a ser opção regular de Martín Anselmi. Assim, já se percebeu que terá guia de marcha, restando apenas saber a data do regresso à Juventus, treine-se ou não às 7 da manhã.
A situação do central internacional português é a mais fácil e está resolvida, mais complicado é gerir as outras situações. Nehuén Pérez, Martim Fernandes, Samu, Namaso, William Gomes e o próprio Otávio não podem ter como castigo simples multas, pois isso será só adiar os problemas, pois já se percebeu que a noite do Porto continua quente…"

Orelhas moucas de Varandas


"Intervenção do presidente do Sporting no fim do jogo com o Rio Ave serviu o propósito de arregimentar tropas e ganhar simpatia dos adeptos. Mas ficou o essencial por dizer-lhes

Dois meses e um dia depois de ter considerado que o critério das arbitragens nos jogos do Sporting é diferente daquele utilizado nos jogos dos rivais, sugerindo estar o Sporting a ser prejudicado ou, em última análise, Benfica e FC Porto estarem a ser beneficiados, numa entrevista à Sporting TV que serviu, seguramente, o propósito que desejava, Frederico Varandas voltou a falar, agora numa declaração aos jornalistas, depois de consumada a presença na final da Taça de Portugal, sem direito a perguntas. Houve, na verdade, uma questão importante, ignorada olimpicamente pelo presidente do Sporting. Já lá vamos.
O líder dos leões fez o balanço da época quando a época ainda não acabou. E, pelo que se percebeu, o Sporting já ganhou, mesmo sem ter vencido qualquer troféu. Concordo. E não há aqui ponta de ironia. Já uma vez escrevi, recorrendo a uma reflexão do basquetebolista Giannis Antetokounmpo, dos Milwaukee Bucks, que fracasso não é sinónimo de falta de títulos. E basta fazer o exercício, como pediu o gigante grego da NBA, de nos considerarmos um fracasso por não sermos promovidos todos os anos, não obstante ultrapassarmos obstáculos, lidarmos com dificuldades ou darmos o melhor.
Foi isso, sim, que aconteceu ao Sporting. E é já um sucesso estar a quatro jornadas do fim com possibilidade de ser campeão e qualificado para a final da Taça de Portugal. A intervenção depois do jogo com o Rio Ave serviu o propósito de arregimentar as tropas neste momento decisivo da época. Todos são necessários. Acredito, sinceramente, que tenha tocado fundo no sentimento de adeptos, que não falharão à equipa, como não falharam.
Mas Frederico Varandas falhou-lhes no essencial, fez orelhas moucas quando lhe perguntaram se poderia garantir que Rui Borges será o treinador do Sporting na próxima época. Se a época está a ser um sucesso, se muitos até poderão ter ficado comovidos com alguns argumentos, não seria difícil esclarecer ou convencer sócios e adeptos com uma resposta clara e objetiva. Poderemos deduzir, porque Frederico Varandas não respondeu, que Rui Borges até poderá não continuar no Sporting, não obstante tudo o que foi dito pelo líder dos leões. E, no fundo, o treinador, tão elogiado, poderá estar, afinal, dependente da conquista de troféus.
Nada é definitivo, como sabemos, no futebol. E Frederico Varandas já despachou um treinador, esta época, que dentro de «quatro ou cinco anos estará num dos clubes mais poderosos da Europa», em quem tinha «muita confiança» e identificava «coragem, liderança, caráter e entendimento anormal do jogo». Preferiu ignorar a pergunta e, com isso, deixar tudo nublado.
Voltando a uma guerra perdida — no futebol português ainda ninguém percebeu, entre os principais agentes, que falar, sem nada deixar por responder, só pode fazer bem. Isto para não falarmos do bem que fazia à indústria. E aqui estamos, também, na Idade da Pedra. Já se percebeu em tantas geografias e modalidades o bem que faz ter acesso a jogadores e treinadores antes e depois de jogos. E o dinheiro que pode trazer. Ainda haverá alguém que fique admirado por valer tão pouco este produto que consumimos?"

Dérbis à vista? 'Un día à la vez'


"Benfica e Sporting vão defrontar-se duas vezes nas próximas semanas, para decidir a Liga e a Taça de Portugal. O interesse é grande, mas há quem não tenha muito jeito para o sustentar...

É cada vez mais difícil acompanhar o futebol português com interesse através dos protagonistas. Os jogadores só falam em flashs apressadas e com assessores ao lado que insistem naquelas frases cheias de nada. Os treinadores são os mais expostos, mas não parecem gostar muito disso (vi recentemente o documentário sobre Luis Enrique e este confessa que abdicaria de 25% do seu salário se não tivesse de responder a perguntas dos jornalistas). Já os presidentes sabem que quando falam, muito raramente, tudo pára para os ouvir. O mais expectável é que tenham algo para se queixar, mas também há uma tendência para o autoelogio quando as coisas correm bem, não vá alguém esquecer-se do quão importantes eles são.
Frederico Varandas decidiu falar aos jornalistas no final da vitória sobre o Rio Ave, que carimbou o passaporte do Sporting para a final da Taça de Portugal. Digo falar aos jornalistas, mas tratou-se mais de um monólogo com microfones à frente, uma vez que, a cada pergunta que tentava interromper a sua dissertação, o presidente dos leões sorria, não respondia e seguia em frente com o seu propósito. A mensagem a passar era um elogio ao plantel e ao treinador pelo superar de todas as adversidades esta época - tendo Varandas aproveitado a sua formação clínica para enumerar as lesões que afetaram a equipa - e ainda um apelo aos adeptos para um reforço do apoio nesta reta final onde tudo se irá decidir. Nada contra, mas para isto bastava um vídeo inspiracional nas redes sociais do Sporting.
Antes disto, já Bruno Lage tinha aproveitado a conferência de antevisão do encontro com o Tirsense para questionar um jornalista sobre os seus conhecimentos. Não é a primeira vez que o treinador do Benfica se antecipa às questões mais difíceis (neste caso, os amarelos forçados de Florentino e Di María), ou que se prepara para responder com um sorriso em forma de ataque. Nada contra o respeito pelo Tirsense e a concentração para a meia-final da Taça, mas os jornalistas não fazem as perguntas a pensar no foco de Lage ou do Benfica. Fazem-no para esclarecer, mesmo os adeptos que não gostam nada do nosso trabalho e que até aplaudem cada vez que algum protagonista brinca com este.
O que é certo é que vêm aí dois emocionantes dérbis e estamos focados, temos um plano e vamos trabalhar muito. Não adiantei nada de especial, mas estou só a entrar na onda. Um dia alguém há de perceber como tudo isto é desinteressante e afasta adeptos. Mas enfim, é como diz a sábia tatuagem: um día à la vez."

Reinaldo Teixeira chegou. E o jogo vai mudar


"O futebol português não precisa de promessas. Precisa de coragem. De visão. De estabilidade. Reinaldo Teixeira foi eleito presidente da Liga Portugal. E com ele chega não apenas um novo rosto — chega um novo tempo. Sucede a Pedro Proença num momento sensível para o futebol profissional em Portugal. Um momento em que o país exige mais do que uma gestão de bastidores. Exige liderança com estratégia. Exige consensos com consequência. Exige quem não tenha medo de mexer nas placas tectónicas do sistema — como a centralização dos direitos televisivos, o tema que definirá a próxima década do futebol nacional.~
A presidência de Pedro Proença marcou um ciclo de crescimento e profissionalização na Liga, pelo que o legado deixado é exigente. A fasquia está elevada, mas Reinaldo Teixeira sabe ao que vem. Não é novo nisto. Está mais do que habituado aos grandes desafios. Conhece os corredores, as dúvidas, os desafios. Foi delegado, coordenador de delegados, e construiu reputação onde mais importa: no terreno.
Gestor executivo de sucesso, Reinaldo Teixeira é uma figura respeitada pela sua integridade e competência. E é por isso que esta eleição é mais do que uma escolha institucional. É uma afirmação de um território: o Sul. Pela primeira vez em décadas, a liderança da Liga vem de fora dos eixos de poder habituais. Um sinal claro de que o futebol português está pronto para ouvir outras vozes, outras geografias, outras formas de fazer.
Mais do que um dirigente, Reinaldo Teixeira é o homem ideal para procurar consensos. Não veste camisolas — a não ser a da defesa intransigente daquilo em que acredita. Se tem clubes do coração como qualquer cidadão? Provavelmente sim. Mas num tempo em que o ruído se sobrepõe frequentemente à razão, isso é cada vez mais irrelevante.
O que importa é que Reinaldo Teixeira defende, com clareza, a necessidade urgente de fortalecer a indústria do futebol e tornar as ligas profissionais mais competitivas, sustentáveis e atrativas — não só para os adeptos, mas também para investidores, patrocinadores e o mercado global.
Há, no entanto, um trunfo adicional em cima da mesa. A presidência de Pedro Proença na Federação Portuguesa de Futebol abre a porta a algo que o futebol nacional há muito precisa: normalização. Cooperação. Visão partilhada. A possibilidade de normalização das relações institucionais entre a Liga Portugal e a FPF, inaugura uma nova era de entendimento e colaboração entre as duas entidades que gerem o futebol nacional.
As condições estão reunidas. O jogo mudou. A Liga tem um novo líder. Agora começa o campeonato mais difícil de todos: o da credibilidade."

Em contramão


"Neste espaço de opinião, já abordei os dois maiores problemas sobre a cultura de trabalho e das organizações em Portugal: realizar um verdadeiro projeto e estratégia, e alinhar todos os que interessam em prol de um objetivo e compromisso comum. Nos últimos meses no futebol, temos observado outro: a incapacidade das pessoas em assumir, observar, entender — nem sei qual o melhor verbo — os factos e a informação que nos rodeia. E, tal como opinião não é ciência, convém não usar os factos como opinião.
Para o Mundial de Clubes, a FIFA nomeou 35 árbitros principais e 58 assistentes, com 24 a exercerem funções de VAR. E nenhum é português. Em tempos percebi melhor a tarefa árdua que é apitar, mas ignorar que vão 117 agentes de arbitragem e nenhum é português deveria levar os seus responsáveis a agir.
É verdade que podem andar ocupados a responder aos clubes que constantemente responsabilizam os árbitros pelo seu insucesso, mas se calhar o organismo que gere os árbitros também anda demasiado ocupado a responsabilizar os clubes ao afirmar que a intranquilidade é a principal razão para a falta de qualidade dos árbitros. Sejamos sinceros: algo se passa, ninguém guarda os melhores atores para o festival da aldeia em vez dos festivais mundiais.
O novo presidente da Liga Portugal tomou posse e assumiu, entre vários desafios, que, até ao dia de hoje, ainda não há nenhuma proposta de aquisição dos direitos televisivos. Uns dirão que ainda falta muito tempo, mas creio que, mesmo com as várias reuniões com todos os operadores e plataformas de distribuição de conteúdos a acontecer em breve, dificilmente se chegará a uma proposta nos valores pensados quando se iniciou este projeto.
Sou contra o projeto? Claro que não. Aquele número era viável na altura? Não sei responder. Mas há vários anos, pelo menos dois ou três, que se começou a perceber os problemas de outras ligas, como a francesa ou a dos Países Baixos, em conseguir valores que nos fizessem estar otimistas. E aqui temos de ser mais exigentes: pouco ou nada se fez para melhorar esta situação, ou pelo menos, com o efeito pretendido.
E o problema não é andar em contramão. Às vezes até é positivo, e é assim que nascem algumas das melhores ideias e visionários. O problema mesmo é não entender o sentido correto para os seus objetivos e contestar quando se começa a perceber que não se vai alcançar o objetivo, mesmo sem se perceber qual é a direção certa."

Na final


"O Benfica está apurado para a final da Taça de Portugal, após ter eliminado o Tirsense nas meias-finais. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Resultado justo
O treinador do Benfica, Bruno Lage, elogia: "Equipa concentrada, dedicada e a fazer um jogo sólido. Tivemos várias oportunidades para marcar, marcámos 4 [golos], e acho que é um resultado justo. Agora, aquilo que temos de fazer é, em 3/4 dias, preparar da melhor maneira o jogo aqui em casa com o AVS."

2. Jogo a jogo
António Silva considera: "Foi uma boa exibição, os golos foram aparecendo. Vamos jogar uma final da Taça de Portugal, mas, para já, temos um jogo muito importante para o Campeonato, com o AVS, que queremos vencer."

3. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os quatro golos marcados pelo Benfica frente ao Tirsense.

4. Tributo
Humberto Coelho, que completou 75 anos de vida nesta semana, foi homenageado no relvado do Estádio da Luz. Dirigindo-se aos adeptos, salientou: "Isto é mais do que alma, é, de facto, uma mística extraordinária! Só no Benfica se sente este reconhecimento e esta glória e memória que temos de ter jogado no melhor clube do mundo."

5. Jogo do dia
O Benfica visita a Juventude de Viana em hóquei em patins (21h00).

6. Agenda para sexta-feira
A equipa feminina de basquetebol do Benfica recebe o Quinta dos Lombos na Luz e tem de ganhar para forçar a negra nas meias-finais dos play-offs do Campeonato Nacional (20h30). A equipa feminina de futsal desloca-se à Tapadinha para defrontar o Atlético (21h30). A equipa masculina de andebol visita o Marítimo (16h00). E, no râguebi, o Benfica tem encontro com o Direito no Estádio Universitário (17h00).

7. Sábado com várias partidas
No futebol de formação, os Juniores visitam o Torreense (16h00), os Juvenis atuam em Braga (11h00) e os Iniciados recebem o Rio Ave (15h00).
Às 15h30, no Pavilhão João Rocha, começa o segundo jogo da final do Campeonato Nacional de voleibol entre Benfica e Sporting.
Na Luz, às 15h00 há partida de basquetebol entre Benfica e Vitória SC. Às 17h00, a equipa feminina de andebol é anfitriã do ABC.
Às 19h00, na Abóboda, há o primeiro jogo da final do Campeonato Nacional de polo aquático no feminino entre Benfica e Fluvial Portuense.
Nota ainda para a final four da WSE Champions League Women de hóquei em patins, em Barcelona. Às 12h00 de Portugal continental, o Benfica defronta o Generali HC Palau.

8. Presença confirmada
O Sport Lisboa e Benfica é um dos primeiros 4 clubes de elite confirmados para participar na edição inaugural do World Sevens Football (W7F), torneio que decorrerá de 21 a 23 de maio de 2025 no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril.
O vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica, Fernando Tavares, refere: "Como clube que tem sido um verdadeiro impulsionador do futebol feminino em Portugal, orgulhamo-nos de fazer parte desta competição histórica e de receber estas atletas e adeptos incríveis no nosso país."

9. Protagonista
Luís Monteiro, treinador da equipa feminina de andebol do Benfica, é o entrevistado da semana."

História Agora


SportTV: Futebol Arte - João Pinto...

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O Cantinho Benfiquista #208 - ¿De quién soy yo?

El Mítico #132 - Cada punto es oro

Jamor, Lá Estaremos


"Benfica 4 - 0 Tirsense

Começo pelas fotos, porque os que nelas me acompanham bem o merecem: Na de cima, a dona Maria, grande Benfiquista do Porto, que sem medo se veste com os nossos adereços e assim circula indiferente às provocações pela cidade.
Na de baixo, o José Manuel Oliveira, de Famalicão, e o António Ferreira Ferreira, de Viseu, mais dois heróis que em dia de jogo a feijões fizeram centenas de quilómetros para marcarem presença na Catedral.
Quantos Benfiquistas estarão hoje na Luz? Quarenta mil? Já seria um bom número. Mais à frente, mais perto do fim do jogo, saberemos. Nova oportunidade para ver jogadores menos utilizados. E a equipa a jogar em 4-4-2.

E VAMOS AO JOGO! (desde o meu lugar de Fundador)
15 por mais lento que possa estar a ser o nosso jogo, a grande interrogação que paira no estádio é esta: a que minuto será o primeiro golo? E a segunda dúvida: por quantos vamos ganhar?
23 Samu a ser assistido, Lage com todos os outros junto de si para lhes dar indicações. Vamos acelerar o jogo? Schjelderup tem sido o único a agitar isto.
28 Florentino a querer molhar a sopa do meio da rua: três pontos para o País de Gales! Valeu a sugestão que deixou aos homens da frente: temos que rematar!
31 o Arthur Cabral, lançado pelo António, entendeu o recado do Tino: belo remate, grande defesa do redes deles.
37 o António está a fazer uns belos passes longos, longuíssimos até.
40 isto não está mesmo a pedir o Prestianni?
42 o redes deles a brilhar outra vez a grande nível, agora a remate do Tiago. E assim vai aguentando o jogo a zeros.
45+1 ora até que enfim: António a aproveitar um remate falhado do Barreiro e a emendar quase em cima da linha de golo: um-zero. Demorou mais do que se esperava...
45+2 primeira parte em ritmo de jogo de pré-época, só não vão entrar é onze novos para a segunda. 48 e já lá vão dois golos perdidos.
50 o Bruma está um bocado fução. Talvez por ter estado tantos jogos à míngua.
55 eles parece que já não aguentam, já não saem lá de trás. Mas, tal como lá, têm umas entradas durinhas.
60 Lage bem gesticula a pedir mais velocidade, trocas de bola mais rápidas. Vem aí Prestianni. E João Veloso. E Amdouni.
64 Prestianni a primeira vez que toca na bola é logo com classe a deixar Amdouni na cara do golo. Este miúdo tem futebol, um dia vingará no Benfica, assim o espero.
74 grande jogo do redes deles. E finalmente um canto aproveitado com Bajrami a empurrar em cima da linha de golo. Um prémio merecido para o jovem central que está a fazer um bom jogo.
48.601 na Catedral. Muito bom número para o jogo que é. Muito bom mesmo!
78 Ederson, aliás Samu, a isolar o Tiago e este a assistir o Belotti, que não perdoa: três-zero. Bonito! 90+1 mais um canto, mais um golo marcado com o pé em cima da linha, agora Barreiro: quatro-zero. Resultado mais de acordo com o que se passou no jogo.
90+2 palmas para o Tirsense, do quarto escalão, que veio aqui dar tudo o que tem para dar. Dia 25 de maio será no Jamor com o Sporting. Carrega BENFICA!"

O Benfica-Tirsense já começou resolvido, mas isso não tirou emoção à noite de jovens e veteranos


"Depois do 5-0 da primeira mão, as águias voltaram a vencer (4-0) a primeira equipa da quarta divisão a estar nas meias-finais da Taça. Bajmari marcou, João Veloso, Hugo Félix e André Gomes estrearam-se e toda a equipa visitante fechou um percurso histórico na competição. A decisão do troféu será num Benfica-Sporting

Como dar emoção a uma história cujo desfecho conhecemos à partida? Talvez uma boa forma de pensar nisto seja olhar para como não dar emoção.
Ora bem, para não dar emoção a uma já desequilibrada eliminatória, uma boa fórmula é colocá-la a duas mãos. Após todo um torneio a jogo único, eis as meias-finais da Taça de Portugal a duas mãos. E, assim, este formato estranho levou-nos a um Benfica-Tirsense que, previsivelmente, já vinha decidido da primeira partida.
Continuemos a tirar emoção e magia ao momento. Tirsense, primeiro clube da quarta divisão nesta fase da competição. Tirsense, a visitar a Luz pela primeira vez desde 1996. Tirsense, a ter esta ocasião histórica agendada para uma anticlimática quarta-feira à noite.
Se a noite já se assumia como uma burocracia, os responsáveis por tentarem dar-lhe emoção esforçarem-se muito para que assim fosse. Mas não digam isto ao Tirsense.
Não digam isto aos adeptos do Tirsense, aos cerca de mil que encheram autocarros e vieram à capital. Não digam isto a Tiago Gonçalves, o guarda-redes de 21 anos que a cada defesa terá desejado que olhos de divisões superiores estivessem a ver.
Não digam isto a Bernardo Mesquita, o criativo que acreditará que esta campanha na Taça o ajudará a entrar no futebol profissional. Não digam isto, sequer, a João Veloso, algarvio — mas agora as promessas do Seixal são todas algarvias? —, a Hugo Félix, irmão de João, e André Gomes, jovem guarda-redes, que se estrearam no Benfica. Não digam isto a Bajmari, em estreia a titular na Luz e logo com golo.
O serão, único e irrepetível para uns, burocrático para muitos, começou decidido. Todos sabiam que o Benfica disputaria a final da Taça contra o Sporting. Para o carimbar, venceu por 4-0. Além de Bajmari, marcaram os consagrados António Silva, Belotti e Barreiro.
O Tirsense, fora dos campeonatos profissionais desde 1996/97, teve aqui o fecho de uma temporada histórica. Com o Campeonato de Portugal a ter terminado a 13 de abril e sem disputar fases de subida nem descida, o clube só voltará a entrar em campo em 2025/26, daqui a longos quatro meses. Alguém falou em tirar emoção?
Não obstante, para muitos futebolistas que sonham com um futuro melhor este jogo foi uma montra. Para vários deles, estarem no quarto escalão e não no futebol profissional não é só uma questão de talento, mas produto de uma decisão menos acertada, fruto daquela lesão no momento mais inoportuno, deveu-se a uma má opção de clube, à conjugação do momento errado na pior ocasião.
Os pés de Daniel Rodrigues, internacional jovem e ex-Sporting, têm lugar no futebol profissional. A classe de Bernardo Mesquita, ex-Boavista, a energia de André Fontes, ex-Paços, e as defesas de Tiago Gonçalves, internacional jovem com passagens por FC Porto e Vitória SC, podem estar, para o ano, em escalões superiores. Para eles, todos sub-23, a noite foi uma montra.
Para os trintões João Pedro, Júnior Franco ou Júlio Alves, ir à Luz terá sido o ponto alto de uma viagem. Para todos, a ocasião foi aproveitada, reforçada por uma equipa que tentou jogar, que criou algum perigo, que complicou a vida ao Benfica até as pernas falharem, a diferença física se impor e o resultado se alargar naturalmente. Mas, antes do cansaço se impor, o encontro estava igualado.
O Benfica quase não criou perigo nos 30' iniciais. Bernardo Mesquita fez um túnel a António Silva para emoldurar, Tiago Gonçalves fez uma grande defesa a Arthur Cabral na melhor chance das águias.
As bolas paradas foram, juntamente com o cansaço, o maior inimigo dos visitantes. Em cima do descanso, e quando o Tirsense estava quase a ir para a segunda parte com um 0-0 que era uma pequena medalha, um lance confuso levou António Silva a fazer o 1-0.
O Benfica veio com mais energia para a segunda parte. Schjelderup e Barreiro ameaçaram, pouco antes de arrancar o carrossel de substituições. João Veloso, Hugo Félix e André Gomes traziam emoções para uma noite que, para alguns, era uma chata burocracia.
À entrada para a parte final, só estava 1-0. Foi nos últimos 20' que as pernas do Tirsense começaram a falhar e o Benfica aproveitou para juntar golos à noite. Primeiro Bajmari, depois Belotti, assistido por um Tiago Gouveia que foi titular pela equipa principal pela primeira vez desde 22 de abril de 2024, a fechar Barreiro.
Indiferente a quem tentou tirar emoção à noite histórica, o Tirsense sai da Luz com um sorriso. Meio plantel passará os próximos meses a olhar para o telefone, esperando aquela chamada, desejando que a Taça 2024/25 tenha sido o impulso que faltava. Para outro meio, uma vida de esforços e sacrifícios, de treinos à noite e longas viagens, de ausências da família a troco de umas centenas de euros, um percurso de puro amor ao futebol teve aqui um prémio. Alguém falou em emoção?"

Benfica-Tirsense, 4-0 António Silva honrou a braçadeira: as notas dos jogadores do Benfica


"Centrais em grande, com golos e tudo, Dahl e Barreiro a jogar com toda a seriedade; estreias na equipa principal para João Veloso, André Gomes e Hugo Félix

O melhor em campo: António Silva (7)
O encontro não foi tão fácil como a diferença entre as equipas poderia sugerir, António Silva teve de ser sério e honrar a braçadeira de capitão de equipa e não facilitou, assumindo defensivamente perante um Tirsense atrevido, mas sobressaindo também pela execução de passes longos, normalmente bem direcionados. O melhor deles surgiu ao minuto 31, a lançar Arthur Cabral, que ficaria perto golo. O golo, todavia, pertenceria ao central, que desviou na passada, a um metro da baliza, bola cabeceada por Belotti. 1-0, aos 45+3'. Manteve o nível na segunda parte, já com menos trabalho, e ainda apareceu novamente em zona de golo, pertencendo-lhe o cabeceando que conduziu a bola até Tiago Gonçalves e, depois, até à recarga vitoriosa de Leandro Barreiro. O dono da braçadeira, Otamendi, deve ter gostado.

Samuel Soares (6) — O guarda-redes do Benfica encaixou bem bola de Daniel Rodrigues, que rematou de longe, aos 45+2', e no segundo tempo deu nas vistas com passe de 50 metros a isolar Tiago Gouveia na direita. Competente com os pés e no ar.

Tiago Gouveia (7) — Nem todo o seu futebol foi tão elegante como certamente gostaria, mas desequilibrou na direita. Bela ação ofensiva aos 19', entregando a Arthur Cabral, boa combinação com Bruma, aos 37', e remate perigoso de fora da área aos 42', que Tiago Gonçalves defendeu. E ofereceria mesmo um golo após várias tentativas: aos 78', em nova fuga, deixou Belotti mesmo à frente da baliza. 3-0.

Bajrami (7) — Mais discreto que António Silva, mas igualmente competente. Até na área adversária: fez o 2-0, aos 74'.

Samuel Dahl (7) — Fez quase tudo bem, tanto no plano defensivo como na missão ofensiva. Grande corte à boca da baliza evitando o desvio de André Fontes, cruzamentos impecáveis para Leandro Barreiro e Belotti (duas vezes), deixando os companheiros em posições vantajosas. Depois, tentou colocar o nome na ficha de jogo, primeiro com um livre bem marcado e bem defendido e, por fim, com um desvio de primeira, que não saiu tão bem como desejaria, mais a mais face à qualidade da bola de Prestianni.

Schjelderup (5) — Virtuoso, procurou o drible, por vezes com exagero, e os desequilíbrios. Mas quando chegou a sua vez de finalizar, aos 48', bola mesmo boa de Bruma, errou clamorosamente.

Florentino (5) — Tentou o remate ao minuto 28, bola muito afastada da baliza, e cruzou para a área, na direção de Belotti, no início do lance do 1-0. Jogo tranquilo, sem altos e baixos.

Leandro Barreiro (5) — Acertou no poste, aos 16', salto de peixe ao segundo poste, aos 45+3' disparou na área e a bola saiu direitinha na direção de António Silva, funcionando como assistência para o 1-0. Esteve novamente perto de marcar, aos 46', desvio de cabeça que não terminou bem, mas faria golo com o jogo a acabar. A meio-campo jogou pelo seguro.

Bruma (5) — Trabalhou bem ao minuto 37', rodando e disparando de pé esquerdo, com a bola a sair perto do poste direito, e fez boa abertura para Schjelderup aos 48'. Mas não jogava bem quando deixou o relvado (61').

Belotti (6) — Nem sempre é o jogador mais elegante, por vezes complica, mas também é inteligente e eficaz. Começou por fazer desvio de cabeça aos 16', quase oferecendo o 1-0 a Barreiro, depois chegou em esforço a uma bola difícil aos 45+3', mas ainda conseguiu devolvê-la, de cabeça, contra a barra, balão perfeito que surpreendeu a defesa e permitiu a Barreiro disparar e a António Silva fazer o 1-0. O italiano foi perseguindo o golo, errou, acertou no guarda-redes, mas aproveitou bola perfeita de Tiago Gouveia. Não havia como falhar.

Arthur Cabral (5) — Que disparo aos 31'! Fugiu à marcação em velocidade e atirou de primeira, grande bola defendida por Tiago Gonçalves. Aos 74' ganhou de cabeça e ofereceu o 2-0 a Bajrami. Não chegou ao golo e foi isso que o distinguiu de Belotti.

Prestianni (6) — Entrou aos 62', aos 64' deixava Amdouni em posição de finalizar para golo. Aos 68' assumiu a finalização, mas atirou ao lado e apontou depois o canto que deu origem ao 2-0. Sempre em jogo, perto do final ainda ofereceu o golo a Dahl.

João Veloso (5) — 30 minutos, estreia absoluta. O primeiro lance não foi feliz, perda de bola, mas recompôs-se, integrou-se e ainda visou a baliza. Ganhou canto. «

Amdouni (5) — Entrou aos 62', aos 64' trabalhou bem, mas errou a baliza, por pouco.

André Gomes (-) — Entrou aos 79', estreia absoluta na baliza.

Hugo Félix (5) — Estreia aos 79'. Apontou o canto do 4-0."

Benfica-Tirsense, 4-0 Jamor estava garantido, foi só assinar por baixo


"Tirsense não incomodou o Benfica, mas chegou a divertir-se. António Silva (45+3) marcou pouco antes do intervalo, Bajrami (75') e Belotti (78') aumentaram a vantagem quando o jogo caminhava para o final e Leandro Barreiro (90+1) fechou o resultado na compensação do segundo tempo

Pum, está feito: Benfica na final. Era o que se esperava. Desde o sorteio e, sobretudo, desde o 5-0 da primeira mão. Sabiam os jogadores e sabiam os treinadores (o do Tirsense chama-se Emanuel Simões). Por muito que Bruno Lage tivesse frisado o respeito que tinha pelo adversário, o passaporte para o Jamor estava garantido. Se assim não fosse, Lage tinha posto mais carne no assador. Mas não pôs. Colocou apenas muita alface na saladeira, com António Silva e Florentino a serem os únicos habituais titulares na ficha de jogo.
O Tirsense entrou com um onze praticamente igual ao da primeira mão. O treinador da equipa do quarto escalão do futebol português (chama-se Emanuel Simões) optou por apenas duas trocas: Gonçalo Cardoso e Alex Reis por André Fontes e Júlio Alves. Sabia que a passagem à final era impossível (só o FC Porto, na Supertaça de 1996, ganhara por cinco de diferença em casa do Benfica) e, assim, a ideia seria divertir-se e tentar incomodar os encarnados.
Não conseguiu. Teve apenas um remate enquadrado com a baliza de Samuel Soares, facilmente defendido pelo jovem guarda-redes. Porém, se não incomodou, teve bola para jogar, esticou-se pelo relvado e, até quase ao intervalo, foram poucas as vezes em que a baliza de Tiago Gonçalves esteve em verdadeiro risco.
Apenas em três, aliás. Leandro Barreiro (16’) desviou, de cabeça, rente ao poste, na sequência de pontapé de canto; mais tarde, Arthur Cabral (31’) tem bom remate sobre a direita, já na área e sem oposição, com o guarda-redes do Tirsense a desviar pela linha de fundo; por fim, foi a vez de Tiago Gouveia (42’) incomodar o homónimo Gonçalves.
O jogo encaminhava-se para o intervalo e o 0-0 mantinha-se, o que, claro, dava algum encanto à exibição do Tirsense. Porém, aos 45+3’, na sequência de um primeiro remate de Leandro Barreiro, António Silva desviou para o primeiro do jogo. Momento de satisfação para o treinador do Benfica e de desilusão para o do Tirsense (chama-se Emanuel Simões). Levar o 0-0 para o intervalo seria uma mini-prenda para o Tirsense.
Calculava-se que a segunda parte fosse muito mais complicada para o Tirsense, pois os seus jogadores não estão habituados a jogar num relvado tão grande e frente a uma das equipas mais poderosas de Portugal.
Mesmo assim, Tirsense, tal como o Benfica, reentrou com o mesmo onze. Talvez por isso, os encarnados começaram a encostar o adversário bem mais para junto da sua área, embora sem grandes lances de perigo.
Pouco depois da hora de jogo, os dois treinadores decidiram mexer, finalmente, no onze. O do Benfica fez entrar João Veloso, Prestianni e Amdouni para os lugares de Florentino, Bruma e Schjelderup e o do Tirsense (chama-se Emanuel Simões) trocou André Fontes por Alex Reis. Pouco depois, mais mexidas nos visitantes: Daniel Rodrigues, Bernardo Mesquita e Júlio Alves por Geovanny, Túlio e Diogo Gonçalves.
O Tirsense refrescava-se, mas logo de seguida, no espaço de três minutos (75’ e 78’), Bajrami e Belotti elevaram o marcador para 3-0. Fechava-se o resultado da Luz, pois a meia-final há duas semanas que estava fechada.
Faltava mais uma pequenina cereja no bolo encarnado e esta, tal como no primeiro tempo, apareceu na compensação. Canto de Prestianni, desvio de cabeça de António Silva e, por fim, Leandro Barreiro a marcar o nono da eliminatória: 5-0 mais 4-0.
O treinador do Benfica (chama-se Bruno Lage) vai ao Jamor e o do Tirsense (chama-se Emanuel Simões) regressa a casa com a satisfação de, durante 45 minutos, ter complicado um pouco a vida aos encarnados."

Visão: Tirsense...

BI: Tirsense...

Terceiro Anel: Tirsense...

5 minutos: Tirsense...