Últimas indefectivações

sábado, 27 de julho de 2024

O Benfica na pré-epoca Pavlidis já se sente em casa mesmo que tenha jogado na Luz pela primeira vez


"No regresso ao Estádio da Luz, o Benfica empatou 1-1 com o Brentford. Pavlidis e Marcos Leonardo cimentaram a química no ataque, cabendo ao grego marcar o golo que anulou a vantagem inicialmente conseguida pelo emblema da Premier League. Gianluca Prestianni vai reclamando protagonismo

O QUE SE VIU DE NOVO
A saída de Rafa serviu de pretexto para o Benfica se reinventar taticamente. Roger Schmidt nem esboçou uma tentativa de encontrar alguém que substituísse o reforço do Besiktas. Se, noutras circunstâncias, o alemão foi acusado de ser um cubo de gelo tático, agora não o podem acusar de não experimentar novas receitas.
Rafa era uma corda bamba, um jogador posicionado na zona dos médios, que também aparecia no ataque e detentor da velocidade de um extremo. Do que se tinha visto até aqui na pré-época do Benfica, Leandro Barreiro e Marcos Leonardo pegavam cada um na ponta da corda e esticavam-na em direções opostas. O primeiro, porque é mais um equilibrador do que um criativo. O segundo, porque, até aqui, ainda não se tinha ajustado às necessidades coletivas como fez contra o Brentford no regresso dos encarnados ao Estádio da Luz.
Roger Schmidt começa a ter o plantel cada vez mais composto. Alexander Bah voltou a jogar depois do Euro 2024. O mesmo aconteceu com António Silva que teve que esperar pela segunda parte para ser lançado. João Neves é um caso à parte. O médio esteve na bancada a assistir ao encontro, mas pode até nem voltar a jogar pelo Benfica se a transferência para o Paris Saint-Germain, que os dois clubes parecem estar a cozinhar, acontecer.
Os golos surgiram nos primeiros 45 minutos. Morato, logo a abrir, errou no atraso para Trubin e Bryan Mbeumo marcou após intercetar o passe. O Benfica empatou antes do intervalo. Marcos Leonardo carregou o ataque, Aursnes aguardou pela subida de Carreras e o espanhol assistiu o desvio de Pavlidis ao primeiro poste. Na segunda parte, o Benfica acabou por cima, mas foi a equipa da Premier League que teve a melhor oportunidade para marcar quando Mbeumo levou a bola ao poste.
Os encarnados acabaram a testar o que rendia Gianluca Prestianni nas costas de Arthur Cabral e não terão ficado nada desagradados com o resultado. Para isso, Casper Tengstedt teve que derivar para o corredor esquerdo.

OS REFORÇOS
É preciso alguma cautela em considerar Pavlidis um reforço de peso. Afinal, se, de hoje para amanhã, deixasse de ser jogador do Benfica, o legado que deixava em termos oficiais seriam zero jogos, zero golos e zero assistências. Se o grego não der seguimento ao desempenho nos encontros a valer, então os encarnados pagaram 18 milhões de euros por um menu completo e saíram depois das entradas.
No entanto, não há como Pavlidis não ser um upgrade na posição mais avançada do sistema tático de Roger Schmidt. Desde logo, parece que jogou com Marcos Leonardo nos torneios da escola, tal a relação que demonstra com o colega de setor. Além disso, tem pés doces para se associar e finalizar. Uma delícia de jogador.
Mais discreto tem sido Leandro Barreiro. Não é semelhante a nenhum jogador que tenha ocupado o meio-campo desde que Roger Schmidt chegou ao Benfica. Pode ser útil para situações de pressão alta, mas, com a bola nos pés, quanto mais simples jogar, melhor. Comprovam-no os passes que arriscou a tentar rasgar a linha defensiva do Brentford. Será difícil que, jogando ao lado de Florentino, a determinado momento, Schmidt não tenha que abdicar de um. Talvez seja urgente que se comecem a entender. A possível saída de João Neves pode levar a que coabitem mais vezes no meio-campo.
Menos exuberante do que na estreia diante do Almería, Jan-Niklas Beste foi um dos cinco jogadores lançados por Roger Schmidt ao intervalo. Mais tarde, aos 66’, o alemão fez as restantes substituições. Só Trubin cumpriu todos os minutos.

COMO COMEÇOU
Anatoliy Trubin, Alexander Bah, Tomás Araújo, Morato, Álvaro Carreras, Florentino, Leandro Barreiro, David Neres, Frederik Aursnes, Marcos Leonardo e Vangelis Pavlidis.

COMO TERMINOU
Anatoliy Trubin, Tiago Gouveia, António Silva, Adrian Bajrami, Jan-Niklas Beste, Martim Neto, João Mário, João Rêgo, Casper Tengstedt, Gianluca Prestianni e Arthur Cabral

O MELHOR
O instinto dos avançados diz-lhes que se recuarem mais no terreno afastam-se dos golos que os mantêm vivos. Marcos Leonardo também pensava assim até alguém lhe fazer ver que no fosso que existe entre os dois médios e Pavlidis é necessária uma ponte com o seu nome. Há uma notória evolução do brasileiro no momento de se enquadrar para receber a bola entre linhas e, contra o Brentford, demonstrou que pode ter mais argumentos do que pensa ao nível da velocidade em condução. O lance do golo de Pavlidis é desbloqueado por si. O Benfica vai precisar que repita o gesto mais vezes.

A BANDA SONORA
Angelos Charisteas, lembram-se? Marcou, há 20 anos, no Estádio da Luz, o golo que impediu Portugal de ganhar o Euro 2004. O grego fez toda uma nação passar do entusiasmo extremo à mágoa eterna cravada no peito. Não deixa de ser curioso que, para comemorar a efeméride, o Benfica tenha agora no helénico Pavlidis uma das maiores promessas para fazer os adeptos festejar como se não houvesse amanhã."

Pavlidis e mais dez e vários outros bons...


"Benfica 1 - 1 Brentford

... apontamentos em mais um jogo de preparação.
> À partida, o jogo com o Brentford era o teste mais exigente da pré-época até agora. O Benfica mostrou-se superior e a exibição foi melhor do que o resultado dá a entender.
> Schmidt começa a ter um onze definido, aquele que tem começado os jogos, hoje com o regressado BAH a tomar conta do seu lugar. Veremos o que acontece quando António Silva, Otamendi, Kökcü e Di María estiveram em condições de dar o seu contributo à equipa.
> Aos 6 minutos já o árbitro Ricardo Baixinho tinha poupado um vermelho ao Brentford. Obrigado por nos preparar tão bem para o que aí vem. E também não é pior para a nossa preparação ter jogado contra onze os 90 minutos. Muito bem no lance o LEANDRO BARREIRO.
> MORATO assistiu infantilmente para o 0-1. Que cagadas destas sejam todas feitas na pré época.
> PLAVIDIS a mostrar na Luz o que tem mostrado na pré época: pressão na recuperação, itensidade permanente, simplicidade de processos e impressionante sentido de finalização! E que bem MARCOS LEONARDO no início do lance do 1-1, como de resto em toda a primeira parte.
> Flanco esquerdo melhor do que o direito. CARRERAS excelente a atacar, mas precisa de corrigir posicionamentos defensivos, especialmente nos lances aéreos. AURSNES é a fiabilidade em forma de jogador de futebol, raramente não faz com simplicidade o que tem que ser feito.
> LEANDRO BARREIRO e FLORENTINO são verdeiros irmãos gémeos. Pena não haver ali mais criatividade. Leandro fez o melhor jogo da pré-época até agora.
> Muito boa a PRESSÃO ALTA! A fazer lembrar 2022-23.
> O maior problema do TRUBIN é o golpe de vista: bola na trave sem qualquer esforço do guarda redes para a defender. Tem que corrigir isto!
> ANTÓNIO SILVA de regresso no dia em que TOMÁS ARAÚJO voltou a mostrar que tem tudo para ser titular: vamos vê-los juntos como indiscutíveis da primeira equipa?
> PRESTIANNI é atrevido, tem intencionalidade, tem técnica, remata sem cerimónia, está a fazer uma boa pré época. > BESTE mostrou qualidade e rotatividade a atacar e a defender, bom pé esquerdo, gosto da forma como ataca em antecipação as bolas divididas.
> Mais de 40 mil num jogo de pré-época é obra. Domingo temos o Feyenoord para o troféu que imortaliza o nome do melhor futebolista português de todos os tempos: EUSÉBIO DA SILVA FERREIRA!"

Narrativa...


"A narrativa de hoje - (todos os dias temos uma!) -, que é "usada" por aqueles que só se sentem bem a achincalhar o SL Benfica, é a notícia de que Gustavo Silva, ex-Diretor Jurídico dos encarnados se demitiu por "pressão" dos dirigentes apelidados de "Vieiristas", porque iria interferir com seus "negócios obscuros" e "tachos".
Factos:
1° - Gustavo Silva não se demitiu. Tinha um projeto a ser elaborado por um determinado espaço de tempo.
2° - Cumprido esse espaço de tempo e executada a tarefa, decidiu não continuar, apesar dos pedidos de Rui Costa para que continuasse.
3° - Foi uma decisão sua e pessoal (como explica numa publicação que fez na sua rede social).
Qualquer outro motivo que apresentem é PURA MENTIRA!!"

O Comité Olímpico Português


"Portugal orgulha-se de ter sido a décima terceira Nação a juntar-se ao Movimento Olímpico. É presença constante desde as Olimpíadas de Estocolmo em 1912.

Tem lugar hoje em pleno centro de Paris, nas águas do Sena e nas suas margens, a Abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, os Jogos da XXXIII Olimpíada da Era Moderna.
Ao acolher pela terceira vez os Jogos de Verão (depois de o ter feito em 1900 e em 1924), Paris junta-se a Londres (que foi a anfitriã em 1908, 1948 e 2012) como as duas únicas cidades que tiveram o privilégio de receber os Jogos Olímpicos de Verão por 3 vezes. O Comité Organizador espera a participação de 206 países e mais de 10700 atletas. Relativamente aos Jogos de Tóquio foram retiradas as competições de caratê, beisebol e softbol e acrescentado o Breaking. A paridade entre atletas homens e mulheres foi finalmente alcançada!
Portugal orgulha-se de ter sido a décima terceira Nação a juntar-se ao Movimento Olímpico. É presença constante desde as Olimpíadas de Estocolmo em 1912. A primeira das nossas 28 medalhas (5 de ouro, 9 de prata e 14 de bronze) foi há precisamente 100 anos, na cidade-luz, em 1924, quando 4 cavaleiros lusos alcançaram o bronze em Hipismo, no Prémio das Nações. No Atletismo, Portugal conquistou o Ouro e a Glória Olímpica em Los Angeles 1984, com Carlos Lopes na Maratona, em Seul 1988 com Rosa Mota também na Maratona, em Atlanta 1996 com Fernanda Ribeiro nos 10.000 metros, em Pequim 2008 com Nelson Évora no Triplo Salto e em Tóquio 2020 com Pedro Pichardo também no Triplo Salto. Esperemos que este ano esse monopólio do lugar mais alto do pódio seja derrubado por outra modalidade.
Em Paris o nosso País estará representado por 73 atletas que vão competir em 15 modalidades, sendo o atletismo a que tem mais atletas, com 22. Um foco em qualidade e não em quantidade.
E antes que comecem as diferentes provas das 48 disciplinas dos 32 desportos Olímpicos que se vão disputar nesta Edição, que se julgue o sucesso ou não da Delegação de Portugal consoante os resultados alcançados, há desde já um indiscutível vencedor nacional: o Comité Olímpico de Portugal, COP, a entidade máxima do Desporto no nosso País, fundado a 30 de Abril de 1912.
E porquê esta distinção? Porque ao Comité Olímpico de Portugal se deve, em particular nas duas últimas décadas, um trabalho bem planificado, metódico e persistente de desenvolvimento do desporto como um todo, e por isso mesmo se em cada ciclo Olímpico os resultados em termos de medalhas ainda não atingiu os patamares que o COP quer (e vai) alcançar, é patente a significativa melhoria e os progressos obtidos por um cada vez maior número de atletas.
Em estreita colaboração com as Federações Nacionais, o COP tem amparado e impulsionado o desenvolvimento de cada modalidade, descentralizando as suas atividades, aumentando exponencialmente o número de atletas federados, investindo na qualificação dos técnicos e treinadores, alargando os campos, as pistas e os recintos para a prática das modalidades. Essa massificação vem aumentando o leque que permite uma maior e melhor seleção dos mais competentes, dos mais virtuosos. Para fechar o círculo, registe-se e felicite-se o COP pela evolução das condições de treino e de trabalho que são facultadas aos Atletas de Alto Rendimento.
Fruto de tudo isto é também o progresso que se tem observado nos desportos de equipa. Veja-se, por exemplo, o que se tem desenvolvido o andebol e o voleibol nacionais. Quando estas seleções nacionais, que já hoje prestigiam Portugal, se começarem a apurar nos futuros Jogos, as nossas representações olímpicas crescerão ainda mais, em quantidade e em qualidade.
Por tudo isto, na Abertura de Paris, uma palavra justa de apreço, de reconhecimento e de agradecimento ao COP na pessoa do seu Presidente, José Manuel Constantino. Graça ao seu trabalho e da sua equipa, ainda antes e indiferentemente das medalhas que se possam alcançar nestes Jogos, Portugal e a sua Juventude já partem a ganhar.
Boa Sorte Portugal!"

Desafio emocional na lesão física em atletas


"A mente e o corpo estão intrinsecamente ligados, e a relação entre lesões e estado emocional é uma relação complexa.

No mundo desportivo, as lesões físicas são comuns, contudo é inegável a forma como afetam direta e indiretamente os atletas, dependendo esse impacto da magnitude da lesão. Nesses momentos, a recuperação física é frequentemente vista como o principal foco após uma lesão. Contudo, o estado emocional dos atletas desempenha um papel crucial nessa recuperação, mas não raras a vezes este é muitas vezes subestimado no processo.
A mente e o corpo estão intrinsecamente ligados, e a relação entre lesões e estado emocional é uma relação complexa. Por um lado, a vivência de lesão física afeta o estado emocional dos atletas. Estudos recentes demonstram que perante uma lesão física os atletas vivenciam períodos de negação, medo, frustração e raiva. Estes fatores podem levar ao desenvolvimento de comportamentos de isolamento social e até à vivência de sintomas de ansiedade e depressão.
Por outro lado, estados emocionais negativos afetam a recuperação da lesão. Atletas que enfrentam lesões graves frequentemente passam por períodos de frustração, medo e até depressão, sentimentos que podem retardar a recuperação física desde logo pelas alterações químicas que provocam no corpo e que interferem com o processo de recuperação. Além disso, a literatura recente tem demonstrado que os estados emocionais negativos têm também impacto na recuperação de lesões na medida em que são bloqueadores ou retardadores da adesão ao cumprimento integral dos programas de recuperação.
Como tal, a integração de apoio emocional nos programas de recuperação física deve ser vista como uma componente essencial e não opcional. A pressão para retornar rapidamente ao desempenho máximo pode ser esmagadora, e sem o apoio adequado, o atleta pode vergar-se ao stress e à ansiedade. As técnicas de apoio emocional, como a psicoterapia e o aconselhamento, juntamente com práticas de relaxamento e meditação, podem fornecer as ferramentas necessárias para lidar com a adversidade. Mas também a existência de uma rede de apoio social (exemplo: família, amigos, colegas de equipa etc.) é fundamental para a recuperação emocional dos atletas lesionados.
Em suma, é essencial que as organizações desportivas reconheçam a importância do estado emocional dos seus atletas durante a recuperação de lesões. E, como tal, invistam em suporte psicológico, compreendendo que o mesmo é estratégico para otimizar o desempenho dos atletas e a longevidade das suas carreiras."

sexta-feira, 26 de julho de 2024

BI: Brentford...

Bigodes: Brentford...

5 minutos: Brentford...

Vermelhão: Treino positivo...

Benfica 1 - 1 Brentford


Mais um empate, num jogo onde voltámos a dar indicações positivas a vários níveis, mas voltámos a desperdiçar várias oportunidades e voltámos a sofrer um golo por culpa própria nas pouquíssimas oportunidades que o adversário conseguiu!!!

Um dos problemas desta pré-época, deve-se á ausência de vários jogadores nos primeiros jogos treino: os Internacionais chegaram tarde, o Kokçu o Di Maria (e o Neves!), ainda não treinaram; o Bah e o António fizeram hoje os primeiros minutos, e com a indefinição do plantel confirmada pelo Presidente, com as potenciais Saídas, e a Entrada de alguns jogadores, o trabalho de construção do coletivo, está atrasado!!! Mesmo assim, o ano passado, por esta altura, estávamos a ser goleados no Restelo, por uma equipa da Premier League, que acabou por descer de divisão!!!

Agora, analisando individualmente as exibições das contratações, e dos jogadores pouco utilizados, que já estavam no plantel, parece-me evidente que este ano: acertámos nas opções!!!
Pavlidis, está a confirmar que é matador; Barreiro, a custo zero, é na pior das hipóteses uma excelente opção ao Tino; e o Beste, hoje, já mostrou toda a sua qualidade nos cruzamentos, mostrando-se muito agressivo defensivamente...

Se somarmos, o Tomás Araújo que tem sido o nosso melhor Central; a evolução do Carreras; o regresso do Aursnes ao seu lugar; a adaptação do Marcos Leonardo ao papel de 2.º avançado; o Prestianni a espalhar magia, dando-nos criatividade e remate fora da área... Além do azarado Rollheiser, que antes da lesão estava a ser a grande surpresa da pré-época numa nova posição!

São 8 jogadores 'novos'!!! É um reforço brutal do plantel e das opções...

Para mim, somente o Morato com algumas brancas (hoje, a culpa no golo, até deve ser repartida, pois o Trubin, naquela situação devia estar no bico da pequena área...), e o Gouveia nesta tentativa de adaptar-se a Lateral Direito, têm estado abaixo do esperado.... O João Mário, tem muitos anticorpos nos adeptos, mas tem sido o nosso melhor médio centro ofensivo... O Cabral continua a demonstrou muita entrega, mas a bola não entra... e hoje, até o Martim Neto mostrou qualidade, 'exigindo' novo empréstimo, em vez da dispensa que estava na cabeça de muitos... O Rego, deverá baixar à B, mas tenho muito confiança no puto!

Faltam dois jogos treino antes do início do Campeonato, e aparentemente o mês de Agosto, com 4 jornadas, será 'quase' uma pré-época 'alargada', pois só então teremos a maior parte do plantel disponível, e só nessa altura as dinâmicas coletivas poderão ser verdadeiramente testadas! Agora, parece-me que o Roger não vai inventar, vai insistir no formato, mas com maior consistência defensiva... e com o matador na área! O plano passa por aqui!!!

Por exemplo, a dupla Tino/Barreiro parece ser aposta do Roger, pessoalmente não tenho gostado... principalmente com o Marcos Leonardo em campo, pois com um '10', estilo Kokçu ou Prestianni, a dinâmica poderá ser outra... Suspeito que a existência do Roger nesta dupla, deve-se a uma tentativa teórica, de dar rotinas, a um Benfica, com uma dupla de médios-centro, mais combativos, para 'encaixar' melhor nos duelos com os nossos principais rivais, também eles, normalmente com dois médios, de caraterísticas mais de pressão e não de construção!!! Mas com o regresso do Aursnes à esquerda do meio-campo, a equipa perde criatividade ofensiva...

Nota final, para o pormaior mais 'importante' do jogo: o penalty não assinalado sobre o Prestianni é criminoso! E demonstra que nada vai mudar... A não expulsão do jogador do Brentford aos 5 minutos, ainda se pode 'desculpar', por ser um particular, agora a falta sobre o jovem argentino... ainda por cima com VAR demonstra premeditação! A forma como terminou a partida, num Canto favorável ao Benfica, e a postura que nesse momento teve para com os jogadores do Benfica, é a prova provada que o vírus da Lagartda nojenta vai continuar bem presente do Conselho de Arbitragem da FPF!!!

De Kennedy a Schmidt: «Ich bin ein... benfiquista»


"Dos muros que o treinador do Benfica tem de derrubar à luta insana de St. Juste para encontrar felicidade no intervalo da dor

Sentado à secretária, navegando de forma livre, aceito fazer a viagem no tempo que o Youtube me sugere. Dou por mim em 26 de junho de 1963. Nos degraus da Rathaus Schoneberg, o edifício da câmara municipal de Berlim Ocidental, John Fitzgerald Kennedy haveria de proferir um dos discursos mais marcantes da história da humanidade: «Ich bin ein Berliner». Eu sou berlinense. Oiço-o com a emoção de uma primeira vez. Numa cidade separada por um muro e, no fundo, duas visões muito diferentes do mundo, o então presidente dos Estados Unidos proclamava que «todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim». (Dois meses depois, nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington, outro discurso que a história imortalizou: «I Have a Dream». O sonho de Martin Luther King em ver brancos e negros tratados com igualdade de direitos e, acima de tudo, oportunidades. Belo ano este o de 1963).
Ich bin ein Berliner é, mais do que uma proclamação, uma convocatória para uma causa, independentemente do problema nos bater ou não à porta. Um dos erros primários da humanidade é não se mobilizar se o problema não o afetar diretamente. Esquecendo que o problema é como um incêndio. Pode ser muito circunscrito no início, mas se não combatido pelos meios necessários vai alastrar e chegar à nossa porta. Ich bin ein Berliner é também a convicção que os maiores males para a humanidade não vêm tanto dos homens maus, mas mais do silêncio e inação dos homens justos.
Como não tenho maneira eficaz de marcar o ritmo das minhas divagações, dou por mim a imaginar Roger Schmidt a proclamar Ich bin ein… benfiquista. Derrubando o muro que o próprio ergueu ao separar os benfiquistas bons – que só apoiam - dos que deveriam ficar em casa – por protestarem. O treinador pode ter ficado chocado com alguns protestos – exagerados em vários casos, reconheço – mas garante ter aprendido. Não chega compreender o que é o Benfica. É preciso sentir, junto dos adeptos. É preciso sofrer e demonstrar que se está a sofrer. Como eles. Schmidt não tem uma tarefa fácil. Estará muito exposto ao primeiro tropeção. Saber comunicar é essencial. Ser protegido também ajudava e disso também o alemão poderá ter razões de queixa. Mas a vida nem sempre é justa.
A vida nem sempre é justa e muito menos St. Juste. Uma dor de alma ver o central leonino, no jogo com o Sevilha, parar de repente um sprint. Mais uma lesão. Amorim levou as mãos à cabeça. O neerlandês cobriu o rosto de um vazio impressionante. Mais uma lesão! Às vezes questiono o que faz correr St. Juste nessa busca insana de felicidade no intervalo das dores. Nesse cair e levantar de novo a cada nova lesão. Respeito-o por isso.
Vou à minha playlist e escolho a Sinfonia n.º 2 de Gustav Mahler, apresentada em 1895. Conhecida como a Sinfonia da Ressurreição, propõe-se responder à seguinte pergunta: por que se vive? Se calhar, também pela busca insana de um momento de felicidade no meio da dor. Também pela crença que, no final, o bem derrota sempre o mal. Ich bin ein Berliner."

Zero: Lanterna Vermelha - S01E14 - Miguel Pereira VS Francisco Torgal!

Zero: Mercado - João Félix, António Silva e Morten Hjulmand

Zero: Tema do Dia - As ambições portuguesas nos Jogos Olímpicos

Terceiro Anel: Diário...

Golaço #46 - Que peut-on attendre du Sporting Clube de Braga en 2024/2025 ?

Regresso a casa


"A equipa do Benfica volta, hoje, a sentir o apoio dos Benfiquistas no Estádio da Luz. É às 20h00, com o Brentford, em mais um jogo de preparação.

1. Particular na Luz
Com início agendado para as 20h00, Benfica e Brentford jogam mais logo no Estádio da Luz. É o quarto jogo de preparação do plantel às ordens de Roger Schmidt nesta pré-temporada, depois das vitórias frente a Farense e Almería e do empate com o Celta de Vigo.

2. Jogos Olímpicos
São 32 os atletas do Benfica nos Jogos Olímpicos. Acompanhe a sua prestação através do Site Oficial do SL Benfica.
Otamendi já se estreou e foi titular pela Argentina na partida com Marrocos.

3. Juniores vencem
No primeiro desafio de pré-época dos Sub-19 do Benfica, vitória das águias, por 3-1, ante o Barreirense.

4. Juvenis no relvado
Os Sub-17 do Benfica já se preparam com bola para a nova época.

5. Participação recorde
A 14.ª edição do Elite Training Camps, realizada no Benfica Campus, contou com 418 participantes, o máximo registado.

6. Novas funções
Tiago Rafael, antigo hoquista e treinador adjunto da equipa sénior do Benfica, é o novo team manager da Formação de hóquei em patins do Clube e o treinador dos Sub-17.

7. Sorteio realizado
A equipa feminina de futsal do Benfica, heptacampeã nacional, inicia a defesa do título na Luz, frente ao Atlético.

8. Renovação
Eduardo Francisco, jovem basquetebolista internacional por Angola, estendeu a ligação contratual ao Benfica."

Lanças...


História Agora


ESPN: Futebol no Mundo #364 - Mercado começa a se agitar na Europa e futebol olímpico começa com polêmica

A oportunidade de João Almeida


"O que se sabe é que o desempenho de Almeida no Tour confirma-o mais perto e mais cedo do que provavelmente o próprio julgaria de vencer uma grande Volta

Ainda durante o Tour, João Almeida soube que a Vuelta se seguiria no seu programa. A decisão da sua equipa foi lógica, após o português mão ter sido selecionado pela Federação Portuguesa de Ciclismo para os Jogos Olímpicos. A UAE Emirates conta com o seu segundo corredor mais bem classificado nesta edição Volta a França para a coliderança da formação, com o britânico Adam Yates (3.º na hierarquia da equipa na corrida francesa em 2024), reeditando o duo-vencedor da Volta à Suíça, prova que antecedeu a Grande Boucle. Juan Ayuso, que estava pré-convocado, fica de fora do octeto para a corrida espanhola devido a comportamento não-profissional no Tour.
Almeida tem de ver oportunidade de uma carreira e agarrá-la como se não houvesse outra (que certamente haverá) de vencer uma grande Volta, sua ambição assumida e reiterada. Não se sabe como é que João recuperará física e mentalmente depois do ótimo quarto lugar no palco mais alto do ciclismo mundial, se apesar de todo o brio profissional conseguirá evitar a descompressão.
O que se sabe é que o desempenho de Almeida no Tour confirma-o mais perto e cedo do que provavelmente o próprio julgaria de vencer uma grande Volta. Com essa motivação e sem Primoz Roglic, a recuperar de lesão, como mais forte opositor (além das ausências de Pogacar, Vingegaard e Evenepoel, únicos a batê-lo no Tour) e o impulso do público português nas primeiras três etapas, João Almeida poderá conquistar a Vuelta. E de fazer história."

Jogo empatado em duelo de interesses


"FIFA, Ligas Europeias e jogadores em confronto. Tudo por causa do Mundial de clubes... ou do que ele afinal já não vai render?

«Algumas ligas europeias — elas próprias reguladoras e organizadoras de competições — estão a agir em interesse comercial próprio, com hipocrisia e sem qualquer consideração para todos os outros no mundo.»
Comunicado da FIFA

A ameaça há muito pairava no ar e finalmente a Fifpro, união de sindicatos de jogadores, e a Associação de Ligas Europeias, que inclui 39 dos principais campeonatos do continente, decidiram avançar com ações legais contra a FIFA. Em causa está um «abuso de posição dominante», tudo por causa do Mundial de Clubes agendado para o próximo verão, numa ação contra o aumento do número de jogos no calendário.
A FIFA respondeu com acusações de hipocrisia, defendendo que as ligas europeias estão apenas a defender os seus interesses, ao passo que a FIFA defende os interesses de todo o futebol mundial — um argumento antigo a que recorre com frequência.
Neste duelo de interesses nem estaremos ainda no intervalo, mas o jogo parece empatado. Claro que cada um defende os seus interesses e de quem representa. Mas a questão essencial, aqui, é só uma: toda a gente contava com receitas milionárias do Mundial de Clubes, falava-se até em prémios de participação na ordem dos 50 milhões de euros. A menos de um ano do teórico pontapé de saída, essa expectativa baixou, e Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, dizia que baixou de tal forma que seria mais rentável para os merengues fazer uma digressão do que jogar a nova prova. Talvez por isso, enfim, estas ações em tribunal estejam finalmente a avançar..."

Fatias...


"A Associação de Ligas Europeias, presidida por Pedro Proença, anunciou ontem que irá avançar com uma ação na Comissão Europeia contra a posição dominante da FIFA sobre os calendários. O Presidente da Associação de Ligas Europeias sustenta a ação com base no calendário internacional "saturado e insustentável para as ligas nacionais e para a saúde dos jogadores".
A FIFPRO acompanha a ação e tem razão na preocupação expressa, porque o excesso de jogos a que estão sujeitos os atletas de alta competição é elevado e coloca em causa a integridade física e a saúde dos seus associados. Partilho dessa preocupação e creio que os jogadores e o seu sindicato devem ser ouvidos pelos organismos que tutelam a modalidade e acompanhar as suas reivindicações!
Mas para a Associação de Ligas Europeias o interesse é diferente, bem diferente, e claramente não tem a ver com a saúde dos atletas, mas apenas com interesses comerciais e dinheiros que, pelo menos, duas das Ligas que a associação representa vão claramente perder! Para a Associação de Ligas Europeias os interesses são exclusivamente os interesses das Big Five, com a Premier League e La Liga à cabeça, e são contrários aos interesses da Liga Portuguesa!
O que a Premier League e La Liga querem é impedir que haja mais uma fatia no bolo milionário dos direitos televisivos que diminua o valor que é atualmente faturado por estas duas Ligas. O Mundial de Clubes representa um claro revés financeiro para estas Ligas. Os direitos televisivos das Big Five são vendidos em leilões fatiados. Se aparece uma nova competição global, com os principais clubes mundiais, o valor que vai ser afetado ao Mundial de Clubes, vira da redução dos valores pagos a estas Ligas.
Mas e em relação à Liga portuguesa, será que vamos ser prejudicados pela criação do Mundial de Clubes, em que dois dos nossos vão participar? Relembro que não temos os nossos direitos centralizados e a nível internacional muitos dos nossos direitos TV são oferecidos, e os poucos países que pagam têm vindo a desistir deles (França e Brasil à cabeça). O que significa que o Mundial de Clubes representa a entrada de cerca de 100 milhões de euros (confirmar este número) no nosso mercado sem perdermos valor no capítulo dos direitos televisivos!
Posto, isto o Presidente da Associação das Ligas Europeias está preocupado com os interesses das Big Five, mas o Presidente da Liga Portuguesa, que por acaso é o mesmo, não se importa, com esta posição, de prejudicar dois clubes portugueses.
O Presidente da Associação das Ligas Europeias está preocupado com o "calendário saturado e insustentável", mas o Presidente da Liga Portuguesa, que por acaso é o mesmo, está há oito anos em exercício sem ter conseguido reformar os quadros competitivos do futebol português, de forma a ir ao encontro das preocupações também expressas pelo nosso Sindicato de Jogadores, fazendo crescer a competitividade interna e garantindo as melhores condições para que os nossos clubes, presentes nas competições europeias, sejam capazes de pontuar de forma a recuperarmos lugares no ranking europeu onde, nos últimos anos, caímos de forma abrupta.
E já agora, em relação aos direitos televisivos e ao processo de centralização, o recente caso francês deve ser tido em conta como um evidente sinal de alerta para os nossos clubes. Mas neste caso nem o Presidente da Associação de Ligas Europeias, nem o Presidente da Liga Portuguesa, que por acaso é o mesmo, teve oportunidade de explicar como vai cumprir com a sua promessa repetida vezes sem conta sobre o incremento de receitas de que todos os clubes vão beneficiar!
Temos de reformular os nossos quadros competitivos, trabalhando em prol dos jogadores, mas também em benefício dos clubes. Confrontar de forma demagógica a FIFA pode dar publicidade, mas só uma pessoa beneficia dela!"

Bebeu na companhia das vacas e inventou o ‘Tour de Judas’


"Raphaël Géminiani morreu durante esta Volta a França, ele que foi um dos grandes atores do Tour

Morreu com a Volta à França, ele que foi tanto da Volta à França. Falo de Raphaël Géminiani, filho de Giovanni Géminiani, um italiano que tinha uma fábrica de bicicletas em Lugo, na Emilia-Romagna, província de Ravenna, A Bela, cidade onde viveu também, ‘in illo tempore’, Gioachino Rossini, um dos mestres da ópera, o autor de O Barbeiro de Sevilha, de La Cenerentola, de Guilherme Tell. No final da década de 1910, o fascismo crescia em Itália com a firmeza dos sem escrúpulos. Giovanni era um homem que prezava a liberdade e que se recusou a criar os filhos num país entregue aos bichos. Por não calava as injustiças, tascaram-lhe fogo à fábrica e viu-se no beco da pobreza. Saltou a fronteira. Instalou-se em Clemont-Ferrant, na região da Auvergne-Rônes-Alpes, e abriu uma oficina de bicicletas. Os velocípedes eram a sua paixão e os filhos herdaram-na na intimidade do sangue. Angelo, o mais velho, tornou-se rapidamente num excelente corredor, apesar de jamais ter dado o passo em frente nas escadas do profissionalismo. Gostava de ser amador, de participar nas provas que lhe agradavam e desprezar as outras, tinha uma vida preenchida e não se dispôs a dedicar-se somente a um capítulo dela. Raphaël, que já nasceu em França, a 12 de junho de 1925, abandonou a escola aos 12 anos e foi trabalhar com o pai na oficina. Cabia-lhe a tarefa de fazer rodas.
Vieram os alemães e o Hexágono ficou invadido. Mantinha a sul, numa vergonha amostra de independência colaboradora, o governo de Vichy. Mas as corridas de bicicletas não foram interrompidas pela brutalidade infame dos nazis. Raphaël ansiava ser como o irmão. O pai, que precisava dele na fábrica, procurou desiludi-lo: «Olha-te ao espelho e diz-me – alguém pode ser corredor com essas perninhas fininhas que tens. Deixa-te disso e trabalha. O Angelo que corra que tem corpo para isso». Pela primeira vez, o jovem Géminiani esteve-se nas tintas para a palavra paterna. Com 16 anos já corria e venceu a primeira etapa de uma prova recém-criada que levava o nome de Pas Dunlop. Giovanni rendeu-se à força de vontade do seu mais novo. E Raphaël reconheceu-o: «O meu pai ensinou-me muito. Explicou-me que, em subidas, só deveria atacar com a máxima força a, no máximo, 15 quilómetros do final. Percebi que tinha razão».
Depois da II Grande Guerra, Raphaël Geminiami ganhou outra ambição. As provas amadoras não o satisfaziam. Tornou-se profissional em 1946. No ano seguinte participou no seu primeiro Tour pela equipa da Metropole. Foi um desastre. O calor tórrido que tomou conta do país nesse Verão não poupou a sua fraca preparação. Durante uma etapa, seco de sede, resolveu mergulhar a cabeça num bebedouro de vacas. Apanhou uma infeção na boca. Esteve internado e regressou a Clemont-Ferrant na sua bicicleta, pedalando molemente. Demorou dois dias a lá chegar. Mas não era um homem resignado. No ano seguinte voltou ao Tour, desta vez com a camisola da Southwest-Center. Corriam os rumores de que só tinham permitido a sua inscrição porque Giovanni untara as mãos de alguns responsáveis. Caiu em desgraça. Mas, em 1948, foi selecionado para a equipa de França e correu o seu terceiro Tour consecutivo. Estava de volta às graças do povo.
Raphaël nunca ganhou a Volta a França. Havia uma concorrência fortíssima que o manteve ao largo desse sonho: Jean Robic, Louison Bobet, Jean Plankaert, Federico Bahamontes, Gino Bartalli. Ficou em segundo em 1951, ganhando o Prémio da Montanha, a sua especialidade, e em terceiro em 1958, tendo ganho a Volta à Espanha em 1959. Patriota dos quatro costados, Géminiani insistia que, em qualquer prova, os franceses deviam ajudar-se uns aos outros independentemente das equipas pelas quais corriam. Em 1958, numa luta férrea com o luxemburguês Charly Gaul, outro trepador frenético, acusou publicamente o seu compatriota Bobet de lhe falhar na camaradagem durante a tremenda tempestade que assolou a 21.ª etapa do Tour, entre Briançon e Aix-les-Bains. Charly foi o primeiro e recebeu os louros em Paris. Raphaël não se calou. Não era a sua forma de estar na vida e, por causa disso, muitos no pelotão não gostavam dele. Acusou Louison de ser um Judas. Estávamos no dia 16 de julho. No dia 26 de junho, em Bruxelas, onde teve início a 1ª etapa, um fã oferecera-lhe um burro. Deu-lhe o nome de Marcel, por causa de Marcel Bidot, o selecionador que não o chamara mais para a equipa de França. Talvez criasse mau ambiente. Morreu agora, ao 99 anos, no dia 10, enquanto a Volta a França passava pelas estradas do país, precisamente por Auvergne. Alguém disse, na hora do adeus: «C’est vraiment l’acteur principal de la légende du cyclisme mondial de l’après-guerre». Ator é uma palavra forte. Fica a soar na memória."

Tadeia: Reis da Europa - Chipre 2024

quinta-feira, 25 de julho de 2024

BI: Benfica Olímpico - Paris

Terceiro Anel: Bola ao Centro - S02E59 - Reviravoltas, vendas e muitas dúvidas!!

Chuveirinho #85 - Ricardinho

Deixem o Diogo Ribeiro sonhar


"Passaram vários meses desde o ouro de Diogo Ribeiro no Mundial, mas alguns continuam a ver a natação para uns Jogos como se fosse o pontapé na bola. Essa não é a realidade

Deixem o Diogo Ribeiro nadar. Desde que, em fevereiro, Diogo Ribeiro se sagrou, por duas vezes campeão do Mundo em Doha, nos 50 e 100 mariposa, que leio, oiço comentadores na televisão e dizem-me que Portugal vai ganhar, pela primeira vez, uma medalha na natação nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
Ótimo, pessoas que nem ligavam nenhuma à modalidade ou sabiam quem eram os seus atletas passaram a dedicar alguma atenção, nem que seja quase procurando em exclusivo notícias sobre o nadador do Benfica.
Com o tempo pensei que iam perceber melhor a realidade e olhar para algo que se rege por tempos que cada um tem capacidade de alcançar e onde a luta começa entre cada atleta na sua pista, tentando superar-se antes de ter de bater os adversários mais próximos. Que até podem ir noutra série ou na pista do lado completamente oposto, que não vêm. E os apuramentos apenas se fazem pelas marcas e não começam pelos melhores classificados em cada série como acontece, por exemplo, no atletismo.
Mas não. Muitos continuam a olhar para as provas como se elas dependessem de um remate e da bola, depois de bater na trave, entrar ou não na baliza. Pior, alguns ainda nem descobriram que os 50 mariposa não fazem parte do programa olímpico.
E não é por culpa do Diogo, que também irá aos 50 e 100 crawl, pois, desde início, que ele e o seu treinador, Alberto Silva, vão avisando que o objetivo é chegar à final e melhorar o recorde. E depois, logo se vê o que pode acontecer se conseguir integrar o lote dos oito melhores que disputarão as medalhas. E aí sim, tudo pode acontecer, como em Doha. Ribeiro, aliás, só gosta mesmo de falar em medalhas quando se refere aos Jogos de Los Angeles-2028.
Quem o conheça minimamente, sabe bem que a ambição de vencer e voar na piscina faz parte do seu ADN. Não é uma coisa que lhe apareceu nos últimos três anos, mas algo que vive dentro dele e o alimenta diariamente nos treinos, o obriga a ir aperfeiçoando todos os detalhes técnicos, e, normalmente, o torna gigante nas provas ao lado de adversários com mais palmo e meio apesar dos seus 1,84m.
Só que Diogo também sabe a realidade dos números e o tempo que, ao nível a que chegou, necessita para ir retirando milésimos aos recordes. Agora, nunca, até porque isso iria contra a natureza de um vencedor, o irão ouvir a diminuir-se em relação àquilo que ambiciona, mas também não insistam e queiram que diga o que não sabe se é possível.
Para quem continua a ver as coisas na ótica do pontapé na bola, e são muitos, mesmo na área do desporto, digamos que o recorde nacional que conseguiu no Mundial de Doha, 51,17s, e lhe deu o ouro, na final dos 100 mariposa nos Jogos de Tóquio, há três anos, o deixaria no 8.º lugar, atrás do guatemalteco Luís Martínez (51.09), e numa prova ganha com recorde mundial pelo americano Caeleb Dressel (49,95). Há três anos! Significa que, desde então, os outros também terão evoluído ou alguns surgido.
Mais, neste momento, entre os 40 apurados para a distância na capital francesa, Diogo surge com o 15.º melhor tempo de inscrição. Todos acreditamos que o conimbricense já terá capacidade para fazer melhor que o máximo luso, mas, pelo meio, e ainda antes de poder ser o segundo português finalista nuns Jogos depois de Alexandre Yokochi em Los Angeles-1984, aos 200 bruços, há eliminatórias e meias-finais. E logo aí tudo já terá de estar próximo da perfeição porque os adversários também esperam que aconteça com eles.
Face a esta realidade, não pressionem. Deixem-no nadar, mas não estejam à espera de cobrar algo que nunca disse que realizaria — ainda que na sua mente queira ser o melhor —, porque irá transportar-nos no seu sonho."

Ioannidis vs Gyokeres vs Pavlidis


"Seja qual for o preço que o Sporting venha a pagar pelo internacional grego, haverá sempre um olhar para outros jogadores

Viktor Gyokeres está de volta no Sporting. Aquilo que parecia certo no decorrer da época passada deixou de o ser, o sueco continua (o fecho do mercado está longe para se ter garantias) e, até ver, essa é a melhor notícia de pré-época para o universo leonino. Há outra, provavelmente, pela qual os adeptos suspiram: a contratação de Fotis Ioannidis.
Nem tanto pelo conhecimento do avançado internacional grego, mas mais, diria, pela insistência na contratação do ponta de lança do Panathinaikos e, outro ponto igualmente relevante, porque a essa insistência está associada uma equipa que, na época passada, também foi perseverante na busca do seu alvo. No fundo, os adeptos confiarão que aquilo que o Sporting fez com Gyokeres resultará com Fotis Ioannidis, quer no desfecho do negócio, quer na qualidade e rendimento.
A gestão de expectativas é sempre difícil no desporto. Faz-se fé no passado para achar que o futuro será idêntico, seja isso bom ou não. O mesmo se pode passar com Fotis Ioannidis. Seja qual for o preço final que o Sporting possa vir a acordar com o Panathinaikos é impossível escapar ao entusiasmo dos adeptos e às comparações, a começar dentro do próprio plantel.
Ioannidis será sempre olhado pelo preço com Gyokeres. O que talvez seja até injusto com o grego, com o sueco e até para a direção de Frederico Varandas. O Sporting pode estar absolutamente certo na aquisição do internacional helénico, mas se ele custar mais e não render como o sueco, isso cairá em cima da estrutura.
Para além disso, a Portugal chegou um compatriota de Ioannidis, precisamente para o rival Benfica. O exercício é o mesmo relativamente a Gyokeres, mas se o rendimento não se equivaler, neste caso, isso será lembrado por alguns adeptos da casa, mas seguramente reforçado em cada momento pelos rivais.
Seja como for, se chegar a Alvalade, Ioannidis será sempre comparado com ambos - o mesmo é válido para o homem do Benfica, já agora. O fator preço acima de Gyokeres ou Pavlidis pode ser de algum modo inibitório para a gestão, mas o que os adeptos também devem pensar é que esse é, também, o preço a pagar pelo que de bom foi bem feito no verão passado.
Em suma, quem lidera deve perguntar-se: e se corre bem? Quem segue não fazer disso o fim do mundo se não suceder. As últimas épocas leões dão mostras de que, apesar do montante poder ser fora do habitual, o clube está mais preparado para dar a volta. Claro que aí virá outra comparação. Não de jogador para jogador, mas de clube para clube. Ou, para bom entendedor, de um lado da estrada para outro. Há uns poucos anos não seria assim."

Toni entrevista Roger Schmidt


"O destaque desta edição da BNews é a conversa entre Toni e Roger Schmidt, para ver no BPlay e no Site Oficial.

1. Mística a dois
A glória do Benfica, Toni, e o treinador Roger Schmidt conversam sobre a grandeza do Clube e a honra de servi-lo, a paixão e a exigência dos Benfiquistas, as conquistas, os momentos difíceis e as expectativas para a nova temporada. Um conteúdo imperdível com a marca BPlay.

2. Próximos jogos de preparação
O Benfica tem dois jogos no Estádio da Luz agendados nos próximos dias. A 25 recebe o Brentford, da Premier League. A 28, no âmbito da Eusébio Cup, é anfitrião do Feyenoord, da Eredivisie.

3. Sou Benfica
Conheça o novo projeto do Benfica, dirigido aos Benfiquistas que não são associados do Clube.

4. Renovação de contrato
Trey Drechsel, que na final dos play-offs da época passada, em que o Benfica se sagrou tricampeão nacional de basquetebol, marcou 18,3 pontos por jogo, vai continuar de águia ao peito na nova temporada.

5. Convocados
Quatro jovens andebolistas do Benfica vão marcar presença no Europeu Sub-18 em representação de Portugal.

6. Benfica 1 Minuto
A atividade benfiquista dos últimos dias."

5 minutos: Diário...

Zero: Mercado - João Neves, Francisco Conceição e Musa

Zero: Tema do Dia - Há motivo para polémica pelas declarações de Otamendi?

Terceiro Anel: Diário...

Visão: React - Mística a Dois: Toni & Schmidt...

Terceiro Anel: React - Mística a Dois: Toni & Schmidt...

Em terras de '6' quem tem um '10' é rei


"O futebol mudou. É uma das frases mais ouvidas, senão a mais ouvida, nos dias de hoje. A velocidade de jogo aumentou, o que obriga a tomadas de decisão em frações de microsegundos. Há cada vez menos espaços fruto de uma maior preocupação defensiva, que leva a uma maior compactação entre setores e também isso obriga a que as decisões sejam tomadas em microsegundos. A intensidade, esse termo mítico e místico, também aumentou fruto da conjugação dos factores já enunciados e de uma nova abordagem no que ao lado físico/atlético do jogo diz respeito, levando a que a tomada de decisão tenha de ser supersónica.
Somemos a isso o «importante é ganhar, não importa como» em detrimento da preocupação com a qualidade de jogo apresentada e da valorização do espetáculo (sim, o futebol ainda que seja um negócio não pode deixar de ser um espetáculo) e eis que chegamos a uma era em que o '6' é mais vezes alvo de marcação individual do que um '10'. Porque a construção ganhou outra preponderância na organização ofensiva de muitas equipas (e ainda bem, a meu ver) e porque o '10' primeiramente foi ostracizado para os corredores laterais e ultimamente já nem nos flancos são uma peça fácil de encaixar no puzzle tático das equipas.
Não faltam exemplos que ajudam a corroborar este argumento. O que poderá faltar são argumentos que justifiquem o porquê de os treinadores não quererem apostar convictamente no '10' dentro das suas ideias e dos seus modelos de jogo - o zerozero publicou AQUI uma reportagem sobre o tema.
Especialmente quando outra das frases mais ouvidas nos dias de hoje, tantas vezes proferidas pelos treinadores que se «queixam» da mecanização e da falta de magia e criatividade no futebol, é «o futebol está cada vez menos criativo e mecanizado».
Desde os meus tempos de iniciação ao futebol que ouço dizer que «quem ganha o meio-campo ganha jogos», que «o meio-campo é o motor de uma equipa» e que «um meio-campo equilibrado é meio caminho andado para a vitória». Num futebol cada vez mais coletivo e em que a interação intersectorial se assume como fundamental nos momentos de organização e transição, penso que estas afirmações ganham ainda mais relevo, pois uma equipa «sem meio-campo» é uma equipa desligada entre si no momento ofensivo e sem qualquer tipo de proteção no momento defensivo.
O que me leva ao último Campeonato da Europa de Futebol. Um campeonato ganho pela seleção com melhor ideia e modelo de jogo. Um campeonato ganho pela seleção com melhor gestão de recursos humanos por parte do seu selecionador. Um campeonato ganho pela seleção cujo '6' foi mais marcado e mais determinante (daí ter sido o melhor jogador do torneio) do que qualquer outro jogador que participou no Euro 2024. Um campeonato ganho graças à entrada de um '10' para a posição '10' em detrimento (por lesão) de um '8' (ou 8,5, se quiserem) que em momentos de organização ofensiva desempenhava as funções de '10'.
Sem qualquer tipo de crítica ao talento e à qualidade de Pedri, um dos médios que pode vir a marcar uma geração nos próximos 15 anos de futebol mundial, foi com a entrada de Dani Olmo que a Espanha passou a ser mais completa.
Foi com a entrada de Olmo que o último terço espanhol ganhou dinâmicas e gerou imprevisibilidades até então não apresentadas. Foi com a entrada de Olmo que Williams e Yamal passaram a ter mais soluções de associação sobre o corredor central próximo da grande área adversária, que Morata passou a ter uma opção segura a quem passar sempre que fazia o papel de pivot ofensivo e alguém capaz de atacar os espaços criados pelas diagonais do capitão espanhol. Foi com a entrada de Olmo que a Espanha passou a caminhar de forma ainda mais segura e afirmativa rumo à consagração final.
Não deixa de ser curioso, no entanto, que foi preciso Pedri lesionar-se para Dani Olmo entrar definitivamente no onze inicial espanhol. Não é uma crítica ao excelente trabalho desenvolvido por Luis De La Fuente, é a constatação de um facto.
Tal como são os casos de Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Phil Foden e Wirtz, por exemplo. Todos eles são diferentes, mas todos eles são, na minha opinião, excelentes opções para qualquer treinador que queira jogar com um '10' na sua equipa. Infelizmente não tiveram a sorte de ter um enquadramento técnico-táctico que lhes permitisse explanar o melhor das suas características ofensivas em prol do coletivo.
Podemos alegar que o futebol é dinâmico e não é por não partir da zona '10' que um jogador com características de '10' não sobressai. Podemos apontar que um '10' que joga sobre os flancos e tende a derivar para terrenos mais interiores pode sobressair e destacar-se. Podemos, claro que podemos. Mas a realidade da competição mostra-nos outra coisa...
Mostra-nos que De La Fuente não subverteu Olmo a um papel cujas tarefas não favoreciam as características do craque do RB Leipizg. Mostra-nos que o meio-campo espanhol ficou ainda mais forte com entrada de Olmo, pois passou a ter um 6, um 8 e um 10. Mostra-nos que o equilíbrio de que tanto se fala não pode ser analisado apenas do ponto de vista defensivo, pois uma equipa equilibrada é aquela que consegue ser igualmente forte e competente a atacar e a defender.
O futebol mudou, é um facto. Há menos espaços, o jogo é mais rápido e a organização defensiva passou a ser mais importante do que a organização ofensiva. Impossível discordar disso. Então se assim é, haverá alguém mais capacitado para encontrar espaços onde eles aparentam não existir do que um '10'? Haverá alguém mais capacitado para decidir de forma rápida sob pressão do que um '10'? Haverá alguém mais capacitado para desmontar uma boa organização defensiva com um passe, um movimento de rotura ou uma simulação de corpo do que um '10'?
A terminar: se a organização defensiva é cada vez mais competente, se há cada vez menos espaços e menos tempo para uma tomada de decisão com qualidade, se há cada vez menos magia e criatividade no futebol, porque razão permitimos que o '10' seja um jogador em vias de extinção?"

Grupos internacionais de clubes de futebol em Portugal


"Uma das tendências da última década é a criação de grupos de clubes de futebol (multi-club ownership - MCO) em ligas de diferentes países.
Um relatório da SportBusiness, de novembro de 2023, descobriu que um total de 301 clubes em todo o mundo faziam parte de 124 grupos MCO; destes, 197 clubes na Europa pertencem agora a um grupo multiclubes.
Em fevereiro de 2024, a CIES Sports Intelligence informava que o número já está próximo de 350, dos quais 221 na Europa (UEFA) e 58 na América do Norte e Central (CONCACAF).
O número vai aumentando, estes grupos MCO continuam a expandir-se e mais investidores estão a entrar neste campo. Ainda de acordo com a CIES Sports Intelligence, os EUA (36), a Inglaterra (35) e a Espanha (30) são os países com maior número de clubes na MCO. Mas o número de clubes envolvidos em MCO também está a crescer noutras ligas europeias de futebol.
Por vezes a holding controlando os grupos MCO pertence a entidades públicas (ex: o Qatar Sports Investments - QSI) ou parapúblicas (como é o caso do City Football Group, do xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, de Abu Dhabi) que investem para efeitos de nation branding, soft power e diplomacia desportiva.
Na maioria dos casos, o controlo de grupos MCO pertence a entidades privadas, sejam elas financeiras (é o caso da 777 Partners, do Fenway Sports Group, da NewCity Capital ou do Kroenke Sports & Entertainment) ou não (Red Bull), bem como a magnatas (ex: Todd Boehly, John Textor, Wes Edens, Gino Pozzo, Peter Lim) que investem para obterem retorno financeiro.

Em vários casos, o grupo MCO tem clubes em diferentes ligas desportivas, não apenas nas de futebol. 
Dos quatro principais clubes portugueses, apenas o SC Braga faz parte de um grupo MCO - 29% do capital da sua SAD pertence à QSI. A AG extraordinária de 3 de fevereiro mostrou que a maioria dos sócios do Braga mantém uma “mentalidade proprietária” do clube. Alguém acredita que a QSI vai investir mais num clube que não controla?
O mesmo sentimento parece existir nos sócios dos outros três grandes. Sentimento que permite que os atuais administradores vão mantendo as rédeas de controlo dos [negócios dos] clubes.
As principais receitas dos grandes clubes portugueses estão dependentes de fatores incertos, como os montantes dos direitos televisivos e multimédia - dependentes do novo modelo de comercialização centralizada (a ter início em 2027) - e as mais-valias de vendas de jovens jogadores por eles formados.
Há ainda muito a fazer na gestão da dívida, na redução de custos, na criação de novas receitas com eventos nos estádios, em esports, na economia digital; o que faz com que estes clubes permaneçam ativos com potencial. Mas sem o abandono da “mentalidade proprietária” ninguém injetará capital nestes clubes."

The Olympics are coming…


"Os Jogos Olímpicos são o palco perfeito para as melhores histórias, pelo que para as marcas é este o potencial e estando os fãs tão ávidos de storytelling esta é a oportunidade certa.

2024 poderá ficar marcado, para mim, como um ano dedicado ao desporto. É certo que adoro futebol e foi ano de Euro – mas sobre isso já escrevi e a passagem de Portugal não foi propriamente a mais feliz, tirando a prestação do meu querido herói Diogo Costa – mas vai além disto. Este ano fui Júri no Festival de Criatividade em Cannes e a categoria foi Entertainment for Sports e nos cerca de mais de 500 casos que vi, bebi desporto e senti a verdadeira emoção de cada caso.
Se eu já era apaixonada pela vibração que a competição, a superação, a rivalidade saudável, as vitórias e as derrotas trazem a cada jogo, fiquei ainda mais fascinada pelo poder do desporto.
O poder que tem na sociedade e na relação entre as pessoas, o poder que tem sobre o nosso estado de espírito, memórias e vivências, o poder de transformar o indivíduo e a sua saúde – física e mental -, o poder sobre o outro, o poder da empatia e de mudar o mundo, o poder da inclusão, o poder da emoção, o poder da partilha, o poder da identidade e da globalidade, o poder de construir marcas e conteúdos que enriquecem, o poder do entretenimento, o poder do humor, da palavra, da música, o poder da imagem o poder da equipa… o Poder das Pessoas.
E todo este poder atinge o ponto máximo em cada edição dos Jogos Olímpicos.
Ainda que seja sabido que a minha grande paixão no desporto é o futebol, os Jogos Olímpicos – e Paralímpicos – são, desde logo, um evento único porque congregam várias modalidades, chegando assim a vários públicos, conferindo uma magia que não encontramos em mais nenhum acontecimento desportivo.
Este ano em Paris, que se converte de cidade do amor para cidade do amor pelo desporto, há nos Jogos Olímpicos um sentimento diferente, porque temos vários contextos num só, mas sempre unidos pelo país e pela comunidade que os segue. Há um orgulho nacional que é exacerbado, mas há também a junção de todos os países do mundo em torno de algo que os une: o querer ganhar, mas acima de tudo o querer representar o seu país da melhor forma possível.
É este sentimento que confere a este evento um ADN muito particular – um evento que se espera que tenha biliões de espectadores e, como tal, um importante ponto de associação e ativação das marcas que devem criar experiências memoráveis em torno de algo que, só por si, já garante este caráter especial.
Os Jogos Olímpicos são para as marcas um momento extremamente desafiante dadas as regras apertadas existentes, como, por exemplo, a regra 40 que, para evitar marketing de guerrilha, só permite a patrocinadores globais ou locais (obviamente a diferentes níveis) ativar a sua comunicação. Um atleta que seja, por exemplo, patrocinado por uma marca não patrocinadora do evento, não pode comunicá-la associada aos Jogos Olímpicos, o que se torna assim um desafio desde logo criativo, porque, se eu patrocino um atleta, obviamente vou querer falar da minha marca quando ele ganhar uma medalha.
É assim essencial conhecer bem as regras e usar a criatividade, para que se consiga sempre construir algo interessante e alinhado com o momento desportivo e de grande emoção que os diferentes países estão a viver.
Por outro lado, a grandiosidade e abrangência de possibilidades nos Jogos Olímpico faz com que o mesmo evento não conte a mesma história, nem o faça às mesmas pessoas… a energia é a mesma, mas cada marca pode escrever e traçar uma história diferente consoante os seus objetivos e a sua própria missão. É esta a grande oportunidade dos Jogos Olímpicos: um contexto mais do que propício para fazer crescer e explodir uma boa ideia.
É também um evento que ilustra bem o poder da comunidade e este pode ser o segredo para que uma marca de facto consiga sobressair: saber olhar para o que os seus fãs são e querem e construir em cima disso. Até porque sabemos que muitos podem estar a ver os Jogos Olímpicos, mas nem todos os vemos da mesma maneira – e atenção que os paralímpicos seguem a mesma linha de raciocínio – porque uns querem saber do atletismo, outros da ginástica, outros ainda da natação e alguns de tudo um pouco.
Parece complexo e é seguramente uma grande empreitada, mas isto devolve-me ao poder do desporto. É na concretização e entendimento deste poder que as marcas vão poder afirmar-se e mostrar que têm uma palavra a dizer e que fazem parte da vida das pessoas, nos momentos mais importantes.
Marcas como a Coca-Cola, que estão há décadas com os Jogos Olímpicos, são a prova máxima de que esta relação duradoura que se revoga de 4 em 4 anos é uma neverending story de sucesso e de histórias que se contam na preparação para os Jogos Olímpicos, no transporte da tocha, no porta-estandarte do nosso país ou naquele record batido que ninguém esperava. Marcas que não estão só nas vitórias, que estão também nas derrotas que fazem parte de um caminho de heróis. Os Jogos Olímpicos são o palco perfeito para as melhores histórias, pelo que para as marcas é este o potencial e estando os fãs tão ávidos de storytelling esta é a oportunidade certa.
E depois nada como o Futebol Clube do Porto entrar novamente em campo para eu perceber que, na verdade, para mim todos os anos são anos do Desporto.
E, por isso, anos de verdadeira emoção, partilha e comoção…como todo o desporto deve ser!"