Últimas indefectivações

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Arrepiante

"Anfield e Celtic Park tornaram-se estádios míticos muito mais pelo comportamento impressionante dos adeptos do que pelos feitos de Liverpool e Celtic. Embora ambos os emblemas tenham uma história de muito êxito, foram os seus adeptos que os guindaram a patamares mais elevados. São estádios onde os jogos nunca mais se esquecem.
O que se passou terça-feira após a derrota com o Zenit seria um facto normal nesses dois palcos, mas não num estádio duma equipa latina que acabava de perder. Não quero banalizar derrotas, nem relativizar inêxitos, mas ficará na memória de todos os incontáveis minutos em que um estádio aplaude de pé os seus, e os empurra ao Olimpo como se tivesse vencido.
Os 5-0 ao Setúbal são mais banais do que aquele momento. O futebol é essencialmente um desporto de paixão e sentimento e, por isso, aquele momento foi arrepiante.
Quem gosta de futebol são esquece. Fez muito bem o Benfica em não falar de arbitragem nesse jogo, o Zenit foi melhor e mereceu ganhar. Agora há que ganhar o jogo mais importante da semana, contra o Moreirense no domingo. Fazer uma boa prova europeia pode ser a cereja no topo de bolo, mas o bolo é ser campeão e de nada serve a cereja sem o bolo.
O campeonato terá uma luta intensa e acesa até ao fim. O FC Porto, como sempre disse, será muito forte, e em Guimarães viveu-se uma excepção da equipa azul e branca.
Mesmo com 18 clubes, quem quiser ser campeão este ano, não poderá perder muitos pontos e, por isso, contra o Moreirense os três pontos serão decisivos.
O Moreirense é uma das boas surpresas deste campeonato e só um Benfica de topo evitará surpresas. As notícias dão Júlio César na baliza do Benfica no domingo, numa semana em que Robert (Olympiakos) foi melhor que Oblak (Atlético de Madrid) e, por isso, o futebol é um desporto único."

Sílvio Cervan, in A Bola

Encarnado é o Vermelho-amor (Mário Figueiredo)

"Sobre o presidente da Liga de Clubes, Mário Figueiredo, tenho sentimentos contraditórios. Se por um lado me dá imenso prazer vê-lo rebelar-se contra um Sistema a que já pertenceu, denunciando as ligações indecorosas que alguns fabricam para ganhar a todo o custo, por outro lado, a sua figura encarna bem no protótipo do charlatão que, de desculpa em desculpa, vai sobrevivendo num cargo para o qual não tem perfil, nem trabalho que se veja.
Ainda há dias, disse numa entrevista: 'O regime que vigora actualmente é o mesmo de 2004', tendo sido explícito quanto à teia de influências que era o Apito Dourado (que é como quem diz a aliança do FC Porto e da Olivedesportos contra a verdade desportiva) e que em seu entender ainda existe - se bem com uma nuance, agora sem a Liga de Clubes e o seu Conselho de Disciplina e de Arbitragem, por razões óbvias, mas com a conivência e os serviços da Federação e os seus Conselhos, hoje os que importam no futebol português. Esta palavras, vindas de quem vêm, tinham, no mínimo, de ser investigadas pelas autoridades desportivas e judiciais. A não ser que se dê à corrupção um estatuto normativo.
Mário Figueiredo, em desespero, dá um conselho ao Benfica: «Não devia tentar seguir o exemplo daquilo que tem sido o domínio feito pelo FCP».
O que ele não explicou é se o Benfica tenta influenciar a arbitragem ou, conhecedor dessas manigâncias mafiosas, é um Clube presente e atento ao fenómeno, inconformado e protestativo.
Ao que Mário Figueiredo se referia não seria a perda de ingenuidade por parte do Benfica e dos seus dirigentes? Luís Filipe Vieira já anda há muitíssimo tempo no futebol para ter percebido, antes de Mário Figueiredo, que o espírito e filosofia do Apito Dourado ainda não foram erradicados. Não perceber a legitimidade do Benfica em estar vigilante, em opor-se ao Sistema e combatê-lo da forma mais lógica é um mau presságio para um presidente da Liga que se quer astuto."

Carlos Campaniço, in O Benfica

Diz-se por aí... (lusofonia)

"Está relançada a Liga, sobretudo depois do travão do FC Porto em Guimarães e da desaceleração do Sporting, coroada com um empate frente ao Belenenses.
O adversário do Benfica para esta época será o FC Porto e, para renovar o título nacional, temos de apostar não apenas num futebol sólido, tacticamente bem construído e suportado por uma inexcedível preparação física, mas igualmente numa motivação fundamental: convencer a nova geração de sócios, adeptos e simpatizantes de que somos, efectivamente, a melhor equipa nacional, a luz do futebol português e, parafraseando Luís Filipe Vieira, a 'marca da lusofonia'.
O Benfica tem, actualmente, cerca 25% sócios na faixa dos 18 anos, o que representa um privilégio e, ao mesmo tempo, uma obrigação: fazer essa geração que as grandes conquistas europeias e mundiais são novamente possíveis. Que Portugal - e a cidade de Lisboa - poderão voltar a brilhar no palco-mundo do futebol profissional. Que o Benfica é o denominador comum dos países lusófonos, paradigma que tem levado Luís Filipe Vieira desde a capital angolana às mais recônditas províncias de Timor-Leste.
Neste contexto, e embate com o FC Porto tem, este ano, para além do objectivo primordial já anunciado do 34.º Campeonato, a vitória 'moral e diplomática' sobre os dragões passa também por manter e reforçar a vitalidade do SLB como denominador comum da lusofonia, contrariando a evolução portista dos últimos anos, sobretudo em Angola e Moçambique.
Este será o mais importante legado de Luís Filipe Vieira e merecia o renovado empenho de todos os benfiquistas para 2014/15: fazer do Estádio da Luz a Catedral da Lusofonia, o centro vital de uma religião laica que se perpetue no coração das novas gerações com a mesma magia com que um dia os inimagináveis golos do Pantera Negra alentaram toda uma Nação. E o Benfica, já o sabemos, é uma Nação!"

André Ventura, in O Benfica

Mais vitórias

"1. A pré-temporada terminou há pouco mais de um mês, e esse foi o tempo suficiente para afastar os anátemas que alguns já haviam lançado sobre a nossa equipa do Futebol.
Luisão, Maxi Pereira, Enzo Perez e Nico Gaitán permaneceram por cá (ao contrário do que chegou a ser garantido por jornais e comentadores); os reforços são, afinal, acima de qualquer suspeita; e até o ponta-de-lança, que a dada altura parecia em falta, acabou por chegar, numa operação de mercado que não pode deixar de ser aplaudida. À hora em que escrevo, desconheço o resultado do jogo europeu com o Zenit. Mas no plano nacional, quer resultados, quer exibições, têm mostrado um Benfica muito próximo dos níveis daquele que, há bem pouco tempo, alcançou o histórico 'Triplete'.

2. O desporto feminino está em alta no nosso Clube. Com vários troféus conquistados no Hóquei em Patins, no Futsal, no Râguebi, e também no Basquetebol, as nossas meninas têm interpretado bem a mística benfiquista, mostrando ao país que a grandeza do Benfica não escolhe sexos. Trata-se de uma aposta certeira da Direcção encarnada, que vai de encontro à enorme margem de crescimento que o desporto feminino ainda possui. Não me admiraria que, dentro de alguns anos, a popularidade destas competições rivalizasse com as suas correspondentes do sector masculino, trazendo novos adeptos, e adeptas, aos pavilhões, enchendo-os de beleza e fervor clubista. O Futebol, com a sua especificidade, terá de esperar. Mas o Voleibol e o Andebol podem, e devem, ser apostas para breve.

3. Por falar em Andebol, há que lamentar mais uma derrota da equipa principal, por números claros, frente a um rival directo. Os treinadores passam, mas a secção tarda em encontrar o caminho de sucesso trilhado por todas as restantes modalidades do Clube. As condições proporcionadas pela Direcção mereciam outros resultados. A época ainda agora começou, mas a olhar pelo passado recente, um resultado como o do último fim-de-semana não pode deixar de acentuar a desconfiança."

Luís Fialho, in O Benfica

"Benfica é o primeiro clube português acima dos 200 milhões em proveitos"

"Após divulgar à CMVM um resumo das contas anuais de 2013/14 com resultado positivo de 14,2 milhões de euros, o dirigente sublinha o crescimento das receitas apesar do aumento de custos.

Soares de Oliveira adopta discurso tranquilo quanto à situação económico-financeira do Benfica.

-Um exercício positivo após cinco negativos é fulcral para cumprimento das regras de fair-play financeiro?
- Não nos passa pela cabeça não cumprir esses critérios, mesmo nos dois anos passados em que tivemos resultados ligeiramente abaixo do breakeven. O destaque nas contas do ano passado é que o Benfica é o primeiro clube português a passar a barreira dos 200 milhões de euros em termos de proveitos consolidados. Para nós representa um crescimento muito significativo e, graças a isso, mesmo com o crescimento dos custos, conseguimos o resultado de 14,2 milhões de euros. Daqui em diante é de esperar que os proveitos continuem a ter uma relevância muito significativa mesmo em termos europeus e que o Benfica continue a cumprir os critérios de fair-play financeiro.

- Nos dados divulgados não estão as estruturas de receitas, gastos, situação da dívida financeira, empréstimos obrigacionistas, entre outros. Como estão esses itens?
- Os resultados foram apresentados de modo mais resumido, no caso do universo da SAD, porque o Benfica tem a sua assembleia geral de aprovação de contas no próximo dia 26 e, para esse acto, foram apresentados os resultados não só do Benfica como clube, mas também como detentor da maior parte do capital das várias participadas. Do ponto de vista prático temos de incorporar no Sport Lisboa e Benfica o método de equivalência patrimonial em relação a cada uma das empresas participadas. Logo não faz sentido os resultados da SAD valerem X no clube sem divulgar alguma informação. No final do mês de Outubro, altura da aprovação de contas da SAD, será feito o relatório detalhado. O destaque vai para o crescimento de receitas acima dos 50 milhões, passando de 156 milhões de proveitos consolidados para um valor próximo dos 204 milhões. Aqui o papel das receitas televisivas foi muito importante com um salto de 255% face aos proveitos tradicionais e as outras rubricas, excepto na venda de jogadores, não há variações significativas.

- E os custos?
- Mantiveram-se sem grandes variações com excepção de salários do plantel, pois existe grande variação na massa salarial associada aos ganhos desportivos: vencer todas as competições menos a Liga Europa leva a que, da equipa técnica aos jogadores, haja aumento dos gastos com pessoal no exercício. Mas há uma correlação interessante que, por hábito, se pensa ser o inverso: prova-se que é possível conjugar bons resultados desportivos e económicos.

- Os empréstimos obrigacionistas que estão a vencer vão ser renovados?
- Depende daquilo que seja o diálogo com as entidades gestoras desses fundos. Até aqui tem havido interesse no chamado ‘revolving', pois os detentores das obrigações ganham dinheiro e para o Benfica é uma fonte de financiamento. Como é sabido há alterações na estrutura de gestão do Novo Banco, nos próximos dias por certo iremos conversar, mas não temos qualquer preocupação sobre esse assunto - se a entidade mantiver a ideia de que é um investimento interessante estaremos disponíveis para o ‘revolving'; caso contrário liquidaremos esses obrigacionistas.

- O Espírito Santo Liquidez tem linhas de obrigações do Benfica, no valor de 67,7 milhões, a vencer em Outubro e Dezembro: como vai amortizar esses casos?
- Temos posição de caixa confortável, porque o conjunto de vendas do ano passado permite posição forte de tesouraria e olhar para o ano em curso de forma equilibrada, não há necessidades adicionais de financiamento, gerimos bem as coisas com os intercalares da parte da banca portuguesa. Se for preciso um reembolso em Outubro será feito; caso se considere um novo mecanismo de financiamento não há problema. Há em curso investimentos como o papel comercial que tem corrido muito bem: abrimos há alguns anos com 30 milhões, neste momento é de 20, mantém-se a tendência de reembolso e tem havido vontade das partes em renovar porque é vantajoso para todos.

- Há dados novos sobre o empréstimo à SGPS?
- Não, nem nos preocupa de forma excessiva. Integra-se na gestão corrente, em certo momento será necessário tomar decisões, mas ainda não chegámos lá.

- O ‘project finance' está assegurado?
- Não temos qualquer incumprimento em relação aos últimos 12 anos, desde que o estádio está construído. Essa é uma grande vantagem do Benfica quando dialoga com entidades financeiras nacionais ou estrangeiras, ou seja, não representamos uma só imparidade. Como nos dizem, o Benfica não é uma imparidade, mas um tema mediático. Notícias que têm saído são falsas, não há problema com o ‘project finance', o papel comercial mantém-se, os empréstimos obrigacionistas são reembolsados nos prazos, fazemos ‘revolving' de forma natural, temos entidades financeiras a trabalhar com o Benfica no plano nacional e internacional...

- Mas aumenta o endividamento...
- Sim, mas os proveitos crescem mais depressa. Entende-se que o modelo de desenvolvimento do Benfica necessita de investimento constante na compra de jogadores, isto é, deixámos o cimento (estádio, academia e Benfica TV) e passámos para as pernas, algo que tem de ser renovado. Muitas vezes olha-se para as contas dos clubes e, como no caso do Benfica, diz-se que o passivo aumentou, mas ninguém refere que o activo cresceu muito mais. Procuram-se ‘sound bytes' e nunca ouvi um comentador falar em activos, seja do Benfica ou de outros clubes. Isso tem de mudar, pois as pessoas devem perceber que esta é uma indústria séria com temas sérios e só assim se justifica que, num país em crise, numa Europa em crise, este clube passasse da facturação de 40 milhões, em termos consolidados, há 10 anos para superar este ano os 200 milhões. Somos um dos 20 maiores clubes da Europa, estamos nos cinco melhores do ponto de vista desportivo e não conheço outra empresa que, com resultados destes, seja tratada como um negócio menos sério.

- A dívida financeira era de 296 milhões no terceiro trimestre, sendo 64% de curto prazo. Esse dado não pressiona as necessidades de financiamento?
- Não, pois não é uma situação nova. O facto de trabalharmos com instrumentos financeiros com renovação em prazos de seis meses a um ano leva a que analisemos a dívida como sendo de curto prazo, mesmo que não na totalidade.

- Qual é o nível do rácio de gastos com pessoal/amortização de passes face ao volume de negócios?
- Está no habitual para o Benfica. Pretende-se que seja entre os 50 e 70% do volume de negócios. Se olharmos do lado da SAD está mais perto da barreira de cima; se for olhado do universo consolidado está muito abaixo dos 50%.

- Os fluxos de caixa têm sido insuficientes para pagar juros. O Benfica está a mudar nesse sentido?
- Os fluxos de caixa dependem muito do que são as transacções com jogadores. Em 2012/13, face à decisão de não alienar os jogadores principais, isso representou esforço adicional do ponto de vista de caixa, mas essa situação vai ser invertida com as vendas feitas agora e, mesmo que não quiséssemos, seria preciso por causa do fair-play financeiro. No caso de clubes ricos como PSG e City as multas são só mais um custo, mas para os clubes portugueses não há espaço para esse incumprimento.

- Fechar o Benfica Stars Fund era inevitável?
- Termina a 30 de Setembro e havia vários cenários: renovação (fomos cautelosos pois não entendemos até onde irá o ataque aos fundos por parte da UEFA e não controlamos o que aí vem) ou não prolongar, podendo voltar a fazê-lo, pois deve ser visto como diversificação de financiamento. Podíamos deixá-lo chegar ao fim sem renovação e os diversos detentores de unidades de participação ficavam com activos do fundo - jogadores e posição de caixa - e não quisemos que passes como o de Gaitán estivessem repartido por nós e sete ou oito entidades, não seria gerível. Restava a opção de comprar as unidades de participação por preços razoáveis e, ao pagar 28 milhões, não significa que estejamos a valorizar os passes nesse montante. Os passes correspondem a oito milhões e tudo o resto é liquidez e contas a receber que o Fundo tem. Foi um projecto interessante, é um instrumento que bem gerido, com regras claras e informação prestada à CMVM e unidade de participação sempre ajustada, é um sistema equilibrado.

- A cedência de jovens formados na Academia é uma estratégia para aposta posterior?
- O grande debate para qualquer clube formador gira em torno da transição do futebol jovem para o profissional, mas outro desafio se coloca no patamar de exigência num clube como o Benfica. Em alguns casos, o jogador deve permanecer e fazer mais um ano na equipa B e outros em que não será o sítio certo para os desenvolver, rodando em Portugal ou fora em equipas de topo. São estes os casos de Cavaleiro, Bernardo e Cancelo. Esperamos que essa passagem dê frutos para todos, sobretudo para os jogadores. 


"Custos da BTV não tiveram grandes variações"
São cerca de nove milhões de euros e os assinantes voltaram aos 300 mil após o defeso.

- Há um ano admitiu a saída de um jogador até final do exercício. Saíram dois e, depois, Oblak, Garay, Markovic, Cardozo. Alguma razão forçou tantas saídas?
- Impacto nas contas de 2013/14 há que separar as transacções até 30 de Junho e as posteriores. São razões de mercado: os clubes portugueses dependem da sua capacidade de realizar mais-valias com venda de jogadores e procuramos a optimização do momento máixmo de valorização. Casos de Rodrigo e André Gomes já estavam muito próximos dessa questão e saíram no momento certo. Quanto aos cedidos no Verão é diferente, pois há casos de final de processo de desenvolvimento de carreira (Cardozo), procurando-se refrescar o plantel com sangue novo e valorização significativa nos próximos anos; outras são casos de bom negócio e, na maior parte dos casos deste Verão, a execução de cláusulas de rescisão, sendo obrigatório respeitá-las.

- A saída de Garay pelo preço que foi teve a ver com um compromisso em Janeiro que foi adiado?
- Havia interesse em mantê-lo (e creio que não existia compromisso para saída em Janeiro), bem como aos principais activos, decisão tomada no Verão do ano passado, no sentido de alcançar vitórias não conseguidas em 2013. Foi uma decisão de risco controlado, mas Garay estava no último ano de contrato e, entre mantê-lo contra a sua vontade, não realizar qualquer mais-valia ou deixá-lo sair pelo valor possível, o assunto está feito e encerrado.

- Entende que os adeptos tenham ficado com a ideia de que o Benfica tinha ‘obrigação' de ganhar a Liga Europa?
- O Benfica tudo fez para ganhar a final. Se nos lembrarmos das equipas que ficaram para trás e do dramatismo do jogo com a Juventus, 15 dias antes da final, podia dizer-se que, da mesma forma que o Benfica tinha ‘obrigação' de ganhar a final, a Juventus tinha ‘obrigação' de ganhar ao Benfica que acabou com nove. Mas o futebol é incerteza e, não estando felizes, cá estaremos para voltar a finais e ter mais condições a ganhar troféus. A BTV teve receitas brutas de 28,1 milhões. Os custos estão perto dos nove milhões como há um ano? Não houve grandes variações. A estrutura de custos tem a ver com pessoal e compra de conteúdos, pois a produção de jogos, mesmo com imagens de helicóptero, não custa mais de 20 mil euros. A estrutura de pessoal não se modificou, mesmo o lançamento do segundo canal fez-se sem mais pessoal e não houve compra de conteúdos adicionais. Perdemos o Brasileirão, mas talvez venhamos a ter outros conteúdos internacionais interessantes. Logo no primeiro ano, a BTV teve resultados que esperávamos, batendo a proposta da PPTV/Olivedesportos. Não queremos fazer concorrência, mas ir buscar conteúdos que nos permitam pagar com receita adicional que só pode vir por maisassinaturas ou aumento do valor, algo que não está previsto.

- Qual é o número de assinantes?
- Estamos outra vez perto dos 300 mil, também por acção do Benfica-Sporting no começo. O pico mais baixo foi cerca de 200 mil.

- Expansão para outros mercados?
- Já temos acordos para 120 países. No caso da BTV foram definidos 12 países no âmbito da Lusofonia e está, por exemplo, em Angola, Moçambique, França, Luxemburgo, Brasil, EUA."

Entrevista de Domingos Soares de Oliveira, in Diário Económico, por Paulo Jorge Pereira