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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

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Filipe Luís poderá ser um bom treinador para o Flamengo?


"Não pretendo vangloriar-me por ter antecipado, de forma acertada, o desempenho do Flamengo sob os treinadores que sucederam Jorge Jesus. Limito-me a aplicar a neurolinguística e a lógica para tentar prevenir erros e procurar o melhor caminho para o clube. Por isso, sinto que é pertinente discutir desde já a possível transição de Filipe Luís para o cargo de treinador do Flamengo.

O perfil de Filipe Luís
Filipe Luís destacou-se sempre como um líder natural, tanto dentro como fora das quatro linhas. Assumindo, muitas vezes, uma postura quase paternal dentro do grupo, caracterizou-se pela sua visão lúcida do jogo e pela capacidade de análise. Sob uma perspetiva neurocientífica, esta aptidão pode estar relacionada com o funcionamento do córtex pré-frontal, uma área do cérebro que desempenha um papel central na tomada de decisões complexas e na organização estratégica. Esta poderia ser uma explicação para o modo consistente com que jogava e a clareza com que se expressava nas entrevistas.
Adicionalmente, Filipe Luís demonstrou um elevado controlo emocional em momentos de alta pressão, algo que podemos associar ao córtex orbitofrontal e à amígdala, áreas responsáveis pelo controlo das emoções. A sua capacidade de manter a calma e adaptar-se a diferentes situações dentro de campo sugere um potencial considerável para gerir também uma equipa fora das quatro linhas. Sempre foi alguém com uma leitura de jogo excepcional, característica essencial para um futuro treinador.

A expectativa da massa adepta
Se avaliarmos apenas o seu conhecimento e inteligência futebolística, Filipe Luís poderá muito bem satisfazer as expectativas dos adeptos do Flamengo. Fez parte de uma das equipas mais vitoriosas da história recente do clube e sempre mostrou um futebol equilibrado, técnico e estratégico. Além disso, é importante sublinhar que Filipe Luís foi treinado por Jorge Jesus, um dos mais bem-sucedidos treinadores do Flamengo nos últimos anos. Aprendeu com um dos maiores mestres que o clube teve e, sem dúvida, traz consigo muitos dos ensinamentos táticos e metodológicos daquele que revolucionou o futebol do Flamengo.
Se porventura Filipe Luís não corresponder às expectativas como treinador, a única explicação plausível será a falta de experiência. A experiência é, de facto, um fator crucial na gestão de um plantel de alto nível, especialmente numa equipa com a dimensão e pressão do Flamengo. No entanto, não podemos desconsiderar o entusiasmo e a determinação que alguém sem experiência na função pode trazer. A vontade de provar o seu valor e de mostrar que está à altura do desafio pode ser um trunfo importante, capaz de galvanizar a equipa e de impulsionar bons resultados.
Em conclusão, Filipe Luís tem o perfil e o potencial necessários para ser um treinador de sucesso. O seu conhecimento do jogo, a sua capacidade de liderança e a formação que recebeu de técnicos de renome colocam-no numa boa posição para assumir este novo desafio. A única dúvida que resta está relacionada com a sua falta de experiência, mas a energia e a ambição de quem inicia uma nova fase podem ser fatores decisivos para o sucesso."

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O que se pretende


"1. Era o que se pretendia. O Benfica saiu do Bessa com 3 pontos correspondentes a uma vitória sólida e ponteada por momentos de bom futebol que entusiasmaram as nossas adeptos nas bancadas. Depois de um arranque medíocre na Liga, vê-se agora o Benfica na 3.ª posição da tabela a 2 pontos do 3.º classificado, o FC Porto, e a 5 pontos do 1.º classificado, o Sporting. O caminho, jornada a jornada, será cumprido até Maio.

2. Falta, assim, muito tempo para a 34.ª jornada, a última da prova, e o que falta ao Benfica é, contra todos os vaticínios exteriores, jogar bem, ganhar, convencer e convencer-se de que é capaz. Não menos decisivo é manter viva palpitante a relação com os adeptos em casa e fora de casa. E é o que vai acontecer.

3. Na semana que antecedeu a visita ao Boavista foi criada uma grande expectativa em torno do resultado desde jogo tendo em conta a derrota que por lá nos sucedeu na 1.ª jornada da última Liga. O Bessa sempre foi 'um campo tradicionalmente difícil para o Benfica', 'nunca é fácil ganhar na casa do Boavista', 'avizinham-se grandes dificuldades para a equipa de Lage' foi o que mais se ouviu. Foram neste sentido catastrófico as adivinhações de que o Benfica ia sofrer na noite da última segunda-feira.

4. No entanto, o Benfica ganhou com clareza e por números inequívocos que, porventura, poderiam ter sido mais expressivos se o árbitro e o videoárbitro tivessem assinalado uma grande penalidade quando Di Maria foi evidentemente derrubado na área dos donos da casa. Está muito desequilibrado o campeonato dos penáltis nesta temporada.

5. No rescaldo imediato deste triunfo, saboroso como todos os triunfos, aos prognósticos de uma noite muito difícil emitidos por duas dezenas de analistas sucederam-se, nas antenas públicas, os diagnósticos sobre a extrema debilidade do Boavista e os seus problemas inultrapassáveis de ordem desportiva e de ordem financeira que facilitaram a vitória do Benfica. É no que dá a frustração.

6. O Boavista vive, sem dúvida, tempos difíceis com os credores à porta e proibido de inscrever jogadores. Olhando para as bancadas vazias do Bessa, fechadas ao público sem grande explicações, fica a ideia de que o Boavista, se tivesse vendido bilhetes no limite da lotação do seu estádio, teria encaixado uma verba que sempre ajudaria a enfrentar os seus tormentos diários de tesouraria. Foi uma opção fechar duas bancadas ao público pagante, ou foi uma imposição por razões desconhecidas?

7. A assembleia geral convocada para aprovação dos novos Estatutos prosseguirá dentro de um mês até estar concluída em todos os seus artigos. É essa a vontade dos sócios e do presidente da direção. Em outubro de 2025 ou mais cedo, o próximo ato eleitoral decorrerá já sob a regência do novo documento soberano. É o que se pretende."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Defesa com pele de goleador


"Humberto Coelho demonstrou que era decisivo não só a defender como também a marcar golos

Nas primeiras partidas entre amigos, os jogos são completamente anárquicos, por a esmagadora maioria dos miúdos querer 'jogar à frente'. A atração pelos golos faz com que as equipas sejam estruturalmente desequilibradas, em que praticamente o guarda-redes é o único elemento que defende. Os restantes têm apenas um objetivo: marcar golos! Com a passagem para o futebol federado, as suas características, remetem-nos para outras posições. No entanto, há apetências que não se olvidam.
Humberto Coelho ingressou no Benfica, proveniente do Ramaldense, na temporada 1966/67. A atuar no 'seu posto preferido de defesa-central', destacou-se, sendo considerado um dos mais promissores jogadores da formação benfiquista. Aos 18 anos, foi promovido à equipa de honra. Exímio cabeceador e detentor de um forte sentido posicional, ganhou um, lugar no onze e assumiu-se como pilar do processo defensivo dos encarnados.
Na temporada 1972/73, o Benfica realizou uma excelente campanha no Campeonato Nacional, ao conquistar o título de forma invicta. Em 30 jornadas, somou 28 vitórias, cedendo apenas 2 empates. Sagrou-se, ainda, a melhor defesa, com 13 golos consentidos, e o melhor ataque, com 101 marcados. Esteio do processo defensivo, Humberto Coelho foi decisivo para o registo defensivo, mas também um dos principais contribuidores para o registo ofensivo, sendo o quarto jogador com mais golos da equipa.
No final da temporada, os encarnados viajaram para Hong Kong, onde realizaram dois jogos amigáveis. Na primeira partida, frente ao Seiko, os benfiquistas chegaram ao intervalo a vencer por 2-1. Com vantagem mínima no marcador, Jimmy Hagan resolveu pensara pôr Humberto Coelho como ponta de lança em Nuremberga'. Apesar de a ideia não ser nova, ainda não tinha sido testada.
Assim, no segundo tempo, a alinhar como avançado, precisou apenas de quatro minutos para elevar o marcador para 3-1, de pé esquerdo. Aos 69 minutos, bisou de pé direito. E seis minutos depois fez o hat-trick perfeito, ao concluir de cabeça um canto batido por Artur.
O teste correu de feição, passando com distinção. 'É já conhecida a abundância de avançados, mormente de pontas de lança, de que dispõe o Benfica, é Eusébio, Artur Jorge, Jordão, Vítor Baptista e também Móia. Pois bem, a todos estes há agora a juntar mais um: o jovem Humberto Coelho'.
Saiba mais sobre a extraordinária carreira deste jogador na área 23 - Inesquecíveis, do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica