Últimas indefectivações

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Grande vitória...

Lemgo 29 - 30 Benfica
(16-14)

Não é a primeira vez que o Benfica ganha na Alemanha, mas desta vez, os germânicos não podem desculpar-se que foram surpreendidos, pois já eliminámos uma equipa Alemã esta época na Europa! Mas mesmo assim, sabendo do nosso potencial, não nos conseguiram travar... E para 'elevar' o grau de dificuldade, ainda falhámos vários golos feitos (principalmente pelo Rogério...), o Petar levou Vermelho no inicio do segundo tempo, e mais uma vez, levámos com uma arbitragem super-caseira na Alemanha!

Parece estranho, mas podíamos ter feito melhor(!!!), tivemos várias contrariedades e alguns jogadores exibiram-se abaixo do normal, durante largos períodos, mas defensivamente estivemos quase sempre bem, e na parte final o Kukic (um dos tais inconstantes!), decidiu sempre bem...


Treino (2)...

Antevisão...

Treino...

SL Benfica | Os 3 bávaros a ter em atenção


"Kraft, SL Benfica!
É semana de liga dos campeões e o SL Benfica irá defrontar um dos grandes favoritos a levar o “caneco” para casa. O FC Bayern Munique desloca-se ao Estádio da Luz para a partida da quarta jornada da fase de grupos da liga milionária e certamente vem para vencer.
O SL Benfica sofreu bastante no jogo do passado sábado. A jogar em casa do CD Trofense, os encarnados tiveram de disputar 30 minutos extra para levar de vencida a equipa nortenha e garantir a passagem à próxima fase da Taça de Portugal.
Por sua vez, na partida que antecedeu o jogo em Lisboa, os bávaros cilindraram, literalmente, o Bayer Leverkusen por cinco bolas a uma. Este modo “rolo compressor” é caraterístico dos bávaros, até pela hegemonia que tem na Alemanha, mas o verdadeiro problema é que parar esta equipa quando está nesta forma é quase impossível.
Neste artigo destacarei três nomes do FC Bayern Munique que o SL Benfica terá de ter em atenção no jogo da liga dos campeões.

1. Thomas Müller
Thomas Müller é daqueles casos estranhos em que não se percebe muito bem como é tão preponderante, mas que o é é. Não é rápido, não tem um drible fora do normal, não é ágil nem especialmente forte fisicamente, mas, ainda assim, é um dos melhores do mundo na sua posição.
Tem um sentido de oportunidade e de golo fora do comum. É quase como ir contra a lógica do que é um bom jogador de futebol. Müller não é o melhor em nada específico, mas um dos melhores no geral.
Estatisticamente é um monstro. Esta temporada leva cinco golos e sete assistências em apenas 12 jogos e promete não ficar por aqui. À atenção do SL Benfica.

2. Joshua Kimmich
Este é um nome que não será consensual entre todos, mas, para mim, Kimmich é o principal motor desta equipa alemã.
O seu nome não aparece constantemente nas estatísticas nem na lista de marcadores/ assistências, mas é, ainda assim, um dos jogadores mais importantes deste plantel.
Contudo, leva três golos e quatro assistências esta temporada, números incríveis para um médio defensivo.
Kimmich torna-se ainda mais preponderante quando não se dá por ele, pois não precisa de ser notado para colocar a equipa a jogar. Gere a posse de bola e pauta o ritmo de jogo a seu prazer, tal como um bom médio deve fazer.

3. Robert Lewandowski
É inevitável! O nome de Robert Lewandowski tem de constar obrigatoriamente nesta lista. É o jogador mais letal do FC Bayern e do mundo do futebol.
Esta temporada, o jogador polaco tem registado números absurdos. Para se ter noção, “Lewa” tem mais golos do que jogos em todas as competições que disputou até agora na época.
São nove golos em oito jogos da Bundesliga, quatro tentos em duas partidas da UCL e dois golos na Supertaça alemã. São 15 golos e uma assistência em apenas 11 jogos. Números estratosféricos digno apenas de muito poucos!"

Benfica FM #173 - Trofense... e Bayern...

FIFA: Retro...

Teoria da Evolução de Renato Sanches


"Decidam bem o vosso futuro. A partida de Renato para Munique deu-lhe a possibilidade de treinar diariamente com os melhores do mundo, e logo aí, o potencial de desenvolvimento é enorme. Contudo, o Bayern tal como o Barcelona – Que tanto lutou para assegurar Renato na presente temporada – era e é uma equipa predominantemente de ataque posicional, de jogo em espaços curtos. Um jogo que onde Renato não tem o mesmo impacto e competência. Terá desenvolvido capacidades, pois claro, mas sobretudo esteve demasiado tempo sem competir.
O percurso de Bernardo Silva – Sair para um patamar intermédio – é a prova do quão importante é saber escolher para posteriormente chegar ao topo. Se Roma e Pavia não se fizeram num dia, recordar Renato aos dezoito anos provoca sempre sentimentos ambíguos. Que monstro que era com tão tenra idade, e quão errada foi a sua partida para um clube para o qual não estava preparado para entrar, e que o condenou a épocas sem competição regular.
Tivesse Renato passado pelo patamar intermédio onde agora se encontra – Liga Francesa, Lille – Mesmo que campeão – e mais cedo teria chegado e imposto o seu jogo no patamar onde claramente chegará. Assim saiba cuidar de si e das suas lesões.
Uma má decisão de carreira atrasou Renato que deveria hoje ter ainda mais reconhecimento que aquele que o último Europeu lhe tornou a dar."

O pai tá on


"A primeira camisola de seleção que recebi era da cor do descaro. O número era desinteressante, mas o nome lá gravado cantava sobre alguém que, jogando, exibia um aparente descaso. Era antes uma declaração de amor ao jogo, num idioma que não é percetível para todos. Driblando, salvava o mundo de vez em quando. O suor que lhe escorria marchava para curvar os lábios de outros. Nunca foi o que diziam que ia ser, e se calhar ainda bem. Era um rapaz bom de bola que ia fazendo feliz a mina redondinha e aqueles que entendiam aquele jeito de viver. O Brasil viajava naquelas botas.
Mas as coisas mudaram algures neste século. O triunfo transformou-se na mais popular religião e a perfeita e útil perfeição é o mínimo que se vai exigindo aos que jogam futebol. E as folhas de excel a engordar, insaciáveis, com números que arregalam os olhos dos feiticeiros da obviedade, quais servos da utilidade inscritos no sindicato da certeza. E Neymar, que tal? Ah, a cabeça. E a época que vem aí? Ah, olha a barriguinha [inserir fotografia dos abdominais dos génios anciãos que dominaram a última década e qualquer coisa]. Outro dia, numa futebolada, depois de uma bela ideia mal executada, um amigo de infância mandou para o ar (para mim) um impropério qualquer junto de “Neymar”. Que insulto tão bonito.
Este domingo, ironicamente o Dia Mundial da Saúde Mental, circularam as palavras de Neymar sobre o que vem aí. Ou sobre o que não vem, após o Catar-2022. "Acho que é a minha última Copa do Mundo, encaro como a minha última. Não sei se terei mais condição de cabeça de aguentar mais futebol. Então, não sei. Vou fazer de tudo para chegar muito bem, ganhar com o meu país e realizar o meu sonho maior desde pequeno”, desabafou num documentário da "DAZN". O circo do insulto fez-se à estrada e andou por aí. Também se viram inúmeras palavras de apoio e admiração. Afinal, tem apenas 29 anos. Mas a cabeça, os abdominais e a perfeição.
Em 2016, numa conferência de imprensa, perguntaram-lhe sobre o “comprometimento com a seleção brasileira”, pois, segundo o jornalista, o jogador levava muitos cartões, ia para a balada e não se incomodava de ostentar. Além disso, apesar do discurso coletivista, entrava no relvado para treinar sozinho, talvez por indicação dos patrocinadores. A resposta, entre risos que porventura visavam esfriar a cabeça, merece reflexão.
“Olha, eu acho que você tem que começar a ver as coisas que eu faço dentro de campo. As coisas particulares, a partir do momento que eu estou fora, independente de qualquer coisa, são particulares. Você tem que me cobrar dentro de campo. Falou nos cartões, não tenho problema nenhum em cobrar. Agora, eu tenho a minha vida particular, sou um cara de 24 anos, quiçá novo, tenho as minhas conquistas, tenho as minhas coisas. Eu sou muito tranquilo quanto a isso, pode criticar. Eu tenho os meus erros, não sou nenhum cara perfeito. Também gosto de sair, de me divertir, com os meus amigos. Tenho família e amigos também, porque não posso sair? Porque não posso ir para a balada? Acho que não tem um porquê, não é? Eu posso, sim. Eu vou. Se tenho consciência do meu dever no dia seguinte, eu vou, não vejo problema nenhum, é a minha vida particular. Agora, sempre que estou dentro de campo, eu me entrego, tento sempre fazer o meu melhor, o meu máximo. Acabo errando, sim, como errei já muitas vezes. E ainda vou errar. Isso é normal para um ser humano. (...) Acho que a sua pergunta foi até - desculpa, mas é a minha opinião — maldosa, mas vou levar na boa, não vou responder na maldade, estou-te explicando. Imagina você, com 24 anos, ganhando tudo o que eu ganhei, tendo tudo o que tenho. Você seria o mesmo que eu?”
Isto, a cobrança que vive em loop para tantos, aconteceu alguns dias antes de começarem os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro. Por ali, nas ruas cariocas (perfeitas por estarem tão longe da perfeição), cheguei a ver meninos fardados à Brasil com o nome de Neymar riscado, substituído pelo da genial “Marta”, escrito à mão, negligente, talvez para ser mais insultuoso. Nem um mês depois, este mendigo do bom futebol testemunhou o golaço de livre na final contra a Alemanha e, claro, o penálti decisivo que lhe saiu da bota direita, virando do avesso o Maracanã. “Tudo passa”, pode ler-se no pescoço de Neymar. E na vida.
É um dos melhores futebolistas que este desporto já viu, mas vai sendo olhado com desdém. Gosto de recordar as palavras de Valdo, numa entrevista à Tribuna Expresso, em agosto de 2020: “Ele é um dos últimos talentos puros, sem agrotóxicos, sem nada, do futebol brasileiro. É o que tem o maior improviso, é o que é mais leve, é o que cativa mais. Se aparecer um extraterrestre que não conheça o Neymar, vê-o jogar e diz: ‘Esse cara é brasileiro, né?’. Com certeza, não tem como enganar. O toque de bola do Neymar é o Brasil da velha escola, da boa escola”.
A versão triste do menino de Mogi das Cruzes esteve no relvado, na noite de domingo, no Colômbia-Brasil, tentando ser o martelo pneumático de algodão-doce que furava a linha defensiva cafetera. Recentemente, Romário, Tostão e Rivellino falaram nele como um dos grandes, sendo que os dois últimos garantiram que jogaria de caras no tal Brasil de 1970. O número 10 alcançou, este domingo, o jogo 114 pela seleção, superando Pelé e Djalma Santos — é o quinto futebolista com mais internacionalizações naquele país, longe de Cafu (150). E golos? Sessenta e nove, só atrás do Rei (77). E dribles? Infinitos. E bocejos alheios? Zero. As pancadas que sofreu levam-nos para outras décadas. Talvez um livro de Ruy Castro fosse útil.
O passe transformou-se na segunda religião mais popular que conhecemos e talvez um dia agonizemos por já não haver gente como ele. Afinal, exibe um falso descaso, mas é antes uma declaração de amor ao jogo, num idioma que não é percetível para todos. Driblando, salva o mundo de vez em quando. O suor que lhe escorre marcha para curvar os lábios de outros. Nunca foi o que diziam que ia ser, e se calhar ainda bem. É um rapaz bom de bola que vai fazendo feliz a mina redondinha e aqueles que entendem aquele jeito de viver. O Brasil viaja naquelas botas."