Últimas indefectivações

terça-feira, 31 de março de 2015

Na tarde de Coimbra em que as senhoras fugiram...

"Segunda conquista consecutiva do Benfica no Campeonato de Portugal - o de 1930/31. Frente ao FC Porto por (3-0), no velho Campo do Arnado, em Coimbra, com dois golos de Vítor Silva e a prosa belíssima de Tavares da Silva.

O Benfica sempre teve um jeito especial para ganhar finais de competições ao FC Porto - e não, não me venham falar da Supertaça neste caso porque a Supertaça não é uma competição com final, é uma disputa apenas de um jogo (ou dois, em tempos), muitas vezes com um dos participantes sem qualquer direito de lá estar por não ter ganho prova nenhuma.
Falo da Taça de Portugal, da Taça da Liga e do Campeonato de Portugal, que é o tema de fundo destes últimos artigos que aqui venho publicando, na tentativa de relembrar essa competição que depois (a partir de 1938/39) recebeu o nome de Taça de Portugal, pelo que o Benfica ou soma três Campeonatos de Portugal no seu palmarés ou contabiliza 28 Taças de Portugal, para o caso vai dar ao mesmo não se desse um estranhíssimo esquecimento de tais vitórias.
Vamos as factos:
No dia 28 de Junho de 1931, defrontam-se em Coimbra, no Campo do Arnado, Benfica e FC Porto.
Este Campo do Arnado pertencia ao velho Sport Club Conimbicense e situava-se nas traseiras da fábrica «A Ideal» na parte norte da rua com o mesmo nome, Arnado pois então. Quanto à origem do toponímico não é preciso grandes investigações, vem de areia como é fácil de ver, campo arenado ou arenoso como eram muitos dos campos que estavam nas redondezas do Mondego.
Entram, portanto, as equipas em campo e o árbitro era António Palhinhas.
Como se recordam, se me leram na passada semana, o Benfica era o titular do Campeonato de Portugal - batera o Barreirense na final da época anterior por 3-1, após prolongamento, no Campo Grande.
O FC Porto, por seu lado, já tinha conquistado dois títulos, em 1921/22 (logo no primeiro) e em 1923/24.
Para atingirem o jogo decisivo, os 'encarnados' afastaram: Estrela de Portalegre (8-3); Olhanense (5-1, 0-2, 1-2 e 2-0 - anulado o resultado de 2-1 a favor do Olhanense visto o prolongamento do jogo ter tido mais tempo do que o fixado pelo regulamento - falaremos aqui um dia sobre esse estranhíssimo jogo); Lusitano de Évora (7-0 e 4-2) e Vitória de Setúbal (3-0 e 2-1).
Quanto ao trajecto do FC Porto, foi este: Vianense (7-0); Casa Pia (2-1 e 4-2); Boavista (4-4 e 3-0) e Marítimo (2-1 e 3-2).
Contava Tavares da Silva
«Coimbra, uma fidalga terra acolhedora que sabe receber as pessoas que a visitam, tinha ontem o aspecto dos dias de festa, de grande festa», escrevia o enorme Tavares da Silva no «Diário de Lisboa».

João Joaquim Tavares da Silva: formado em Direito, jornalista e treinador de Futebol, campeão pelo Sporting em 1953/54, autor da «História dos Desportos em Portugal» juntamente com Ricardo de Ornellas e Ribeiro dos Reis, o inventor da expressão «Cinco Violinos» em referência a Jesus Correia, Travassos, Peyroteo, Vasques e Albano. Um dos maiores!
Continuo a citá-lo: «Além dos comboios especiais que conduziram muita gente a todo o momento, dum lado e doutro chegavam automóveis trazendo desportistas. Viam-se bandeiras azuis - Futebol Clube do Porto - e vermelhas - Sport Lisboa e Benfica - por toda a parte (...) O Campo - afirmemo-lo - não merece uma final. Não possui acomodações suficientes. As bancadas de madeira, julgamos que improvisadas com rapidez, ameaçavam mesmo ruir. As senhoras, assustadas, fugiram... e não devem ter ficado com muito boas recordações deste jogo de foot-ball».

Mesmo sem senhoras, joga-se. O Benfica dispõe-se assim e FC Porto como se segue:
BENFICA: Dyson; Bailão, Luís Costa; João Correia, Aníbal José, Pedro Ferreira; Augusto Dinis, Sampaio, Vítor Silva, João Oliveira, Manuel Oliveira.
FC PORTO: Siska; Avelino Martins; Filipe Santos, Álvaro Pereira, Anaura; Lopes Cameiro, Valdemar, Norman Hall, Acácio Mesquita, Castro.
O Benfica vence com naturalidade. Com segurança.
«O Benfica venceu, já se disse. Jogou mais do que o FC Porto. Também é uma verdade. Teve um maior poder realizador. E isto não pode sofrer contestação. O score - três, a cifra - é expressivo, eloquentemente expressivo. Numa palavra e em síntese - o Benfica revelou-se melhor equipa».
Deixemos que o mestre vá escrevendo. E descrevendo. Os golos.
«1.º - Vítor Silva 'shoota' ao 'goal'. A bola bate nos postes, vem outra vez para os pés de Vítor que marca, sesgado, o primeiro ponto. Foi o 'goal' que mais gostámos. Aquele que mais apreciámos pela dificuldade da colocação do 'shoot'.
2.º - 'Corner'. A bola vem a cair perto das redes. Siska e Sampaio chocam-se. E entretanto, Temudo, que acorrera em auxílio do seu companheiro, com uma 'sapatada' faz com que a bola ultrapasse a linha de 'goal'».
(O parêntesis é meu para assinalar que, por exemplo, Ricardo Ornellas, que também fez a crónica deste jogo, atribuiu o golo a Dinis).
«3.º - Vítor Silva, sempre o Vítor Silva, de posse de bola, 'dribla' um adversário e, repentinamente, sem ninguém esperar, dispara com o pé esquerdo um grande 'shoot'. Siska ainda se estirou mas... estava irremediavelmente batido».
Benfica de novo Campeão de Portugal. Pelo segundo ano consecutivo. A única 'dobradinha' da prova com essa denominação.
O mérito da vitória era indiscutível. Se duvidarem, leiam as palavras de quem lá esteve: «A superioridade foi clara, nítida. O domínio 'vermelho' - insofismável (...) A equipa do sul - confiada, serena. O grupo do norte - nervoso, demasiadamente nervoso. Os jogadores do Benfiquenses a realizarem as suas jogadas com ponderação e até com uma certa calma. Houve fases bem feitas, bem trabalhadas, de merecimento».
Não há como desmentir. Seria preciso esperar até 1934/35 para que o Benfica voltasse à final do Campeonato de Portugal.
Será preciso esperar até à próxima semana para que vos explique o que então se passou."

Afonso de Melo, in O Benfica

domingo, 29 de março de 2015

História... com muita alegria!!!

Ravenna 2 - 3 Benfica
25-23, 27-25, 20-25, 18-25, 10-15

Pela primeira vez na História do Voleibol do Benfica, vamos disputar uma Final Europeia. Extraordinário. Ainda por cima numa eliminatória, onde fomos claramente melhores, contra uma equipa rotulada de 'melhor', que disputa uma das melhores Ligas do Mundo (com jogadores muito bem pagos!!!). Mas não foi por acaso... não ganhámos porque uma bola bateu no 'poste', ou porque beneficiámos de um ressalto, triunfámos porque demonstrámos ter melhor equipa...!!! Por incrível que pareça, isto é um facto, que antes da eliminatória poucos acreditavam. Admito, eu próprio, antes do 1.º jogo, duvidava...!!!
Não houve transmissão televisiva da partida, mas mesmo assim deu para sofrer, com as informações que foram chegando!!! Num 1.º Set equilibrado cedemos na parte final... No 2.º Set tudo estava a correr bem, chegámos aos 18-23, parecia que o Set era nosso, mas os Italianos fizeram uma remontada... e perdemos por 27-25!!!
Aqui, comecei a duvidar, foi um golpe duro. Mas a equipa, parece que não o sentiu... O 3.º Set começou novamente equilibrado, mas sempre com vantagem para o Ravenna... até que por volta do segundo tempo técnico, passámos para a frente. E efectuámos um sprint final demolidor.
Com 2-1 em Set's, ficámos a um Set da qualificação para a Final, e os Italianos sentiram o golpe, porque o 4.º Set foi totalmente dominado pelo Benfica...!!!
O 'trauma' foi tão grande, que mesmo num 5.º Set, que já não contava para nada, com um Benfica muito alterado: o Gaspar, o Roberto, o Zelão e o Flávio ficaram no banco, e entraram o Ché, o Oliveira, o André e o Kibinho... voltámos a vencer, com 'tranquilidade'!!!
Todos os dirigentes, todos os técnicos, e como é óbvio todos os jogadores estão de Parabéns, mas eu tenho que destacar um: o Perini!!! Recordo que no início de época, com o regresso do Vinhedo, o Perini não estava nos planos da equipa, mas depois da saída do Miguel Tavares para Itália... o Perini sem fazer birras, aceitou o regresso sem levantar ondas. O titular durante a época, foi quase sempre o Vinhedo, mas agora no momento decisivo da época, com a lesão do Vinhedo, o Perini voltou a pegar na batuta, e tem feito grandes jogos, a Passar, e até no Bloco!!!
Agora, depois da festa, é preciso voltar a colocar os pés no chão, porque ainda não ganhámos nada. Vamos ter duas Finais, uma com a Fonte do Bastardo, e outra com os Sérvios do Novi Sad. Recordo que esta época já eliminámos o Partizan de Belgrado nesta competição, com alguma facilidade, diga-se!!! Os jogos da Final da Challenge Cup vão-se disputar a 8 de Abril em Vojvodina, e na Luz a 12 de Abril.
Espero que a Federação tenha em atenção estes dois jogos, quando marcar as datas da Final do Campeonato com a Fonte do Bastardo!!!

video-1427653368.mp4 from Andre Maia on Vimeo.

A equipa de Voleibol e os adeptos, no exterior do Aeroporto. - Information Glorious | https://twitter.com/InformGlorious | http://instagram.com/informationglorious
Posted by Information Glorious on Segunda-feira, 30 de Março de 2015

Oohhhh campeão voltou . Grande grupo de trabalho todos mas todos de parabéns. Mística união obrigado pelo enorme apoio a este grupo. Juntos somos mais fortes.
Posted by Fabricio Silva on Domingo, 29 de Março de 2015

Ouro, Prata e Bronze...!!!

Os nossos Canoístas fizeram o 'pleno' hoje de manhã em Montemor-o-Velho, na Taça de Portugal de Velocidade!!!
A Teresa Portela arrecadou duas medalhas de Ouro, em K1 200m, e K1 500m.
O João Ribeiro também arrecadou duas medalhas, mas de Prata: K1 1000m, e K1 200m.
A Joana Vasconcelos, na mesma prova da Teresa, conquistou a medalha de Bronze, na prova de K1 200m.

sábado, 28 de março de 2015

Só mais uma...

Benfica 7 - 2 Juventude Viana

Com o Campeonato a chegar ao fim, a ansiedade aumenta, e este jogo, apesar do claro favoritismo do Benfica, tinha uma carga especial...
Notou-se isso nos primeiros minutos, o Benfica entrou a 'matar', rematou muito, falhou muito, nem sempre com pouco discernimento, até que finalmente marcámos um golo, pelo inevitável Nicolia...
Tal como tinha acontecido na Quarta-feira em São João da Madeira, quando começamos a rotação, a equipa começou a defender pior... e voltámos a permitir o empate!!!
No 2.º tempo, voltámos a entrar com vontade de 'matar' o jogo, mas desta vez, desperdiçamos menos, e defendemos melhor!!!

O jogo até foi bonito, teve momentos de parada e resposta, mas temos que defender melhor.
Os apitadores são incompetentes, mas pelo menos distribuíram o mal pelas aldeias!!! Mas tenho que realçar, que quando os jogadores, estão constantemente a mergulhar para a piscina, o trabalho dos árbitros torna-se muito mais complicado... e existem verdadeiros artistas na arte do mergulho!!!

Agora vamos ter uma paragem para as Selecções, depois vamos ter jogo da Taça de Portugal, e só depois teremos aquele que pode ser o jogo do título: Benfica-Corruptos.
Estamos a uma vitória do título de Campeão Nacional. Em caso de empate, daremos igualmente um grande passo, pois nas duas últimas jornadas, só iríamos necessitar de vencer um jogo. E mesmo em caso de derrota - no máximo por 3 golos de diferença -, ficaremos em igualdade pontual, mas com vantagem, devido à nossa vitória por 3-7 na 1.ª volta (e neste momento, na diferença de golos, no campeonato, também temos uma vantagem de 7 golos)!!!
Recordo que no Campeonato, só temos 1 empate (em Barcelos), de resto só vitórias... Mas também recordo que a deslocação a Valongo não será fácil, até porque o 10-0 da 1.ª volta é muito enganador, o Valongo neste momento não é a 'mesma' equipa!!!

PS: Todas estas 'contas' só são necessárias, porque mais uma vez, nesta jornada, os Corruptos venceram o Barcelos, por 7-5, com os melhores no ringue a serem os apitadores, que nos minutos finais, ofereceram os 3 pontos aos Frutados...!!!

Não houve milagre... ainda bem!!!

Fátima 3 - 7 Benfica

Vitória esperada, num jogo que até começou mais complicado do que se esperava. Nunca tivemos a perder, mas 1-1 e 2-2 mostram as dificuldades, e nestes jogos quando somos displicentes a equipa mais fraca, começa a acreditar... Ao intervalo estava 2-4.
Só no 2.º tempo demos a 'machadada' no marcador... E até podiam ser mais, não fosse o desperdício!!!

Estes jogos após as paragens das Selecções às vezes complicam-se. Até foi bom, termos um adversário com um nível acessível, para recuperar a forma... Na próxima semana, recebemos o Boavista para o Campeonato.

Com o Bebé, o Coelho na Selecção, participando na estranhamente 'emocionante' qualificação para o Europeu, o Benfica efectuou alguns jogos particulares... Destaco o regresso do Vítor Hugo aos jogos...

Parece que vamos ter uma Final 4 da Taça, com as equipas mais fortes, algo que nem sempre aconteceu, nas últimas épocas!!! Com um Benfica que continua invicto (sem derrotas), temos que ter confiança...!!!

Mal perdido...

Benfica 27 - 28 Corruptos

Mal perdido, tivemos todas as oportunidades de pelo menos levar o jogo a prolongamento... Sofremos o penúltimo golo, num lance onde o Álamo é mal batido, e sofremos o golo da derrota, nos últimos segundos, quando devíamos ter falta estrategicamente...
Tal como no jogo do Campeonato na Luz, fizemos no geral, um bom jogo. Pessoalmente, acho que continuamos a não aproveitar a 100% as situações de superioridade numérica, mas de resto estivemos bem, hoje até nos Livres de 7 metros tivemos perfeitos, algo raro...!!! Os Corruptos têm uma defesa muito alta, mas com os cruzamentos constantes, e consequentes penetrações, conseguimos muitas vantagens (inclusive as tais exclusões no adversário, que apesar de serem muitas, deviam ter sido ainda mais, tal a forma como eles defendem, batendo em tudo o que mexe...!!!).
Só nos últimos minutos da 1.ª parte, e durante uma série de 0-4 no inicio do 2.º tempo jogámos mal... Além do 'caparro' defensivo (que obriga o Benfica a ajudas constantes... deixando as alas descobertas), a grande diferença é o potencial de perigo nos remates de longa distância...

Como se fala em diferenças de orçamentos em tantas modalidades, é bom recordar que os Corruptos, têm a obrigação em Portugal, de vencer por cabazadas todos os jogos!!! Além do orçamento, ainda conseguiram alterar os regulamentos da competição, para lhes facilitar a vida!!! Mas nestes últimos jogos com o Benfica, foi claro que afinal a diferença real, é menor do que é anuciado. E hoje, não houve poupanças...
Nas Meias-finais do Play-off com os Corruptos, vamos novamente como não-favoritos, mas como se provou hoje, temos hipóteses.

Amanhã na Final, suspeito que será um passeio, até porque o ABC não 'pode' defender, como costuma defender contra o Benfica!!!

Meu Amigo Anacleto

"Não fui apanhado de surpresa pois há alguns dias sabia do seu estado de saúde precário. Mas não deixa de ser muito triste quando penso que foi através de Anacleto Pinto que me interessei pelo Atletismo do Benfica. Eu que até ouvir falar dele e depois de começar a vê-lo correr, na nossa antiga pista de tartan no campo 2 ou na televisão, pensava que só havia Atletismo, em Portugal, no Sporting CP!
Comecei a saber da sua categoria no defunto 'O Benfica Ilustrado' que começou por ser um suplemento mensal do semanário 'O Benfica' em forma de revista. Foi aí que comecei a ler prosas magníficas acerca dele e fotografias apaixonantes de Roland Oliveira. Ainda tenho a revista onde se destaca a sua proeza, em 1966 quando, apenas com 17 anos, se sagrou campeão regional e nacional em Corta-Mato. Numa temporada em que integrou a equipa vencedora da mítica estafeta Cascais-Lisboa, uma prova de estrada. 
Natural de Viseu (25 de Fevereiro de 1948) envergou o Manto Sagrado em 1964 (com 16 anos) e foi com ele que se despediu em 1985, com 37 anos, embora tivesse passado por outros clubes: Benfica (1964-1969; 1974-1977; 1980-1985), Académico FC Viseu (1970; 1978-1979) e Sporting Clube de Luanda (1971-1974).
No início dedicou-se às corridas de fundo (5 e 10 mil metros) chegando a recordista nacional dos 10 mil metros em 1967 (30.05,8), ainda com idade de júnior, e 1968, quando se tornou o primeiro português a fazer menos de meia-hora (29.57,6). Em meados dos anos 70, com maior maturidade começou a dedicar-se à maratona, especialidade na qual foi olímpico pelo primeira vez nos Jogos de Montreal'1976 (22.ª lugar) e voltaria a sê-lo em Moscovo'1980 (16.º lugar). Ainda conservo o seu cromo da caderneta dos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976. Tinha eu, então, 15 anos.

Tinha sempre grande expectativa quando corria frente a Carlos Lopes. Ansiava por vê-lo vencer, tal como Fernando Mendes deixar Joaquim Agostinho para trás no ciclismo, pois considerava que esses dois sportinguistas tinham uma visibilidade na Imprensa perfeitamente desmesurada para a realidade. Como se nada mais existisse!
Com sete títulos de campeão nacional, conquistou quatro em pista ao ar livre: três vezes campeão em 5 mil metros (1966, 1976 e 1977) e na estafeta 4x1500m (1967). Na estrada consagrou-se como campeão nacional da maratona (1976 e 1978), além do nacional de Corta-mato (1966). Além de dois Jogos Olímpicos, esteve presente em cinco Mundiais de Corta-mato e treze campeonatos (Europeus e Mundiais) em pista, entre 1966 e 1980.

Em 21 de Março de 2015 faleceu, em Tondela, aos 67 anos. Apesar de nunca ter falado com ele, 'conhecia-o' desde 1966. Pelo respeito como atleta de valor supremo, mas principalmente, como Glorioso do nosso Atletismo, considero que perdi um Amigo! Que tantas alegrias me deu.
Obrigado Anacleto por ter aprendido contigo a gostar, ainda mais, do nosso Clube."

Alberto Miguéns, in O Benfica

Abril na BTV

sexta-feira, 27 de março de 2015

Benfica mais perto do título

"No último sábado aconteceu uma série ininterrupta de acontecimentos paradoxais. Não vale a pena culpar o árbitro, mesmo que haja, e houve, erros em prejuízo do Benfica, pela derrota em Vila do Conde.
Estávamos a ganhar 1-0 e a jogar de uma forma em que quase todos prevíamos o pior.
A falta de Gaitán justifica, mas não explica tudo. O mérito do Rio Ave não pode servir para esconder alguns erros próprios. O Benfica não jogou bem, não soube sair de uma pressão alta, e nunca teve um fio de jogo como habitualmente tem.
Ainda mal refeitos da derrota, e com as contas do campeonato a complicar, o Porto depois de estar a vencer na Madeira mostrava ser sempre capaz de tranquilizar o rival e levar os seus próprios adeptos ao desespero.
Feitas as contas, estavam pior os adeptos portistas depois de empatar, que os adeptos benfiquistas depois de perder. Mesmo sem estar bem, o Benfica pareceu estar melhor ou menos mal que o seu opositor.
De facto foi uma derrota que colocou o Benfica mais perto do título. Agora faltam oito jogos, seis em Lisboa, cinco dos quais na Luz. Temos um calendário que terá de ser vencido com competência.
Já não há margem para mais deslizes, nem se pode contar com mais ofertas do nosso rival. Temos de voltar à qualidade que os permite chegar a mais um título, ao bicampeonato que os adeptos anseiam e merecem pelo apoio que nunca falta.
O Benfica ganhará se voltar a jogar bem. Não faltará o colinho dos adeptos nesta caminhada.
O castigo do seleccionador foi reduzido de forma substancial e há justiça na decisão. Se há consenso no futebol sobre Fernando Santos, é acerca do seu irrepreensível comportamento, e da sua ética e fair play. Esta decisão é mais equilibrada, sensata e justa."

Sílvio Cervan, in A Bola

E então?

"É óbvio que fiquei desiludido com a derrota em Vila do Conde. Sou adepto e não gosto de ver a minha equipa a vacilar. É perfeitamente normal que tenha atirado alguns impropérios para o ar, que tenha amaldiçoado um pontapé mal dado, uma perda de bola ou uma desatenção na defesa. Irritei-me com as decisões de arbitragem, apeteceu-me abanar a multidão que ficou em silêncio depois do golo do empate e não quis ver resumos do jogo durante o fim de semana. Tudo isto é normal quando se gosta tanto de um Clube.
Nos dias em que não ganhamos - e são cada vez em menos número - há daquela sensação de vazio, de um falhanço que é pessoal, apesar de saber que, mesmo com esta barriguinha, também eu não conseguiria marcar golo. Provavelmente todos nós teríamos metido mão à bola ou agarrado o adversário que corria para a baliza, mas isso só se sente algumas horas depois do sucedido. Naquele momento as reacções são como as repetições da Sport TV: não passam.
Faz parte do Desporto esta coisa do ganhar e perder, mas ninguém me venha dizer que não custa. É claro que o mal-estar é atenuado quando os outros - os que fazem a festa com a desgraça alheia, pelo menos desde a final de 1988 da Taça dos Campeões Europeus - também não conseguem os seus objectivos. Nesse caso, a desfeita é relativa, é matemática, apenas um grão na engrenagem. Os danos colaterais acabaram por ser mínimos: continuamos à frente, temos o maior número de golos e de vitórias e jogamos as próximas duas jornadas em casa, com paragem no campeonato antes disso. Sim, perdemos em Vila do Conde e então? Quem dera a todos os outros terem três pontos de avanço a oito jogos do fim."

Ricardo Santos, in O Benfica

Na frente!

"Se, por absurdo, em Agosto de 2014, no fim de uma pré-temporada angustiante, alguém nos desse a assinar um documento por via do qual, no início de Abril, o Benfica estaria a liderar o Campeonato com três pontos de vantagem sobre o segundo classificado, seria fácil recolher quase tantas assinaturas quantos os sócios e adeptos abordados.
Independentemente das expectativas que, num ou noutro momento, por este ou aquele resultado, foram sendo criadas, ninguém de bom senso esperaria que o presente Campeonato se transformasse num passeio - como, diga-se, de algum modo acabou por ser o anterior.
O plantel 'encarnado' sofreu entretanto muitas baixas, e o rival directo reforçou-se com exuberância. As forças equilibraram-se. E se este Benfica pôde continuar a vencer, não é justo exigirmos-lhe que o faça nadando num mar de facilidades.
A derrota de Vila do Conde foi dolorosa, mas não vai iludir os factos: estamos a fazer um Campeonato brilhante, e somos os mais sérios candidatos ao título. Perdemos uma batalha. Já havíamos perdido outras. Mas a guerra está aí, diante de nós, para ser vencida. Com agruras, com sofrimento, com avanços e recuos, com suor e com lágrimas. A nossa cor é de sangue, e a nossa história é de luta. Da Farmácia Franco aos heróis de Berna, de Eusébio e Coluna aos dias de hoje.
Não foi a choramingar que nos tornámos um dos maiores clubes do Mundo. Foi, sim, a reagir às adversidades com alma de campeão, e a erguermo-nos, mais fortes, de cada vez que tropeçámos.
Faltam apenas oito finais. Hoje é o primeiro dia do resto da temporada, e partimos na frente.
Força Benfica!"

Luís Fialho, in O Benfica

A seis vitórias (em Lisboa) do título

"Da euforia à depressão, com impaciência, angústia e incredulidade pelo meio, assim vivemos o final da tarde de sábado passado desde que Salvio inaugurou o marcador até que o árbitro terminou a partida, com o golo que deu a vitória ao Rio Ave a ser marcado no período de descontos. Bastaram umas horas para que as lamúrias e catastrofismo dessem lugar à esperança, e até algum entusiasmo, verificando o empate do FC Porto no reduto do Nacional.
Os fantasmas de um passado não muito longínquo pairaram na mente dos Benfiquistas, mas assim que terminou a partida na Madeira, foi lançado um dado interessante. Se o Benfica vencer os seis jogos que disputará em Lisboa (cinco na Luz e Restelo), será campeão nacional mesmo que não pontue nas deslocações ao Minho (Guimarães e Barcelos) e o FC Porto vença todas as partidas à excepção daquela e que defrontará o Benfica na Luz. Continuamos a ser o principal candidato ao título!
Entretanto, a senda de conquistas Benfiquistas em 2014/15 prossegue a bom ritmo (dos 14 títulos e troféus nacionais disputados pelos seniores masculinos das sete principais modalidades, 11 foram ganhos pelo Benfica). A nossa equipa de Basquetebol, sob liderança da glória Carlos Lisboa, acrescentou, ao Troféu António Pratas, Supertaça e Taça Hugo dos Santos, a Taça de Portugal, numa temporada que se tem revelado perfeita, faltando apenas atingir o principal objectivo, o 'tetra' no Campeonato Nacional. O domínio 'encarnado' na modalidade nos últimos anos (cinco campeonatos em seis épocas) faz lembrar as grandes equipas dos anos 90, com as quais cresci a admirá-las e percebi de que fibra são feitos os grandes campeões."

João Tomaz, in O Benfica

O silêncio é de ouro

"Estava a chegar a Maputo para o Congresso Luso-Moçambicano de Direito, quando a derrota do Benfica frente ao Rio Ave se apresentou como uma enorme surpresa. E não só minha: nas ruas de Maputo, nas principais avenidas da cidade e junto dos principais hotéis, portugueses e moçambicanos faziam a análise e denotavam a estupefacção perante o ocorrido. Para uma vasta maioria, uma noite de tristeza mas concomitantemente de esperança numa vitória final ainda mais saborosa.
O que surpreendia todos, inclusivamente os desatentos turistas era o incompreensível sentimento de euforia portista que, de repente, trouxe alguns adeptos para as ruas. Parecia uma vitória na Luz frente ao Benfica ou o acesso às meias finais da Liga dos Campeões. Mas não, era simplesmente a derrota... do Benfica.
O próprio Lopetegui acabou contagiado por esta onda de alucinação temporária, apressando-se a afirmar que, agora, dependem apenas deles próprios e de mais ninguém. Claro que, logo a seguir, o FC Porto empataria com o Nacional e essa onda começou a esbater-se. Nas ruas de Maputo, desapareceu por completo. Aliás... desapareceu por completo em todas as avenidas de todos os países da extensa Lusofonia. O que ficou então?
Ficou a euforia dos nossos adversários com a nossa derrota, como meninos à espera de um percalço. Ficou a histeria temporária perante a possibilidade de uma aproximação inesperada ao líder... e que resultou, no final do dia, em apenas mais um ponto, depois de uma malograda exibição frente ao Nacional.
Daqui só pode resultar um conselho vivo para o treinador e a estrutura dirigente do Futebol Clube do Porto: prezem o silêncio, pois na maior parte das vezes é de ouro. E, mesmo quando não é, salva-vos ao menos de sofríveis embaraços públicos."

André Ventura, in O Benfica

Lisandro em Alta...

quinta-feira, 26 de março de 2015

As grandes fugas são a deslizar

"O Porto acabou com carrada de nervos porque quem dá a última barraca fica mais exposto. Além da frustração suplementar que daí advém. Isto não é estrelinha de campeão?

1. CORRENDO, e com muito gosto, o risco de uma deficiente interpretação por parte do público em geral venho afirmar perentoriamente que este Benfica de 2014/2015 tem estrelinha de campeão.
E faço questão de o repetir. Tem estrelinha de campeão, tem.
Se tem estofo ou não, veremos mais tarde. Mas estrelinha tem.
É que, excepção feita ao Benfica propriamente dito, correu tudo maravilhosamente bem para os interesses do Benfica no último fim-de-semana.
Veja-se, por exemplo, o que se passou de extraordinariamente benfazejo para as nossas cores entre as seis da tarde e as dez e picos da noite no sábado passado.
Calhou até ao Benfica ter a sorte do jogo em Vila do Conde onde, antes ainda da meia hora, já ganhava por 1-0 e tinha visto Marcelo e Hassan, dois dos mais influentes jogadores da casa, a sair de maca do relvado depois de terem caírem redondos no chão sem que ninguém lhes tocasse.
Foi o Benfica a Vila do Conde, é verdade, desprovido do seu mais influente jogador, Nicolas Gaitán, mas não demorou muito o Rio Ave, em desvantagem no marcador, a ver-se privado dos seus esteios da defesa e do ataque como que por artes mágicas.
E que equipa de futebol no seu perfeito juízo não se aproveitaria de uma benesse destas?
A nossa, precisamente.
E, no entanto, no jogo que se seguiu no Funchal continuaram as coisas a correr com muita felicidade para o lado do Benfica.
O Porto, que era suposto ganhar, acabou empatado e com uma gritante carrada de nervos em cima porque, nestes transe, quem dá a última barraca fica mais exposto à crítica. Já para não mencionar a frustração suplementar que daí advém.
Isto é ou não é ter estrelinha de campeão?
Perguntar-me-ão e com toda a propriedade:
- Mas se correu tudo assim tão bem para o Benfica em Vila do Conde e na Região Autónoma da Madeira, por que bula papal é que veio o Benfica a perder o jogo com o Rio Ave?
O que correu mal afinal ao Benfica?
A explicação é simples.
Ser-vos-á comunicada no ponto 5 deste artigo.
Agora preciso de desanuviar com temas ligeiros.

2. A UEFA recomendou vivamente às oito equipas em prova na Liga dos Campeões que evitem pressionar os árbitros nos jogos que se avizinham.
E tão vivamente recomendou a UEFA, pela voz de Pierluigi Collina que é a autoridade na matéria, que chegou ao ponto de ameaçar com sanções os emblemas prevaricadores. Posto isto, quase de certeza que a Europa não vai ouvir o Lopetegui a falar latim.
O espanhol é atrevido mas só de Badajoz para a esquerda (isto se tivermos à frente o mapa).
De Badajoz para a direita, na Europa, não se atreve.

3. A evidência da semana a intrometer-se sem pedir licença:
- Mas não há “Manel” que faça de Gaitán?
- Não. Não há.

4. DE volta a assuntos fúteis: Entre os três assumidos candidatos ao título apenas o Sporting ganhou no último fim-de-semana. Foi uma festa, naturalmente.
Não só porque os rivais não ganharam como também porque, mais do que uma bela vitória em Alvalade, tratou-se de uma goleada por 4-1 sobre o adversário que, na primeira volta do campeonato, tinha imposto ao Sporting uma derrota por 3-0.
No entanto, se no lugar de contarem para o campeonato estes dois jogos entre o Sporting e o Vitória de Guimarães contassem, por exemplo, para uma meia-final da Taça de Portugal o resultado prático seria a eliminação do Sporting e a consequente qualificação do Vitória de Guimarães graças ao golo “fora” de Kanu aos 83 minutos de jogo.
Utilizando despudoradamente a imaginação uma pessoa pode sempre pairar acima, muito acima, dos estrondosos sucessos dos rivais.

5. O que correu mal ao Benfica em Vila do Conde foi o facto de o propriamente dito Benfica não ter corrido rigorosamente nada ao longo de 90 minutos de jogo contando com os 5 minutos do tempo de compensação.
Nos primeiros 5 minutos do jogo o Benfica ainda correu uma vez e logo marcou. Salvio correu, Pizzi lançou-lhe de longe uma bola em perfeitas condições e, sem parar de correr Salvio enganou o guarda-redes adversário fazendo o golo.
Foi uma grande alegria no campo e nas bancadas. Depois disto o Benfica parou. Na época passada o Benfica até tinha equipa para parar o jogo sempre que lhe apetecesse, trocando a bola entre os seus elementos até ao desgaste total do adversário e para nosso enorme deleite.
Mas metade dessa equipa partiu e, actualmente, o Benfica não se pode dar ao luxo de gerir resultados tangenciais só à base de intelecto. Esta é uma temporada trabalhosa em que o Benfica se perde velocidade, perde o jogo.
Estas coisas do futebol só podem correr mal a quem não corre e a quem, aparentemente, confia de modo excessivo na tal estrelinha de campeão que tão generosamente brilharia na Pérola do Atlântico duas horas mais tarde.
Sobre o pormenor de Gaitán não ter jogado nem em Paços de Ferreira nem em Vila do Conde conhecendo-se os resultados, recomendo que voltem ao ponto 3 deste artigo.
Se, pelo contrário, vos continua a interessar o tema já estafado das correrias e da ausência delas, recomendo o ponto 8 deste artigo.
Talvez possa contribuir modestamente para a clarificação destes assuntos tão aborrecidos de que me pretendo distrair regressando, rapidamente, a tópicos ligeiros de cariz filosófico e internacional.

6. O Arsenal de Londres foi eliminado pelo Mónaco e o treinador do Arsenal veio clamar pelo fim da regra de desempate através do número de golos marcados 'fora'. Arsène Wenger apelou à UEFA para pôr cobro a 'essa regra obsoleta' de que o próprio foi vítima na semana passada.
Obsoleto estará o Wenger, com o devido respeito. A invenção desta eficientíssima regra de desempate premiando a ousadia em circunstâncias adversas veio conferir um imenso interesse às provas com eliminatórias.
Para além de o momento da sua cognição plena marcar a passagem do estado intelectual de adepto infantil para o estado intelectual do adepto adulto. Dá-se, normalmente, entre os 9 e os 11 anos de idade.
- O Fulaninho já percebeu aquilo do golo fora valer a dobrar.
- Está um homem feito.
É sempre, sempre uma alegria para a família.
Ou seja, o adepto passa directamente da infância à idade adulta sem passar sequer pela adolescência graças a esta maravilhosa regra toda ela em prol da inteligência.
É também por coisas destas que o futebol arrasta multidões e é disto que o Arsène Wenger quer dar cabo. 

7. O Benfica deslizou em Vila do Conde, é verdade que deslizou ao comprido.
Confio, não obstante, com firmeza na ginástica e na literatura para a revalidação do título.
Em primeiro lugar porque vai ser precisa muita ginástica para se lá chegar depois destes últimos deslizes e em segundo lugar porque Victor Hugo escreveu numa página de Os Miseráveis que «as grandes fugas são a deslizar».
Frase que sempre me foi enigmática e de que só atingi pleno o alcance depois dos acontecimentos recentes de Paços de Ferreira e de Vila do Conde.
A realidade é que já deslizámos o que havia para deslizar. Agora só falta mesmo é fugir. Para a frente, evidentemente.

8. CORREM os adeptos do Benfica às centenas, aos milhares de quilómetros por estradas e caminhos e eles sempre a correr atrás de um objectivo, correm o país todo, correm para as bilheteiras, almoçam a correr, pagam tudo do bolso (e não é pouco) e o mínimo que esperam, em retribuição disto tudo, é que a equipa corra não tanto quanto eles, porque isso é impossível, mas que corra o suficiente para fazer valer esta correria louca de milhares atrás de uns poucos.
Quanto a ter ou não ter estofo de campeão, os adeptos têm.

9. É pura superstição, reconheço-o envergonhadamente, mas ninguém me consegue fazer desacreditar que, por si só, a presença do avançado Jonathan Rodriguez no “banco” seria uma poderosa motivação para o onze em campo, nomeadamente para os titulares das linhas média e ofensiva da equipa eleita pelo treinador. 
E não me refiro à equipa B"

Leonor Pinhão, in A Bola

Ainda a linguagem

"Retomo o tema de ontem. Agora em versão bélica.
Começo por expressões, de cariz guerreiro para o movimento da bola: tiro, em vez de pontapé e arremesso para um lançamento lateral. Os braços tornam-se letais, com a curiosidade de, através das mãos, a imprevisibilidade do arco ser acrescida. Maxi Pereira pode abrir escolinha só para arremessos quando deixar de jogar à bola. Até lá que continue a dar trabalho aos adversários que, à míngua de argumentos sobre a eficácia do dito arremesso, o acusam de uma das chuteiras estar um milímetro que seja acima da relva.
O tiro também pode ser petardo ou em versão mais impiedosa, bomba. Ou, para marcar um golo com raiva, fuzila-se o guarda-redes, depois do intenso fogo cerrado. Até os postes mudaram de matéria-prima: agora são, em jeito belicista, os ferros. Há ainda a versão futebolista do míssil terra-ar: pontapé para a atmosfera. Ou dos desajeitados contendores com chutos de meia bola e força! Ou, ainda, dos distraídos que pontapeiam de bicicleta! Ou dos que, prevenidos, antes de pontapear fazem um túnel. Um jogo pode ser uma batalha ou, pior um massacre, sobretudo quando se alcandora o adversário à categoria de inimigo. Os treinadores escondem a estratégia de ataque. Às vezes para furar o bloqueio, lançam mãos de armas secretas ou metem a carne toda no assador. Por isso, há quem deixe a pele no terreno. Como última solução: uma chicotada.
Se entrincheirado na defensiva, reage-se com contragolpe mortífero que apanhe o adversário fora das posições. É fatal num prolongamento, pois pode originar a morte súbita.
Aguenta coração!"

Bagão Félix, in A Bola

Benfica já sente os tempos de crise

"O Benfica está ansioso pelo regresso de Gaitán. De facto, as estatísticas parecem confirmar a excepcional importância do internacional argentino, de 27 anos, na equipa liderada por Jorge Jesus. Foi nos jogos em que não esteve presente, quer por lesão, quer por castigo, que o Benfica perdeu todos os pontos neste ano de 2015. É demasiado evidente para se tratar, apenas, de uma coincidência.
O facto, pois que é de um facto que se trata, demonstra a qualidade do jogador, mas também a exiguidade de soluções deste Benfica. Para alguns lugares, Jesus tem conseguido bons disfarces. Basta ver os casos de Pizzi e de Samaris. Mas a verdade é que este plantel do Benfica está mais pobre e com mais limitações nos momentos em que precisa de substitutos à altura dos titulares.
A explicação não está na menor atenção dos responsáveis da SAD e, em especial, do seu presidente. Vieira tem a noção clara de que é preciso começar a desinvestir em jogadores consagrados, porque nenhum clube, em Portugal, pode continuar a virar as costas à crise financeira do País, em especial, num tempo em que não pode continuar a haver ambiguidades na relação com os bancos e em que os fundos financeiros têm forçosamente de deixar de ser meios de colocação de grandes jogadores em trânsito.
O aviso que ouvimos do presidente do Benfica era mesmo a sério. O Benfica vai ter de apostar mais na formação e menos na escolha de futebolistas internacionais com qualidade já comprovada. O clube não pode gastar tanto dinheiro com o seu futebol profissional por puro realismo. Nestas condições, a reconquista do título de campeão seria épica, tanto mais que o FC Porto ainda pretende adiar o inevitável impacto da mesma crise."

Vítor Serpa, in A Bola

A mão invisível

"Maxi Pereira fez o óptimo lançamento lateral de que resultou o primeiro golo do Benfica no Dragão; mas fez também o péssimo e descuidado lançamento de que resultou a derrota do Benfica em Vila do Conde.
Del Valle, jogador do Rio Ave, marcou um golo difícil que deu a vitória à sua equipa contra o Benfica; Lucas João, jogador do Nacional, falhou escandalosamente duas horas depois um golo facílimo que daria a vitória ao seu clube contra o FC Porto.
O futebol é feito destes momentos, sorte e azar, inspiração e desinspiração, concentração e desconcentração - e isso é incontrolável. As previsões e análises 'científicas' que se fazem sobre os jogos serão sempre incompletas, porque não podem ter em conta os imponderáveis resultantes da condição humana. Uma táctica pode ser perfeita, mas basta um lançamento lateral mal feito ou um pé mal colocado no momento do remate, para deitar tudo a perder. E nenhum treinador do Mundo, nem nenhum comentador, pode prever os lances que por vezes decidem os jogos.
Neste campeonato, o Benfica já teve o título na mão, depois da derrota do Porto contra o Marítimo, o FC Porto já teve o título à mercê, depois da derrota do Benfica contra o Rio Ave, e tudo continua em aberto.
Quando o título parece prestes a decidir-se, acontece uma cambalhota e tudo volta atrás. Uma mão invisível parece mexer os cordelinhos do campeonato com um objectivo preciso: fazer com que o Benfica e FC Porto entrem no Estádio da Luz, para disputar o superclássico, com a possibilidade de serem campeões. Tal como numa prova a eliminar, o campeonato decidir-se-á num só jogo."

Pizzi 360º

quarta-feira, 25 de março de 2015

Perfeição !!!

Benfica 3 - 0 Ravenna
25-20, 26-24, 25-19

Creio que ninguém esperava um 3-0 neste jogo. Os mais optimistas, acreditavam na vitória, mas 3-0... !!!
É impossível destacar um jogador, ou um momento no jogo, a equipa esteve perfeita. A defender, na distribuição, no ataque e no bloco... Grande espectáculo, com o pavilhão praticamente cheio, com os jogadores alegres (os nossos!!!), e até com uma boa arbitragem (só foi demasiado condescendente com os protestos Italianos!!!).

A Liga Italiana é uma das mais fortes do Mundo. O Ravenna é um histórico, que este ano anda pelo meio da tabela, mas em termos de orçamentos, são realidades completamente diferentes. Não sei se o Ravenna joga sempre, assim, mas hoje tiveram quase sempre mal na defesa, e foi aí que o Benfica ganhou o jogo. O bloco, o serviço, e o ataque dos Italianos são fortes, com destaque para o puto Esloveno, mas com más recepções não se ganham jogos...!!!

Só necessitamos de vencer 2 Set's em Ravenna. Apesar deste resultado, e desta exibição, acredito que as dificuldades vão ser muitas, até porque como vimos hoje, os Italianos sabem pressionar os árbitros, e em casa, vai ser 'dose', seguramente!!!

O Perini fez uma grande exibição, mesmo condicionado num tornozelo. Com o Vinhedo ainda lesionado, espero que o Perini não tenha sequelas do esforço desta noite. Até porque a 2.ª mão, é já no Domingo. Seria uma tremenda traição do destino, se não tivermos Distribuidores no Domingo!!!

Parabéns ao Prof. Jardim, e a todos os jogadores, Gaspar, Roberto, Flávio, Honoré, Zelão, Ivo, Perini... e mesmo os que ficaram no banco. Grande noite. Talvez o melhor jogo de Voleibol que alguma vez uma equipa do Benfica executou!!! O sonho comanda a vida, e no Benfica não existem vitórias morais... Estamos a um passo de concretizar uma Final Europeia inédita, na História do Clube. Vamos a eles...!!!

Mais um passo...

Sanjoanense 1 - 4 Benfica

1.ª parte fraquinha, mesmo assim o Nicolia adiantou o marcador... mas quando entrou o 'segundo' cinco, defendemos mal, e permitimos o empate. Outra condicionante do jogo, foi mais uma vez os apitadores: ainda antes do intervalo já tínhamos 10 faltas, com o Trabal a defender o LD...
No 2.º tempo a palhaçada das simulações dos adversários continuou, mas o Benfica esteve melhor... e quando na 15.ª falta a Sanjoanense podia aproximar-se, mas o Trabal teve a ajuda dos postes por 2 vezes na mesma jogada!!!
Depois da eliminação Europeia do último fim-de-semana era importante um resultado positivo, para irmos para o sprint final do Campeonato com toda a confiança...

Mais um obstáculo ultrapassado, mais 3 pontos, vamos receber a Juventude de Viana na Luz na próxima jornada, será o regresso do Zorro... temos que ter cuidado. E logo a seguir, novamente na Luz, recebemos os Corruptos, naquele que pode ser o jogo do título (em caso de vitória nos dois jogos...). Se isso não acontecer, acreditem que a deslocação a Valongo será muito complicada!!! Tal como aconteceu no último título, a última jornada é com os Tigres de Almeirim, espero que seja um bom prenuncio!!!

Nos últimos dias confirmou-se alguns rumores: o Tuco e o Carlitos vão sair na próxima época. Acaba por ser natural, as equipas precisam de sangue novo... os reforços ainda não são oficiais, mas parece que vamos continuar a ter um plantel muito forte. Mas até ao final da época, ainda temos dois títulos para conquistar...

Expressões em uso, desuso e reciclagem

"Há expressões que sempre achei curiosas no futebol. Umas já em desuso, outras nem tanto e outras ainda em reciclagem. Ao correr do teclado, lembro-me da palavra cacho quando se marca um um canto ou um livre junto à área. Não de uvas sumarentas, mas de jogadores que se elevam engalfinhados para, em função de ataque ou de defesa, cabecear, empurrar ou simplesmente estorvar.
Outra palavra já pouco usada, é a de tento referindo-se a um golo. Golo que se tenta ou tento que se confirma.
Lembro-me, ainda,  do pundonor, do gabarito, do engenho e da codícia, palavras amiúde repetidas em conjunto e com que me deliciava ouvindo os locutores radiofónicos dos jogos. Ou de um remate mal-intencionado, expressão que sempre achei dúbia para qualificar um pontapé perigoso que até poderia dar golo. Mal-intencionado porquê e para quem?
Já agora, com o desenvolvimento do futebol feminino, não será melhor alterar a expressão marcação homem a homem para lhe dar um léxico mais consentâneo com a tão invocada perspectiva de género: marcação pessoa a pessoa ou até marcação atleta a atleta (pois que atleta... tanto dá para homem como para mulher)?
E o que dizer de um jogador amarelado? Estará com icterícia? E se for chinês ou japonês, que cor se deverá usar? E nos dias de chuva, não será um desperdício ecológico falhar de chuveirinho? E uma folha seca fora de Outono não será batota? E cavar uma falta não será um pouco tétrico? E marcar um golo do meio da rua será possível agora com a espuma que os árbitros usam para medir as distâncias? E que dizer dessa ambígua expressão de um buraco no meio campo?"

Bagão Félix, in A Bola

Rabo escondido e gato à mostra

"A última jornada do campeonato também vai ser recordada por mais um caso à portuguesa, daqueles de gato escondido com rabo de fora. Na verdade, se considerarmos que alguma coisa ainda se consegue esconder é apenas o rabo, porque o gato está à vista de todos.
A dois dias de receber o FC Porto, o Nacional estranhou não ver no mapa de castigos o nome do seu jogador Tiago Rodrigues, que tinha completado sequência de cinco amarelos. O Nacional perguntou à Federação se poderia ou não utilizar o jogador, que está no plantel emprestado pelo FC Porto. Responderam que sim, que Tiago, um dos mais influentes na equipa, estava em condições de jogar porque os cartões que tinha visto pela equipa B não eram contabilizados na equipa principal. O que aconteceu depois foi que Tiago Rodrigues não jogou mesmo, mas por causa de uma gastroenterite que o impediu de defrontar o clube ao qual na realidade pertence. Impossível não estabelecer uma relação entre este e outros casos, como o que sucedeu antes do jogo do Belenenses com o Benfica, também esta temporada. Miguel Rosa e Deyverson, jogadores do clube do Restelo com ligação ao Benfica (caso ainda mais grave, pois já pertenciam ao Belenenses), ficaram impedidos de jogar esse jogo, sem que qualquer justificação clara tivesse sido apresentada.
E podemos recordar também o que se passou com Tó Zé o ano passado, quando o jogador do Estoril, cedido pelo FC Porto, foi a figura no duelo entre os dois clubes e marcou um penalty que fixou em 2-2 o resultado. Tó Zé foi confrontado no final por responsáveis portistas e de forma inqualificável. Se o miúdo tivesse falhado está bom de ver o que iriam dizer dele...
Está na hora destas situações terminarem e não é complicado fazê-lo, pelo menos no caso das cedências. Bastará colocar nos regulamentos que emprestados não podem defrontar o clube que os empresta; e acrescentar número limite de empréstimos de um clube a outro. Assim fica tudo à mostra, o gato e o rabo."

Nélson Feiteirona, in A Bola

PS: Só não percebo porque é que o caso do Rosa e do Deyverson é mais grave!!! Se o problema é não serem emprestados, então os amarelos 'convenientes' ao André Simões, ao André André, entre muitos outros- jogadores sem qualquer relação oficial com os Corruptos... -, são muitíssimo mais grave?!!!
Recordo que o Rosa e o Deyverson foram gratuitamente para Belém; com o Benfica a salvaguardar uma futura venda; o Benfica não proibiu a sua utilização; mas se jogarem, então paguem!!! Qual é o problema?!!!

Critérios

O que são critérios? Talvez uma nova modalidade do colinho...http://aminhachama.blogspot.pt/2015/03/a-arbitragem-tuga.html

Posted by Minha Chama on Quarta-feira, 25 de Março de 2015

terça-feira, 24 de março de 2015

Fazia tanto calor no Campo Grande...

"Há dez anos que o Benfica não conquistava um título. Nessa final do Campeonato de Portugal, defrontou e venceu o Barreirense por 3-1 após prolongamento. Estávamos no dia 1 de Junho de 1930 e a multidão explodiu de entusiasmo.

Iniciada na pretérita semana eis que continuamos a debruçar-nos sobre as «taças esquecidas» do Benfica, os tais Campeonatos de Portugal conquistados em 1929/30, 1939/31 e 1934/35. Já vimos como se disputou esta competição e como passou, a partir de 1938/39, a designar-se por Taça de Portugal. Portanto, há que juntar ao espólio encarnado três troféus de Campeão de Portugal ou, se quiserem, mais três Taças de Portugal, passando das 25 normalmente contabilizadas para 28. Infelizmente, tais vitórias têm caído no olvido e fugido aos registos.
Registo-as eu. Aqui nestas vossas páginas.
Vamos, então, até ao dia 1 de Junho de 1930. No Campo Grande, defrontaram-se Benfica e Barreirense para a final da 9.ª edição do Campeonato de Portugal. Final absolutamente inédita já que nenhum dos clubes tinha atingido até aí a decisão da prova.
Para o Benfica tratava-se de uma questão de honra: afinal o Sporting (uma) e o Belenenses (duas) já tinham arrecadado a taça, assim como o FC Porto (duas), Marítimo, Carcavelinhos e Olhanense.
Como a primeira edição fora disputada somente por FC Porto e Sporting (campeões regionais de Porto e Lisboa, ficando de fora os campeões da Madeira e do Algarve), e as quatro edições seguintes ficaram restritas aos campeões de cada associação, só em 1926/27 (com o alargamento da prova) o Benfica participou no Campeonato de Portugal: seria eliminado pelo Belenenses (0-2) nas meias-finais.
Em 1927/28, nova meia-final, contra o Carcavelinhos, derrota por 1-3.
Em 1928/29, nada melhor do que os oitavos-de-final: frente ao Belenenses, 2-3.
Em 1929/30, sim, finalmente! Finalmente a final.
E para lá chegar, vitórias sobre o União Operária (8-1), Casa Pia (2-0 e 2-2), Carcavelinhos (4-2 e 0-2), com 7-0 no desempate) e União de Lisboa (1-0 e 1-1).
Seguia-se o Barreirense que eliminara o União de Coimbra (3-0), Boavista (3-1 e 7-2), Espinho (5-2 e 5-0) e Belenenses (1-1 e 3-2).
Não havia um único lugar vago!
Expliquei aos meus pacientes leitores, na última crónica publicada, que usei e abusei da leitura de Ricardo de Ornellas, esse enorme jornalista para ficar a saber algo mais sobre esta competição, a primeira verdadeiramente nacional que se disputou em Portugal.
É ele que fala com entusiasmo desse ano do regresso do Benfica aos títulos e do grande espectáculo do Campo Grande que obrigou a prolongamento. Não havia um único lugar vago.
Lamentava-se a ausência de entidades oficiais, governantes de peso, de estadão.
Falava-se da final da Taça do Rei, na véspera, em Barcelona, com vitória do Athletic Bilbao sobre o Real Madrid (3-2), tendo a família real presente.
Depois foi o jogo. Que rico jogo.
Início de domínio barreirense, com jogadas de muita técnica que a defesa 'encarnada' se via em palpos de aranha para desfazer.
E um golo a premiar tal desempenho. Autor? Correia.
Depois a reacção do Benfica, com alma e vontade. E poder de remate. Bolas na trave, defesas valorosas de João Câmara, o golo do empate por Dinis.
Sobreveio o cansaço com o decorrer dos minutos. Estava calor em Lisboa, nesse início de Junho. Alguns jogadores pareciam esgotados.
O tempo corria com lentidão e o jogo também.
Vinha aí um castigador prolongamento.
«E aí o Benfica foi o Benfica das grandes tardes. O Benfica que empolga e faz entusiasmar a multidão. Sentiu-se vencedor, meteu uma bola e não desanimou, queria mais, queria vencer por mais 'score' o seu adversário. Não descansou, não empregando o batido 'truc' da bola para fora. E outro 'goal' surgiu. Estava o triunfo consolidado, estava ganho o encontro. Estava proclamado o Campeão de Portugal de 1930 o velho Sport Lisboa e Benfica».
Como eram curiosos os textos da época. E continuava a prosa encomiástica...
«Há dez anos que o Benfica não sabia o que era ser campeão. Esteve muitas vezes próximo do título de campeão de Lisboa e nunca o conseguiu. Ontem, vencendo as inúmeras crises que o têm assoberbado, conquistou brilhantemente o título máximo do 'foot-ball' português. Os seus homens ontem batalharam na medida máxima das suas forças. Desde o guarda-redes ao ponta-esquerda todos se esforçaram por alcançar a vitória».
O árbitro dava pelo bucólico nome de Silvestre Rosmaninho.
Os golos foram de Correia e Dinis, no tempo regulamentar, e de Manuel de Oliveira e Guedes Gonçalves no prolongamento.
Os barreirenses lamentavam-se pela final perdida. Já tinham vencido nesse ano o Belenenses (5-3), o Sporting (5-1) e o próprio Benfica (4-2), sempre em Lisboa. No quarto e mais importante desafio, viam-se derrotados. Voltariam a nova final, em 1933/34, mas seriam batidos pelo Sporting.
Quanto ao Benfica, não foi preciso esperar muito. Bastou um ano apenas para repetir a final e a vitória, a única dobradinha da história dos Campeonatos de Portugal com este nome.
O episódio segue dentro de momentos...
BENFICA: Dyson; António Pinho, Jorge Teixeira; Aníbal José, João Oliveira, Vítor Hugo; Augusto Dinis, Mário Carvalho, Jorge Tavares, Guedes Gonçalves, Manuel Oliveira.
BARREIRENSE: João Câmara; Falcão, José Fonseca; José João, Álvaro Pina, Carvalho; Raúl Jorge, Pedro Pireza, Correia, João Pireza, Bento.

Afonso de Melo, in O Benfica 

O problema de sempre

"Não restam dúvidas de que o Benfica de Jesus é temível quando engata aquele carrossel ofensivo que asfixia os adversários. Também é sabido que se trata de uma formação que, de quando em quando, é capaz de defender sem bola, para depois lançar contragolpes letais (foi assim este ano no Dragão). Mas há cinco anos que se sabe também uma outra coisa: estamos perante uma equipa incapaz de controlar um jogo com posse de bola. No fundo, o Benfica ou ataca ou defende sem bola, quando procura pautar o ritmo do jogo; adormecendo-o e mantendo o controlo da bola, a equipa falha.
Bem pode Jesus queixar-se da arbitragem, mas em Vila do Conde manifestou-se uma debilidade que acompanha a equipa há algum tempo: a incapacidade para gerir uma vantagem. O problema, por estranho que possa parecer, foi mesmo o golo madrugador. O que não seria problemático, caso a equipa tivesse continuado a atacar, procurando o segundo golo. Mas como, por motivos insondáveis, a opção foi deixar passar o tempo, quase abdicar de atacar e fazer uma gestão imprudente da vantagem, no final aconteceu o que vinha sendo anunciado: a derrota e, de longe, a pior exibição da temporada.
E, ao contrário do que foi sugerido nas análises à partida, a mudança do sentido de jogo não ocorreu apenas na segunda parte. Durante a primeira metade já se pressentia um Benfica apático, que pareceu estar sempre a jogar em inferioridade numérica no meio-campo e que foi incapaz de esticar o jogo, aproveitando os espaços que um Rio Ave a pressionar alto oferecia.
Mas como nem tudo pode ser mau, não só o que se passou no Estádio dos Arcos deve servir como aprendizagem para os oito jogos em falta (dos quais seis são em Lisboa), como ao FC Porto faltou o estofo de campeão, que surge precisamente nos momentos em que é possível aproveitar as falhas dos adversários."

segunda-feira, 23 de março de 2015

Lixívia XXVI

Tabela Anti-Lixívia:
Benfica............... 65 ( 0) = 65
Corruptos........ 62 (+13) = 49
Braga................ 47 (+1) = 46
Sporting.......... 56 (+10) = 46


Eu sei que muitos Benfiquistas, não gostam de falar de arbitragens, quando o Benfica joga mal. Mas a qualidade de jogo do Benfica, e as decisões do treinador, não são variáveis que estejam ligadas às decisões dos árbitros. Os erros, são erros, independentemente da qualidade de jogo do Benfica. E os erros que condicionam os resultados, não são só penalty's mal marcados, ou golos mal anulados, ou vice-versa... A forma como os árbitros permitem (ou não...) a agressividade defensiva de determinadas equipas, contra determinados adversários, é fundamental, e decisivo nos resultados das partidas...

Esta época em 3 jogos com o Marco Ferreira, perdemos dois (num total de 3 derrotas...)!!! E mesmo no que ganhámos, no Bessa, tivemos muitas dificuldades... além do penalty sobre o Jara, permitiu muita agressividade... Aliás no Bessa só os fiscais-de-linha estiveram bem, para azia dos Anti´s!!! Em Braga, foi um massacre: patadas impunes sucessivas, várias expulsões perdoadas, pelo menos três... e 2 penalty's na área do Braga (pelo menos dois, porque a PorkosTV não quis mostrar repetições de outro lance...).
Isto depois do ter apitado a 1.ª mão da Meia-final da Taça de Portugal, do ano passado, onde as agressões bárbaras ao Fejsa e ou Salvio passaram impunes...!!! Depois de ter arbitrado um Sporting-Benfica (onde o Cardozo fez um hat-trick mas o Rascord só atribuiu um golo ao Tacuara), onde fez uma boa arbitragem, ficou com a fama de ser um 'bom' arbitro!!! A partir desse jogo, tem sido uma vergonha... Aliás, os nossos adversários, hoje, sabem, que com Marco Ferreira num jogo do Benfica, vão ter autorização para bater em tudo o que mexe, e não serão expulsos... Isto é tão verdade, que os nossos adversários, durante a semana, preparam a estratégia para o jogo, adaptada ao Marco Ferreira!!!
Ao fim de 1 minuto em Vila do Conde, já o Benfica tinha sofrido três faltas, sendo que só a terceira foi marcada!!! O jogo estava lançado... No resto do jogo a proporção manteve-se!!! É verdade que o Benfica marcou cedo, mas o jogo não mudou... Aos 9 minutos, já o Lion batia no tendão de Aquiles do Talisca, impunemente (repetiu a dose várias vezes durante o jogo... ) e ainda cortou uma bola com a Mão, mais uma vez impunemente. Quem conhece estas personagens sinistras do Tugão, ficou logo a saber que seria muito complicado algum jogador do Rio Ave levar um cartão antes dos 60 minutos... e foi isso que aconteceu!!! O Ukra, que já merecia um Amarelo, por uma falta anterior, agride violentamente o Samaris: falta clara para Vermelho directo, levou Amarelo (curiosamente, ouvi o Manuel Queiroz na Antena 1, em directo, a chorar, indignado, já que para ele, este Amarelo, era exagerado!!!). E isto repetiu-se com o Prince, o Tarantini, o Tiago Pinto, todos com amarelos perdoados... Sendo que o Lion e o Ukra fizeram mais do que o suficiente para serem expulsos... Mas com a vergonhosa campanha que tem sido feita contra as expulsões dos adversários do Benfica, e com o Marco Ferreira a apitar, isso seria impossível... Nem com um jogador do Benfica com duas pernas partidas...!!!
É preciso não esquecer, que enquanto os jogadores do Rio Ave batiam em tudo o que mexia, os jogadores do Benfica quando sopravam nos jogadores do Rio Ave, a suposta falta era imediatamente marcada. O melhor exemplo é a suposta falta sobre o Ukra, no livre que acabou no penalty contra o Benfica. O mergulho foi descarado, é impossível alguém de boa consciência, marcar falta num mergulho, tão mal dado... Mas é uma característica habitual nos jogos do Benfica: como em 'jogo jogado' é muito difícil chegar à baliza do Benfica, os nossos adversários apostam tudo nos livres laterais (e cantos)!!! Este erro, foi fundamental, porque mudou completamente o jogo... muito dificilmente o Rio Ave marcaria o 2.º golo, naquelas circunstâncias, com o Benfica a vencer por 1-0...
Ao contrário do que o Jesus disse, a expulsão do Luisão foi justa... o Eliseu não chegava lá (só o parvo do MST deve concordar com o Jesus!!!), a única variável que poderia dar razão ao Jesus, era a posição do Júlio César, já que o Tiago Pinto adiantou tanto a bola, que seguramente não chegaria a tempo... Mas o Vermelho é bem mostrado.
No 2.º golo do Rio Ave, o fora-de-jogo do Tarantini é posicional... não impediu o Júlio César de se fazer à bola...
O critério de Mão na Bola, é sempre difícil de julgar. A lei fala, em acto deliberado, mas em Portugal 'temos' outro critério!!! As leis do futebol são universais, mas ignorar que em Portugal temos um critério diferenciado, é tapar os olhos:
- Não acredito que o Samaris tenha deliberadamente, tentado jogar a bola com o braço, mas foi imprudente, e em Portugal, nestas situações, marca-se penalty...
- A bola vai ao braço do Jardel, involuntariamente, num mau corte do Luisão. É fora da área, e não foi deliberado...
- A bola vai ao braço do Salvio. O Toto tem o braço junto ao corpo, em Portugal, normalmente não se marca: excepto o Proença... contra o Benfica!!!
- A bola vai ao braço do Vilas-Boas, também acho que não é penalty, porque o braço está junto do corpo, lance idêntico ao do Salvio. Mas é curioso, como é que o lance do Salvio aparece nos resumos, e do Vilas Boas desapareceu das analises!!!
Conclusão: jogo totalmente condicionado com o critério disciplinar e técnico... Lances mais polémicos quase sempre bem decididos, excepto o tal livre, que acabou em penalty, e que deu o golo do empate!!!
Como já afirmei, acredito que este golo mudou a toada do jogo... mas para não ser muito 'radical' na analise, dou empate ao Rio Ave, na Tabela...

No Choupana, o caso do jogo, foi a ressaca da amarelinha!!! Depois de ver os Corruptos contra o Basileia, é impossível ignorar o desempenho físico, dos mesmos jogadores com o Arouca (tiveram a desculpa da expulsão do Fabiano) e agora contra o Nacional. Ninguém vai falar deste assunto, nos pasquins ou nas TV's... mas este é o facto mais significativo!!!
Não houve lances polémicos, e como o Casemiro foi substituído, desta vez não merecia ser expulso!!!

A Lagartada voltou a sonhar!!! A grande goleada 4-1, contra um Guimarães, bastante enfraquecido em relação à primeira volta, tudo à custa de 2 penalty's:
- O 1.º é dos tais, que em Portugal normalmente marca-se penalty. Pessoalmente, acho que não existe um acto deliberado, o remate é à queima, o Josué vira as costas à bola, e nem aumenta ostensivamente a área com os braços... é verdade que a bola bate-lhe no cotovelo, mas pronto...
- O 2.º não existe. Corte limpo, mergulho do Lagarto... Pior que este, só o do Montero com o Rio Ave!!! É curioso, como tem sido os Lagartos a beneficiar das decisões mais cómicas dos apitadores, apesar de toda a choradeira!!!

Na Pedreira, mais um festival de 'mau perder', estou curioso para saber se o Braga vai ser castigado: com cadeiras a voar, empurrões, agarrões, túneis, mangas a serem assaltadas... Uma vergonha, mais uma vez...
O Bruno Paixão é um mau árbitro. A forma do Bruno Paixão apitar é tremendamente irritante. Agora, existe penalty sobre o Zé Luís... Mas nada disso justifica, o comportamento tresloucado...
Mas repito, estou curioso para conhecer os castigos, porque suspeito que mais uma vez, os mesmos de sempre, vão ficar impunes!!!


Anexos:
Benfica
1.ª-Paços de Ferreira(c), V(2-0), Cosme, Prejudicados, Sem influência no resultado
2.ª-Boavista(f), V(1-0), Marco Ferreira, Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
3.ª-Sporting(c), E(1-1), Proença, Nada a assinalar
4.ª-Setúbal(f), V(0-5), Capela, Nada a assinalar
5.ª-Moreirense(c), V(3-1), Luís Ferreira, Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
6.ª-Estoril(f), V(2-3), Vasco Santos, Nada a assinalar
7.ª-Arouca(c), V(4-0), Hugo Miguel, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Braga(f), D(2-1), Marco Ferreira, Prejudicados, (2-3), (-3 pontos)
9.ª-Rio Ave(c), V(1-0), Manuel Mota, Nada a assinalar
10.ª-Nacional(f), V(1-2), Bruno Paixão, Prejudicados, Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
11.ª-Académica(f), V(0-2), Jorge Ferreira, Beneficiados, (0-1), Sem influência no resultado
12.ª-Belenenses(c), V(3-0), Manuel Oliveira, Nada a assinalar
13.ª-Corruptos(f), V(0-2), Jorge Sousa, Nada a assinalar
14.ª-Gil Vicente(c), V(1-0), Capela, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
15.ª-Penafiel(f), V(0-3), Paulo Baptista, Nada a assinalar
16.ª-Guimarães(c), V(3-0), Rui Costa, Nada a assinalar
17.ª-Marítimo(f), V(0-4), Xistra, Nada a assinalar
18.ª-Paços de Ferreira(f), D(1-0), Paixão, Nada a assinalar
19.ª-Boavista(c), V(3-0), Hugo Miguel, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
20.ª-Sporting(f), E(1-1), Sousa, Nada a assinalar
21.ª-Setúbal(c), V(3-0), Manuel Oliveira, Prejudicados, Sem influência no resultado
22.ª-Moreirense(f), V(1-3), Jorge Ferreira, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
23.ª-Estoril(c), V(6-0), Capela, Nada a assinalar
24.ª-Arouca(f), V(1-3), Vasco Santos, Prejudicados, (1-5), Sem influência no resultado
25.ª-Braga(c), V(2-0), Soares Dias, Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
26.ª-Rio Ave(f), D(2-1), Marco Ferreira, Prejudicados, (1-1), (-1 ponto)

Sporting
1.ª-Académica(f), E(1-1), Soares Dias, Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
2.ª-Arouca(c), V(1-0), Nuno Almeida, Prejudicados, (2-0), Sem influência resultado
3.ª-Benfica(f), E(1-1), Proença, Nada a assinalar
4.ª-Belenenses(c), E(1-1), Cosme Machado, Nada a assinalar
5.ª-Gil Vicente(f), V(0-4), Xistra, Beneficiados, (1-4), Sem influência no resultado
6.ª-Corruptos(c), E(1-1), Benquerença, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
7.ª-Penafiel(f), V(0-4), Rui Costa, Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Marítimo(c), V(4-2), Manuel Oliveira, Beneficiados, (4-3), Sem influência no resultado
9.ª-Guimarães(f), D(3-0), Hugo Miguel, Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
10.ª-Paços de Ferreira(c), E(1-1), Bruno Esteves, Beneficiados, (1-2), (+1 ponto)
11.ª-Setúbal(c), V(3-0), Soares Dias, Beneficiados, Impossível contabilizar
12.ª-Boavista(f), V(1-3), Jorge Sousa, Nada a assinalar
13.ª-Moreirense(c), E(1-1), Jorge Ferreira, Nada a assinalar
14.ª-Nacional(f), V(0-1), Duarte Gomes, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
15.ª-Estoril(c), V(3-0), Soares Dias, Nada a assinalar
16.ª-Braga(f), V(0-1), Hugo Miguel, Nada a assinalar
17.ª-Rio Ave(c), V(4-2), Nuno Almeida, Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
18.ª-Académica(c), V(1-0), Rui Costa, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
19.ª-Arouca(f), V(1-3), Jorge Ferreira, Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
20.ª-Benfica(c), E(1-1), Sousa, Nada a assinalar
21.ª-Belenenses(f), E(1-1), Paulo Baptista, Nada a assinalar
22.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Jorge Tavares, Nada a assinalar
23.ª-Corruptos(f), D(3-0), Soares Dias, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
24.ª-Penafiel(c), V(3-2), Bruno Esteves, Beneficiados, Impossível contabilizar
25.ª-Marítimo(f), V(0-1), Rui Costa, Nada a assinalar
26.ª-Guimarães(c), V(4-1), Jorge Sousa, Beneficiados, (3-1), Sem influência no resultado

Corruptos
1.ª-Marítimo(c), V(2-0), Xistra, Nada a assinalar
2.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-0), Mota, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
3.ª-Moreirense(c), V(3-0), Bruno Esteves, Nada a assinalar
4.ª-Guimarães(f), E(1-1), Paulo Baptista, Nada a assinalar
5.ª-Boavista(c), E(0-0), Jorge Ferreira, Nada a assinalar
6.ª-Sporting(f), E(1-1), Benquerença, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
7.ª-Braga(c), V(2-1), Proença, Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
8.ª-Arouca(f), V(0-5), Xistra, Beneficiados, Prejudicados, (1-6), Sem influência no resultado
9.ª-Nacional(c), V(2-0), Nuno Almeida, Nada a assinalar
10.ª-Estoril(f), E(2-2), Soares Dias, Beneficiados, (3-2), (+1 ponto)
11.ª-Rio Ave(c), V(5-0), Benquerença, Beneficiados, (1-2), (+3 pontos)
12.ª-Académica(f), V(0-3), Manuel Mota, Nada a assinalar
13.ª-Benfica(c), D(0-2), Jorge Sousa, Nada a assinalar
14.ª-Setúbal(f), V(4-0), Manuel Oliveira, Beneficiados, (2-0), Sem influência no resultado
15.ª-Gil Vicente(f), V(1-5), Nuno Almeida, Nada a assinalar
16.ª-Belenenses(c), V(3-0), Manuel Mota, Nada a assinalar
17.ª-Penafiel(f), V(1-3), Soares Dias, Beneficiados, (1-0), (+3 pontos)
18.ª-Marítimo(f), D(1-0), Capela, Nada a assinalar
19.ª-Paços de Ferreira(c), V(5-0), Marco Ferreira, Beneficiados, Impossível contabilizar
20.ª-Moreirense(f), V(0-2), Xistra, Nada a assinalar
21.ª-Guimarães(c), V(1-0), Nuno Almeida, Nada a assinalar
22.ª-Boavista(f), V(0-2), Hugo Miguel, PrejudicadosBeneficiados, Impossível contabilizar
23.ª-Sporting(c), V(3-0), Soares Dias, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
24.ª-Braga(f), V(0-1), Jorge Sousa, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
25.ª-Arouca(c), V(1-0), Jorge Tavares, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
26.ª-Nacional(f), E(1-1), Manuel Oliveira, Nada a assinalar

Braga
1.ª-Boavista(c), V(3-0), Vasco Santos, Beneficiados, (1-0)?!, Impossível contabilizar
2.ª-Moreirense(f), E(0-0), Paixão, Prejudicados, (1-0), (-2 pontos)
3.ª-Estoril(c), V(2-1), Hugo Miguel, Prejudicados, (3-1), Sem influência no resultado
4.ª-Arouca(f), D(1-0), Proença, Nada a assinalar
5.ª-Nacional(f) E(1-1), Jorge Tavares, Prejudicados, Impossível contabilizar
6.ª-Rio Ave(c), V(3-0), Bruno Esteves, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
7.ª-Corruptos(f), D(2-1), Proença, Prejudicados, (2-2), (-1 ponto)
8.ª-Benfica(c), V(2-1), Marco Ferreira, Beneficiados, (2-3), (+3 pontos)
9.ª-Académica(f) E(1-1), Bruno Paixão, Nada a assinalar
10.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Manuel Oliveira, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
11.ª-Penafiel(f), V(1-6), Hugo Miguel, Nada a assinalar
12.ª-Guimarães(c), E(0-0), Xistra, Nada a assinalar
13.ª-Belenenses(f), V(0-1), Paulo Baptista, Nada a assinalar
14.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-0), Manuel Mota, Nada a assinalar
15.ª-Marítimo(f), D(2-1), Jorge Sousa, Nada assinalar
16.ª-Sporting(c), D(0-1), Hugo Miguel, Nada a assinalar
17.ª-Setúbal(f), V(1-3), Paulo Baptista, Nada a assinalar
18.ª-Boavista(f), D(0-1), Duarte Gomes, Beneficiados, Sem influência no resultado
19.ª-Moreirense(c), V(1-0), Soares Dias, Nada a assinalar
20.ª-Estoril(f), V(0-2), Manuel Oliveira, Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
21.ª-Arouca(c), V(2-0), Tiago Martins, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
22.ª-Nacional(c), V(3-1), Bruno Esteves, Beneficiados, Sem influência no resultado
23.ª-Rio Ave(f), V(0-2), Xistra, Nada a assinalar
24.ª-Corruptos(c), D(0-1), Jorge Sousa, Prejudicados, (1-1), (-1 pontos)
25.ª-Benfica(f), D(2-0), Soares Dias, Beneficiados, (3-0), Sem influência no resultado
26.ª-Académica(c), E(0-0), Paixão, Prejudicados, (1-0), (-2 pontos)