Últimas indefectivações

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Agora ou nunca

"A cada deslize da equipa profissional de futebol do Glorioso, lá tenho que assistir a compêndios futebolísticos nas redes sociais sobre tácticas e organização do onze. E como não poderia deixar de ser, aconteceu o mesmo após o empate com o Portimonense SC para a Taça da Liga. Num dos grupos de adeptos benfiquistas de que faço parte, e com o jogo ainda a decorrer, já havia posts a criticar as opções de Rui Vitória e o desempenho de alguns jogadores.
Sabem o que me entristece mais nisto? Não é a crítica, porque isso faz parte da vida - e só são a aceita quem pensa que é perfeito -, é antes o teor e a linguagem. Se estivéssemos a falar de grupos ou blogues de adeptos sportinguistas e portistas, entenderia perfeitamente porque esses só têm como objectivo deitar abaixo  maior clube português, mas gente nossa? Incompreensível.
Sim, a exibição não foi a melhor, mas alguém no seu perfeito juízo me pode explicar onde falhou Rui Vitória no lance do segundo golo dos algarvios? Quando o jogo estava 2 a 1, em vez de reforçar a defesa e o meio-campo, o treinador meteu mais carne no assador para chegar ao terceiro. Se tivesse metido um defesa, era 'um menino sem perfil para clube grande' - alarvidade que já li de gente que se diz benfiquista. Como tentou o ataque e falhou, 'não soube ler o jogo'... Decidem-se, meus amigos. Decidam de uma vez por todas de que lado querem estar neste novo ano. Do lado de quem comete o crime de violação de correspondência - e que usa todas as ferramentas para tentar nos ferir - ou do lado de quem acredita que os Tetracampeões vão ser Penta. É porque neste momento não dá para ficar sentado no muro a ver para que lado pende a coisa."

Ricardo Santos, in O Benfica

A Taça que (agora) todos querem ganhar

"O leitor conhece aquele incontornável desejo de acelerar o relógio para que determinado suspense seja desvendado? Aquela inquietante ansiedade que nos impede de dormir, ainda que alternemos cinquenta vezes entre um e outro lado da almofada? Bem-vindo ao meu mundo. Estou verdadeiramente em pulgas pela segunda metade da época - e sei que não estou sozinho. Milhões de fãs de futebol espalhados pelo mundo inteiro suspiram saber quem serão os ilustres vencedores das três grandes competições desta temporada: a Liga dos Campeões, o Mundial 2018 e... claro, adivinhou, essa mesma... a Taça da Liga! Devo destacar, naturalmente, está última. A Taça da Liga, subitamente, passou de troféu-da-treta-que-não-interessa-a-ninguém a troféu-de-invejável-prestígio. O desapreço gigante transformou-se em cobiça escaldante. Este ano, todos querem chegar o mais longe possível. Jogadores de colossos europeus lamentam não poderem sequer disputar este célebre troféu - decisivo, aliás, nas contas finais da Bola de Ouro: pobre Cristiano, pobre Messi, pobre Neymar. Enfim, é uma luta taco-a-taco pelo estatuto de troféu mais importante do planeta. De um lado, a Liga dos Campeões, ganha pelo Real Madrid nas últimas duas edições; o Campeonato do Mundo, conquistado, em 2014, pela Alemanha de Neuer, Lahm, Ozil, Kroos, Muller e companhia; e ainda a grandiosa Taça da Liga, levantada na época passada pelo Moreirense, após um golo decisivo de Cauê.
A Taça da Liga - ou Taça CTT, como queira chamar-lhe - é patrocinada pelo maior grupo empresarial no negócio dos correios em Portugal. Faz sentido: este alarido descomunal em torno da competição parece mesmo encomenda."

Pedro Soares, in O Benfica

2017: um breve balanço

"Alcançamos o histórico Tetra - que nem Eusébio e seus pares haviam conseguido -, sedimentando assim uma clara hegemonia no panorama futebolístico luso. Juntámos-lhe a Taça de Portugal, numa épica tarde de chuva no Jamor, de onde saímos encharcados mas bastante felizes. Já na nova temporada, ainda conquistámos mais uma Supertaça, a terceira em quatro anos, e o 12-º troféu oficial em 16 possíveis.
É verdade que o recente percurso europeu não foi o que se esperava, mas no balanço entre deve e haver não há como não valorizar o que foi conseguido. E mesmo com alguns percalços, seguimos formes na luta pelo Penta - grande desígnio do clube para 2018.
Também nas modalidades se registaram vitórias importantes. Campeões nacionais de Voleibol, vencedores da Taça de Portugal em Futsal, e vencedores de todas as provas portuguesas de Basquetebol, foi nos últimos dias do ano que o nosso ecletismo mais brilhou, com o triunfo na Taça Intercontinental de Hóquei em Patins - a segunda da nossa história, e que de algum modo reconfortou uma equipa tão ostensivamente espoliada do campeonato meses antes. Destaque também para os títulos nacionais femininos de Hóquei e Futsal.
Por fim, há que destacar as camadas de formação. Vimos chegar à equipa principal de Futebol mais alguns jovens oriundos do Seixal. E, para além de vice-campeões da Youth League, fomos campeões nacionais de Juniores em Hóquei, Futsal, Andebol e Atletismo, tendo no Basquete perdido apenas no último jogo. Que melhor nota para fechar o ano e preparar os próximos."

Luís Fialho, in O Benfica

Inesquecível

"2017 será sempre um ano inesquecível na vida do Sport Lisboa e Benfica. Além do histórico Tetracampeonato no Futebol, o maior clube português voltou a conquistar um título mundial. O feito da nossa equipa de Hóquei em Patins merece uma reflexão profunda sobre o 'novo SL Benfica'. Com trabalho, método, organização, resiliência e ambição é possível atingir os objectivos traçados. A Direcção sonhou com o título Mundial de Clubes e para concretizar esse desiderato soube planear o caminho. Contratou os melhores jogadores, manteve os atletas que fazem a diferença, apostou sempre num capitão exemplar, e deu todas as condições ao melhor treinador português da actualidade. Com o Futebol, Luís Filipe Vieira teve o engenho e a arte de montar quatro plantéis que nos últimos quatro anos deram cartas em Portugal a conquistarem vários títulos nas diferentes competições. Conquistado que foi o Tetra, o Presidente, em vez de se ter desmultiplicado em entrevistas para ficar com os louros, logo tratou de projectar e montar o plantel para o Penta. Sou daqueles que têm uma crença inabalável em quem dirige a nossa SAD. Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, Rui Costa, José Eduardo Moniz e Nuno Gaioso Ribeiro formam um verdadeiro 'Dream Team'. Temos dirigentes competentes, uma equipa técnica com provas dadas, conforme provam os seis títulos conquistados, e temos um plantel multifacetado, com muitas soluções para vários lugares. E temos, sobretudo, uma massa adepta única, leal, dedicada, exigente e incansável. Faltam 19 batalhas e cada um dos 57 pontos em disputa irá valer ouro."

Pedro Guerra, in O Benfica

João Correia: dois notáveis actos de comunicação

"No passado fim de semana, dois notáveis actos de comunicação, na SIC e no semanário Sol, protagonismo pelo dr. João Correia, advogado representante do Benfica, entre diversas outras considerações de elevado interesse e relevância, deram-nos finalmente, notícia, com fortíssima consistência, dos fundamentos e das atitudes jurídicas assumidas pelo Clube e também pela Benfica SAD, relativamente ao vergonhoso arrastão contra nós urdido pelos amanuenses do futebol portista e pelos seus diligentes serviçais da Pad'Cruz, antes, durante e depois do Verão.
Hoje é patente que agiram mancomunados, já nas bordas dos bueiros em que se afogam, tanto para tentarem fustigar e debilitar a nossa fortaleza, quanto para procurarem iludir os espectros da perdição e da falência que os estão a exaurir de dentro deles, mais do que podem. Ou que julgavam que podiam...
Pela nossa parte, sendo certo que os ritmos da opinião pública não rodam à cadência da Justiça, havia muito tempo que os benfiquistas esperavam naturalmente inquietos, por inequívocas afirmações como as que o dr. João Correia nos veio trazer agora, com serenidade, clarividência e eficácia exemplares, acerca do que consta - e como consta - numa já extensa sequência de medidas especificamente adoptadas pelo Benfica para se defender da calúnia e das miseráveis tentativas de enxovalho, em sedes da Justiça.
As excelentes intervenções do ilustre causídico, ele próprio um dedicado benfiquista de sólida cepa, com conhecimento e profissionalismo exemplar, tranquilizaram os Sócios e adeptos, na estrénue defesa do histórico prestígio da marca Benfica, da honradez dos nossos comportamentos e desempenhos desportivos e empresariais, mas também, relativamente à reafirmação da integridade que os nossos legais dignitários manifestamente já justificava. Creio que, ao traduzir com lucidez e total clareza, para a esfera pública e, em especial, para o próprio universo do Benfica, a evidente serenidade factual e a robustez argumentativa absolutamente firme que entendeu usar no conjunto das suas respostas, o dr. João Correia terá contribuído para redefinir um recorte estratégico de contacto com os públicos mais expressivo e porventura mais ajustado aos territórios que os adversários tinham aberto com cobiça, desespero e incontinência.
Num dos temas laterais que abordou com grande propriedade, referia-se, por exemplo, às questões da escala de grandeza e à manifesta superioridade absoluta do Benfica em todos os planos, relativamente àquelas duas agremiações. E, também aí, João Correia foi lapidar:
'- Nessa aliança táctica, o dois e o três tentam destruir o um, mas não conseguem. O Benfica é a maior marca nacional'. "

José Nuno Martins, in O Benfica

O Benfiquismo é sempre a solução

"O Benfica está sob um ataque sem precedentes, com origem criminosa e o aparente beneplácito de diversas autoridades, perpetrado por gente sem escrúpulos que convive confortavelmente com a ideia de que os meios, por mais ignóbeis que sejam, justificam os fins. A simbiose entre o ódio ao Benfica e o instinto de sobrevivência é o seu combustível. São uns sabujos, são reles, uns miseráveis. São os legítimos herdeiros em vida de décadas de práticas que desvirtuaram a competição futebolística em Portugal. São indignos, uns escroques, são asquerosos.
Olho por olho, dente por dente? Não! Somos o Benfica! Saberemos combater estes indigentes com benfiquismo, que foi, é e será sempre o que mais os atinge. Por cada pormenor da vida privada ou segredo de negócio expostos na praça pública, mais benfiquismo. Por cada tirada demagógica, insidiosa ou caluniosa, reagirmos com infinito benfiquismo, reduzindo-os à sua insignificância. 
Passada a espuma dos dias, o Benfica continuará a ser o Benfica e o Benfiquismo indestrutível. Estes ignorantes subestimam a fé inquebrantável no nosso Benfica. Venham eles e venham os outros, que nós cá estaremos, de águia ao peito, imunes ao lodo do anti-benfiquismo.

PS: A FPF que crie uma comissão para analisar os títulos corruptos no futebol português. Desses não temos nem um, mas há quem os tenha e, ao contrário de dedicada aos títulos desportivos, não seria motivada por revisionismo. Relatório FPF 1938/39: 'Por virtude da reforma a que se procedeu no Estatuto e Regulamentos da Federação, os Campeonatos das Ligas e de Portugal passaram a designar-se, respectivamente, Campeonatos Nacionais e Taça de Portugal'. "

João Tomaz, in O Benfica

Querido Pai Natal...

"Lamento a falta de originalidade, mas o meu pedido é exactamente o mesmo dos últimos anos. Como bem sabe, sou um jovem integro e bem-educado, cuja conduta se rege por honrosos valores. Não estou nada interessado em bens superficiais. Um Ferrari 488 GTB? Nem pense nisso! Prefiro que dê muita saúde ao Jonas, ao Salvio e ao Krovinovic.
Mansão luxuosa nas Ilhas Seicheles? Não pretendo nenhuma. Antes quero que dê muita saúde ao Fejsa, ao Pizzi e ao André Almeida. Mulheres nuas e sensuais? Para quê? Lembre-se mas é de dar muita saúde ao Luisão, ao Jardel e ao Grimaldo.
Sempre mantivemos uma relação cordial. Ambos temos respeitado um solene contrato onde casa um se compromete a distintas obrigações: eu tenho de comer a sopa toda e o Pai Natal tem de fazer do Benfica campeão. É simples. Você não me exige muito - comer um prato de sopa ao almoço e ao jantar não é um sacrifício por aí além. Mas o meu pedido é igualmente singelo: o Benfica campeão. O Sport Lisboa e Benfica, maior emblema português, líder em títulos e história. O clube do povo. O Glorioso. É uma troca de favores perfeitamente proporcional em termos de dificuldade de concretização. Já viu se eu lhe pedisse para o campeão ser, por exemplo, o Sporting? Muito provavelmente, não lhe iria conseguir corresponder - seria impossível ingerir 5316 toneladas de caldo verde por refeição. Nem quero imaginar as panelas de sopa que os adeptos do Leicester tiveram de papar há dois anos, pobrezitos.
Conto consigo. Olhe que tenciono começar a desembrulhar o presente já no dia 3 de Janeiro.

PS: Se comer cinco ou seis colheres a mais, será que ainda há espaço para as mulheres e nuas e sensuais?"

Pedro Soares, in O Benfica

Prendas

"1. Foi com cinco golos que o nosso Hóquei em Patins se sagrou Campeão do Mundo derrotando o campeão europeu Reus na sua própria casa. Não deixa de ser irónico que, poucos meses depois de termos sido espoliados do Tri-Campeonato doméstico de forma indecorosa, consigamos troféu de tão grande alcance para o país desportivo, ao nível do que de maior relevo o nosso ecletismo ostenta. Este conjunto (na sua espinha dorsal) tem lugar na história como o mais ganhador de sempre do Hóquei luso. São já oito títulos internacionais em oito temporadas. E é para continuar.
2. Cinco golos marcou também a equipa de Futebol em Tondela, numa exibição a fazer lembrar os melhores dias das temporadas anteriores, e a prometer bastante para o resto do Campeonato. Com Pizzi, Jonas, Krovinovic e Salvio em plano de evidência, o Benfica foi seguro, autoritário e empolgante. Podemos olhar para o derbi com confiança, sabendo, porém, que os opositores são diferentes, e que a equipa tem margem para melhorar - nomeadamente no aspecto defensivo.
3. Em época natalícia, há que sublinhar o que une os homens, e deixar de lado aquilo que os separa. O futebol português não está para amabilidades. É preciso que alguém dê o primeiro passo, mas também que exista vontade de todas as partes para reverter o ambiente de crispação criado por certos agentes (o que duvido). Fica o desafio aos adeptos (sobretudo aos adeptos) de todas as cores clubistas, para que não se deixem amarrar a discursos guerrilheiros, cuja agenda nada tem a ver com o jogo em si - que, afinal de contas, todos amamos de igual modo.
Votos de um Feliz Natal."

Luís Fialho, in O Benfica

Campeões do Mundo

"No passado fim de semana foi escrita uma das mais brilhantes páginas da história do Glorioso. A nossa equipa sénior de Hóquei em Patins sagrou-se Campeã do Mundo de Clubes. Superiormente orientada por Pedro Nunes, deu uma demonstração de classe, profissionalismo, dedicação e competência. Todos sabemos que o nosso treinador é um homem muito exigente, inconformado e ambicioso. Todos sabemos a forma vergonhosa como o Campeonato do ano passado nos foi sonegado. Qualquer grupo de trabalho ficaria afectado por semelhante rombo. Pedro Nunes conseguiu recuperar desta tremenda injustiça e fez desse acontecimento o mote para motivar ainda mais o seu grupo de trabalho. Quem viu os dois jogos na Taça Intercontinental ficou esclarecido acerca da forma como Pedro Henriques, Guillem Trabal, Diogo Rafael, Tiago Rafael, Carlos Nicolía, João Rodrigues, Miguel Rocha, Miguel Vieira 'Vieirinha', Jordi Adroher e o capitão Valter Neves, que ergueu o seu 16.ª título, sentem o Manto Sagrado. As duas exibições devem servir de exemplo para o Sport Lisboa e Benfica moderno. A forma pragmática, assertiva e objectiva com que o 'Dream Team' encarou esta competição são um hino ao desporto de alta competição. A nossa equipa de Hóquei em Patins roçou a perfeição. Na hora da vitória, todos foram enormes. Agradeceram a quem tinham de agradecer, mas as suas preocupações estão já centradas nos próximos objectivos - o Campeonato Nacional, a Taça de Portugal e a Liga Europeia. Foi este Benfica que Luís Filipe Vieira sonhou, projectou e construiu e que muitos querem destruir, mas não conseguem."

Pedro Guerra, in O Benfica

Convocação!

"Creio que dois jogos de equipas do Benfica efectuados no passado fim de semana - do Futebol principal, em Tondela e do Hóquei, em Reus - foram absolutamente exemplares quanto à capacidade de auto-suspensão. Quando falamos em desporto de alto rendimento, penso que este factor da auto-superação constitui uma aptidão decisiva em cada um dos atletas e, por extensão conjuntiva, nas equipas que representam. Poderíamos dizer que se, na alta competição, os jogadores - já de si, técnica e fisicamente dotados de níveis de desempenho diferenciados e estando integrados em superestruturas organizativas incomuns - são convenientemente preparados na fase de treino e assistidos nos períodos de repouso e preparação, teoricamente não haveria razão para não desempenharem sempre da melhor forma as suas missões em campo, sempre que são chamados a competir.
Mas, como se sabe, nem sempre acontece assim: nem os jogadores são peças de laboratório, nem as equipas são máquinas, nem a competição física é um jogo de computador disputado na infraestrutura de uma rede virtual. A regularidade dos desempenhos colectivo e individuais acaba por estar à mercê de percalços.
Ora, porque, ao longo de uma época, os períodos de boa forma desportiva, a nível individual, não são permanentes; ora, porque no plano colectivo as oscilações também podem advir até das circunstâncias de um jogo ou, mesmo, do treinamento; ora, porque em determinadas fases, os resultados podem revelar-se menos positivos, devido a sequências de desafios mais trabalhosos ou menos felizes; ou ainda, porque, geralmente, a momentos menos conseguidos por uma equipa, correspondem simetricamente ocasiões de maior constância dos seus adversários mais directos.
Daí que seja tão fundamental a constante convocação das forças mais intimas do atleta. Em todos os torneios e durante cada jogo - tanto quanto menos se prevê uma remontada, como no mais duradouro ciclo de vitórias, ou nos momentos de aparente descrença, quando parece que as forças faltam.
Naquele fim de semana, em Reus e em Tondela, todos aqueles nossos jogadores quiseram afirmar-se, cada um deles, de dentro para fora de si próprios. Foram exemplares. E, naturalmente, os resultados das equipas foram o que se viu."

José Nuno Martins, in O Benfica

PS: Esta, e as próximas crónicas do jornal O Benfica, que vão ser publicadas, não são actuais!!! Devido ao caos dos CTT, só esta semana recebi as últimas edições do ano passado do jornal O Benfica! Já depois de ter recebido o primeiro de 2018 !!!
Portugal...!!!

Ainda não houve jornadas a acabar sem expulsões

"Portugal está longe de ser um país onde se pratica um futebol demasiado viril, aqui e ali a roçar a violência, como sucede, por exemplo, em quase toda a América do Sul, com particular destaque para a Argentina. Ainda assim, a verdade é que, esta época, a meio da Liga, nenhuma das 17 jornadas já disputadas passou sem pelo menos um cartão vermelho.
Ao todo, nos 153 encontros realizados, os árbitros exibiram 45 vezes o cartão vermelho (19 directos e 26 por acumulação). Por jornada, o registo oscilou entre uma só expulsão (três vezes) e as cinco (na ronda 9).
Comparando com os dados das três últimas temporadas – quando o campeonato voltou a ser disputado por 18 equipas –, a tendência de diminuição do número de expulsões conheceu agora um travão. De facto, depois de 63 na primeira volta da época 2014/15, o número desceu para 56 em 2015/16 e para 42 na temporada 2016/17. Significa pois que, agora, há mais três vermelhos. Será suficiente para colocar em causa a descida progressiva também no final da prova? Isso é o que se irá ver durante a segunda volta, sabendo-se que a queda tem sido muito relevante: de 124 em 2014/15 para 80 na última época.
Regressando à actual edição da Liga, o Rio Ave é a equipa com mais vermelhos (6), enquanto o Sporting foi o único emblema a cumprir os 17 jogos sem uma única expulsão. Por outro lado, Chaves e Sp. Braga são as formações que mais expulsões (4) provocaram aos opositores, ao passo que Portimonense, Rio Ave e Sporting só o conseguiram uma vez. Por exclusão de partes, os duelos envolvendo o clube de Alvalade são os que menos vermelhos tiveram (1).
Os jogos Estoril-V. Guimarães (jornada 2) e Feirense-Rio Ave (9) foram as partidas mais ‘avermelhadas’ da primeira volta. A título de curiosidade acrescente-se que Carlos Xistra (Castelo Branco) e Rui Oliveira (Porto), respectivamente, foram os árbitros dos encontros em causa.

Sabia que...
Marítimo e V. Guimarães vão numa sequência de três derrotas? Os vimaranenses já haviam sido derrotados cinco vezes nas primeiras 14 jornadas, período em que os insulares só foram derrotados... três vezes.
O Tondela marcou sempre um golo nas derradeiras cinco jornadas? A equipa que mais vezes repetiu o mesmo desempenho ofensivo em toda a primeira volta foi o Estoril, conjunto que esteve sete rondas seguidas (da 7 à 13) sem festejar um único golo.
O V. Setúbal só não sofreu golos uma vez? Foi na 5.ª ronda, quando os sadinos receberam e derrotaram o Sp. Braga (2-0). De resto, são 16 jornadas sempre a ver a baliza violada.
O Feirense só fez nove remates no somatório dos últimos três jogos? São três ‘disparos’ em três rondas seguidas. E antes a formação fogaceira tinha conseguido... quatro! Não surpreende, assim, que este seja o clube com menos remates na prova (116), a 14 do Marítimo e a 20 do Boavista."

Alvorada... do Zé Nuno

O balanço que vale a pena sobre o VAR

"O VAR tornou-se uma das figuras da época. Abstracta e controversa.
Ora, comecemos logo pelo nome da coisa. Se Video Assistant Referee não deixa dúvidas, esta figuraça transforma-se entre as gentes de Camões e ninguém se entende. Escreve-se com hífen? Escreve-se sem hífen? E, neste caso, tem dois acentos ou nem por isso? Quase tão difícil como julgar mão deliberada na área.
Em Portugal, o VAR é uma pseudo coisa. E como pseudo coisa que é, é falsa, certo? Certo, até porque está-lhe na origem. Vídeo- é um pseudo ou falso prefixo. O árbitro completa a ideia.
Fora do campo linguístico é mais ou menos o mesmo. O vídeo foi uma pseudo-ideia (escrevo com hífen?) de que viria resolver os problemas do árbitro.
Obviamente, não resolveu. Obviamente, nós que defendemos o VAR, já o sabíamos. Não ia solucionar todos, ia solucionar alguns. Mas onde era necessário colaboração de todos, houve contestação geral. Onde era preciso serenidade, houve tempestade, onde houve fora de jogo, houve golo legal e onde houve vice, houve versa.
Nesta quinta-feira, o Conselho de Arbitragem faz um balanço com os 18 clubes da Liga sobre o VAR. Melhor dizendo, tem a intenção de fazer. Porque é bem provável que o feedback seja apenas um rol de queixas e que o assunto se esgote como a mais barata e bonita das mercadorias de uma feira.
Mas nem o VAR é barato, nem é bonito (na ideia de que é óptimo para o resultado, mas horrível para o jogo). É, também por isto, uma espécie de mal necessário, continuo a achar. E como mal necessário, tem defeitos. Desde logo, ainda é projecto. E projecto é coisa inacabada, primeira intenção.
Sigamos por aqui: o VAR é uma boa primeira intenção. Holanda, Alemanha, Portugal e Itália foram seduzidos por ela. Até que a maquilhagem caiu com o protocolo em prática.
Dizem que a arbitragem portuguesa tem seguido demasiado à risca o protocolado pelo International Board, enquanto na Serie A e na Bundesliga se tem optado por abordagem mais abrangente: os juízes de campo [árbitros principais] vão ver mais vezes os lances por eles próprios. Assumem a responsabilidade da decisão, portanto. Questão de abrangência? Talvez de coragem…
Este balanço a meio da época com os clubes não vai servir para mudar coisa alguma. Serve para mostrar o que foi feito – 28 decisões alteradas na Liga até ao momento –, e reforçar como age o VAR de acordo com o modelo protocolizado.
O único balanço que pode mudar alguma coisa é aquele que o Conselho de Arbitragem terá de fazer no final da época. E não é com os clubes. É o que deve enviar para o International Board (IFAB), com números e sugestões, para que o protocolo seja melhor, o uso do VAR seja mais claro e os árbitros não precisem de tanta coragem para contrariar ou duvidar de uma decisão de outro ou deles próprios.
David Elleray, director técnico do IFAB, foi contratado como consultor da FPF. Pode trazer algumas mudanças comportamentais imediatas, mas mais do que falar, é bom que venha para ouvir. Porque, neste momento, acredito que já tenha mais a aprender sobre os defeitos do VAR com o Conselho de Arbitragem português, do que o contrário.
O VAR é criticado por quem o tem e desejado por quem o não possui [Espanha e Inglaterra]. É uma coisa defeituosa hoje, espera-se que seja uma melhor amanhã. Porque se ontem tinha hífen, agora também é correto que não o tenha.
É videoárbitro... seu estúpido! (Até aqui o insulto é desnecessário)"

Massoud

"Massoud Shojaei é um nome que poucos conhecem no mundo do futebol. Trata-se de um jogador iraniano, vítima da tirania do governo do Irão por leis e regras desajustadas no século XXI.
Sempre jogou na selecção iraniana, sendo o seu capitão até há pouco tempo, ajudando a classificar o seu país para o Mundial. Todavia, tem uma história curiosa que o impede de continuar a jogar pelo Irão e estar presente no Mundial da Rússia sob as ordens de Carlos Queiroz.
O Panionios de Atenas, clube que Massoud representava, obrigou-o a jogar contra o Maccabi Telavive na Liga Europa, apesar do governo do Irão adverti-lo para não o fazer, pois estaria a reconhecer o Estado de Israel e ser contra os princípios da revolução islâmica iraniana.
Massoud viveu um dilema terrível: respeitar as normas da sua selecção ou também ter de respeitar o clube que lhe paga o salário como profissional.
Massoud ainda conseguiu fazer valer os seus argumentos para não jogar em Telavive, contudo em Atenas teve mesmo que jogar. A direcção e o treinador grego não compreenderam tal atitude de recusa, alegando que estava na Grécia, não no Irão, e que estavam em jogo 5 milhões de euros se passassem esta fase da Liga Europa.
Não jogar seria entendido como incumprimento do contrato. A direcção do Panionios ameaçou denunciar esta situação à UEFA, pois se um atleta se negar a jogar por razões politicas pode ser suspenso no mínimo um ano.
Massoud não teve outra solução do que jogar, respeitando a sua entidade patronal, mas desobedecendo à sua entidade selecção e Governo do seu país.
Havia um passado histórico: nenhum desportista iraniano, em 38 anos, tinha competido contra desportistas ou instituições israelitas. A Internet serviu para os acólitos da revolução iraniana difamarem Massoud.
Carlos Queiroz, preocupado com esta situação, tendo em conta que é um jogador valioso para a selecção, aconselhou Massoud a pedir desculpa pelo sucedido. Um colega seu iraniano, Hajisafi, que estava na mesma situação, manifestou profundo arrependimento e desculpas. Foi reintegrado na selecção.
Massoud entendeu esse pedido de desculpas como uma humilhação que era injustificada e negou-se a fazê-lo. Deste modo, em princípio não irá ao Mundial.
O futebol é um desporto que permite interagir e comunicar com todo o tipo de raças sem olhar a credo, política ou outrem.
É muito triste uma situação destas. Massoud é um jogador de futebol com um contrato profissional, que jogava há 12 anos no estrangeiro e há 13 anos pela selecção iraniana. Actualmente joga no AEK de Atenas.
É descabido e absurdo ser impedido de jogar na sua selecção. O governo, esperto como é, não diz que o veta e atira a batata quente para Carlos Queiroz, pois sabe que a FIFA pode desclassificar o Irão e impedir que esteja presente no Mundial da Rússia no próximo Verão.
A FIFA proíbe expressamente nos seus estatutos ingerências dos governos nas suas competições.
Mas toda a gente percebe que quem não quer que Massoud volte à selecção é o governo de Hassan Rouhani, que chega ao cúmulo de impedir que as mulheres possam assistir a um jogo de futebol.
O Irão que se cuide pois está a braços com manifestações anti-governo que duram há uma semana e nas quais morreram 21 pessoas. E não se tem a noção da real dimensão devido à restrição de acesso de meios de comunicação social independentes e ao bloqueio das redes sociais verificado nos últimos dias. Esta semana foi proibido ensinar inglês na escola primária.
O futebol é algo que deve ser utilizado para unir e não para separar. Cada dia que passa o futebol politiza-se e dá uma noção da sociedade em que vivemos.
Não tem pés nem cabeça proibir de jogar alguém que é obrigado a respeitar o clube que lhe paga o seu salário. Nesse caso, o Irão que não deixe os seus jogadores jogar no estrangeiro e lhes pague o merecido.
Este procedimento está completamente contra o desejo da população iraniana que aspira abertura e viver a sua vida em tolerância e em paz não abdicando das suas crenças e ideias."

Benfiquismo (DCCXIV)

Mais golos...

Lanças... Finais!!!