Últimas indefectivações

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Não há que levar a mal

"A luta pelo título nacional será disputada entre o Benfica e o clube daqueles que queriam que fosse o Benfica no avião do Chapecoense. São desejos diferentes, nós queremos ganhar-lhes, eles querem que o Benfica morra. Há até um elemento nacional no desejo, pois a nossa inexistência seria a única hipótese de os rivais serem os maiores. Não há que levar a mal, pois há uma perturbadora questão de dimensão.
Não sei quem tem vantagem nesta luta pelo título, mas, por agora, somos nós que temos um ponto de vantagem. Jogámos pouco em Moreira de Cónegos e não vale a pena entrar por sofismas ou aldrabices argumentativas. O Moreirense jogou bem acima das expectativas e parabéns ao Petit (grande Armando Teixeira). O Benfica jogou bem abaixo do nosso desejo e teremos que melhorar. Curiosamente valeu ao Benfica em Moreira de Cónegos uma entrega individual sem mácula e o resultado sem dano. Todos os benfiquistas queriam uma exibição mais conseguida e a boa solução estará em conseguir hoje esse objectivo com o Marítimo. Bem sei que jogámos melhor contra o FC Porto e não vencemos, bem sei que por agora vencer é fundamental, mas logo, frente ao Marítimo, quero mesmo vencer e jogar muito bem. O adversário tem imensa qualidade, é uma das nossas derrotas nesta Liga e, para carrascos completos, já temos os cinco pontos perdidos com o V. Setúbal. Estamos avisados e não podemos facilitar. São seis jogos para o Campeonato e um para Taça de Portugal. 630 minutos para uma época de sonho. Não é fácil mas é possível.
Em semana de Liga dos Campeões, fica uma sugestão a Karl-Heinz Rummenigge: há dez treinadores portugueses que se forem contratados pelo Bayern o fazem campeão europeu dois em cada três anos. A continuar assim poderá muito bem ser a Juventus, como defendo desde o início da época."

Sílvio Cervan, in A Bola

É importante apoiar!

"O ambiente do futebol português, à semelhança do vivido na temporada passada, está irrespirável. A diferença é que, se há um ano as acusações torpes e as insinuações constantes brotavam somente em Alvalade, agora germinam também nas Antas.
Que há e sempre houve anti-benfiquismo por essas bandas, já nós sabemos. E nem sequer é novidade ser tão notória a instrumentalização desse sentimento na comunicação desses clubes, servindo simultaneamente de pressão aos diversos agentes, de auto-motivação e de desresponsabilização dos seus insucessos. O que eles não percebem é que, tendo nós a capacidade desportiva para lutar por títulos, só nos motivam em prol da prossecução dos nossos objectivos. Criticando-nos e acusando-nos constantemente, mais do que induzirem comportamentos autofágicos entre nós, antes nos unem. Tornam evidente, para nós, que há um objectivo maior - sermos campeões - do que a exigência connosco próprios que tanto gostamos de sentir, apregoar e praticar. Essa terá o seu tempo, o qual ainda não chegou. E, com isso, ofereceremos a necessária tranquilidade e o indispensável apoio que a nossa equipa tanto necessitará quando a desinspiração for a nota dominante, como aconteceu em Moreira de Cóengos no passado fim-de-semana, não pondo em causa, no entanto, a justiça da nossa vitória. Pela minha parte, obrigado aos anti-benfiquistas.
Entretanto, a nossa equipa de voleibol disputará mais uma final dos play-off's, a oitava consecutiva, numa temporada em que tem sido afectada por uma quantidade inusitada de lesões. Para um clube com pouca tradição na modalidade como o Benfica, é impressionante o percurso feito nos últimos anos."

João Tomaz, in O Benfica

Sem medo

"Todos nos lembramos da temporada passada. De um lado estava o Bicampeão, com um treinador novo e uma pré-época minada pelos erros de preparação de quem cá estava antes. Do outro lado estava um clube mais pequeno, com um treinador novo que se julgava o rei Midas e que prometia este mundo e o outro com o apoio de um dirigente obcecado com o vermelho. Contra uma campanha orquestrada por dirigentes rivais, contra favores na comunicação social, contra insultos de baixo nível, conseguimos aquele que eu e muitos como eu considerámos o mais delicioso título de campeão da história.
Hoje, vejo que estava enganado. Em 2016/17 estamos a assistir ao mais desesperado plano de ataque de que há memória no futebol português. De um lado está o Tricampeão e líder do campeonato desde a 5.ª jornada. Do outro, está o 2.º classificado - ainda com hipóteses reais de chegar ao 1.º posto - e o 3.º classificado, com sonho megalómano de que ainda é grande e com a azia de sempre.
Além deles, estão também todas as outras equipas que têm defrontado o SL Benfica com a motivação suplementar de dar o litro, o quilo e o quilómetro para roubar pontos ao líder. Não têm conseguido e isso vê-se nas acentuadas quebras de forma que apresentam na jornada seguinte ao embate com o SL Benfica - pura e simplesmente deixam de saber jogar, correr e dar cacetada. O que uma mala não faz...
É por isso que vos digo: este é o mais importante campeonato na história do SL Benfica. E não apenas por ser o Tetra, mas por ser aquele que todos os outros querem evitar legal e ilegalmente. 
Hoje, com o Marítimo, podemos ficar um degrau mais perto de fazer História. E de os calar de vez."

Ricardo Santos, in O Benfica

Orgulho!

"Repleto de macacos e papagaios, quer a norte, quer a sul, o futebol português tem vindo a transformar-se num triste Jardim Zoológico.
São membros de claques a agredir e a intimidar tudo o e todos, como um exército profissional do crime (o que falta para prender certos indivíduos? É para isto que serve o registo das claques?).
São dirigentes a incitar constantemente ao ódio, com a cumplicidade de um sistema mediático decadente, e numa tentativa desesperada de vencer a qualquer preço. São sinistros directores de comunicação, de estilo apalhaçado, a chafurdar no lodo e à procura de protagonismo pessoal (o caso das 'cartilhas' é das discussões mais ridículas dos últimos anos).
São as televisões a aproveitar para transformar lixo em audiências - à custa dos clubes, do desporto, e da nossa sanidade mental.
A porcaria é já demasiada, e o clima começa a ficar irrespirável. Quem quisesse acabar como futebol não faria melhor.
Alheio a tudo isto, o Benfica lá vai trilhando o seu caminho. Enquanto eles berram, incendeiam, ameaçam, e tentam desestabilizar, aqui, na nossa casa, trabalha-se. E essa atitude, que tanto nos orgulha, e tanto nos distingue, deve-se, sobretudo, à conduta de um homem o nosso líder, Luís Filipe Vieira.
Vieira é hoje um farol de bom sendo que se destaca no meio da poluição em que vive o futebol luso, e o empurra para o abismo.
Temos sido campeões no campo. Mas também no discurso, na razão, no equilíbrio e no respeito.
Força, presidente! Os benfiquistas estão consigo, e orgulham-se da sua postura. Já não é apenas o Benfica que precisa de si. O desporto português também."

Luís Fialho, in O Benfica

Contra factos

"Moreira de Cónegos, 9 de Abril. Moreirense-SL Benfica. Factos:
2'15 - Entrada dura de Dramé sobre Rafa;
8'28 - Falta de Dramé sobre Salvio;
10'44 - Caué atinge Nélson Semedo com uma cotovelada;
13'45 - Bouba Saré atinge Jonas, derrubando-o;
24'24 - Rafa é derrubado por Sagna;
25'07 - Luisão é impedido por Diego Ivo e Bouba Saré de cabecear a bola em plena área do Moreirense. Penálti;
26'28 - Rafa é puxado por Sagna;
27'36 - Boateng simula sofrer falta inexistente de Fejsa e Nélson Semedo, enganando o árbitro;
29'16 - Dramé comete falta sobre Nélson Semedo;
30'08 - Falta de Luisão sobre Boateng. Capitão advertido com carão amarelo;
36'01 - Boateng comete falta sobre Rafa;
36'50 - Salvio corta a bola sem falta sobre Pedro Rebocho;
39'08 - Nova falta cometida sobre Rafa;
40'39 - Nélson Semedo sofre entrada dura de Dramé, que é admoestado com cartão amarelo;
58'56 - Rafa é derrubado por Sagna;
69'38 - Grimaldo sobre falta dura de Bouba Saré, que vê amarelo;
82'43 - Cervi é atingido por Sagna;
84'59 - Dramé pontapeia Cervi e não vê segundo amarelo;
90'59 - Roberto provoca Ederson, encostando-lhe a cabeça;
91'18 - Samaris responde a provocação de Diego Ivo com tentativa de agressão.
Vinte lances polémicos que permitem tirar conclusões óbvias! O Sport Lisboa e Benfica vence graças a uma prestação operária e um momento de inspiração de Pizzi e de Mitroglou. Vergonhosamente, FC Porto e Sporting, através dos seus pontas-de-lança oficiais e oficiosos, passa a imagem que os Tricampeões foram beneficiados pela arbitragem. Como um dia escreveu o Padre António Vieira, 'muitas vezes a mentira hoje no mundo é mais poderosa que a verdade'."

Pedro Guerra, in O Benfica

Abominável Homem das Neves

"A calota Polar está a derreter a boa velocidade.
Mas o Abominável Homem das Neves está a tentar tapar o sol com a peneira. Ai! Descobriu que afinal nem sol têm!
A Miss Piggy vocifera frases e frases sem sentido, para justificar o seu ordenado chorudo pago pelos sócios do clube. Convenhamos, ele tem mesmo cara de cromo!
Cartilha para ali, cartilha para aqui, eis quanto senão alguém lhedisse:
- Chefe! Nós temos uma cartilha e é escrita directamente por si!
- Lá estás tu a turvar-me o pensamento! És mesmo da oposição, que só teve 18%. Por qué no te callas?
- Eh, Presidente! Uau! Sabe falar castelhense!
- Ó cromo, é castelhano!
Conversa da Treta era um programa excepcional desempenhado também por um saudoso actor que infelizmente já faleceu! Mas a conversa que apresentámos vai certamente radicar nos anais da história da breheirice.
(...)"

Pragal Colaço, in O Benfica

Benfiquismo (CDXXXVIII)

Todos... juntos!!!

Aquecimento... Tugão Maximus!

Por que é que o Benfica vai continuar à frente nos próximos anos

"Não sei se repararam, mas há dias saiu uma notícia interessante que passou pelos pingos da chuva: anunciava o Benfica que a aposta para os próximos anos é a estratégia digital.
Basicamente a SAD encarnada garante que 50,4 por cento de todas as receitas já chegam do mercado internacional: contando-se nesta definição de mercado internacional tudo o que vem do estrangeiro, receitas de Champions, vendas de jogadores, merchandising, enfim. É um número admirável que indica o caminho para o futuro.
Mas o Benfica quer mais, quer mais adeptos, mais consumidores, mais receitas.
Diz ter um estudo feito por ele - que vale muito pouco externamente, portanto - que 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm interesse no Benfica: ou seja, para 50 milhões de pessoas o nome do Benfica não é indiferente, tendo existido algum tipo de contacto.
É a esses milhões de pessoas que quer chegar, provocando algum envolvimento delas com a marca. Em linguagem técnica chama-se engagement.
É aqui que entra a estratégia digital.
O Benfica anunciou que está a trabalhar em parceria com empresas como a MacKenzie e a Microsoft, tendo um total de 40 pessoas envolvidas directamente no projecto.
Ora a estratégia digital é nesta altura fundamental em qualquer grande organização.
Olhando de fora para FC Porto e Sporting, parece-me que o Benfica já é dos três grandes o clube que trabalha melhor as redes sociais. Mas isso não chega: não chega por que há por aí muitas empresas que trabalham de facto muito bem as redes sociais.
A social media, e o marketing digital em particular, tornou-se uma parte medular no crescimento de qualquer empresa. Permite comunicar melhor e chegar a mais gente.
É uma comunicação sem barreiras e sem fronteiras, muito mais eficaz do que as formas tradicionais de promoção. Permite utilizar várias ferramentas que tornam a mensagem mais sedutora, mais direccionada, mais emotiva. Falam directamente ao coração. A social media é enfim um mecanismo admirável de comunicação e comprometimento.
Vale a pena lembrar que Cristiano Ronaldo, por exemplo, facturou segundo a Forbes 164 milhões de euros com as redes sociais no último ano.
Anunciar que a estratégia digital é a grande aposta para os próximos três anos é um sinal de saúde, inteligência e planeamento.
Infelizmente para eles, os rivais parecem estar nesse aspecto um passo atrás. Um porque está demasiado ocupado em colocar a casa na ordem para ter tempo para pensar no futuro, outro porque já teve uma estratégia clara de valorização da marca mas perdeu-a com o desmantelamento da estrutura mais forte do futebol português, elogiada até na Europa.
Enquanto o isso, o mundo evolui a uma velocidade vertiginosa: e o mercado português é curto para sustentar um clube de topo europeu.
É preciso encontrar novos públicos que comprem merchandising, mas sobretudo que gerem audiências: para o clube, para a marca e para os patrocinadores.
É um caminho longo que é preciso percorrer.
É claro que a internacionalização traz inconvenientes: não gera adeptos, gera consumidores. Podem ter simpatia, mas não têm paixão. No dia em que não estiverem contentes com o produto, afastam-se dele. Mas esse é o preço a pagar.
Importante é aumentar o auditório.
Até porque permite posicionar o clube na primeira linha de uma futura liga europeia: que será, mais tarde ou mais cedo, o presente. Mais simpatizantes, mais audiência, mais dinheiro, mais peso. Um clube assim é música para os ouvidos da UEFA.
Por isso, lá está, apostar na estratégia digital é um sinal de inteligência e perspicácia.
Vale a pena gastar menos tempo a discutir insignificâncias e pensar um bocadinho nisso."

“Sigo atrás de ti, vigilante”

"Meu querido amigo e companheiro Zé da Europa:
Aceita o meu abraço fraternal. Abraço destes, grande José Augusto, já te dei mais de meia centena de vezes.
Vais conquistando pontos nesse jogo tão bonito que é a vida. Octogenário? Para o que deu, insistes em ganhar o campeonato da longevidade. Fazes bem, fazes muito bem mesmo. Tu és um campeão, tens a fibra, tens o músculo, tens a alma. Estás fresco e ágil. Estás fino e resoluto. Mas olha que no nosso Benfica, o Rogério Pipi já vai com mais de noventa. E o Zé Bastos? E o Ângelo? Segue o trilho da conquista, quero e sei que te vou dar muitos mais abraços de parabéns.
Continuas a ser um irrepreensível homem de família, não te esqueças de dar um beijo à tua mulher, que de forma exemplar dignificas. A ela e a todos os teus descendentes, eles que transportam um sangue vermelho-vivo, carregado de intensidade bonita.
E o teu Barreiro? Tanto amor declarado, tu que és um dos grandes filhos dessa terra emblemática, património de ideias que fazem agitar as boas vontades. Sou teu vizinho sentimental, recordo-te, ou não tivesse nascido na Cruz de Pau, dentro das fronteiras do belo Seixal, que hoje até serve de fábrica de talentos desses meninos que soubeste inspirar.
Que dizer do Benfica, o grande amor que partilhamos? Somos tricampeões, caminhamos para o tetra. Não é treta, amigo, é mesmo tetra. Podemos lá chegar daqui a um mês, algo que nem tu nem eu conseguimos, nem os nossos saudosos Eusébio e Coluna.
O Benfica está um clube imenso com todos os traços de modernidade, orgulho maior da nossa condição lusitana. E a Selecção Nacional, tal como nós na epopeia de 66, tem brilhado a grande altura, muito na esteira do teu exemplo, enquanto responsável máximo, na Minicopa de 72, no Brasil.
Sigo atrás de ti, vigilante. Sabes que o apreço é sentido. Vou querer apanhar-te na idade, mas tenho consciência de que, por maior o esforço, jamais saberei contar histórias de forma brilhante, um dos teus traços distintivos.
Abraço rubro do teu amigo"