Últimas indefectivações

domingo, 11 de março de 2018

Capacidade de mudar

"João Carvalho e Zivkovic controlaram mais do que desequilibraram.

Benfica sem jogo interior
1. Benfica mereceu a vitória mais pelo que fez na segunda parte do que na primeira. O Desp. Aves entrou bem organizado defensivamente, com um bloco intermédio/baixo compacto e o Benfica, apesar da posse de bola massiva, revelou pouca capacidade de aproveitar os poucos espaços. Jonas esteve muito isolado e foi pouco servido no ataque. Por outro lado, o jogo interior não teve eficácia - os médios tiveram pouca capacidade de fazer movimentos de ruptura no última terço e de criar desequilíbrios na linha defensiva do Aves.

Que mudou Jiménez?
2. A segunda parte foi diferente porque o Benfica entrou com mais intensidade, circulou melhor a bola e foi mais agressivo, perante  um Aves quase nulo ofensivamente. Com a entrada de Raúl Jiménez, então, o jogo mudou. Os encarnados ficaram com mais peso na área e o mexicano libertou Jonas para movimentos nos espaços. O Benfica criou dinâmicas diferentes e cegou ao golo. O Aves, por sua vez, foi incapaz de reagir, de levar o jogo para o meio-campo do Benfica e perdeu concentração defensiva, abrindo mais espaços. O Aves não reagiu bem quando Benfica subiu as linhas, travando saídas para o ataque. E revelou cansaço. Não é fácil jogar contra uma equipa que tem 70 por cento de posse de bola, passar o jogo a correr, ter discernimento para sair para o ataque.

Mérito do Aves
3. É preciso, no entanto, dar mérito ao Aves. A equipa tinha revelado solidez defensiva e os últimos resultados sugeriam uma equipa consistente. Foi isso que se viu. A mudança do Benfica para 4x4x2 foi decisiva. Até então Zivkovic e João Carvalho estavam a ser mais médios de controlo de jogo do que de desequilíbrios, quando o Benfica precisava de alguém para romper as linhas, colocar a bola atrás da linha defensiva do Aves.

4x4x2 ou 4x3x3?
4. É certo que o Benfica chegou à vitória em 4x4x2 e não em 4x3x3. Mas isso não implica, necessariamente, que tenha de mudar outra vez. Jogos e adversários têm particularidades e, para o Benfica, é positivo ter essa capacidade de mudar estrutura e dinâmicas. Essa história de que correu bem e tem de ser adoptado já no próximo jogo não é assim tão linear. Caberá, sempre, a Rui Vitória avaliar a situação, o adversário, as circunstâncias do jogo, até porque do outro lado poderá encontrar uma equipa cujo objectivo é não sofrer golo e outra que está disposta a arriscar o jogo pelo jogo. Certo é que é importantíssimo ter plantéis com jogadores capazes de interpretar diferentes sistemas e dinâmicas."

João Carlos Pereira, in A Bola

Das prisões...

"A 28 de Novembro de 1937, Cândido de Oliveira era o seleccionador nacional e Portugal foi jogar a Vigo contra a Espanha que era apenas a franquista na Espanha em Guerra Civil. Em torno da tribuna foram colocados tarjas gigantes com imagens de Franco e Salazar - e Portugal ganhou por 2-1. A 30 de Janeiro foi a vez da Espanha (a franquista) jogar nas Salésias. Golo de Pinga deu novo vitória - mas o mais marcante do desafio foi o que sucedeu antes com Mariano Amaro, Artur Quaresma e José Simões. Eram os três treinados no Belenenses também por Cândido de Oliveira - e os três furtaram-se à saudação fascista do braço erguido que ameaçava ritualizar-se por todos os estádios (e que Cândido repudiava). Quaresma deixou-se ficar em sentido, Simões e Amaro levantaram os braços, em vez de abrirem a mão em palma, cerraram os punhos, dando ao gesto sentido revolucionário - e, depois, a Censura obrigou a Stadium publicar a fotografia com uns dedos pintados, espetados, em lugar das mãos fechadas.
Almiro Maia Loureiro o comandante da polícia que era secretário-geral da FPF abeirou-se, um pânico mal disfarçado, da tribuna onde o ministro Carneiro Pacheco parecia enfarpado, jurando-lhe que tinha os jogadores desolados a desculparem-se da «criancice» - que melhor era esquecer. De nada serviu. Chamados a investigação à PVDE, Amaro e Simões ficaram presos 15 dias, Quaresma safou-se com «desculpa habilidosa» - e contou:
- Fui lá visitá-los, avisaram-me: que não aparecesse mais porque os polícias não estavam nada convencidos da minha inocência e diziam: 'esse Quaresmita também devia cá estar'. Acabaram por libertá-los, ficaram a devê-lo à sua condição de jogadores internacionais. E do Belenenses. Sim, porque o Belenenses tinha então grande influentes.
Ao lembrar-me da história, pensei: ser preso assim ou ser chamado à investigação assim é honra e currículo. E que o que no futebol se tem passado ultimamente não: é cadastro e é vergonha mesmo que não passe do que ja´se sabe..."

António Simões, in A Bola

De que precisa o futebol?

"Mais que transparência, credibilidade, paz ou intervenção do Governo, o futebol português precisa duma limpeza. Sem ela nada feito.

O futebol português precisa de transparência. O futebol português precisa de credibilidade. O futebol português precisa de sair da lama para onde o arrastaram anos e anos de suspeitas e insinuações de quem, de vários quadrantes, sempre nos quis fazer acreditar que nunca ganha quem é o melhor no campo, ganha sempre quem e melhor a mexer-se nos corredores mais ou menos obscuros em que se movimenta gente - quase tão obscura como os corredores - que há muito devia estar longe. O futebol português precisa (como se atreveu a dizer esta semana uma deputada do Partido Socialista e já se atrevera a dizer Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol) de uma intervenção do Governo - embora também aí, como em quase todas as áreas da sociedade portuguesa, transparência e credibilidade sejam palavras mais vezes ditas do que praticadas....
De tudo isso precisa, não é preciso ser muito inteligente, o futebol português. Mas do que o futebol precisa mesmo é de paz. E essa só chegará com aquilo que, de facto, mais falta faz ao futebol português: uma limpeza. Uma varredela que nos livre de gente ultrapassada, para quem os meus justificam, sempre, os fins; para quem os adversários são, mais do que adversários, inimigos. O futebol português precisa de uma nova geração - e não necessariamente de idade - de dirigentes que lhe tragam novas ideias, que lhe permitam respirar um ar menos poluído. Precisa de gente capaz de nos fazer acreditar que há espaço para um futebol mais puro, mais límpido, marcado pela rivalidade, sim, mas nunca pelo ódio. Porque o ódio - que tantas vezes se confunde com o amor - está a destruir o futebol. Está a matar-nos a paixão. E, como sempre acontece com as paixões, quando uma morre há sempre outra pronta para nos abraçar. E nós - incapazes que somos de viver sem paixões - estaremos pontos para nos deixarmos abraçar por ela.
O futebol português, convém que alguém o perceba, está em enorme risco. Está, neste momento, ferido, num estado como, provavelmente, nunca esteve. Ainda há tempo de salvá-lo, mas é preciso uma intervenção urgente. Investigue-se, por isso, tudo o que houver para investigar. Puna-se quem tiver de ser punido, custe o que (e a quem) custar. Depois afaste-se quem estiver a mais. E criem-se condições a sério para punir de forma severa quem de alguma forma contribuir para a descredibilização de uma indústria que todos devíamos preservar. Porque para quem ama verdadeiramente  futebol a vida sem ele não faz grande sentido. Mas não faz, também grande sentido vivê-lo e apreciá-lo no estado em que está agora. É preciso salvá-lo. E convinha não demorar muito.
(...)"

Ricardo Quaresma, in A Bola

Dimensão europeia (II)

"Recentemente, a Comissão Europeia e a UEFA assinaram um novo acordo de cooperação que vigorará até ao final de 2020, consolidando e reforçando a colaboração existente desde 2014.
As duas entidades comprometeram-se a trabalhar em conjunto em prioridades comuns e campos específicos de cooperação que abrangem a grande maioria dos desafios que o desporto enfrenta actualmente, incluindo a violência no desporto, o match-fixing, o combate ao racismo e discriminação, a promoção da integridade do desporto e os princípios de boa governança. Ou seja, questões que não são estritamente desportivas, mas que são comuns aos interesses e princípios das instituições europeias.
O acordo assinalado também destaca especificamente a importância da cooperação nos campeonatos europeus de futebol em 2020, que é visto como uma oportunidade para retratar uma imagem positiva da Europa e dos seus valores comuns, ao mesmo tempo que se celebra a sua diversidade cultural. A Comissão e a UEFA pretendem tornar o Euro-2020 um evento socialmente responsável e sustentável, deixando um legado positivo, não esquecendo os desafios com que se irão defrontar, como a segurança dos atletas e espectadores nas viagens entre os países anfitriões.
Mais interessante é a parte do acordo que assinala a importância do equilíbrio competitivo como factor essencial para o desenvolvimento do desporto, do sistema de transferências no futebol, das questões relacionadas com os intermediários, a formação de jogadores, o fair-play financeiro, o mecanismo de solidariedade... ou seja, matérias muito especificas do mundo desportivo, concretamente do futebol."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Aviso encarnado

"Luís Filipe Vieira falou pela primeira vez desde que estalou a operação E-Toupeira. Fê-lo de forma inflamada e emocionada, ao contrário de outros momentos em que as suas intervenções – em casas do clube ou encontros fortuitos com jornalistas – foram feitas com algum distanciamento e até excessiva descontracção, desvalorizando a tempestade que se abateu sobre o clube.
O que motivou esta mudança, só o próprio Vieira poderá explicar mas, de facto, era tempo do presidente do Benfica gritar bem alto a sua revolta. A favor do líder encarnado esteve o tom genuíno da comunicação, a qual não se destinou apenas aos benfiquistas. Autoridades judiciais e os grandes rivais estiveram na mira, assim como alguns benfiquistas que "têm feito o jogo dos adversários". 
Vieira garantiu que ele e a direção "nunca mancharam a honra e dignidade do Benfica" mas isso não significa que outros o possam ter feito e esse, claramente, é e será um enorme desconforto (no mínimo...) para todos os benfiquistas. São já muitos meses de suspeitas que em determinados processos ganharam forma de acusação formal de corrupção. Por isso, também não se entende que só a partir de amanhã seja criado um gabinete de crise na Luz. A mancha que tem atingido o Benfica na sua honra e reputação exige respostas rápidas. De todos."

Futebol aprisionado

"Sentia-se a tragédia no ar, adivinhava-se um cenário destrutivo.
A culpa arrasou a inocência.
Destruir é sempre mais fácil do que construir. Basta misturar vaidades, invejas, ódios e uma dose de prepotência ignorante. Os vícios, os excessos, a falta de pudor, a morte da vergonha, facilmente sobem aos palcos, com apetites canibalescos, inundando sociedades.
O poder transforma-se em pandemia imparável, incorpora o gérmen da sua derrota globalizada.
Os falsos mitos são progressivamente encaminhados para um profundo cárcere sem saída, com consequências devastadoras. Os limites foram pulverizados pelos agentes infiltrados do caos.
Pablo Neruda escreveu que “a sua vida era feita de todas as vidas.” (“Confesso que Vivi”) e Gabriel García Márquez “A vida não é a que cada um viveu, mas a que recorda e como a recorda para contá-la.” (“Viver Para Contá-la”).
Duas das presenças constantes nas discussões apaixonadas sobre futebol/vida.
Viver e contar é sempre um exercício útil, desejável e que possibilita passes para jogadas mais brilhantes.
Fabricam-se, com total impunidade, contextos artificiais, que indiciam a perda total de limites e de regras essenciais – o paradoxo de um paradigma que se pretende novo e afinal é tão antigo como a Terra.
Somos campeões europeus em título (futebol e futsal, bem como em diversas modalidades) mas também grandes artistas na calúnia, na mentira, no golpe servil oportunista.
Há quem utilize o desporto para exclusivo negócio e promoção pessoal e há os outros: os desportistas – atletas, treinadores, dirigentes, adeptos – que nunca deixam de enfrentar e superar novos obstáculos como destino escolhido conscientemente, com emoção mas sem fundamentalismos.
Os segundos criam investimentos fantásticos, os primeiros banqueteiam-se com o que nunca lhes pertencerá.
Surge agora nova fase neste processo que tem de ser travado: o uso generalizado de estratégias de vigilância contínua (mais sofisticadas do que nas ditaduras) para controlo absoluto e tentativa de manutenção do poder a todo o custo, eventualmente oferecendo saquinhos de “30 moedas” aos mais eficazes, em troca da sua humanidade.
O lamentável é haver quem aceite por opção e desejo inconfessável mas evidente de “fazer parte da organização” – inclusive, procurando dificultar eventuais acessos de “concorrência”.
Mesmo com todas as críticas possíveis, a imprensa livre é um espaço indispensável de construção do futuro.
Calúnias, invenções de esquemas fraudulentos, corrupção, favorecimentos, declarações bombásticas (mesmo que falsas), voyeurismo obsessivo, viciação de resultados (“é o maior pesadelo que o desporto enfrenta actualmente.”, Joaquim Evangelista, Presidente do SJPF), suspeição permanente, declarações no mínimo infelizes e pouco sabedoras, de políticas/os com enorme responsabilidade mas provavelmente com ainda maior desconhecimento e ligeireza infeliz. Uma das grandes questões é “confundir a árvore com a floresta”, muitas vezes intencionalmente.
Mesmo que alguns se divirtam, o rumo é o do descrédito, transformando pormenores falsificados, em produções hollywoodescas.
Os trágicos fogos ainda na memória e as respostas a esse flagelo são também sinais do desencontro entre as palavras e as acções… vício ou herança que não se consegue vencer definitivamente?
Temos sempre infelizmente Pedrógão e não só; adeus Pinhal do Rei, em Leiria; adeus empresas públicas para servir populações, algumas muito envelhecidas e isoladas; país com crescimento nos documentos mas realidades e injustiças muito tristes.
No fundo, tal como o futebol profissional, também o país mais desenvolvido não é solidário com o país mais abandonado e pobre.
Fazem-se grandes reportagens que emocionam mas cujos resultados efectivos são muito reduzidos. Também aí a mudança demora a concretizar-se, eventualmente por “esquecimento” fatalista… 
Seremos mais ficção (uso de palavras mas não de acções) do que realidade?
Nesta fase de transição civilizacional, com profundas e incertas transformações, o jogo de futebol continua a preservar o momento onde se sente e partilha a paixão, onde há aproximação de entendimento global.
O caos actual tem múltiplos responsáveis, uns por acção e outros por inacção.
Outros ainda por vaidade mesquinha e falta de carácter.
Dirigentes federativos, membros do governo e do COP não podem limitar-se à troca de galhardetes vistosos, pois têm a responsabilidade de definir critérios e regras competentes e de as fazer cumprir com lealdade. Se não conseguem tenham a dignidade de sair sem causar maiores problemas.
Temos protagonistas em excesso que só muito atrapalham. Os verdadeiros artistas controlam a “redondinha”, em triangulações sucessivas, num rectângulo inscrito num círculo. Mas isso implica muito trabalho, muito esforço, muito sofrimento e acima de tudo muito talento.
O negócio pretende cada vez mais e os atletas são levados a ultrapassarem limites exagerados.
Desta vez, até a justiça, esteio essencial do desenvolvimento, foi integrada, pelas piores razões.
O pesadelo aumenta pela gravidade dessa participação. Todos ficamos mais pobres.
O país sempre mais atrasado, mesmo que as estatísticas queiram fazer crer no contrário.
Há temas que nunca são debatidos, enfrentados, que estão na base de muitas contaminações do movimento desportivo. Por vezes surgem projectos e programas, visualmente excepcionais em termos de apresentação/comunicação e de marketing, mas “egoístas” porque nascem da imposição sem discussão, do desconhecimento da realidade no seu todo, e da cumplicidade de quem já não consegue discordar.
Duvidamos que se possam cumprir e sejam utilizados para mais um momento mediático com algum impacto nacional e internacional, para potenciar imagem favorável. O futebol (o desporto em geral) carece de visão integrada, global, para poder crescer com equilíbrio e com sustentabilidade.
É preciso tempo, competência nas escolhas, coerência na aplicação e um envolvimento global sem distinções ou preferências.
Desperdiçar recursos e o potencial do desporto escolar, tem sido hábito que ninguém ousa mudar. 
Será mera poupança, incapacidade de tempo para pensar, opção de não investimento porque pouco mediático, logo sem atrapalhar muito quem não faz o que devia fazer? Alguma razão deve existir, ou não?
O movimento associativo desportivo, fruto de falta de visão e apoio sistemático dos poderes públicos, vive momentos inquietantes.
O que levou tantos anos, após coragem exemplar para alicerçar, tem sido desvalorizado com consequências desastrosas para a sociedade.
O meu tributo aos heróis que mantém os clubes, às dedicações que constroem famílias alargadas e solidárias, a todos os que praticam a cidadania, superando dificuldades, exigências crescentes, sem divulgação nem reconhecimento da obra concretizada.
Trabalhar para estatísticas só faz sentido quando elas traduzem realidades universais e não imagens virtuais. Sem complexos, com um panorama desastroso (as tais estatísticas bem apresentadas o confirmam), não será tempo de evitar desperdícios maiores?
O desporto é também espaço onde a segurança da vida de todos deve ser preocupação constante.
Há projetos concretos e adequados nesse sentido?
O futebol apresenta uma imagem de degradação do diálogo, de muitos jogos sem bola e sem qualidade, de unanimismos estranhos (por exemplo: a moda de criar “Conselhos de Presidentes”).
A indiferença do futebol profissional para com o futebol distrital e de formação, sem a respectiva subsidiariedade, o mediatismo de decisões disciplinares não raro díspares, os graves problemas mesmo os mais incómodos e sempre silenciados, as incoerências que tardam em ser resolvidas da introdução do VAR, a formação de excelência dos árbitros e outros agentes e, por último mas não menos importante, muito mais apoio para os jovens praticarem pois é aí que reside a nossa fonte mágica que nos alimenta sem cessar, carece de um plano correto, equilibrado, adequado.
O futebol profissional sem muitos clubes de formação passaria a ser uma miragem, ou então um espaço quase exclusivo de jogadores “importados”.
Foi notícia que os médicos de Toronto, Canadá, recusaram aumentos salariais, por entenderem que vários serviços e outros profissionais do sector merecem apoio prioritário. Toronto ficará em outra galáxia?"

O sistema alternativo

"1 - Rui Vitória solidificou o 4x3x3, primeiro com Krovinovic e depois com Zivkovic, e mostra agora muito pouca apetência para o sistema alternativo, o antigo 4x4x2, que lhe permitiu, entre outros títulos, sagrar-se campeão nacional por duas vezes e assumir-se como treinador de topo. Frente ao Aves, insistiu em João Carvalho, que chumbara no teste do Restelo, como substituto do castigado Pizzi. A opção parecia errada à nascença face ao aguardado bloco baixo do adversário. Foram 58’ perdidos, até Jiménez entrar e garantir a necessária presença na área em vez de um elemento a mais no miolo.

2 - As várias lutas na Liga e o emergir do Sp. Braga
Com as vitórias de Benfica e Sp. Braga, nos jogos já disputados desta 26.ª jornada, a Liga não perdeu ânimo e, num ápice, a luta até se alargou. Agora, estende-se mesmo aos três lugares do pódio. O FC Porto ainda está longe de encomendar as faixas e o Sporting, que até pode sonhar com o título, tem os guerreiros do Minho a 1 ponto, embora com uma partida a mais. Esta intromissão da equipa de Abel Ferreira não é mero capricho matemático. O Sp. Braga joga bem e assiste ao ressurgimento do profícuo Wilson Eduardo.

3 - José Mourinho não faz milagres
José Mourinho ainda está a juntar os cacos no Manchester United, clube que quase entrou em espiral de loucura após a reforma de Alex Ferguson. Perante um City sempre mais estabilizado, e com Guardiola a colocar a equipa no topo da Europa logo ao segundo ano de ‘mandato’, mais não se pode pedir ao técnico português. No plano interno, os red devils não aspiram, hoje, a mais do que ao ‘título’ de vice-campeão. E ontem, frente ao Liverpool, deram um passo importante nesse sentido."

Benfiquismo (DCCLXXIII)

A cores...

Cadomblé do Vata

"1. Há dois anos o Sporting embirrou com o Sanches que acabou a temporada no Europeu. Este ano o alvo é o Rúben Dias que vai acabar a época no Mundial... e ainda há quem diga que os lagartos não percebem nada de bola.
2. João Carvalho não pode jogar em simultâneo com o Rafa... numa equipa que quer ser campeã só há espaço para um jogador com a auto estima de um ouriço quando se sente ameaçado de cada vez.
3. Não critiquem a entrada violenta do Paulo Machado sobre o Cervi a acabar o jogo... o rapaz entrou com o jogo empatado, falhou a melhor oportunidade do Aves e ainda não tinha feito uma falta sequer... aquela entrada a varrer foi apenas para garantir que não era linchado da próxima vez que for ver o FC Porto no meio dos Super Dragões.
4. Mais um jogo do SLB na Catedral com uma assistência superior a 50 mil espectadores... a malta já nem vai ao Estádio ver o Glorioso, o objectivo é colocar lá tanta gente que a PJ vai ter dificuldade em saber quais é que compram bilhete e quais vão com ofertas do Paulo Gonçalves.
5. Neste jogo ficou patente a dualidade de critérios dos árbitros quando está um grande em campo... Nélson Lenho vê um amarelo por uma falta que cometeu sobre Rafa, enquanto minutos antes Jonas foi poupado à cartolina por uma falta que não cometeu sobre Amilton."

A semana em que (,,,) descobriu um funcionário do Benfica que gera mais desconfiança do que Bruno Varela a jogar com os pés

"Bruno Varela
Exibição tranquila a coroar uma semana muito positiva, em especial fora de campo. O seu antecessor Ederson deu uma entrevista em que elogiou Bruno Varela e acredita que este vai continuar a crescer no Benfica. Como se esse voto de confiança não bastasse, poucos dias antes os benfiquistas descobriram finalmente um funcionário do Benfica que gera mais desconfiança do que Bruno Varela a jogar com os pés ou a sair a cantos. Mas não falemos de Paulo Gonçalves.

André Almeida
Quase marcou aos 63 minutos de um jogo em que se ocupou essencialmente de tarefas atacantes perante um Aves muito compacto, que resistiu tanto quanto pôde ao melhor lateral do campeonato. Ele e o Rafa já arranjavam um quarto.

Rúben Dias
Algum dia tinha de acontecer. Consentiu o primeiro drible na Liga NOS. Assim sendo, alguém teve de pagar a factura. Ao invés de esperar pela próxima jornada, como manda a expressão de José Mourinho, Rúben Dias aproveitou para emendar a mão logo na segunda parte e fechar a contagem. Vê-se pelo modo como festeja os golos que encontrou uma actividade profissional que o realiza. E digo-vos mais: se continuar a jogar desta forma, tem lugar garantido nos convocados de Fernando Santos para o Mundial de 2026.

Jardel
Step into my office”. Foram estas as palavras proferidas por Jardel aos avançados do Aves, que ingenuamente aceitaram o convite e acabaram amarrados a cadeiras com uma bola de bilhar na boca. 

Grimaldo
Maurizio Sarri mal pode esperar pela chegada de Grimaldo. O treinador italiano pediu ao lateral espanhol que tire o máximo de notas que conseguir acerca dos métodos de treino de Rui Vitória. Vamos lá ver se é na próxima época que o Nápoles chega ao título. Por falar nisso, podíamos ir buscar aquele Mário Rui. Que foi? Querem saber como é que o Grimaldo jogou? Jogou bem. Tem jogado bem demais, como se vê. Não me chateiem.

Fejsa
Percebeu esta semana que aquela sua estatística mítica - campeão em todas as equipas há 10 anos - poderá estar prestes a descambar por causa de uma toupeira. Felizmente conseguiu manter a compostura e fez uma excelente exibição, ridicularizando mais uma vez os analistas da modalidade que elogiam aquele tipo de jogador que, actuando num sector mais recuado, contribui discretamente para o sucesso da sua equipa. Fejsa não podia ser mais indiscreto. Só um cego não verá que se trata do melhor trinco da Liga. Ironicamente, as toupeiras são cegas.

João Carvalho
Realizadas as referidas diligências, os adeptos deliberaram, por unanimidade, manter a sua integral confiança em João Carvalho, aguardando com serenidade o regresso de Pizzi e reiterando uma vez mais a sua total colaboração para com as autoridades desportivas.

Zivkovic
Exibição menos conseguida. Foi aparecendo e desaparecendo do jogo, abrindo alguns buracos no terreno à sua passagem. Não é o que vocês estão a pensar.

Rafa
O melhor em campo. A sua confiança continua a crescer como a lista de indícios no Ministério Público.

Cervi
É neste momento o seu pior inimigo. Hoje quase tudo bem, ajudou a vergar o Aves e assistiu Jonas para o primeiro golo. Mesmo assim, pareceu-me bastante abaixo do melhor Cervi. Não te queixes, Franco. A culpa é tua.

Jonas
Mais um dia no escritório. Conhecem alguém que tenha resolvido mais situações complicadas vividas pelo Benfica nos últimos anos? Para mim é inscrevê-lo na Clássica em pós-laboral. Quando esta coisa das toupeiras for a tribunal já ele será licenciado.

Jiménez
Entrou aos 57’ e virou o jogo do avesso, criando uma pressão até então inexistente na frente de ataque e fazendo companhia a Jonas e companhia nos movimentos ofensivos, dos quais executou meia dúzia e quase sempre bem. Depois da máscara de lucha libre, Jimenez encontrou uma nova vocação bastante mais útil ao Benfica nesta fase da época, dentro e fora de campo: é um hacker mexicano pronto para penetrar qualquer sistema defensivo.

Keaton Parks
Aquele cabelinho louro e as poucas mas boas intervenções não enganam: Keaton Parks esteve para João Carvalho como a Ralph Lauren está para a Desigual.

Seferovic
Fun fact: o meu autocorrect corrige avançado para avençado e artilheiro para cartilheiro."

Vermelhão: Até furar !!!

Benfica 2 - 0 Aves


Estava difícil, mas o golo lá chegou...
É verdade que na 1.ª parte os níveis de intensidade foram baixos, mas a verdadeira razão para o 0-0 ao intervalo, foi a ausência do Pizzi!!! Mesmo aqueles que no meu sector da bancada, passam a época toda, a 'martelar' em cima do Pizzi, ao intervalo, estavam com 'saudades'!!! E nem sequer se deveu à fraca exibição do Joãozinho (mais uma oportunidade perdida), deve-se muito mais à tremenda influência que o Pizzi tem no nosso jogo, mesmo naqueles dias onde falha alguns passes: é o Pizzi que vem buscar a bola aos Centrais quando é preciso, é o Pizzi que faz as triangulações nas Laterais, é o Pizzi que faz as combinações no meio com o Jonas, é o Pizzi que aparece muitas vezes a finalizar junto da área... e é ainda o Pizzi que normalmente pressiona o meio-campo adversário, logo à saída de bola...!!!
Disse-o após a lesão do Krovi, o jogador do nosso plantel, com mais capacidade neste momento, para se aproximar de tal rendimento, não é o Joãozinho, é o Parks...
Mesmo com a tal 1.ª parte morna, criámos perigo, mas não conseguimos manter um ritmo elevado de oportunidades... Essencialmente devido à velocidade do Rafa e algumas combinações na esquerda... No 2.º tempo, entrámos com mais coração do que com cabeça, e esteve quase a dar resultado, porque começamos a criar oportunidades em catadupa, mas a bola não entrava...!!! O anti-jogo do Aves ia aumentando, o apitadeiro ia 'acreditando'...!!!

Até que o inevitável aconteceu: Jonas marcou!!!
Se o Rafa foi claramente o melhor no 1.º tempo, foi menos influente no 2.º... Agora o Fejsa e o Zivkovic foram brilhantes durante os 90 minutos (com o Ziv a ter queixas nos últimos segundos)... Cervi e Grimaldo ao ritmo normal, o Almeidinhos a fazer tudo... o Jardel e o Rúben com um 'chato' Derley (protege muito bem a bola) conseguiram resolver quase todas as situações!
Boa entrada do Jiménez e do Parks...
Outra arbitragem vergonhosa do asqueroso Rui Costa: sim perdoou um Amarelo ao Jonas (já tinha perdoado um Amarelo ao Aves antes....) - no Estádio pareceu mesmo falta, mas parece que o Jonas não fez falta!!! -, mas depois foi um fartar de vilanagem!!! Até acho que o 'perdão' foi premeditado, para servir de álibi para o resto!!! Mais do que os cartões, aquelas faltas inexistentes assinaladas ao Benfica, sempre que recuperávamos a bola na pressão alta, junto da área do Aves!!!
Com a presença do Vieira na sala de conferência de imprensas, o foco 'mudou': anunciou um tal Gabinete de Crise para responder ao ataque difamatório que o Benfica tem vindo a ser vítima! Pessoalmente, acho que é uma medida que peca por tardia... muito tarde mesmo!!! Mas é melhor do que nada... hoje de manhã os dois comunicados, anunciando Processos ao Tareco do Saraiva e aos avençados do Expresso, já anunciavam uma mudança de atitude, e espero que seja por aí que o Benfica atalhe o caminho: todas as declarações caluniosas e difamatórias tem que ser respondidas com Processos, na hora, sejam a indivíduos, Clubes ou imprensas de comunicação... Se o Benfica ficar à espera que a Justiça reponha a legalidade, então mas vale esperar sentado..!!!

Em frente...

Benfica 6 - 4 Forte del Marmi

Depois do 4-1, esperava-se um final de partida mais tranquilo, mas o 5-4 a 10 minutos do fim, ainda assustou, mas conseguimos segurar a vitória, garantindo a passagem aos Oitavos, onde vamos defrontar os Corruptos...

Liderança...

Benfica 104 - 95 Illiabum
19-24, 28-10, 25-27, 32-34

Contra um adversário desinibido e com qualidade, estivemos bem no ataque, mas a defender temos que melhorar...
Agora temos uma perigosa 2.ª Fase, onde o ordenamento para o Play-off pode alterar-se!!!

Só mais uma...

Benfica 3 - 0 Sp. Espinho
27-25, 25-22, 25-19

Segundo jogo, segunda vitória, só falta mais uma, e pode ser já amanhã...

Vitória em Alcobaça

Benfica 29 - 20 Arsenal
(16-9)

Como era a última jornada, o jogo tinha que ser às 18h, em simultâneo com todos os outros, com os Pavilhões da Luz, 'carregados' de jogos este fim-de-semana, acabou por ser uma boa ideia, mudar o local da partida, e assim recebemos o Arsenal de Devesa em Alcobaça.

Terminámos a 1.ª Fase, partilhando o 2.º lugar com os Corruptos. Vamos começar a 2.ª Fase a 2 pontos dos Lagartos, e com uma boa vantagem de 4 pontos sobre o ABC... Será necessário a equipa superar-se se quisermos fazer história...