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quarta-feira, 4 de junho de 2025

Terceiro Anel: Bola ao Centro #135 - Mercado ao rubro, eleições em ebulição!

Falar Benfica #210

Visão: As novas camisolas...

Zero: Mercado - Ronaldo promovido a patrão

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Finalmente no topo da Europa

Pre-Bet Show #142 - Absolute Cinema! Carecada Em Direto 🎬

3x4x3


O grande teste de Roberto Martínez


"Portugal defronta esta quarta-feira a Alemanha na Liga das Nações. Tem cumprido contra adversários mais fracos, mas poderá finalmente mostrar-se contra os mais fortes?

Portugal defronta já esta quarta-feira, em Munique, a Alemanha, nas meias-finais da Liga das Nações. E será, até ver, um dos maiores testes de Roberto Martínez enquanto selecionador. A Sport TV emitiu, segunda-feira, uma entrevista com o treinador espanhol, na qual Martínez se lamentou por ter vencido os dez jogos da qualificação para o Euro-2024 e ter sido criticado. Injusto?
Claro que sim, vitórias são vitórias e nunca Portugal se tinha apurado só com triunfos. Mas atentemos aos adversários dessa qualificação: Liechtenstein; Luxemburgo; Bósnia; Islândia; Eslováquia. Não vale a pena ir ver as odds, seguramente que a Seleção foi favorita em todos os jogos.
Ser favorito e vencer não é a mesma coisa, mas ser favorito e vencer com golo de Cristiano Ronaldo aos 89' caído do céu, em Reiquiavique, não inspirava muita confiança. E o Europeu confirmou-o: Portugal apurou-se cedo na fase de grupos, batendo Chéquia e Turquia, mas depois perdeu com a Geórgia (jogando com os suplentes, tirando Cristiano Ronaldo, que ainda hoje não percebo por que carga de água foi titular nessa partida), eliminou a Eslovénia nos penáltis e perdeu com a França também nos penáltis. Na segunda mais importante competição de seleções do Mundo, caiu depois de mais de quatro horas sem marcar qualquer golo.
Depois veio a fase de grupos da Liga das Nações e Portugal voltou a não falhar. Os adversários? Croácia, Polónia e Escócia, dificilmente seleções de topo, tirando talvez os croatas, mas em claro fim de ciclo. Portugal venceu quatro jogos e empatou dois, mas o 0-0 na Escócia foi um dos momentos mais deprimentes da última década. Nos quartos de final, perante a segunda melhor equipa que defrontou na era Martínez, perdeu na Dinamarca e precisou do prolongamento para se apurar em casa na segunda mão.
Portugal tem cumprido contra as seleções mais fracas, sim. Mas mesmo contra essas tem alternado exibições fantásticas com outras dececionantes. É normal em qualquer equipa, mais ainda numa seleção, com pouco tempo para trabalhar. Mas Martínez está há dois anos e meio à frente da equipa das Quinas e a única equipa de topo que defrontou foi a França, e foi eliminado nos quartos de final do Europeu.
A fasquia, reconhece o próprio, que traça como objetivo vencer o Mundial-2026, está alta. Mas só com competição a sério, como contra a Alemanha, se pode perceber se Portugal é capaz de ultrapassá-la, não com vitórias sobre Bósnia e Liechtenstein..."

Se Rui Costa ama o Benfica deve demitir-se


"Há quase quatro anos, Rui Costa chegou à presidência do Benfica como quem atinge o pináculo natural da sua vida.
Era o desfecho que se esperava para um dos benfiquistas mais acarinhados em muitas décadas de clube. O novo presidente tinha tudo para fazer a diferença, começando pela legitimidade democrática de 85% dos votantes na eleição mais participada da história do clube. Mas foi mais do que isso. A votação esmagadora em Rui Costa não foi motivada por uma crença inabalável no seu programa eleitoral, mas antes pelo enorme afeto — daquele que se guarda para grandes amigos ou familiares próximos — e também por uma forte convicção de que Rui Costa saberia agarrar esta oportunidade e, com o tempo, se faria presidente.
A desilusão é, por isso, enorme, até mesmo em quem não votou nele, como foi o meu caso. Como tantos outros sócios, quis acreditar que Rui Costa aproveitaria a oportunidade extraordinária de que dispunha. Cheguei mesmo a pensar que era esse o caminho que estaria a trilhar.
Ao texto, publicado nesta página, chamei 'Sinais de mudança'. Vi no contexto de então uma oportunidade para incentivar Rui Costa a acelerar e, após os primeiros meses de mandato, deixar definitivamente a sua marca. A desilusão foi total. Os sinais de mudança confirmaram-se, mas a mudança deu-se, fundamentalmente, para pior em muitas das matérias que estruturam a vida do clube.
O futebol é o momento, o que faz de um mandato eleitoral de quatro anos uma eternidade. Há tempo para muitos momentos, mas o resultado acumulado é inescapável. Rui Costa e a sua direção — por desgaste autoinfligido, falta de coesão, défice de competência ou puro laxismo — são responsáveis pela erosão da identidade do Benfica ao longo dos últimos anos. O tempo é um juiz muito chato e não perdoa as promessas adiadas ou falhadas, as ocasiões de golo com a baliza aberta em que alguém decidiu passar a bola para trás.
À sua maneira, todos os que permaneceram, de Rui Costa a muitos membros dos atuais órgãos sociais, acabaram por patrocinar ou autorizar a si mesmos um tipo de liderança que, vindo do topo, contaminou negativamente tudo o que estava abaixo dele. Um Benfica fraco, omisso, desgovernado, envergonhado, um Benfica infiel a si mesmo. Um Benfica desfigurado, um Frankenstein à mercê do destino e dos adversários. Um Benfica, para usar a gíria futebolística, que preferiu quase sempre retrair-se e oferecer a iniciativa.
Passaram-se dias que pareceram semanas, semanas que pareceram meses e meses que pareceram anos. A vida de um benfiquista mede-se, entre outras coisas, em vitórias e desaires. As vitórias são sempre mais efémeras. Fazem parecer que tudo passa depressa demais. Quando se repetem, não se limitam a encher salas de museus. Produzem identidade, cultura, uma mentalidade.
As derrotas também, mas no sentido contrário. Infelizmente, o mandato de Rui Costa adotou a derrota como sufixo. De cada vez que o vejo dizer que assume a responsabilidade, mas daí não retiro qualquer consequência, uma parte de mim é convencida de que Rui Costa não se aborrece tanto quanto os restantes benfiquistas com as derrotas.
Ora, tenho por certo que isso é falso e que Rui Costa sofre como os demais. Resta, por isso, outra explicação, não menos preocupante: ao fim de quase quatro anos, Rui Costa simplesmente não conseguiu encontrar as condições para tornar o Benfica o clube que ele sabe que o Benfica deveria ser e que deixou de ser na sua liderança. A derrota não se pode tornar a palavra dominante da vida de um clube como o Benfica, o denominador comum a vários anos de suplício.
Em outras organizações, quase sempre muito menos tolerantes, pedir-se-ia reflexão profunda, responsabilização total e consequência sem hesitação.
No Benfica de Rui Costa, assobia-se para o lado e tenta-se produzir um resultado diferente fazendo exatamente as mesmas coisas que se fez.
O que fica de tudo o que passou? Um clube adiado e diminuído por um dos seus ídolos. Chega a ser triste ver onde nos encontramos agora. A estrutura desportiva, à qual seria dado o primado nesse mandato, revelou-se incapaz de tomar decisões estratégicas coerentes em matéria de contratações e, especialmente, de vendas.
O prejuízo foi financeiro, mas também desportivo e identitário. No processo, o Benfica é hoje uma fábrica de talento reconhecida no mundo inteiro, mas é incapaz de fabricar ídolos enquanto estes cá estão, de águia ao peito.
A aposta na formação continua a ser uma expressão bonita para popular o PowerPoint desta direção, mas a realidade continua a ser outra quando alguém olha para os factos e tenta compreender a saída de João Neves.
Nas relações institucionais e na comunicação externa, Rui Costa acaba por se revelar uma sombra do líder que deveria ter sido. Em inglês dizem assim: «When the going gets tough, the tough get going.» Faltou o reconhecimento do contexto e a correspondente dureza a Rui Costa, que nunca se conseguiu impor, preferindo antes resistir estoicamente a ser o presidente de que o Benfica precisa. Talvez Rui Costa não tenha compreendido que o cargo de presidente do Benfica não resulta exclusivamente do seu estilo pessoal.
Até poderia ser assim, se tivesse conquistado laboriosamente o capital para isso. Não foi o caso. Lamento, Rui: o cargo de presidente é um fato que compete obrigatoriamente vestir, mesmo quando a cerimónia não é a mais agradável. Não aceitar estas regras do jogo resultou num tremendo falhanço na defesa do Benfica.
Financeiramente, o clube tornou-se perigosamente dependente de um modelo em que vive acima das possibilidades e caminha na red line de uma crise financeira, utilizando a formação do Seixal como apólice de seguro e não como espinha dorsal de um projeto desportivo. Quanto à transparência, a sua ausência foi quase sempre cristalina. Em suma, os maus resultados não se agravaram apenas no marcador. Este mandato atingiu o pleno de insuficiência, dentro e fora do campo.
«A nossa identidade, a nossa razão de existir é vencer. Hoje e sempre!»
É desta forma que Rui Costa termina a mensagem inicial da apresentação do Orçamento 2025/26, a ser votado em Assembleia Geral do clube no próximo dia 7 de junho. Vale a pena questionar com dureza o que fez Rui Costa pela identidade do clube, pela sua razão de existir, se esta é vencer, como o próprio afirma. Há cerca de quatro anos, o ainda presidente do Benfica sinalizou a mudança.
Os adeptos mais crédulos esperaram, mas a realidade nunca acompanhou as promessas. Confrontado com estas e outras evidências, Rui Costa nunca se mostrou capaz de corrigir a rota. E nada leva a crer que a competência e a liderança necessárias venham a aparecer agora, em véspera de novas eleições, ou muito menos num próximo mandato, cenário que hoje me parece aterrador para quem anseia por uma mudança, por novas formas de procurar o sucesso no clube.
Os benfiquistas merecem mais e isso tem de ser definido o quanto antes em novas eleições.
Já basta. Se Rui Costa ama verdadeiramente o Benfica, então fará tudo o que estiver ao seu alcance para que o Benfica não continue a adiar a sua razão de existir. Que faça o que se espera dele enquanto grande benfiquista que é. Que anuncie a sua demissão, para deixar o clube e os seus donos escolherem o futuro com a celeridade que o atual contexto exige. Tem uma oportunidade de escrever uma página muito digna no próximo sábado."

Visão: React - Entrevista do Manteigas...

Gozo...

Vergonha...

Em suma, passa a desempenhar no seu clube as mesmas funções que exerce à anos na seleção portuguesa!

Zero: 5x4 - S05E35 - Será desta o fim de ciclo do Sporting?

Atypical: Playoff mode ACTIVATED...

Num beco mal-afamado


"1. O Público da última terça-feira trazia um artigo interessante sob o título: 'Matheus Reis não foi expulso, o que dificultou a ação do VAR?' É óbvio a que tema se referia o articulista que, com generosas intenções, pretendeu diluir a responsabilidade do VAR e do fiscal de linha naquele que já é um dos escândalos maiores do futebol português do século XXI. 'Há detalhes técnicos que ajudam a atenuar o erro (...) que só ficou claro via repetições', escreveu Diogo Cardoso Oliveira.

2. Nesse campeonato tão peculiar das decisões fraudulentas que custam títulos, o balanço daquele instante insano ocorrido no 5.º minuto do tempo de compensação da final da Taça está ao nível de atuação de Pedro Proença e do seu fiscal de linha no clássico que decidiu o título de 2011/12 em benefício do FC Porto, lembram-se?

3. Um golo em claríssima posição ilegal de Maicon garantiu a vitória de que o FC Porto precisava para ser campeão. É verdade que ainda não havia VAR, mas também é verdade que aquele lance nem precisava de VAR para se concluir que Maicon estava em posição ilegal.

4. No passado domingo, o mesmo Proença que validou este momento negro da história do Benfica, estava presente na tribuna do Estádio Nacional, exercendo o direito ao assento a que, por tradição, tem direito o presidente da Federação Portuguesa de Futebol. E sobre este assunto - o assunto do assento e do seu ocupante - fico-me por aqui.

5. Voltemos ao artigo do Público sobre a não expulsão de Matheus Reis que teve também direito de chamada à 1.ª página com o destaque que passo a transcrever: 'Rápido reinício do jogo terá dificultado a ação do VAR após agressão'. É esta a conclusão do articulista e a minha também: 'Uma revisão de um lance fácil demora cerca de 20 segundos entre o momento de formular uma opinião e chamar o árbitro. No caso deste lance passaram 13 segundos entre o momento do recomeço do jogo por parte do Sporting'. Foi, então, este o problema que impediu que se fizesse justiça ao minuto 90'+5' da final da Taça de Portugal. Foi uma questão de segundos... e foi.

6. E, assim, voou uma Taça de Portugal, a coberto de uma agressão própria de um ajuste de contas num beco mal-afamado de um filme de gangsters. O banco do Benfica viu o lance na primeira repetição, mas terá congelado. E ninguém avisou os jogadores do Benfica que não podiam deixar recomeçar o jogo antes de o lance ser analisado pelo VAR. Foi uma pena.

7. O Benfica permitiu a consolidação, e alinhou, com a montagem da atual estrutura do futebol português, e suspeitamos que, a cada dia que passe, terá mais razões para se lamentar."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Festa ribatejana


"O Benfica realizou um jogo e participou num almoço-convívio enquanto assistiu ao festival de folclore da primavera

No dia 10 de Junho de 1959, o Benfica deslocou-se a Santarém, a fim de defrontar o Torrense, conforme estava previsto no programa da VI Feita do Ribatejo. O jogo estava agendado para as 11 horas, pelo que a comitiva benfiquista saiu do Lar do Jogador às 7 horas e 30 minutos, quando o calor matutino já fazia prever um dia abrasador.
A caravana benfiquista chegou ao Vale de Santarém, pelas 9 horas e 20 minutos, onde se encontraram com os dirigentes da banda dos Bombeiros Voluntários de Santarém e alguns membros da direção do Grupo Columbófilo Escalabitano, as suas associações promotoras do encontro entre o Benfica e o Torrense. Perto das 9 horas e 45 minutos, o grupo de Torres Vedras chegou ao local combinado e as duas equipas seguiram nos seus autocarros, juntamente com 'várias dezenas de automóveis' para o Largo de Sá da Bandeira, junto ao Tribunal de Justiça, onde aguardavam 'muitas centenas de pessoas', e a banda dos Bombeiros Voluntários de Santarém. Daqui organizou-se um novo cortejo que, em marcha lenta, se dirigiu para a Câmara Municipal, onde se realizou a sessão de boas-vindas.
Com o aproximar da hora do jogo, as duas caravanas dirigiram-se para o campo Alfredo de Aguiar, onde iria disputar-se a partida. Apesar do calor e de, à mesma hora, se realizar a prova automobilista Rampa de Santarém, o recinto estava 'emoldurado por numerosa assistência'. Relativamente ao encontro em si, de um lado estava a equipa do Benfica 'mesclada de elementos de valor e categoria dissemelhante' e do outro 'um conjunto animoso, aguerrido, lutador até à última gota de energia', mas consciente da sua inferioridade técnica. Ao intervalo, o Benfica vencia por 1-0, com um golo de Palmeiro. No segundo tempo, Costa empatou a partida e Saldanha pôs o Torrense na frente do marcador, mas Santana e Neto asseguraram o triunfo benfiquista, por 3-2.
No final do encontro, o Benfica recebeu a Taça Santarém e todos os jogadores foram presenteados com barretes ribatejanos. Seguiu-se um almoço e um convívio que se prolongou pela tarde e onde o Benfica assistiu a uma das sessões do Grande Festival de Folclore da Primavera.
Conheça outros troféus conquistados em jogos particulares na área 8 - Outras Conquistas, no Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

Desequilíbrio mental


"Reles. Uma palavra pequenita, mas com tanto significado. Diz-se de alguém ou de algo desprezível, sem valor, insignificante, merecedor de desprezo, grosseiro ou miserável. A definição é de um acumulado de dicionários e assenta na perfeição ao minuto 95 da final da Taça de Portugal do passado sábado. Numa disputa de bola junto à bandeirola de canto, um jogador de uma equipa tenta guardar a bola e procura ganhar um pontapé de canto. Dois jogadores adversários procuram contrariá-lo. Até aí tudo bem, é futebol.
O que se passou depois do primeiro contacto físico entre os três jogadores já não é futebol. É outra coisa. É violência e desprezo por um ser humano! Cotovelada, pontapé no peito e na cara e pisão na cabeça. Tudo a menos de um metro do árbitro auxiliar, uma marioneta com uma bandeira na mão que se apressou e marcar bola presa pelo avançado do SL Benfica, deitado no chão, meio corpo dentro, meio corpo fora do relvado. Os dois defesas do Sporting CP limitaram-se a gozar daquilo a que se habituaram nos últimos tempos: total impunidade.
Foi preciso esperar quase 72 horas até haver uma reação de Matheus Reis, o pontapeador e orgulhoso pisador de cabeça alheia. Diz o profissional de futebol que tudo terá sido por causa de um 'desequilíbrio do corpo'. Mente. Foi antes um desequilíbrio mental, fruto de uma raiva desmedida e falta de controlo emocional num jogo de extrema importância desportiva. Não vale tudo. O antigo internacional português Pepe, por menos do que um pisão na cabeça, foi castigado com 10 jogos de suspensão no campeonato espanhol e criticado pela sua atitude. Levou na cabeça por parte do Real Madrid e dos seus adeptos, além de todas as pessoas com mais do que um neurónio em funcionamento. Por cá, brinca-se e partilham-se declarações de extremo mau gosto nas redes sociais, desvalorizando as várias agressões, claras e inequívocas, no relvado do Jamor. O Ministério Público vai abrir inquérito. 
Aguardemos, sentados."

Ricardo Santos, in O Benfica

Um pisão no resultado


"Um minuto e meio. Por um minuto e meio, uma vitória sem espinhas passou a uma derrota pior do que 100 espinhas, atravessadas na garganta. Por um minuto e meio, uma exibição de total superioridade no relvado passou a uma exibição de natural infelicidade na bancada. Por um minuto e meio, a festa vermelha e branca no Jamor passou a crítica descontrolada. Por um minuto e meio, a aposta certeira de Bruno Lage em Bruma e Dahl passou a dúvida e desconfiança acerca da continuidade do mister. Por um minuto e meio, a justiça de um resultado inquestionável passou a injustiça de um estado questionável. Um minuto e meio. Por 90 segundos, coloca-se tudo em causa, mesmo que a melhor equipa não tenha vencido. Este jogo podia ter ficado na história pelo pé do Kokçu, mas vai ficar na história pelo pé do Matheus Reis. Ambos demonstraram um talento acima do comum para aplicar a força da chuteira em objetos redondas. Enquanto o turco testou as costuras da bola, o brasileiro queria testar costuras na cabeça do Belotti. Às portas do verão, este será seguramente mais um mercado louco a acompanhar as notícias do Fabrizio Romano. Fala-se muito na venda do Gyokeres, mas eu estou mais interessado em acompanhar a futura transferência do Matheus Reis. Entre WWE e UFC, não sei quem levará melhor. O atleta do Sporting já se manifestou, e naturalmente não pediu desculpa ao Belotti pelo pisão. Aliás, até destacou o facto de o avançado italiano ter continuado em campo - certamente ainda mais fresco, pois é sabido o quanto os pisões na cabeça dão saúde e energia. Para além disso, Matheus Reis classifica este pisão como um desequilíbrio de corpo. Tal como o desequilíbrio de corpo do Trincão ao ser desarmado pelo Carreras, o desequilíbrio de corpo do Debast ao empurrar o Otamendi na Luz, ou os vários desequilíbrios de corpo do Hjulmand nas sucessivas faltas cometidas no dérbi, e ao longo de todo o Campeonato. Agora, tudo faz mais sentido. Com tantos desequilíbrios de corpo, ao VAR já não basta perceber as leis do futebol. Tem de estudar as leis da física para começar a entender sobre equilíbrios."

Pedro Soares, in O Benfica

Inglório


"A derrota no Jamor foi um retrato fiel da temporada do Benfica. Perdemos o Campeonato na última jornada. Perdemos a Taça no último minuto. Tanto numa como na outra prova, tivemos, a data altura, o pássaro na mão. Tanto numa como na outra prova, em nada fomos inferiores ao rival, a não ser na sorte ou na falta dela. Tanto numa como na outra prova, fomos bastante prejudicados pelas arbitragens.
O remate de Pavlidis ao poste, no dérbi da Luz, tinha-nos dado o título. Trinta segundos a menos, no Jamor, tinham-nos dado a Taça.
Decisões certeiras do VAR, no Santa Clara - Arouca, colocavam-nos com quatro pontos de avanço à 29.ª jornada da Liga. Nesta final, a expulsão de Matheus Reis deixaria o Sporting reduzido a 10. Na melhor das hipóteses já nem sequer empatavam a partida. Na pior, iam para prolongamento em inferioridade numérica. Quando há equilíbrio entre as equipas, quando as competições se decidem em pormenores, estes casos tornam-se ainda mais preponderantes.
Dir-me-ão que nada disto nos consola. É verdade. A dor da derrota ficará cravada na nossa alma, seja ela mais ou menos merecida, seja ela mais ou menos adulterada por terceiros. Mas, se queremos fazer um balanço justo do trabalho do treinador e dos jogadores, então já não é indiferente a forma como perdemos: quem perde apenas por um detalhe, certamente trabalhou para ganhar.
Mesmo sendo o futebol alimentado de paixões, dos decisores espera-se frieza e sensatez. Bruno Lage pegou na equipa com 5 pontos de atraso e terminou a 2. Teve uma excelente prestação internacional. Venceu a Taça da Liga. No Jamor, montou uma estratégia que permitiu ao Benfica dominar o jogo até aos 99 minutos. Que treinador faria melhor? Guardiola? Ancelotti? Talvez. Mas não creio que os possamos contratar."

Luís Fialho, in O Benfica

Dia Mundial da Criança


"Estamos em 2025, e, por tudo o que vimos acontecer às crianças nos últimos anos, impõe-se a pergunta: da maneira que está o mundo, continua a fazer sentido um Dia Mundial da Criança?
Pede o desabafo que se diga que não, mas desabafos nada resolvem, por isso o que é mesmo importante é agir. Agir em prol das crianças de todo mundo e manter o foco da comunicação nos seus direitos e nos atropelos que queremos evitar.
O Benfica faz a sua parte no capítulo desportivo, mas também social através da Fundação que criou exactamente para isso. Trabalhámos todo o ano nos sítios mais recônditos das cidades e do país, do litoral ao interior, para dar mais presente e melhor futuro a todas as crianças, independentemente da sua condição de nascença.
Não nos conformamos, não podemos nem devemos fazê-lo, por isso, além do trabalho que fazemos diariamente, uma vez por ano respondemos à chamada das Nações Unidas e celebramos as crianças, e o seu lugar no mundo para puxar pelos seus direitos.
O coração é a chama imensa dos benfiquistas que está com as crianças de todo o mundo: todas e cada uma, porque 'De Todos Um' é o que nos move!
Carrega, Benfica!"

Jorge Miranda, in O Benfica