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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Golos monumentais no Monumental

"Na noite em que o River Plate e o Boca Juniors não jogaram devido à violência da estupidez, Toni recordou dois jogos em Buenos Aires, contra o Santos e contra o River. Tinha acabado de chegar ao Benfica, mas botou figura.

Koweit - Conversar com Toni, o nosso Toni de Mogofores, Toni do Benfica, como se orgulha de ser conhecido, é sempre um prazer. Pela amizade que é grande e antiga, e por tudo aquilo que ele conta que se transforma numa aprendizagem. Desta vez foi no Koweit, em sua casa, no bairro de Salmiya, não muito longe do Estádio Paz e Fraternidade, onde ministra os treinos do Kazma Sport Club na companhia do seu filho, António Oliveira, como ele, que também jogou no Benfica, nem outra coisa poderia ter sido.
Era noite cerrada sobre o golfo que já do Pérsico, nos meus tempos de escola, e agora teima em ser Arábico, por uma daquelas conveniências que só a politica explica, chovia a cântaros, coisa pouco vulgar por estes lados desde os tempos imemoriais do Dilúvio (há quem diga que perante a inutilidade do primeiro, Deus não perdeu tempo a arranjar um segundo), estávamos à espera que começasse, lá por Buenos Aires, a segunda mão da final da Taça Libertadores, entre o River Plate e o Boca Juniors. Bem pudemos esperar porque não começou. A estupidez humana não tem limites e talvez tenha sido essa a desilusão de Deus depois de ter mandado Noé construir a arca. Mas começou o desfiar das memórias.
Toni era um rapazinho de 22 anos, chegado ao Benfica, vindo da Académica, ali à mistura com os monstros todos, de Coluna e Eusébio a Simões e Torres.
Olha para o rectângulo da televisão no qual o jogo não passa de uma promessa por cumprir: 'Tinha acabado de assinar pelo Benfica e fui logo num digressão ao Brasil e à Argentina. E correu-me bem. Neste estádio marquei um golo ao Santos do Pelé. E um bom golo!'.
A gente, na brincadeira, solta que só pode ter sido sem querer. E ele explica o lance. Gestos e tudo.

Dois-a-quatro e três-a-três
O Benfica empatara o primeiro jogo desse torneio internacional com o Boca Juniors, em La Bombonera. Simões fora o autor de um exibição notável. De tal forma, que o presidente do Boca, que já fizera uma tentativa para o contratar, desceu ao relvado para lhe dar um abraço.
Toni, claro, lembra-se de tudo. E conta. Depois houve um jogo-treino, que não foi jogo a sério. Contra o Independiente. Cinquenta minutos para desentorpecer porque entre defrontar o Boca e o Santos decorreram cinco dias.
E o Benfica - Santos jogou-se no Monumental.
Uma figura fez um figurão: nem Eusébio nem Pelé; Toninho: quatro-golos-quatro, como nas touradas. 7, 32, 47 e 65 minutos. É de truz!
Os golos do Benfica tiveram lugar aos 49 e 87.
O segundo foi de Calado.
O primeiro foi de Toni! Com ponto de exclamação.
Tinha entrado a substituir José Augusto. 'Remetei de longe. Com muita força! Foi uma verdadeira pedrada!' Gilmar nada podia fazer.
Esse Toninho era Toninho Guerreiro. Já morreu. Vai fazer em breve 19 anos.
Mas ou outro António Ferreira. Ou melhor: António, com acento circunflexo.
E calma nas hostes! A coisa não ficou por aqui. Toni voltou a jogar no Monumental, desta vez a titular, no Benfica - River Plate. Jogo de encher o olho guloso: 3-3.
Na baliza do River,  internacional argentino Carrizo. 'Voltei a fazer o mesmo que tinha feito ao Gilmar. Um pontapé de fora da área e bola no canto'.
Na véspera, os tanques soviéticos tinham entrado em Praga.
Na televisão não se passa nada.
O River Plate - Boca Juniors não existiu. A violência não deixou.
'Tenho boas recordações daquele estádio', suspira o Toni.
É noite cerrada no Koweit. Ainda chove. Ele espreita pelo vidro da varanda do décimo segundo andar: 'Amanhã não vamos precisar de pedir para molharem a relva para o treino'.
Às vezes, em alturas assim, o ontem e o amanhã misturam-se. Mesmo nas margens do Chat-El-Arab..."

Afonso de Melo, in A Bola

O miúdo que decidiu nos grandes jogos

"Chalana, com apenas 18 anos, foi crucial nos triunfos do Benfica frente ao Sporting e FC Porto

Era música, pela forma como ziguezagueva entre os defesas adversários, numa variação de ritmo veloz. Era pela leveza e perfeição dos seus movimentos. Era pintura, pela maneira aguerrida como disputava cada lance. Era escultura, por cada pormenor técnico seu ficar na memória dos adeptos. Era arquitectura, pela precisão com que desenhava as jogadas. Era poesia, pela emoção que despertava nas bancadas. Era cinema, pelo virtuosismo e fantasia das suas fintas. Era isto e muito mais. Era arte pura! Era Chalana.
Em Janeiro de 1977, no espaço de 15 dias, os 'encarnados' defrontaram os seus dois maiores rivais. Sporting e FC Porto, a Chalana resolveu em ambas as partidas. Após ter-se estreado na época anterior, vinha a consolidar-se como titular. Nestes dois encontros não deixou margem para dúvidas, estávamos perante um dos atletas com maior talento do futebol português.
A 16 de Janeiro, num Estádio das Antas completamente lotado, o extremo realizou uma exibição bastante elogiada pela imprensa: 'dribles magníficos, fintas admiráveis, a desviar os adversários e «sprints» perigosíssimo, pelo flanco esquerdo, driblando com grande facilidade. A coroar tudo isto, um golo de antologia'. O extremo marcou o único tento da partida e deu a vitória aos benfiquistas. Duas semanas depois, voltou a ser decisivo, desta vez perante o primeiro classificado, o Sporting. Numa actuação pautada por jogadas absolutamente fantásticas, ultrapassava cada adversário que lhe aparecia à frente de forma extraordinária. Os média ficaram fascinados com o seu desempenho: 'começou ao nível de Nelinho, «em grandes», mas foi refinando a sua actuação ao ponto de atingir o brilhantismo, já na segunda parte, quando a seis minutos do final (...) alcançou um «golão», que fez o 2-1 a favor dos 'encarnados'.
A vitória deixou os benfiquistas a um ponto do Sporting, entrando na luta pelo título. O Benfica vinha a recuperar de um início de temporada atípico, em que nas cinco primeiras jornadas da competição perdera seis pontos. Após este encontro, nas restantes 14 jornadas, somou 12 vitórias e sagrou-se campeão nacional com nove pontos de avanço sobre os sportinguistas. Chalana foi um dos elementos que mais se destacou nesta campanha. Pela sua qualidade técnica e visão de jogo foi fundamental no processo ofensivo da equipa e o terceiro melhor marcador.
Pode conhecer mais sobre este fantástico jogador na área 23 - Inesquecíveis do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Chama Imensa... Colectânea das Roubalheiras !!!

Nada de novo !!!

O futebol - um fundamentalismo?

"Eu julgo que o sentido da vida está próxima da noção de sagrado. De facto, é o sagrado que nos dá o sentido da vida. No cristianismo, Deus fez-se homem, na pessoa de Jesus Cristo, para que pudéssemos entender, de modo diáfano e transparente, que a vida tinha sentido, se amássemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. E foi mais explícito ainda: sempre que damos de comer a quem tem fome, ou de beber a quem tem sede, sempre que vestimos os nus e visitamos os encarcerados – a Ele, Jesus Cristo, o fazemos, porque Ele está presente em cada uma das criaturas de Deus. Escutemos a Sua Palavra: “Eu estarei convosco todos os dias até à consumação do mundo”. No cristianismo, portanto, encontra-se o sentido da vida, amando a Deus e amando o próximo. A partir do Iluminismo e, mais declaradamente, dos “mestres da suspeita”, a secularização, a laicização simbolizam, hoje, o advento de um espaço sócio-político, onde a Vida, a Sociedade, a Cultura e a História não deixam conduzir-se pelas encíclicas papais, pois que, em matéria de religião, a vida social e política deverá distinguir-se por uma rigorosa neutralidade. A moral, o direito, a medicina, a engenharia, o conhecimento científico enfim (designadamente na Euro-América) perderam (ou esqueceram) qualquer vínculo ao Deus de Jesus Cristo e o positivismo, o cientismo, o materialismo e outras escolas filosóficas falam da religião como um assunto privado, decisão de cada um de nós, ou circunscrito aos templos, aos santuários, às igrejas, longe portanto da esfera pública, longe portanto do conluio Trono-Altar, como ardentemente o desejava, nos primórdios do século XX, o Integralismo Lusitano. E uma questão fumega de toda esta neutralidade religiosa, ou do discurso dos propugnadores de um mundo sem Deus: o sentimento religioso atravessa momentos agónicos? 
Não deixo sepultar no cesto dos papéis a pergunta e repito: o sentimento religioso atravessa momentos agónicos? A alta competição desportiva, na forma de espectáculo, dizem-nos que não. Aceito perfeitamente que “não é preciso religião nenhuma, para ser-se honesto ou caritativo”, mas há ou não necessidade de transcendência, nos “jogos de vida ou de morte” e nas frases “vamos deixar a pele no campo” e “este jogo é das coisas mais importantes da minha vida”? E eu questiono, também: e a transcendência, mesmo à luz de uma simples metafísica da subjectividade, não se aproxima do sentimento religioso? Quando abordamos questões extremas, como estas: Donde viemos? Para onde vamos? – porque os argumentos da Física se alicerçam sobre a observação, a experimentação e a matemática, cientificamente entramos num espaço de nulos, ou nadas, enfáticos que, sobre este assunto, pouco têm a dizer. Uma pergunta interpela-nos a todos: porque existe a realidade e, pelo contrário, não existe nada? Mesmo que nos deixemos capitanear pelo mais distinto cientista, respostas convincentes não as encontramos, por mais que as procuremos. Há, em todas as coisas e em todos os homens e mulheres, um segredo primordial da realidade, que escapa ao poderio fantástico da nossa tecnociência. Este segredo primordial, coonestado pelos cientistas e filósofos, precisa, para sua resolução, de Deus, religião e fé? “Não precisa!” diz-nos Comte, em reverente dobre de espinha, diante do “Grand Être”, ou seja, a humanidade em geral, a nova igreja de que ele se considerava o “pontífice máximo”. O verde translúcido dos seus olhos vê assim o progresso da humanidade: do mito passou à metafísica e desta à ciência positiva. E, no século XX, em antítese ao positivismo de Augusto Comte, eis que surge o Padre Teilhard de Chardin (1881-1955), um homem simultaneamente místico e cientista.
Teilhard, filho intelectual de Henri Bergson (1859-1941) e portanto da filosofia vitalista deste filósofo e das suas ideias de uma evolução criadora (élan vital) – Teilhard tem uma visão genético-histórica da realidade, desde a cosmogénese à cristogénese, passando pela biogénese e pela noogénese. Que o mesmo é dizer: o Mundo, o Homem e Deus, através da lei complexidade-consciência, fazem uma síntese em Cristo. E assim do que precede se infere que tudo está em Deus e Deus está em tudo. Leonardo Boff, um dos próceres da teologia da libertação, escreve luminosamente no seu livro Jesus Cristo Libertador (Editora Vozes, Petrópolis, 2001): “ Se tudo foi criado por, para e em Cristo, de tal forma que tudo possui traços do rosto de Cristo, então, de forma muito especial, o homem, irmão dele, segundo sua humanidade. O homem não é apenas imagem e semelhança de Deus, é também imagem e semelhança de Cristo (…). Por isso, cada homem faz lembrar o homem que foi Jesus” (p. 161). E eu acrescento: mesmo um jogador de futebol, mesmo um campeão de qualquer outra modalidade desportiva? Álvaro Magalhães elucida-nos, a propósito: “Estando na sua origem ligado ao mítico e ao sagrado, o futebol nunca passou plenamente para o plano profano (embora seja hoje vulgarmente classificado como indústria, negócio, espectáculo) e mantém uma estrutura coerente desse sagrado. Ele vive da fé e da penitência de milhões de fiéis propensos à conversão e é a instituição que une as pessoas e lhes permite atingir estados de êxtase emocional, anteriormente associados às cerimónias religiosas. Mais importante ainda, ele re-liga, cria laços. Por isso, é frequentemente considerado um análogo da religião ou, como disse Robert Coles, uma religião substituta” (A História Natural do Futebol, Assírio & Alvim, Lisboa, 2004, p. 244).
E uma religião substituta, porquê? Porque ninguém pode viver sem religião. E se, como alguns querem, Deus morreu, são inúmeros os deuses que por aí resplandecem, rodeados de famintos de milagres. Enfim, se Deus morreu, o sentimento religioso continua vivo e a hipnotizar os ateus e os agnósticos, que nos rodeiam. O que são José Mourinho, Pep Guardiola, Fernando Santos, Jorge Jesus, Sérgio Conceição e Ronaldo, Messi, Mbappé, Neymar, Modric. Griezmann, Pogba (e mais outros nomes poderia escrever) senão deuses da pós-modernidade? O desporto moderno nasceu, e não o dissimulou, em pleno seio do cristianismo. Na primeira metade do século XIX, o cónego Thomas Arnold e outros clérigos anglicanos (e não só anglicanos) descobriram, no desporto, um inigualável espaço pedagógico, capaz de habituar os mais jovens à vivência daqueles valores que devem informar um comportamento intelectual e moralmente desejável. “De resto, ainda hoje há clubes que mantêm capelas nos estádios e aí celebram missas, em que a bandeira do clube é erguida, no momento da elevação, e quase todos promovem a bênção de jogadores e instalações” (Álvaro Magalhães, op. cit., pp. 244/245). Em Kant e o problema da metafísica, Heidegger dixit: “Nunca nenhuma época obteve tantos e tão diversificados conhecimentos sobre o ser humano, como a nossa. E, no entanto, nenhuma outra época mostrou saber tão pouco, sobre o homem, como a nossa”. O homem perdido nas colunas compactas do colectivismo (vejam o que se passa, na Venezuela) e nas interpretações do estruturalismo; o homem reificado pelas grandes centrais de manipulação da opinião pública; um homem que, definitivamente, não sabe quem é porque “Deus morreu” – este homem morreu também. Já Foucault o disse, já Sartre o sentenciou, n’O Existencialismo é um Humanismo: “não há natureza humana, porque não há um Deus que a conceba”.
E no meio deste indiferentismo, deste agnosticismo, deste ateísmo pós-modernos, em relação ao Deus de Jesus Cristo, no futebol não há pensamento, sem um sistema que se apresente como absoluto. O sistema está antes de todos nós. O sistema, no futebol, é o clube e o clube, como todos os sistemas, é a alienação suprema, porque apaga as raízes da alienação. Marx utilizava a noção de estrutura, na crítica do existente e não na sua apologia. As figuras primeiras de certos clubes dizem todos o mesmo, com as mesmas palavras, os mesmos objectivos e desenham os mesmos gestos rituais. São pessoas que têm a Verdade e ao sistema convém súbditos acríticos, crentes devotos, com horas e horas de televisão e “especializados” em títulos de jornais. Robôs autênticos, nas palavras do “pontifex maximus” de um sistema encontram a unanimidade indispensável para atear a discórdia, com palavras e atos que envergonhariam os sentimentos impolutos dos fundadores dos clubes, que sabiam que, pelo desporto (e portanto, pelo futebol) se poderiam exaltar os grandes valores morais da humanidade. A missão de um desportista, antes de qualquer outra, não é cultivar o ódio, mas a paz, mas o encontro fraterno. Como já o salientou Sílvio Lima (Obras Completas, Vol. II): “O estádio deve desempenhar sempre uma dupla função: 1º. Ser uma verdadeira escola do desporto, uma palestra (de pale, luta) no rigoroso significado etimológico helénico, quer dizer, um local onde a mocidade se entrega, sob vigilância médica, aos exercícios desportivos, quer individuais, quer colectivos. 2º. Um templo, onde em determinados dias o público pode assistir, como fiel devoto, a certas provas desportivas, espécie de ofícios sacros, de festivais olímpicos” (p. 1081). E, depois do insigne ensaísta, Sílvio Lima, dos maiores da nossa história literária, respigo meia dúzia de palavras da Carta de Princípios do Provedor da Ética no Desporto (PNED-IPDJ-SEDJ): No Desporto, deverá conciliar-se o exercício físico, com “a exigência de uma Cultura baseada numa atitude de constante tolerância e respeito, pela dignidade humana”. Daí, o estádio, como exemplarmente o refere Sílvio Lima, ser uma escola e um templo…
Atribuindo significação a tudo, o clube significa-se. E como é o “pontifex maximus” que sempre fala, em nome do clube, o “pontifex maximus” (ou. se quiserem, o presidente) tem sempre razão. O adepto não tem de saber, não tem de criticar, tem de lembrar-se das palavras-de-ordem de quem manda… “super omnia”. Nada mais! O pessoano (do heterónimo Álvaro de Campos) “merda, sou lúcido” é tão perigoso como as “heresias” de Galileu aos cardiais do Santo Ofício. Que um adepto seja lúcido é tudo o que não interessa à classe dominante de certos clubes de futebol profissional. E assim tão fundamentalistas são os espasmos e a gritaria descabelada da rapaziada que assalta as academias e os centros de treino, como a prepotência e a esclerose dos dirigentes que se julgam fadados por Deus à eternidade, nas suas altas funções clubísticas. Tanto a uns como aos outros, impele-os um código moral, onde o mal e o bem não têm cabimento, porque a moral que os rege não é moral, é capricho, descontrolo, pura arbitrariedade, nos adeptos furiosos, e maquiavelismo, nos outros, aguilhoado por interesses, que valem muito dinheiro, se continuarem no poleiro do poder. Enfim , nuns e noutros, o seu citius, altius, fortius não decorre do património axiológico que nos legaram a filosofia grega, o espírito jurídico latino e a mensagem judaico-cristã, não corporiza o ideal humanista do Padre Manuel Antunes, que reduzia a dois os arquétipos dos humanismos: aberto e fechado: “É aberto todo o humanismo que, qualquer que seja o seu ponto de partida ou o seu centro de gravidade, não exclui que o homem venha a ser aperfeiçoado nas suas virtualidades em certas das suas aspirações mais fundas por uma revelação gratuita. É fechado todo o humanismo que excluísse, por sistema, toda a possibilidade do sobrenatural” (Verbo-Enciclopédia luso-brasileira de Cultura, palavra Humanismo). 
Se bem entendo a mensagem de Coubertin, relacionar desporto, educação e valores (éticos e estéticos) é fundamental, para que o olimpismo se cumpra. Por isso, não há desporto sem valores. Não há desporto neutral. O respeito pelo clube que serve, o profissionalismo, o “um por todos e todos por um”, a coragem, a disciplina, a generosidade, o companheirismo, o “fair play” são valores que devem esplender no comportamento de um atleta. Treinar, para um treinador, não consiste apenas em ensinar técnicas e táticas, mas também comportamentos e atitudes, maneiras de ser e mundividências. Eu (e não sou só eu) entendo por pós-modernidade o tempo posterior à modernidade, isto é, o tempo posterior à queda do gangrenado muro de Berlim. O filósofo Zygmunt Bauman, falecido, em Londres, em 2017, chamava à pós-modernidade a “modernidade líquida”, onde nada é sólido, nada é durável, tudo é descartável, tudo é para consumir e deitar fora. Governada por políticos, artistas na oposição e desastrados no poder, pujantes de simpatia, entre os mais jovens, para quem a cultura dos mais velhos é mera repressão – a “modernidade líquida” tem o seu desporto, tem o seu futebol, que se distinguem pelo “pensamento único” (ao serviço do casino financeiro internacional) com que atacam os principais problemas. Mas não é só o futebol que o capital especulativo transnacional governa, os próprios Estados, diante dele, perderam a sua identidade. A própria noção de soberania tinha os seus símbolos. A moeda? Com a moeda europeia comum, não há por aí país europeu que por ela possa sentir-se representado e definido. As fronteiras? As Forças Armadas? Tudo é comum. Onde começam e acabam a Pátria e o Estado? Restam-nos a bandeira e as equipas de alta competição desportiva, principalmente as equipas de futebol. Cada vez se produz mais, sem que se distribua, fraternalmente (não somos todos irmãos em Cristo?) o produzido. Mas também aqui o futebol tem um importante papel a desempenhar, em favor de uma oligarquia da mediocridade: como o venho dizendo, há um bom par de anos, há um futebol que adormece o povo à recusa da sociedade injusta estabelecida. Fiat lux, para que vejamos, nitidamente, o presente boçalizado de um certo futebol."

Benfiquismo (MXXIV)

Aversão à derrota...!!!

Lixívia 11

Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 23 (-5) = 28
Corruptos.. 27 (+11) = 16
Sporting... 25 (+11) = 14

A pouca vergonha continua, a grande velocidade e sem sinais de parar...

Com um Benfica fragilizado, levámos na Luz com um dos mais manhosos apitadeiros do Tugão: então a 1.ª parte foi uma aula de congelar o jogo... mostrou (bem) o amarelo ao Rafa logo no início da partida, e depois passou 90 minutos a 'avisar' os jogadores do Feirense!!!
Houve de tudo: lançamentos ao contrário; bolas fora mal assinaladas contra o Benfica, e não assinaladas ao Feirense; foras-de-jogo mal assinalados ao Benfica; pelo menos duas faltas a favor do Benfica em zona frontal da área...; o Fejsa podia ter levado um Amarelo, mas ao Feirense foram perdoados vários; a forma como demorou a permitir a entrada da equipa médica do Benfica na lesão do Jardel e depois a forma como adiou a reentrada do Jardel, só pode ter sido por maldade...; 'evitou' cantos a favor do Benfica...; tudo fez para o Benfica não ter contra-ataques; e tudo fez para o Feirense ter o máximo de Livres laterais...; e a cereja em cima do bolo, foi o penalty sobre o Pizzi... Admito que as imagens até não são completamente esclarecedoras, mas é penalty... A forma como nem sequer quis consultar o VAR, comprova, premeditação...!!!

No Bessa, mas um festival de má educação, e de condicionamento...
Não foi um, foram dois os penaltys que ficaram por marcar, com 0-0 na partida, sendo que no segundo, o Militão tinha que levar Vermelho, porque nem sequer tentou jogar a bola...
A forma como estes lances passaram despercebidos na crítica é completamente absurdo! Até os expert's no Nojo admitiram um deles, mas nas televisões nada... não se passou absolutamente nada!!! Se o Hugo Miguel até podia ter dúvidas em campo, o Veríssimo no VAR só não marcou porque não quis...
Aliás desde que chegou à I Liga, Veríssimo com os Corruptos, é sinónimo de penalty por marcar...!!!
A juntar a isto tudo: comportamento indecoroso no banco dos Corruptos, com mais umas multazinhas a caminho... e chuva de tudo e mais alguma coisa para cima da baliza do Boavista, com jogo interrompido, etc... Mas não se passará nada!!!

Hoje em Vila do Conde, mais uma decisão incompreensível... Penalty claro de Mathieu sobre o avançado do Rio Ave, com 1-2 na partida, o que na altura poderia ter dado o 2-2!!!
O francês toca na bola, mas muito depois de derrubar o avançado com os pés, além de o ter 'agarrado' pelo ombro... Este é um daqueles lances que normalmente é gravado e mostrado aos árbitros nas formações, para demonstrar a diferença entre um 'carrinho' que toca na bola e depois o contacto é inevitável (e mesmo assim, se a bola ficar jogável, pode ser penalty), e os 'carrinhos' onde se derruba o avançado e depois toca-se na bola...!!!
ADENDA: Mais dois lances que merecem destaque: 1.º golo dos Lagartos, após uma falta marcada ao contrário...; e o Acuña devia ter visto o 2.º Amarelo ainda na 1.ª parte!!!

O Benfica, a partir do jogo do Jamor com o Belenenses tem feito vários jogos fracos... Mas a classificação está totalmente adulterada... Uma vergonha...
O facto denunciado esta semana pela RTP é gravíssimo: o Conselho de Arbitragem está totalmente 'ilegal'!!!
Sem classificações dos árbitros da época anterior, subidas e descidas impugnadas... notas secretas... Nomeações a pedido dos Corruptos e dos Lagartos... Tudo isto só podia dar merda!!!

Anexo(I):
Benfica
1.ª-Guimarães(c), V(3-2), Pinheiro(Sousa), Nada a assinalar
2.ª-Boavista(f), V(0-2), Mota(Malheiro), Nada a assinalar
3.ª-Sporting(c), E(1-1), Godinho(Sousa), Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
4.ª-Nacional(f), V(0-4), Veríssimo(Xistra), Prejudicados, Beneficiados, (0-7), Sem influência no resultado
5.ª-Aves(c), V(2-0), Rui Costa(Paixão), Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
6.ª-Chaves(f), E(2-2), Capela(Esteves), Prejudicados, (1-3), (-2 pontos)
7.ª-Corruptos(c), V(1-0), Veríssimo(Sousa), Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
8.ª-Belenenses(f), D(2-0), Soares Dias (V. Ferreira), Prejudicados, (1-0), Impossível contabilizar
9.ª-Moreirense(c), D(1-3), Almeida(Esteves), Prejudicados, (3-3), (-1 ponto)
10.ª-Tondela(f), V(1-3), Pinheiro(Nobre), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
11.ª-Feirense(c), V(4-0), Rui Costa(Mota), Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado

Corruptos
1.ª-Chaves(c), V(5-0), Almeida(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
2.ª-Belenenses(f), V(2-3), Xistra(Capela), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(c), D(2-3), Veríssimo(Paixão), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Moreirense(c), V(3-0), Malheiro(Ferreira), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Setúbal(f), V(0-2), Manuel Oliveira(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
6.ª-Tondela(c), V(1-0), Godinho(Malheiro), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
7.ª-Benfica(f), D(1-0), Veríssimo(Sousa), Beneficiados, (2-0), Sem influência no resultado
8.ª-Feirense(c), V(2-0), Rui Oliveira(Vasco Santos), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
9.ª-Marítimo(f), V(0-2), Xistra(Sousa), Beneficiados, Sem influência no resultado
10.ª-Braga(c), V(1-0), Soares Dias(L. Ferreira), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Hugo Miguel(Veríssimo), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)

Sporting
1.ª-Moreirense(f), V(1-3), Martins(Miguel), Nada assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(2-1), Manuel Oliveira(Ferreira), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Benfica(f), E(1-1), Godinho(Sousa), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
4.ª-Feirense(c), V(1-0), Rui Oliveira(Esteves), Beneficiados, (1-1), (+ 2 pontos)
5.ª-Braga(f), D(1-0), Soares Dias(Veríssimo), Beneficiados, Sem influência no resultado
6.ª-Marítimo(c), V(2-0), Almeida(Sousa), Beneficiados, (1-0), Impossível contabilizar
7.ª-Portimonense(f), D(4-2), Miguel(Ferreira), Nada a assinalar
8.ª-Boavista(c), V(3-0), Xistra(L. Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
9.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Mota(V. Ferreira), Beneficiados, (1-0), (+ 3 pontos)
10.ª-Chaves(c), V(2-1), Martins(M. Oliveira), Beneficiados, (0-1), (+ 3 pontos)
11.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Xistra(Malheiro), Beneficiados, Prejudicados, (2-3), Impossível contabilizar

Anexo(II):
Benfica:
Sousa: 0 + 3 = 3
Pinheiro: 2 + 0 = 2
Rui Costa: 2 + 0 = 2
Esteves: 0 + 2 = 2
Mota: 1 + 1 = 2
Godinho: 1 + 0 = 1
Veríssimo: 1 + 0 = 1
Capela: 1 + 0 = 1
Veríssimo: 1 + 0 = 1
Soares Dias: 1 + 0 = 1
Almeida: 1 + 0 = 1
Malheiro: 0 + 1 = 1
Xistra: 0 + 1 = 1
Paixão: 0 + 1 = 1
V. Ferreira: 0 + 1 = 1
Nobre: 0 + 1 = 1

Corruptos:
Vasco Santos: 0 + 3 = 3
Veríssimo: 2 + 1 = 3
Xistra: 2 + 0 = 2
Malheiro: 1 + 1 = 2
Sousa: 0 + 2 = 2
L. Ferreira: 0 + 2 = 2
Almeida: 1 + 0 = 1
M. Oliveira: 1 + 0 = 1
Godinho: 1 + 0 = 1
Rui Oliveira: 1 + 0 = 1
Soares Dias: 1 + 0 = 0
Miguel: 1 + 0 = 1
Capela: 0 + 1 = 1
Paixão: 0 + 1 = 1

Sporting:
L. Ferreira: 0 + 3 = 3
Martins: 2 + 0 = 2
Xistra: 2 + 0 = 2
Miguel: 1 + 1 = 2
Sousa: 0 + 2 = 2
M. Oliveira: 1 + 1 = 2
Godinho: 1 + 0 = 1
Rui Oliveira: 1 + 0 = 1
Soares Dias: 1 + 0 = 1
Almeida: 1 + 0 = 1
Mota: 1 + 0 = 1
Esteves: 0 + 1 = 1
Veríssimo: 0 + 1 = 1
V. Ferreira: 0 + 1 = 1
Malheiro: 0 + 1 = 1
Épocas anteriores: