sábado, 22 de fevereiro de 2025
Eliminação...
Benfica 1 - 5 Sporting
Derrota, numa partida onde tivemos sempre em desvantagem e nunca mostrámos capacidade para dar a volta...
E se o resultado nem foi aproximado, não deixa de ser incrível como é que o 2.º golo do Sporting foi validado! O Gugiel pouco depois deu um frango, mas os erros dos apitadeiros sucedem-se nestes jogos!
Milagre do Feiticeiro !!!
O Postal do Dia de Luís Osório dedicado a Muhammed Kerem Aktürkoğlu pic.twitter.com/03capyuE7a
— Fever Pitch (@Fever_PitchFC) February 21, 2025
Sporting e Benfica: o último a cair
"Nos últimos tempos, Sporting e Benfica têm sofrido com um elevado número de baixas, tornando a gestão do plantel um verdadeiro quebra-cabeças para os respetivos treinadores. Assim, a capacidade de adaptação a estas adversidades pode ser o fator decisivo para definir o campeão.
A Liga Portuguesa vai entrar praticamente no último terço, a luta voltou a estar ao rubro, e duas equipas dependem de si mesmas para erguer o troféu no final da temporada. Separadas por meros dois pontos, Sporting e Benfica têm sido parecidos na irregularidade e, neste momento, faz diferença o dérbi de Alvalade: ou seja, o confronto direto determina a liderança, bem vistas as coisas.
Este tem sido um campeonato invulgar. A única coisa previsível é mesmo a imprevisibilidade das exibições dos principais candidatos, FC Porto incluído. A tudo isso, há um fator a ter um papel determinante: as lesões.
Nos últimos tempos, Sporting e Benfica têm sofrido com um elevado número de baixas, tornando a gestão do plantel um verdadeiro quebra-cabeças para os respetivos treinadores. Assim, a capacidade de adaptação a estas adversidades pode ser o fator decisivo para definir o campeão.
Com 12 jornadas por disputar, clássicos e dérbis por jogar, a margem de erro dos dois primeiros é mínima. Qualquer deslize pode ser irremediável. Eles têm sucedido, é verdade, ora de um lado, ora do outro, faltando saber qual deles será fatal: e um deles será.
A qualidade dos jogos reflete a quantidade lesões, estou em crer. A longa temporada tem cobrado o seu preço e não é só a condição física dos jogadores que será crucial neste terço final. O lado mental de cada plantel jogará tanto como «as pernas», e ver-se-á quem tem mais estofo para ser campeão. A resiliência não é meramente muscular, aliás, ela é mais psicológica e os mais determinados e perseverantes triunfarão no final.
A profundidade dos plantéis não é igual, a meu ver, e muito também pode depender da influência de jogadores-chave. Pavlidis tem sido um farol nos últimos jogos, mas se o Sporting recuperar Gyokeres para níveis anteriores, sabe-se bem o efeito que isso pode ter no campeonato. Haverá uma paragem da Liga em março, com as seleções de regresso e talvez possa ser irónico que quem sempre pede jogadores nas seleções desta vez prefira que eles nem lá vão.
Este será o campeonato da resistência, do último a cair. E da paciência. Dos adeptos, claro está, que neste momento já devem ter percebido que nada está garantido, e que tal como os seus jogadores, vão ter de sofrer com eles até ao fim. O Benfica está ainda envolvido nas provas da UEFA, ao contrário dos outros pretendentes. Mas também já percebeu que qualquer pormenor conta. E daí, com o Gil Vicente adiou-se um jogo. Porque mesmo os mais resistentes, volta e meia, precisam de respirar fundo."
Jogos Olímpicos adiados podem abrir as portas a Portugal
"Nos meus últimos artigos, abordei os desafios e oportunidades que se colocavam aos esports, desde a sua crescente profissionalização à necessidade de um enquadramento legal claro. Uma das questões que levantei foi a da realização dos Jogos Olímpicos de Esports em 2025, que, como previ, acabou por ser adiada para 2027. Confirmou-se também, com o anúncio da atribuição da operacionalização da edição inaugural do Jogos Olímpicos de Esports à empresa Saudi "Esports World Cup Foundation", uma centralização que me parece bastante dúbia e pouco transparente dos principais focos decisores na Arábia Saudita. Não foram revelados quaisquer concursos públicos para escolha de parceiros para este evento, não se sabe de quaisquer lista de requisitos para operacionalizar um evento desta envergadura, nada. Simplesmente diz-se que "é este o parceiro e já está". Creio que começa a ser por demais evidente que a defesa dos valores desportivos, dos atletas, das comunidades e dos espectadores não é a primeira prioridade neste momento. Atenção que nada contra a empresa em questão, que é efectivamente uma empresa de referência no sector, e até é liderada por uma pessoa com quem tenho excelentes relações e com quem falo frequentemente. Mas todo o processo parece-me muito pouco transparente, e não vejo qualquer necessidade de o ser.
Esta decisão de adiar a primeira edição dos Jogos Olímpicos de Esports, embora possa ter desapontado alguns, abre, no entanto e na minha perspectiva, um leque de oportunidades para Portugal. Porquê, pergunta o leitor? Bom, primeiro de tudo porque ganhamos tempo para consolidar o reconhecimento dos esports como modalidade desportiva no nosso país e para criar as estruturas necessárias junto do Comité Olímpico de Portugal e de outras federações desportivas. Este período adicional permite-nos preparar os nossos atletas da melhor forma e garantir uma participação de sucesso, forte e digna nos Jogos Olímpicos de Esports. Tão forte e digna quanto a nossa última participação no Mundial de Esports, em que conseguimos uma medalha de prata e outra de bronze, espero.
Enquadramento legal e colaboração entre federações: o caminho para o sucesso,
Acredito que é crucial definir um enquadramento jurídico e fiscal claro para os esports em Portugal, como venho dizendo desde 2019. Sou da opinião que este enquadramento deve prever que as modalidades competitivas baseadas em jogos de simulação desportiva fiquem sob a alçada das federações desportivas da modalidade que simulam, e, seguindo a mesma lógica, todas as competições baseadas em jogos tradicionais de esports que não são simuladores desportivos (como são exemplos o CS2, LOL, Valorant, Rocket League, Fortnite, etc.) devem ficar sob a alçada da Federação Portuguesa de Desportos Electrónicos.
Quer isto dizer que, por exemplo, os simuladores de futebol (como o EA FC ou o eFootball) ficariam sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol, enquanto os simuladores de basquetebol (como o NBA2K) ficariam sob a alçada da Federação Portuguesa de Basquetebol. O mesmo princípio se aplicaria a outras modalidades, como o Sim Racing (sob a alçada da FPAK) ou o Xadrez (sob a alçada da FPX), entre muitas outras. E todas as restantes modalidades de "não-simulação" (a falta de melhor nome), sob a alçada da Federação Portuguesa de Desportos Electrónicos.
No entanto, parece-me também fundamental que haja sempre uma colaboração estreita entre as Federações que titulem os jogos de simulações desportivas (FPF, FPB, FPAK, FPX, etc.) e a Federação Portuguesa de Desportos Eletrónicos (FPDE), que possui o expertise necessário na área das competições de videojogos. Esta colaboração já é uma realidade em diversos países, como a maioria dos países asiáticos e muitos na Europa (com a Suécia como modelo a seguir) e tem-se revelado um modelo de sucesso.
Portugal na liderança europeia: uma oportunidade histórica
Falando da Europa, acredito veementemente que Portugal tem todas as condições para assumir um papel de liderança na discussão sobre uma posição unificada a nível europeu sobre os esports. O nosso país pode ser um motor desta conversa, aproveitando o potencial dos esports para atrair investimento estrangeiro, criar novos postos de trabalho e impulsionar a realização de eventos desportivos de larga escala, assim como o turismo desportivo.
É urgente que a Europa defenda os seus interesses neste sector, protegendo os ecossistemas nacionais, os clubes, os árbitros, os treinadores e, sobretudo, os atletas, que se encontram numa situação de precariedade em grande parte do continente. Não existe uma regulamentação clara sobre o que se pode e não se pode fazer que não beneficia ninguém, nem mesmo os Publishers dos próprios jogos. A maioria dos clubes e atletas em toda a Europa estão ligados por pseudo-contratos precários e que roçam a ilegalidade em quase todos os países, e esta situação não beneficia ninguém. Dos Treinadores e Árbitros nem falar… São filhos de um deus ainda menor…
Ao longo da história, Portugal e a Europa sempre estiveram na vanguarda da descoberta, da inovação e das boas práticas. Temos, na Europa, os melhores atletas do mundo na maioria das modalidades de desportos eletrónicos.
Acredito que Portugal tem todas as condições para ser um dos líderes na regulamentação e no desenvolvimento dos esports na Europa. E com este adiamento dos Jogos Olímpicos de Esports para 2027, Portugal ganha tempo para se preparar e afirmar a sua posição no cenário internacional. Vamos a isso, Portugal?"
A cimenteira Loma Negra e o cemitério dos elefantes
"Com um punhado de dólares María Amalia Pourtal levou a equipa da URSS aos subúrbios de Buenos Aires
Coronel Olavarría. Extraordinária essa capacidade que os países da América do Sul têm para dar nome de militares às suas cidades. É verdade que antes do coronel aparecer (e já muita gente lhe chama Oavarría, sem coronel) tinha um nome bem mais bonito: Campamento de las Puntas del Arroyo Tapalquén. Talvez fosse difícil de pronunciar, ainda por cima para disléxicos, mas esta terriola (na América do Sul também qualquer terriola é cidade) que faz parte dos subúrbios de Buenos Aires, fundada a meados do Século XVIII, e teve de ser roubada a uma dinastia de caciques Catriel, homens duros de hábitos telúricos, os pampas ou lelfunches, caiu nas mãos do tal José Valentín de Olavarría, um descendente de bascos que combateu ao lado de Simón Bolívar. Assim sendo faz algum sentido… Ou se calhar nem assim… Deixemos isso. Vamos falar do Loma Negra.
Em 1930 começou-se a jogar futebol em Coronel Olivarría por conta da cimenteira chamada precisamente Club Social y Deportivo Loma Negra. Aliás não só futebol. Fundado para encontrar distrações para os seus empregados, o clube tinha todos os desportos, desde o basquetebol e ciclismo ao boxe e à natação com uma série de outros pelo meio. Se foi Alfredo Fortabat a dar impulso à primeira fase de crescimento do Loma Negra, seria a sua viúva (nunca chegaram a casar), María Amalia Sara Lacroze Reyes Pourtal, a dar os primeiros passos para o levar a ser estruturado e profissional, fechando a construção do estádio e colocando-o a lutar pela subida ao Nacional.
Vamos avançar que se faz tarde e é preciso fechar o jornal. Deste modo chega o ano de 1982. O ano do Campeonato do Mundo em Espanha, com a assassina Itália de Rossi e o circo amarelo do Brasil de Falcão, Zico, Sócrates e o diabo que os carregue de tão bons que eram. Mas não avancemos tanto assim. Ficamos por abril. A equipa da União Soviética acabara de fazer um jogo de preparação nos Estados Unidos (pois, pois… sei o que estão a pensar), defrontando a Grécia em Filadélfia e chegou a Buenos Aires para se medir frente à Argentina. Saiu-se bem com um empate (1-1) no Monumental carregado com 60 mil pessoas um tudo nada histéricas, tal como já tinham demonstrado em 1978. Também, pudera! Tinha Dassaev na baliza, e Chivadze e Demianenko, e Baltacha e Oganesian (que marcou o golo), e Shengelia e Oleg Blokhin. Bom, tudo bem, a Argentina até superava com Passarella e Tarantini, com Ardiles e Kempes, com Valdano e Diego Maradona. Conclusão: empataram, está empatado. Mas os russos não iriam para casa sem surpreenderem o povo de Coronel Olivarría.
Sábado, 17 de abril de 1982. No Estádio Ignacio Zubiría, pertença do Racing de Olivarría, os jogadores do Loma Negra surgiram no túnel lado a lado com as inconfundíveis camisolas vermelhas e com ainda mais inconfundíveis letras CCCP inscritas nelas. Soyuz Sovetskikh Sotsialisticheskikh Respublik – em cirílico os C correspondem aos nossos S e os P aos nossos R. María Amalia tinha sacado do bolso um punhado de dólares, tal qual como no filme. Era gente fina, essa María. O avô paterno, Federico Lacroze, fora o responsável pela instalação do caminho de ferro na Província de Buenos Aires e, pelo lado da mãe, era descendente de Manuel Oribe, segundo Presidente da República do Uruguai. Estudara em Paris, fora casada com Hernán de Lafuente, de quem teve uma filha, María Inés, divorciara-se e juntara-se com Fortabat. A moral argentina recusava segundas núpcias. Os crimes contra a Humanidade continuavam escondidos.
Outro punhado de dólares servira para trazer para o Loma Negra figuras do futebol argentino como Félix Lorenzo Orte, El Pampa, o ponta-de-lança Armando Mario Husillos, e o médio-centro Osvaldo Rinaldi. E, de repente, abriram-se em Coronel Olivarría as campas do cemitério da elefantes. Amorfos, os soviéticos deixaram-se bater por uma equipa menor. Desde 21 de novembro de 1979 que não sabiam o que era o sabor acre da derrota: dezoito jogos sem perder (treze triunfos e cinco empates), 43 golos contra e dez sofridos. Aos 36 minutos da segunda parte, Husillos fez um golo pífio mas as bancadas celebraram-no de forma divina. O Loma Negra venceu. María Amalia voltara a fazer das suas: pagara à federação russa 12 mil dólares. Menos de metade do que era o cachet – 30 mil. Era uma mulher de negócios."
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