Últimas indefectivações

quarta-feira, 7 de março de 2018

Eficácia e (in)coerência

"E o sempre tão fulmíneo Sporting dos 'vouchers' e outros vales que, desta vez, se tem quedado pelo silêncio acorrentado.

Ainda e sempre Jonas
Desculpem-me a insistência. Não me canso de escrever sobre Jonas, um atleta soberbo que ficará entre os eleitos da história de um Benfica que acabou de completar 114 anos. Um jogador que, aos 33 anos de idade, joga como um menino que, concluída a primeira comunhão, quer provar que tem o futuro todo à sua frente. Admito a sua arte, elejo o seu inabalável profissionalismo, delicio-me com o prazer que me oferecem os seus golos (dois notáveis contra o Marítimo) e a cristalinidade dos seus passes e movimentos, sinto-o tão benfiquista como eu em função do coração e não transitoriamente por via da carteira. Sem dúvida,  melhor jogador deste campeonato, batendo recordes só ao nível de lendas como Eusébio. Ainda estamos na luta pelo título muito se deve a ele e se há quem mereça o pentacampeonato é Jonas. Há tempos, falava-se muito na sua adaptação a sistemas diferentes e o que se vem verificando é que são estes sistemas em jeito de números x-y-z que se abraçaram a Jonas. É sempre assim com os maiores jogadores, aqueles que superam os esquemas gizados em papel, evidenciam o seu virtuosismo e, no entanto, reforçam a ideia de futebol como desporto association.
Aqui insisto na injustiça de, por causa da bitola inferior da contagem dos golos em razão da descida do ranking na UEFA nesta época, Jonas não pode ser, muito provavelmente, o artilheiro vencedor da Bota de Ouro, ele que tem mais 6 ou 7 golos do que os principais craques do primeiro anel europeu. Já agora, a este propósito, se o ranking conta, porque não acontece o mesmo com a ponderação do número total de jornadas das principais ligas? Nestas, os marcadores de golos têm mais 4 jornadas (são 20 clubes e não 18, como cá) para facturar. Enfim, critérios uefeiros sempre em favor dos mesmos, aqueles que lhes dão dinheiro e outras mordomias...
Uma última nota sobre Jonas: gostei de o ver converter o penálti contra o Marítimo, assim interrompendo a série de 3 penáltis não alcançados. É claro e óbvio que Jonas não leu o que aqui escrevi a semana passada, mas o certo é que, desta vez, o benfiquista marcou a meia-altura e com força, que é muito caminho andado para um guarda-redes nunca lá chegar. Talvez seja a minha embirração com os chutos marcados junto à relva, mas, como já escrevi, esses são os que estão ao alcance do guardião que adivinha o lado...

Benfica, a obsessão que une SCP e FCP
Tão amigos que eles são. Tão candidamente silenciosos que aparentam ser. Tão escassa a produção de palavras soltas (ou à solta) nas redes sociais. Compreendo a razão: isto de não ler jornais e não ver televisão, expecto o dedicado canal do clube, não poderia dar noutra coisa. Num jogo bem disputado em que, em boa verdade, o Sporting não mereceria ter perdido no Dragão, tudo foi de uma alvura imaculada na apreciação (ou no silêncio) das contingências da partida. Abreijos (abraços e beijos) por todo o lado, rasgados elogios em regime de economia de troca, silêncios eloquentemente enviesados. Só dois exemplos para ilustrar o inocente ambiente entre Alvalade e Dragão. O primeiro relacionado com um eventual penálti a favor do SCP, na primeira parte. Honestamente, acho que foi daqueles lances em que sua marcação ou não é igualmente defensável, ou seja, é um lance em que na falta de completa objectividade factual, reina a suficiente subjectividade pessoal, neste caso da arbitragem. O árbitro foi visionar o lance, o que pressupõe que o próprio VAR estaria indeciso. Fez bem Artur Soares Dias que soube assumir a plena responsabilidade.
O certo é que os dirigentes leoninos, sempre tão afoitos em casos como este a espalhar brasas nas redes sociais e quejandos, se tenham remetido a um silêncio ensurdecedor. Imagine-se exactamente a mesma jogada em que em vez do FCP o opositor tivesse sido o Benfica... Ui, que gritaria e um milhão de insinuações. Já agora, a propósito de mãozinhas, foi interessante ver um golo anulado ao Moreirense em Alvalade porque a bola terá raspado ao de leve no braço do seu jogador. Nessa altura, lembrei-me da braçalhada em dose avantajada de jogadores do SCP na Luz. Ah! logo me lembrei, porém, que o árbitro foi Hugo Miguel.
O segundo ponto tem a ver com notícias sobre um inquérito decidido pelo Ministério Público a uma denúncia anónima ainda relacionada com a segunda parte do Estoril - Porto que, como se sabe, foi interrompida por causa de umas fissuras sanitárias e consequente invasão de campo. Devo começar por dizer que abomino o anonimato em situações similares e não faço qualquer juízo de valor sobre o que não conheço. Aguardarei, como sempre entendo, que tudo seja esclarecido para bem do futebol nacional. Mas, há sempre um mas. E este as e tão-só o da incoerência fétida que se espalha virulentamente. Anda há largos meses um funcionário do FCP a verter documentação surripiada ilegal e ilegitimamente sobre o Benfica, tirando fulminantes ilações de frases e textos criteriosamente truncados e sentenciando do alto da sua douta infalibilidade, chegando-se ao ponto de insinuar combinações de resultados por via de jogadores que não jogaram nem eram do clube (caso Rio Ave - Benfica) e eis que agora é tudo uma farsa de raiz anónima e de carácter bufão quanto ao seu clube diz respeito. Bom teria sido ter a mesma bitola quando falou de todas as insinuações à volta do Benfica.
Ah, já me esquecia. E o sempre tão fulmíneo Sporting dos vouchers e outros vales que, desta vez, se tem quedado pelo silêncio acorrentado. Esqueçam, a razão é simples: em Alvalade nada se lê, nada de ouve, nada de vê, tudo (excepto SLB) se esquece.
São patológicos o ódio e a raiva (não encontro, infelizmente, palavras mais suaves) que a espúria coligação Alvalade - Dragão evidencia sobre o Sport Lisboa e Benfica. Até tento compreender tal obsessão que se veio fortalecendo com a conquista de quatro campeonatos consecutivos pelo Benfica. Um eventual pentacampeonato é o terror na cabeça de certas pessoas. Mas, alcançado-o ou não, acho que, paradoxalmente, tudo isto evidencia a força inquebrantável do meu clube e a sua enorme presença na sociedade portuguesa. Veja-se a atitude dos seus adversários em campo e como os jogadores de qualquer equipa sempre sonham bater o Benfica, porque esse feito o inscrevem no seu curriculum. O Benfica faz sempre o pleno, ganhando os não ganhando. Não gera indiferença, não permite a abstenção, não provoca omissão. Essa é a sua grande força!

Contraluz
- Frase: «O meu segredo? A renúncia» (La Repubblica, 1 de Março)
... disse o notável campeão Roger Federer que, o caminho dos 37 anos, bate todos os recordes e volta a ser o primeiro no ranking do ténis mundial.
- Disparate: «Gelson Martins viaja à condição...»
Assim se referia alguma comunicação social à viagem para o Porto do jogador com a restante equipa: o indigente 'à condição' em todo o seu esplendor, agora não em termos de classificações, mas de viagens. À condição de quê? Ou será que a condição não é condicional?
- Recorde: 7 faltas
Na antepenúltima jornada o Chaves recebeu o FC Porto perdendo por 0-4. O clube flaviense terá batido o recorde mínimo de faltas assinaladas num jogo com um grande. Apenas 7 (3 na primeira parte!), contra 20 do adversário. Uma falta por cada 14 minutos é obra! Disse o seu treinador Luís Castro no fim do jogo: «não podemos terminar o jogo com oito (de facto, foram sete) faltas».
- Repetição: a famosa dupla de árbitros do hóquei Pinto & Rainha
meses resolveu tirar o título ao Benfica. No domingo, voltou à carga com uma arbitragem deplorável contra o Benfica em Valongo. Vale tudo. Por que não atribuir já a Federação o título administrativamente?"

Bagão Félix, in A Bola

Sombras na Luz

"O Benfica está novamente no olho do furacão, pelas piores razões. Enquanto a poeira não assentar, alguns abutres, adeptos ou não do clube da Luz, já estão na fila para se banquetearem com os despojos que adivinham e a nação encarnada aguarda, com ansiedade, por explicações ao mais alto nível.
Neste contexto, talvez seja importante relembrar alguns princípios. Ninguém está acima da lei e as autoridades judiciárias têm todo a legitimidade, na prossecução do interesse público, para levarem por diante as acções que entenderem relevantes. E há que confiar na diligência e competência das autoridades, também elas sob apertado escrutínio, na busca da verdade. Da mesma forma, há que respeitar o princípio da presunção da inocência, independentemente da percepção pública, igualmente relevante.
Tudo isto é geneticamente válido, neste caso como em qualquer outro que, por se revestir de grande mediatismo, seja susceptível induzir conclusões precoces.
Dito tudo isto, parece evidente que o Benfica vive dias sem paralelo em 114 anos de história, que exigem uma posição pública mais assertiva.
Perante danos reputacionais evidentes, o silêncio (mesmo que seja dos inocentes) não é a melhor estratégia, não une o clube nem aplaca a opinião pública.
É chegado o momento de serem dadas explicações cabais, à altura de todas as suspeições que derivam muito particularmente dos acontecimentos do dia de ontem.
Para o Benfica, creio, o mais importante, a partir de agora, não é qualquer resultado desportivo, mas sim a defesa do bom nome de uma instituição nuclear na vida do País."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Óh Delgado não sejas ingénuo, é óbvio que o penta é muito importante, nem que seja para os fazer estrabuchar mais um bocadinho...!!! Sim, a defesa do bom nome é muito importante, mas isso não invalida o resto...

Três videorreflexões

"A introdução do VAR é, provavelmente, a maior alteração já realizada na história do futebol.

Primeira
1. Nasceu em 2016 e foi aprovado, por unanimidade, em 2018. É caso para dizer, foi chegar, ver e vencer. A introdução do VAR é, provavelmente, a maior alteração já realizada na história do futebol.
Há muito que a limitação humana estava sufocada pelo crescimento vertiginoso dos diferentes meios de escrutínio. A criação deste sistema foi a resposta perfeita a tamanho condicionamento. O jogo já precisava e os árbitros já mereciam.

Segunda
2. Esqueçamos a utilidade da ferramenta e foquemos em quem a utiliza. Em que a opera.
Apesar da função de VAR ser actualmente desempenhada por árbitros, a verdade é que é uma missão totalmente diferente, que requer competências distintas.
O juiz de campo dirige um jogo dinâmico, intenso e veloz. Um jogo com adrenalina, stress físico e emotividade constantes. Um jogo onde cada decisão está limitada ao instantâneo que retém, de determinado ângulo, em determinado momento. Os homens que ajuízam em sala não.
Estão confortavelmente sentados em frente a vários écrans, sem cansaço nem visão limitada. Têm meios privilegiados, imagens ampliadas e repetições sucessivas.
No entanto, a análise técnica exige-lhe distanciamento terreno e pragmatismo absoluto. Percepção televisiva do jogo. Foco generalizado.
Em termos humanos, requer velocidade de raciocínio e reacção, segurança e confiança. O bom VAR tem que ter personalidade forte e coragem para intervir no momento oportuno, de forma clara e assertiva.
Os árbitros são pessoas com características diferentes entre si. Alguns conseguirão balizar as suas funções e vestir, em cada uma, o traje mais adequado. Outros não.
Como em tudo na vida, há que filtrar. Há que começar a seleccionar os que têm mais vocação e afastar os que têm menor sensibilidade para a função.
A carreira, específica de VAR será inevitável a curto prazo. A sua especialização fará com que apenas os mais aptos possam exercer a função, para bem do jogo.

Terceira
3. Os árbitros devem assegurar a verdade desportiva. São, portanto, um meio que garante um fim.
Quando uma partida termina com excelentes decisões, a equipa de arbitragem tem que ser elogiada. Não penalizada. Nunca penalizada.
O que hoje acontece não privilegia esse princípio: os árbitros que alterem uma decisão errada por outra claramente correcta, garantindo justiça, são punidos na sua avaliação.
Este principio - que existe em vários modelos avaliativos de arbitragem - está desajustado, inibe o subconsciente do decisor e afecta indirectamente a sua capacidade/vontade de alterar decisões.
O prejuízo na nota não pode ser mais importante do que o prejuízo do jogo. Isso subverte aquilo que, na verdade, fundamentou a introdução de videotecnologia: a possibilidade de rectificar decisões difíceis em tempo real.
A equipa de arbitragem é um todo e funciona como tal. Quando a decisão final do todo é boa, a avaliação também tem que ser.
Neste momento, o mais certo é que um árbitro que seja unanimemente elogiado por ter revisto, com sucesso, duas ou três situações de jogo... é punido individualmente por cada uma dessas opções. Fará sentido?!?
Um sistema de avaliação justo não pode punir quem te a coragem, dignidade e humildade de trocar um erro pelo acerto. De transformar a injustiça em justiça.
Criar um processo avaliativo é algo que dá muito trabalho e que jamais colherá consensos, mas há uma premissa básica que nunca deve ser desvirtuada: premiar o acerto, não o pontual mais o global.
É o que o futebol espera.
Em ano de testes e para bem da verdade do jogo, esta é uma situação que deve ser equacionada e revista com urgência."

Duarte Gomes, in A Bola

Dois candidatos e meio

"É verdade que granjeou estatuto de grande 'mister' enquanto esteva na Luz, mas será que Jorge Jesus conseguirá, algum dia, ser campeão fora do Benfica?

Quando faltam realizar nove jornadas para completar o campeonato admito que haja adeptos leoninos ainda esperançados em ver o Sporting campeão. Porque é um cenário possível, como teve o cuidado de referir Sérgio Conceição, antes e depois do clássico.
Posição aconselhada ao treinador portista por sábia prudência. Em rigor, sobram 27 pontos por discutir, mas se nas rondas disputadas ninguém foi capaz de bater o líder da classificação, será improvável que este, no tempo que falta, acumule três derrotas e, em contraposição, Jesus consiga uma ponta final imaculada, cem por cento vitoriosa.
No entanto, nem assim o título poderá sorrir ao emblema de Alvalade, na medida em que, a partir de agora, Jesus vê-se igualmente obrigado a rectificar o discurso quando olhar para cima. Além de passar a ver dois em vez de um, como repetida e vaidosamente tem alardeado, deixa também de fazer sentido a sua retórica sobre a arte de bem jogar. São os números que o dizem. Ficou sozinho no terceiro lugar. Contra os 49 golos marcados e 16 sofridos (+33) pela sua equipa, o FC Porto apresenta 68-13 (+55), o Benfica 67-16 (+51). Até o SC Braga (55) marca mais golos do que o Sporting.

Em vez de três candidatos, depois do jogo no Dragão passou a haver dois e meio, atribuindo-se esta metade ao Sporting em razão das circunstâncias de quem ficou a enxergar mal o primeiro lugar e passou a balançar entre o segundo (que é o Benfica) e o quarto (que pertence ao Braga).
Aquelas diferenças entre golos marcados e sofridos são esclarecedoras e espelham a realidade. Apenas se deu o caso de, estranhamente, Rui Vitória ter dado meia volta de avanço ao arrepio das expectativas dos seus adeptos, entusiasmados pela hipótese de proeza desportiva inédita na história do clube, o penta, agora iniludivelmente distante.
Excluído esse nebuloso período exibicional da águia não foi preciso esperar muito para verificar que o título da presente temporada, à semelhança do anterior, voltaria a concentrar-se numa discussão Benfica - Porto.
Será, então que valeu a pena ao Sporting ter suscitado tamanha barulheira com o roubo do treinador ao Benfica? As dúvidas acumulam-se, como os resultados dão a entender, mas, sobretudo, por causa do bruto contrato que lhe é devido a troco de quase nada em termos de conquistas.

Uma Supertaça e uma Taça da Liga representam coisa pouca quando comparadas com o investimento feito em revolução dispendiosa. Embora não completamente falhada, porém. Basta que, depois de na praça pública ter colocado o presidente entre a espada e a parede ao afirmar que ou lhe dava prendas natalícias ou teriam de ser riscados alvos do projecto, Jesus tenha coragem de proclamar a candidatura leonina ao triunfo na Liga Europa. Com a clareza de quem deve sentir-se obrigado a acreditar na qualidade do plantel que o clube lhe permitiu formar. Que assuma essa pretensão de uma forma inequívoca e não com os rodeios, os ses e os autoelogios com que o tem feito.
Não é nada contra Jesus. Faço esta chamada de atenção só para elucidar os autores de recados taberneiros nas ditas redes sociais.
Pretendo, tão somente, sublinhar uma distorção que para mim constitui indecifrável mistério: continuar a ouvir gente próxima do Sporting estabelecer uma ponte entre a contratação de Jesus e a falência imaginária que ela terá provocado no vizinho da Segunda Circular, sem haver o cuidado de reflectir sobre uma questão que é básica. Isto é, ao contratar Jesus, será que o Sporting prejudicou o Benfica ou, pelo contrário, livrou-o de um estorvo desportivo e financeiramente insuportável?
Como já escrevi, entendo que lhe resolveu um problema: Jesus saiu da Luz e o Benfica foi campeão sem ele; Jesus entrou em Alvalade e, em terceira época, o Sporting ainda não foi campeão com ele.

Em seis anos de trabalho no Benfica Jesus ganhou três campeonatos e perdeu três, não tendo o Sporting acautelado as consequências da sua decisão nem avaliado como devia o porquê das diferenças entre as duas faces do mesmo treinador: a que ganha e a que perde.
Quando chegou à Luz, na sequência de conjuntar especialíssima, não registava títulos no seu currículo. É verdade que granjeou estatuto de grande mister enquanto lá esteve, mas permito-me terminar com uma pergunta: será que Jorge Jesus conseguirá, algum dia, ser campeão fora do Benfica?
Não tenho a resposta, mas tenho uma ideia."

Fernando Guerra, in A Bola

Uma questão de liberdade

"Miguel Sousa Tavares vem, como diz hoje na sua página de opinião, juntar-se ao rol de nervosos comentadores portistas, onde já figurava, com assinalável destaque, Pedro Marques Lopes.
Aqui, em A Bola, tanto MST como qualquer colunista do jornal tem, como é público e notório, a maior ampla liberdade para comentar e analisar factos e acontecimentos com os olhos da cor do seu clube. É assim que se garante a visão do adepto e se garante o contraditório, com a responsabilidade do rosto e da assinatura de quem publica e sua opinião. É isso, aliás, que distingue um jornal sério, respeitável e digno de uma democracia, de uma qualquer folha ou canal oficial de clubes ou de qualquer texto na chamada comunicação informal, que, muitas e muitas vezes, não vive do contraditório, mas do ruído ensurdecedor, e não vive da responsabilidade assinada, mas de uma incógnita covardia.
Eu percebo que muita gente se confunda com esta tão ampla dimensão de liberdade de opinião e não têm sido poucos os que nos aconselham a menos tolerância democrática. Não seguimos, porém, esses conselhos, porque, para nós, a liberdade é como a gente séria. Não há gente muito ou pouco séria, há apenas gente séria e gente que não é séria. É assim com a liberdade. Não há lugares de muito ou pouca liberdade. Há lugares de liberdade e lugares sem liberdade.
A Bola é, sempre foi, na sua imensa e única dimensão histórica, um jornal de liberdade. Tem custos? Evidentemente que sim. Mas vale a pena, porque não hipotecamos a nossa dignidade a ninguém e mantemos o respeito pela inteligência dos leitores."

Vítor Serpa, in A Bola

Ascenção notável do Aves vai a exame na Luz

"No final da jornada 20, depois da derrota em Braga (0-2), o Aves estava em último na classificação, com apenas 14 pontos. A situação era complicada – a equipa conquistara somente um empate nas derradeiras sete partidas –, apesar da distância para o 16.º posto – o derradeiro a garantir a permanência no escalão – ser apenas de 1 ponto.
De repente, tudo se alterou. Tanto que, nesta altura, a formação avense é a única – à excepção dos dois da frente, FC Porto e Benfica – a ter sido capaz de pontuar nos últimos cinco compromissos. Sim, por improvável que possa parecer, mais ainda face ao período difícil que a equipa vivera recentemente, o Aves vai numa inesperada sequência de cinco partidas sem sofrer o amargo sabor da derrota. Mas, o feito do conjunto agora liderado pelo experiente José Mota não se fica por aí. Podemos acrescentar que nos tais 15 pontos disputados a equipa amealhou 11 – apenas menos três do que conseguira nas 20 rondas anteriores –, o saldo de golos foi de 11-2 e nas derradeiras três partidas nem um golo encaixou, algo que também Sp. Braga e Belenenses lograram.
Contas feitas, depois desta reviravolta – que até englobou uma sensacional goleada de 5-2 no Restelo –, o Aves já respira muito melhor. Com efeito, os atuais 25 pontos colocam a equipa nortenha em 13.º, mais próxima do 10.º lugar do Tondela (tem 28 pontos) do que dos postos que ditam a descida, nesta altura ocupados por P. Ferreira e Estoril (ambos com 21 pontos). Ainda assim, claro, todos os cuidados são poucos. Faltam 9 embates (equivalentes a 27 pontos) e tudo pode acontecer. De resto, o calendário não é propriamente o mais simpático para o Aves, pois ainda contempla, por exemplo, duelos com Benfica e FC Porto, para além de eventuais ‘finais’ com V. Setúbal (jornada 28), Feirense (30), Estoril (32) e Moreirense(33). Para já, no sábado, a deslocação ao Estádio da Luz servirá como um autêntico exame a este ‘estado de graça’, pois o adversário tem um imenso potencial ofensivo (com destaque para Jonas) e a história diz-nos que as viagens ao reduto das águias acabam sempre em derrota. Será assim de novo?

Sabia que...?
O Estoril é a única equipa que já sofreu 6 golos duas vezes?
Antes da derrota caseira com o Sp. Braga (0-6), os canarinhos haviam encaixado meia dúzia de golos na jornada 8, quando perderam pelo mesmo resultado... em Braga. Os minhotos são responsáveis por 23% dos 52 golos sofridos pelos estorilistas.

A jornada 25 foi a que teve mais remates na temporada?
Foram contabilizados 224 ‘disparos’, marca que ultrapassa os 212 verificados aquando da ronda 23. 

Foi estabelecido um novo recorde mínimo de foras-de-jogo?
Nos oito encontros desta ronda 25 só foram assinaladas 21 situações de adiantamento. Antes, o registo mais baixo estava em 27 (jornadas 4 e 23).

O Marítimo está com problemas nos penáltis?
A equipa só foi castigada uma vez em 19 jornadas, mas nas derradeiras seis ‘levou’ com quatro penáltis.

O Feirense só viu dois amarelos nos últimos dois jogos?
Esta é a equipa com mais cartões (82) da prova..."

Alvorada... do Guerra

Jonas, o escrete e as pistolas encravadas

"Mais que perceber quanto de Jonas há nos resultados do Benfica, há que perceber quanto do Benfica há nos golos de Jonas.

Jonas está a fazer um campeonato extraordinário. O jogo com o Marítimo, no sábado, foi disso exemplo. O adversário até entrou melhor, estava a criar dificuldades ao Benfica, mas assim que o “Pistolas” teve uma bola na área fez o primeiro golo. A história repetir-se-ia mais à frente, até retirar qualquer interesse competitivo que o jogo ainda pudesse ter para os observadores neutros. O hat-trick que o brasileiro completou na primeira parte do jogo, aumentando o seu total para 30 golos em 25 jogos, relançou dois debates. Um acerca do peso de Jonas no rendimento do Benfica. Outro acerca dos méritos do avançado, em contraponto com o demérito dos adversários. Afinal, Jonas é jogador para o a selecção brasileira? Ou só marca aos pequeninos e encrava as “pistolas” sempre que aumenta o grau de dificuldade dos jogos? As duas coisas estão ligadas.
Os benfiquistas não gostam que se diga que a equipa é excessivamente dependente de Jonas e a minha opinião é que, apesar de os números sugerirem um aumento da percentagem dos golos do número 10 no bolo global, já houve mais dependência daquilo que ele era capaz de dar ao onze. Sobretudo há dois anos, quando aquilo que a equipa jogava era incontestavelmente menos. Mas depois, os mesmos benfiquistas já se reveem na afirmação laudatória, segundo a qual uma bola na área em Jonas é golo certo. Aliás, até fundam nela a candidatura do jogador a uma vaga na fase final do Mundial, com a camisola canarinha. Afinal de contas, quem pode desprezar um avançado que garante um golo a cada vez que tem a bola na área? Ninguém. Nem o Brasil.
O problema é que as coisas não são bem assim. E, mais uma vez, as coisas estão ligadas. Jonas é, de facto, um finalizador temível, mas não possui o segredo da pedra filosofal futebolística e não transforma bolas quadradas em golos. O que acontece é que todo o processo da equipa do Benfica contribui para que a maior parte das bolas que chegam a Jonas na área sejam bolas de golo. Ao contrário do que sucedia, por exemplo, há dois anos, quando um Benfica em claro processo de mudança ganhou o campeonato sem futebol para isso, mas muito suportado na categoria individual de alguns dos seus jogadores, neste momento a equipa tem argumentos colectivos. Troca a bola a grande velocidade no meio-campo ofensivo, em tabelas que, por manterem a certeza de passe, vão tirando as defesas do caminho. O segredo de Jonas é o de conseguir participar nas tabelas – porque manteve a mobilidade, apesar de ter passado a ser a principal referência posicional do ataque – e aparecer depois no final das jogadas a finalizar e a fazer golos.
Ora é aqui que entra a outra “escola de pensamento”. Os adeptos mais radicais dos rivais na luta pelo título chamam a atenção para o facto de Jonas sumir sempre que o grau de dificuldade dos jogos aumenta. Fazem-no, até, de forma irreal, insinuando que os adversários facilitam – como se fosse possível um jogador marcar em 21 das 25 jornadas que leva o campeonato porque teve a tarefa facilitada por uma espécie de conspiração que envolveria 16 das 18 equipas do campeonato. A verdade é que, apesar de levar 30 golos em 25 jogos de campeonato esta época (e 95 em 98 jogos nos quatro campeonatos que fez na Luz), Jonas só marcou uma vez ao FC Porto e outra ao Sporting, ambas de penálti. E em três edições da Liga dos Campeões, fez apenas dois golos, ao Zenit e ao Galatasaray, que não são propriamente potências do nível das que a selecção brasileira terá de defrontar num Mundial.
Parece evidente que há um encravamento das pistolas de Jonas quando o nível dos duelos tende a elevar-se. No entanto, admito que isso não tenha a ver com a sua qualidade enquanto jogador, mas sim com a maior qualidade dos adversários na forma (colectiva) como se opõem ao processo do Benfica. No futebol português, vai tudo dar ao mesmo: a competitividade, quando se baixa daqueles quatro que estão no topo da tabela, é cada vez menor. Os golos de Jonas, aqui, são um efeito secundário, agradável para os benfiquistas, irritante para os rivais. Mas uma observação fria e neutra da realidade diz-nos que Jonas não é um alquimista imparável nem um atacante inútil noutras realidades. Neste momento, mais do que saber quanto de Jonas há nos resultados do Benfica, seria necessário entender quanto do Benfica há nos resultados de Jonas. E se o facto de ele falhar no degrau superior não tem a ver, sobretudo, com a equipa."


PS: É difícil perceber que os grandes goleadores, das principais equipas Europeias, além do talento natural, têm quase sempre características de força e/ou velocidade?!!!
Quando o Benfica joga contra os Marítimos desta vida, o Jonas não precisa de fazer um 'pique' de 15 ou 20 metros para chegar à área...

O futebol já não é isto: é uma soma de tudo isto

"Uma data de homens a correr atrás de uma bola.
Já foi um dos maiores insultos ao futebol. Uma frase de quem o queria desvalorizar. Resumi-lo assim, hoje em dia, acaba por ser um elogio. Até porque o futebol é mais complexo. Há uma velha frase da gíria da bola que diz «o futebol é isto» e que pode ser colocada no final de praticamente qualquer discurso. Mas o futebol já não é só isto: é uma soma de tudo isto. 
O futebol é cada vez mais Política.
Uma data de homens a correr atrás de uma bola antes de outra data de homens se sentar em debates de «Olhe que não» e «Ouça» e «Veja aqui este frame porque essas cinquenta repetições não mostram tão bem quanto esta imagem pixelizada e estática». Debates onde nunca se perde: por vezes não se ganha. Ou, como um dia disse Narciso Miranda, ganha-se perdendo. O rival pode marcar mais ou ter mais pontos, mas há sempre uma boa explicação que não o ter marcado mais ou somado mais pontos.
O futebol é, provavelmente, a única área que dá azo a horas e horas de programação sem que se fale de si próprio. Apenas de tudo o que está à volta. Há gente a falar nas televisões que nunca comentou uma jogada, que não de bastidores, um ataque, que não verbal, uma defesa, que não de honra, ou um drible, que não à verdade.
O futebol é cada vez mais Finanças.
Uma data de homens a correr atrás de uma bola antes e depois de outra data de homens se debruçarem sobre Relatórios e Contas, comunicados à CMVM, balanços e balancetes. Os lucros que não esticam, os passivos que não descem, os credores que não desaparecem, os salários que não encurtam.
Grita-se «Vendaaaaaa!» como quem grita «Goloooooo!», diz-se adeus, faz-se a conta ao que sobra e ao que dá para investir. Traça-se projectos, atiram-se ideias, faz-se F5 à procura de novidades.
O futebol é cada vez mais Geometria.
Uma data de homens a correr atrás de uma bola antes de outra data de homens traçarem linhas em cima das imagens dos primeiros. Paralelas, perpendiculares, pontos de fuga. O jeito que deram as aulas de EVT.
Nunca nenhuma linha terá o encanto do ziguezague de Maradona entre os ingleses ou da curva da bola chutada por Roberto Carlos antes de entrar na baliza da França.
O futebol é cada vez mais Direito. Mas torto. Direito com D grande.
Uma data de homens a correr atrás de uma bola enquanto outra data de homens desafia a justiça. Os colarinhos brancos de Cantona mereciam continuar a ser os únicos com espaço no futebol. As fugas que interessam deveriam ser as de Ronaldo.
O problema não é o futebol ser isto. Porque o mundo também tem o negro e o cinzento na palete de cores. O problema foi terem levado o futebol a ser isto.
O futebol é cada vez menos a data de homens que corre atrás da bola.
É cada vez menos o verde da relva.
É cada vez menos o cachecol esticado.
É cada vez menos o grito de apoio.
É cada vez menos o remate ao ângulo.
É cada vez menos o som da bola a bater na trave.
É cada vez menos o golo no último minuto que arrepia a pele.
É cada vez menos o túnel que faz soltar um ui.
É cada vez menos o defesa que salva em cima da linha.
É cada vez menos o resumo alargado, o golo da semana, a Bola de Ouro, a chuteira preta.
É cada vez menos o amigo de sempre que só conheço do estádio.
É, enfim, cada vez menos bonito.
O futebol hoje é tanta coisa que é cada vez menos o futebol."

O papel cultural da mulher: uma maioria silenciosa

"O discurso emocionado (e ovacionado) de Frances McDormand, na cerimónia de entrega dos Óscares onde, uma vez mais, foi considerada a melhor atriz, trouxe novamente luz às questões de género em Hollywood, num claro apelo a diretrizes de inclusão mais justas (no que respeita a género e raça).
Em viva voz, e em traços largos, apelou a que todas as mulheres da indústria se levantassem, que todos olhassem bem à sua volta e que dessem mais oportunidades a todas as mulheres que se encontravam na sala, pois todas elas teriam excelentes histórias (projectos) para contar.
Em vésperas da comemoração do dia internacional da mulher, este discurso ganha ainda maior preponderância e visibilidade.
Mas, de facto, o que se procura assinalar neste dia? No dia 8 de Março de 1908, apesar do mau tempo, milhares de mulheres - operárias de fábricas - foram às ruas do centro de Nova York para protestar contra a injustiça e a desigualdade entre mulheres e homens, em contexto laboral.
Este é um dia que tem sido, desde sempre, comemorado como um dia de reconhecimento ao movimento que estas mulheres, contra tudo e contra todos, lançaram na defesa de direitos iguais no trabalho.
Desde então, muitos têm sido os investigadores que têm dedicado o seu trabalho a avaliar a expressão deste fenómeno nas diferentes sociedades e, invariavelmente (ou quase), as conclusões são quase sempre as mesmas: na generalidade dos países, as mulheres encontram-se em maior número, possuem maior frequência escolar, têm melhor performance académica... contudo, auferem salários inferiores, candidatam-se menos a posições de chefia, ocupam menos lugares de topo e, por essa razão, têm menor capacidade de decisão e de interferir no rumo das coisas.
Esta é, sem dúvida, uma questão de direitos humanos mas, é também, uma "história" de confiança, de empatia, de escolha, de solidariedade e de capacidade de trabalhar em equipa.
É também uma história de "educação de género", que faz lembrar o conto de Jorge Bucay sobre o "elefante acorrentado" e sobre o espanto de um menino que não compreendia como um animal tão poderoso poderia escolher ficar uma vida preso a uma pequena estaca.
Na realidade, este conto é uma fantástica metáfora, no que respeita às "correntes psicológicas" que nos são colocadas desde a infância e que, reagindo sempre de forma condicionada e numa aceitação abnegada, acabamos por nunca questionar ou desafiar quando somos já adultos.
Sim, é um facto que, tradicionalmente, a cultura de género ensina coisas diferentes a homens e mulheres e que esta "educação", para além de uma série de vantagens "competitivas" (porque também as há, por exemplo, a capacidade superior de inteligência emocional, de organização, de multitasking ou de focar na tarefa que, genericamente, as mulheres têm mais elevadas), na realidade, não beneficia a estruturação da confiança, a proactividade ou a vontade de assumir e liderar projectos.
Mas, na realidade, quanto mais tempo será necessário passar para que nos continuemos a queixar da herança, em vez de transformar a adversidade numa prova a superar?
Há, de facto, 3 "enormes" (ou talvez não) barreiras a superar:
- a educação que damos aos nossos filhos/jovens para a igualdade (de género ou outras), educando no sentido da igualdade de oportunidades, educando desde cedo a respeitar toda e qualquer diferença;
- a relação que as mulheres estabelecem consigo próprias, aceitando que se devem desafiar e até agradecer a herança que transportam mas, ao mesmo tempo, lutar para conquistar igualdade de oportunidades... e isto faz-se, escolhendo participar, escolhendo intervir, acreditando que o valor que cada uma transporta ajudará a diferenciar positivamente a eficiência do seu trabalho e da sua equipa;
- a relação que estabelecem com os outros, a sua capacidade de empatia e de trabalhar em equipa... e, acima de tudo, a sua solidariedade com o feminino... 
Aqui sim, e talvez de uma forma provocatória, é possível que esteja uma das maiores diferenças entre os géneros: tendencialmente, porque mais focadas no exercício da sua tarefa, as mulheres vivenciam muito pouco a gigante alavanca que uma equipa pode ser e têm, muitas vezes, muito mais dificuldade em ultrapassar as diferenças individuais em prol da missão do grupo. Fazem-no, sem dúvida, em situações de crise, de forma reactiva e não proactiva e, ainda assim, com elevadíssimos níveis de eficiência!
As mulheres precisam, antes de mais, acreditar que passar do estatuto de "maioria silenciosa" para uma "maioria a uma só voz", implica entrega, desafio, vontade de resolver diferenças, aceitação e espírito de missão, naquilo que é a defesa dos (seus) direitos humanos.
Até porque, é isso mesmo que a história nos ensina: o dia 8 de Março, como dia de defesa de direitos humanos, só existe porque um grupo de mulheres se uniu e defendeu uma causa comum e é a força dessa união que, todos nós (homens e mulheres), precisamos recordar e integrar na nossa existência... coisa que ainda não fazemos, de forma natural e sistematizada.
"Arrisquem, agarrem as oportunidades. Se querem ser treinadoras ou outra coisa qualquer no futebol, atirem-se de cabeça."
- Sarina Wiegman, entrevista por Mariana Cabral, Tribuna Expresso

Nota: tendencialmente, na sociedade actual, as características de género não são já tão discrepantes, sendo comum encontrar muitas mulheres com competências outrora apenas reconhecidas aos homens - ex: competitividade, liderança - e vice-versa."

Há verdadeiro e falso desporto...

"“Há verdadeiro e falso desporto, como há verdadeira e falsa notícia, coimo há verdadeira e falsa moeda. Distinguir um do outro é tarefa imperiosa e urgente. Mas só se suprime o que se substitui. O desporto não está, aqui e agora, em causa. Nem sequer o lucro que ele pode proporcionar. O que se denuncia é a concepção economicista do desporto, tendo até em conta a falência do colectivismo dito marxista e do neoliberalismo selvagem (que é rei e senhor do mundo em que vivemos). Não se é desportista quando se admite, sem um grito de alarme, que um desporto faccioso e doentio, argentário e ao serviço de escondidos interesses, prossiga com honras oficiais e com aparato científico e sem uma percepção pública dos agentes económicos em geral e dos investidores e empresários em particular.
Num tempo em que tanto se substitui a memória pela esperança, há que procurar sentimentos e ideias, dados e valores, formas e símbolos, que ainda não tenham sido eticamente experienciados, designadamente no desporto de alta competição. Criticamente, mas com vontade de ser mais”. Este é um trecho, extraído do livro da minha autoria Algumas Teses sobre o Desporto (Compendium, Lisboa, 1994, p. 42). Neste mesmo livrinho, escrevi eu também, dirigindo-me aos praticantes: “O desporto deve proteger e desenvolver a resistência, a força, a velocidade, a flexibilidade, etc., ou seja, todas as capacidades físico-motoras. Mas não te limites à corporeidade, enquanto contexto biológico. Também estas inserido num clube, ou numa escola e fazes parte de uma equipa. Depois, o desporto continua terra virgem de uma nova teoria ética, de um novo sentido da responsabilidade. Quando o sucesso e a vitória se exprimem tão-só em números, o desporto transforma-se de certo num universo concentracionário, onde se salvam as estruturas materiais, o lucro, a arrogância dos adeptos facciosos e, muitas vezes, se perdem os homens” (pp. 35/36).
“Eu sou meu corpo” é uma frase de Maurice Merleau-Ponty que o nosso Vergílio Ferreira repetiu, no seu livro Invocação ao meu Corpo. Aliás, o autor da Phénoménologie de la Perception, perante a Sociedade Francesa de Filosofia, referiu que, para ele, a perceção é a forma primeira e fundamental do conhecimento, pois que “percevoir c’est se rendre présent quelque chose à l’aide du corps”. É pela percepção e portanto pelo corpo que eu posso conhecer, que eu posso reconhecer-me, como indivíduo e como pessoa. O primado da percepção sobre a razão e o entendimento aponta-nos um novo paradigma onde não cabem, na complexidade humana, nem um fisiologismo, nem um intelectualismo, redutores. Qualquer actividade físico-motora deverá estudar-se não só de acordo com os preceitos da mecânica ou da física, mas tendo em conta tudo o que o ser humano é e tem. Por isso, se bem penso, o desporto tem um valor formativo e um valor instrutivo. O meu amigo e colega de curso, na Faculdade de Letras de Lisboa, Manuel Ferreira Patrício explica, com mais propriedade, o que eu pretendo dizer: “Em Píndaro (que Goethe e Nietzsche vieram a seguir) encontramos a antecipada síntese chega a ser aquilo que és. Interpreto assim: chega a ser em acto aquele que és em potência. Ou assim: chega a ser em realidade aquele que és em possibilidade. Aquele que és significa a forma que és (revista Philosophica, 6-1995, Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). Kant escreveu que não é possível ensinar filosofia, mas ensinar a filosofar. Ou seja, para este filósofo, a filosofia tem valor instrutivo e valor formativo. No paradigma, onde o desporto se fundamenta (para mim, a motricidade humana, ou o movimento intencional da transcendência) há também necessidade de instrução e de formação: instruir é transmitir conhecimentos, educar é formar. Na educação, portanto, há mais do que simples transmissão de conhecimentos. Recordo Píndaro, uma vez mais: “volta a ser aquilo que és”.
“Rafael Leão tornou-se o mais jovem estreante de sempre a marcar num FC Porto-Sporting, ultrapassando os portistas Ângelo Silva (1938) e Diego (2004). E passa a ser o 3º mais novo, estreante ou não, a marcar em clássicos, ficando apenas com os benfiquistas Espírito Santo (17 anos e 3 meses, em 1937) e Fernando Chalana (17 anos e 11 meses, em 1977) à sua frente. Ou seja, nenhum sportinguista marcara tão novo, num clássico, para a Liga. E só Oliveira Martins (em 1929, com 17 anos e 11 meses) marcara mais novo, mas no Campeonato de Portugal” (A Bola, 2018/3/3). Rafael Leão, com 18 anos de idade (nasceu em 10 de Junho de 1999) jogou num clássico do futebol português e… “entrou, correu, rematou e marcou um golaço”. Mas ensinaram-no a pensar, correta e criticamente, um jogo de futebol, em Portugal? É que, no nosso País, são poucos os “amantes do futebol”. A esmagadora maioria das pessoas quer (de qualquer maneira) a vitória do seu clube. Poucos são os que têm uma visão estética de um jogo de futebol. O futebol, em Portugal, não está à altura do futebol, como espetáculo, numa sociedade civilizada. Em Portugal, ainda não somos suficientemente “amantes do futebol”. Somos demasiado clubistas e tão clubistas que poucos de nós sabem ver e pensar um jogo de futebol. Muitos dos comentários que se escutam, acerca de um jogo de futebol, chegam a atingir o grau ómega da estupidez. É verdade que somos campeões europeus de futebol e de futsal e campeões do mundo de futebol de praia. Mas temos por nós uma Federação Portuguesa de Futebol, com um pensar e sentir e agir que não se confunde com a ideologia reinante nos estádios de futebol e na mundividência de muitas pessoas que os frequentam, a começar pelos camarotes. Muita gente, de facto. E com inumerável descendência.
Rafael Leão parece potencialmente um óptimo jogador de futebol. Mas ainda não sabe que há verdadeiro e falso desporto. E, no falso desporto, o jogador de futebol é meio, não é fim. O desporto pode transformar-se num espaço privilegiado de emergência do espírito crítico. Mas não a “máquinas-de-fazer-golos”, que uma onda de basbaques e oportunistas e representantes de um mundo, que junta o mais descarado individualismo e o mais despudorado mercado livre, vão começar a rodear. No verdadeiro desporto (conforme Thomas Arnold e Coubertin o anunciaram) não há só Actividade Física, há acima de tudo valores que, em plena competição, podem transformar-se numa lei universal da acção humana. Mas os clubes, com espectáculo desportivo, são verdadeiras empresas capitalistas, com nítidas funções ideológicas, ao legitimarem a ordem injusta estabelecida e ao fazerem da eficácia e do rendimento os critérios fundamentais de análise da prática desportiva. Também a saúde, como paradigma da Educação Física, é outra maneira de reduzir a motricidade humana a um meio preventivo, ou curativo, das enfermidades.
Considerar a Educação Física, unicamente como se de um medicamento se tratasse, rouba postura crítica e consciência social aos que a praticam e a lideram. Uma aproximação antropológica da motricidade humana (e do desporto, portanto) descobre nela um lugar privilegiado para o desportista compreender o tempo em que vive, a dimensão pública da vida e o sentido de pertença a uma comunidade, ou seja, a vocação política do ser humano. O desporto é mais do que desporto. Faz bem à saúde? Pode fazer, de facto. Mas o desporto não nos deve ensinar só a “durar”, mas principalmente a “viver” e, aqui, o desportista deveria ser chamado a um diálogo com outras disciplinas e áreas do saber. O falso desporto é o que julga que é desporto tão-só. O verdadeiro desporto é o que, pelo movimento intencional, nos ajuda a pensar filosoficamente os grandes problemas da existência. Oxalá que o Rafael Leão ainda o venha a saber."

Benfiquismo (DCCLXIX)

5-0 !!!

105x68... Futebol, Modalidades e Nojo...

Guerra... em modo...!!!

Desmentido oficial

"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD esclarece que é falsa a informação veiculada por alguns órgãos de comunicação social de que Fernando Rocha, sobrinho de um funcionário judicial, teria sido contratado pelo Sport Lisboa e Benfica e trabalharia no Museu Benfica Cosme Damião.
Essa informação carece de qualquer fundamento sério porque invoca o nome de alguém que não pertence, nem nunca pertenceu, aos quadros profissionais de qualquer estrutura do Sport Lisboa e Benfica e Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD.
Quanto a nós conviria apurar a responsabilidade pela divulgação desta gravíssima falsidade."

O dilema do futebol português

"As contas das SAD reveladas a semana passada mostram que os clubes estão a fazer o possível num novo contexto do negócio do futebol. Mas fazer o possível pode não ser suficiente para garantir, ao mesmo tempo, competitividade e sustentabilidade financeira.
Com intensidades diferentes, os três grandes estão a procurar reduzir o seu passivo e diminuir a exposição à dívida bancária. O Benfica, que naturalmente interessa mais ao autor destas linhas, apresenta, aliás, números impressionantes - o passivo reduziu-se em 53 milhões de euros no primeiro semestre (estando já anunciada uma redução ainda mais significativa no próximo exercício, com 100 milhões da receita da venda dos direitos televisivos a serem destinados a esse fim) e a dívida à banca está a ser substituída por empréstimos obrigacionistas, com custos muito mais favoráveis.
Esta melhoria financeira assenta num modelo de negócio estável, assente na aposta na formação e no scouting e por um investimento continuado nas infraestruturas. Como tem sido possível conciliar mudança paulatina do modelo de negócio com resultados desportivos, as receitas têm crescido de forma sistemática: da bilhética aos patrocínios passando, claro está, pelos prémios UEFA, direitos televisivos e de passes de atletas.
Este cenário não deve servir para ocultar os problemas de fundo que o futebol português enfrenta e que podem bem agudizar-se. Uma equipa portuguesa pode manter-se competitiva no quadro europeu, mas será à custa da sustentabilidade financeira; do mesmo modo que o equilíbrio financeiro pode hipotecar a competitividade desportiva.
Desde logo porque há alguma saturação do mercado doméstico. Será difícil continuar a encontrar patrocínios em Portugal, da mesma forma que os direitos televisivos não poderão gerar muito mais receitas e com o estádio quase todo vendido, a margem para fazer crescer a receita só pode ser feita à custa do preço dos Red Pass (o que contrariaria a natureza popular do Benfica).
A favor dos clubes portugueses joga, claro está, a pertença emocional, que, no Benfica, se revela na verdadeira excentricidade que é a receita de quotização, cerca de 17 milhões ano - que outro accionista estaria disponível para investir este valor todos os anos? - e um lugar intermédio no mercado global que tem sido utilizado com inteligência como plataforma para jogadores.
Mas convém ter presente que o fosso face aos grandes clubes europeus se está a acentuar e que as receitas UEFA tenderão a incrementar esse diferencial. Com falta de competitividade, défice de visibilidade internacional e perda de valor da Liga corremos bem o risco de nos tornarmos numa competição regional e irremediavelmente periférica. Alternativamente, os sócios podem perder o controlo dos clubes (a antecipação de receitas que Porto e Sporting têm feito aumenta em muito esta probabilidade). Já os sonhos europeus dos clubes portugueses podem não passar disso mesmo."

Basta: A 'pouca vergonha' no futebol português vai ter de acabar!

"A 16 de Setembro de 2017 (link) escrevi por opção a última publicação neste blog, e tinha alertado publicamente pela última vez para a minha discordância com a estratégia desportiva e o desinvestimento desta época, além de também discordar da "reacção" da estrutura do Sport Lisboa e Benfica ao que se estava a passar ... com alegadas "ameaças" e "chantagens" ... face ao que se adivinhava que viria a acontecer (caso e-mails)!
Tenho andado ausente do espaço público, mas nunca andei distraído ou desatento!
1 - Hoje este país anda a fazer "barulho" por alegadamente um advogado do Benfica ter oferecido umas camisolas em relação a possíveis violações do segredo de justiça? Este é que é o problema do futebol português? hoje mesmo todos os órgãos de comunicação social violaram o segredo de justiça sobre este mesmo caso do Paulo Gonçalves?!?!?! Onde andam as buscas e as detenções dos responsáveis da RTP, SIC, TVI, Correio da Manhã, Sábado, etc para esclarecerem a fuga de informação e a violação do segredo de justiça relativamente à investigação a Paulo Gonçalves? Acusam o Paulo Gonçalves de algo que hoje toda a comunicação social está a fazer (violação do segredo de justiça)? Esses canais e órgãos de comunicação social andaram a oferecer subscrições e assinaturas gratuitas a oficiais da justiça, para saber o que se passa no caso Paulo Gonçalves?
De forma clara: Se ninguém em Portugal cumpre o segredo de justiça... que se acabe com o segredo de justiça em todos os processos!
Ninguém tem de andar a oferecer tremoços, camisolas, bilhetes ou outra coisa qualquer coisa para saber como andam os processos e investigações judiciais!
Perante esta tomada de posição ...
2 - Algumas questões pertinentes (estas sim, são pertinentes):
- Onde anda a investigação às "ameaças" a Artur Soares Dias, por membros dos Super Dragões em Janeiro de 2017, no centro de treinos, e qual a relação com as arbitragens absurdas deste árbitro nos últimos jogos do Porto? Afinal foi ameaçado de "morte" pelos Super Dragões, e é isso que o condiciona? ou agora esse árbitro anda a dizer que afinal era "morto pela UEFA"? Afinal foi a UEFA que invadiu o centro de treinos há 1 ano e o ameaçou de morte? (link - ameaças dos Super Dragões a Soares Dias) (link - Artur Soares Dias "era morto pela uefa")
- Porque motivo foi permitido, pela justiça portuguesa que um canal privado (Porto Canal, andasse a divulgar durante 10 meses alegada correspondência roubada, sendo essa divulgação em si um crime, como se veio a confirmar recentemente??? 10 meses para decidir o óbvio???? Ou a justiça do Porto não se rege pelas mesmas leis deste país à beira-mar plantado? Onde anda a investigação ao juíz de 1ª instância do Tribunal do Porto? Será que teve algum bilhete ou camisola oferecida? Fica a questão! (link - porto canal proibido de divulgar mails)
- Curiosidade 1 - "e-mails": Porque motivo nunca se viu nenhum leak de e-mails relacionados com o Responsável Financeiro da Benfica SAD e contactos com os bancos BES/NovoBanco e Millennium BCP? Não interessa comprometer os amigalhados da "estrutura" do Sporting? Será que algo que foi silenciado, e se sim, porque?
- Curiosidade 2 - "e-mails": Porque motivo nunca foi pública nenhuma referência ou frase sobre António Costa (Actual Primeiro Ministro) em 10 anos de e-mails, adepto benfiquista que muitas vezes assistiu na qualidade de adepto e/ou presidente da CMLisboa a jogos do Benfica? Ou será que apenas Centeno é que foi referenciado em e-mails? Que se saiba, ambos assistiam aos jogos do Benfica! Será que algo que foi silenciado, e se sim, porque?
Existem conteúdos "que foram silenciados?"
Se sim, qual foi a contrapartida? Se é para publicar... que se publique tudo ... e se investigue tudo!
- Porque motivo se tenta "esquecer" a alegada corrupção por acto lícito do estorilgate (Estoril - Porto época 2017/2018), devido ao pagamento de uma dívida antiga de 784 mil€ no "intervalo" de um jogo em que o Porto perdia? (link - Estorilgate - possível corrupção por acto lícito - investigação cmtv)
- Porque motivo pouca gente fala das alegadas irregularidades do licenciamento para a UEFA, por parte da Porto SAD, ao ter "ocultado" dívidas ao Estoril durante 2 épocas, sendo que os clubes não podem ter dívidas em atraso a jogadores e a clubes? (link - dívida de 2 anos paga no intervalo do Estoril - Porto)
- Porque motivo pouca gente fala no facto de Álvaro Sobrinho (principal accionista individual da Sporting SAD) andar a ser investigado pelo alegado desvio de mais de 500M€ do BES Angola, com se soube há poucos dias? (situação que poderá ter ajudado a desencadear o colapso do universo BES e GES com enormes prejuízos de milhares de milhões de euros para o Estado e contribuintes portugueses!!!) Porque motivo Álvaro Sobrinho ainda não é arguido no caso LEX e alegadamente se espera que venha a Portugal para essa situação acontecer, sendo que noutros casos se afirma que os arguidos não têm de aceitar ser arguidos, ou sequer têm de assinar nada para isso seja uma realidade, como aconteceu com Luís Filipe Vieira? (link - Álvaro Sobrinho e desvio BES Angola 500M€) (link - Alvaro Sobrinho e Operação Lex)
- Porque motivo pouca gente fala do facto de Bruno de Carvalho (Presidente do Sporting) alegadamente, segundo consta na comunicação social, andar a ser investigado por supostos desvios de dinheiro em transferências (tanaka, etc)? (link - investigações tanaka)
- E o escândalo dos VMOC's do Sporting ... anda a ser investigado? Que se saiba, existiu o "leaks" no Youtube das gravações ao Ricciardi, que continham afrimações muito graves! Isso não merecem investigação? (link - escutas de Ricciardi)
- Porque motivo pouca gente fala nas contas dos 3 grandes e nas "falências" de Porto e Sporting?
- mais de 150M€ de prejuízos da Porto SAD desde 2010 (-152,8M€),
- mais de 100M€ de prejuízos da Sporting SAD desde 2010 (-105,4M€),
- mais de 75M€ de lucros da Benfica SAD desde 2010 (+75,7M€)? (links e relatórios disponíveis na CMVM)
REPITO, para quem não leu direito:
Porto e Sporting com mais de 250M€ de prejuízos no total, desde 2010!
Benfica com mais de 75M€ de lucros desde 2010!
- Porque motivo pouca gente fala no facto de a Porto SAD não conseguir contratar ou renovar com 9 jogadores do lote habitual de 18 convocados que acabam contrato em 2018 e 2019? (ver lista disponível no último relatório semestral da Porto SAD ou no transfermarkt - Casillas, Marcano, Reyes, Maxi Pereira, Brahimi, André André, Herrera, Hernâni, Ricardo)
- Porque motivo pouca gente fala no facto de a Porto SAD ter menos de 4 meses para realizar 60M€ de mais-valias até Junho de 2018, que podem representar cerca de 100M€ em vendas ... para não cair novamente em incumprimento com a UEFA???
- Porque motivo Bruno de Carvalho já decidiu que irá "mandar embora" Jorge Jesus no final da época, e até já anda em negociações avançadas com o substituto? E quem irá pagar os 8 milhões de indemnização? (link - JJ e Miguel Cardoso)
(para relembrar: Bruno de Carvalho desmente notícias sobre saída de Marco Silva DEZ. 2014) Existem muitas outras questões... que para já ainda não serão referenciadas!
Acho muito bem que existam investigações, no entanto TODAS as "personalidades" em questão devem ser investigadas e constituídas arguidas, caso seja essa a situação dos factos, e o "segredo de justiça" deve ser levantado para TODOS os casos, e não apenas para alguns casos!
Existem muitos "cidadãos", onde me incluo, que estão "atentos", "informados" e "interessados", e que agradecem a quem de direito (Ministério Público do Estado Português) que aja em conformidade, e igualmente investigue e responda a estas questões / "casos" que ainda estão sem resposta!

Nota Final: Nesta publicação apenas foram apresentadas questões que, directa ou indirectamente, estão relacionadas com o futebol português. Outras questões e investigações da esfera "pessoal" das diversas personalidades não entram no contexto desta publicação e deste Blog dedicado ao desporto nacional."

#Veteranos

"É com especial satisfação que assinalo a criação do conselho de veteranos do Sindicato dos Jogadores, presidido por António Simões e, para já, composto por Hilário, Eurico Gomes, Paulo Futre, Carlos Manuel, Nuno Gomes, Beto, Simão Sabrosa, Jorge Andrade, Hugo Viana e Carla Couto. Onze ilustres que dão o pontapé de saída nesta aventura pela defesa do jogador e do futebol português.
O projecto nasceu da visão intergeracional do Sindicato e da intenção de constituir um espaço plural, onde ex-jogadores e jogadoras de referência para o futebol português possam debater e contribuir para o pensamento e acção colectiva, valorizar profissional e pessoalmente o jogador, garantir um envelhecimento activo. Ao mesmo tempo, ter a voz da experiência a apoiar tomadas de decisão, desenvolver pensamento crítico.
A visão agregadora do presidente António Simões e a disponibilidade dos restantes membros do conselho, fazem-me ter a certeza de que terão um impacto muito significativo na comunidade desportiva e na sociedade em geral. Faço votos para que mais figuras de referência se juntem a este elenco. Entre várias atribuições do conselho, queremos que nos apoiem na identificação dos casos de emergência social que exigem a intervenção do sindicato, uma forma de colocar as referências ao serviço da própria classe.
Esta semana fomos fustigados pela notícia da morte do jogador italiano Astori. Relembra-nos os riscos associados à alta competição e a importância de proteger aos jogadores e respectivas famílias, num retorno adequado por tudo o que dão ao desporto. Por mais investigação que exista, a morte súbita no desporto continua a levar a melhor, encerrando uma crueldade tremenda. Onde quer que estejas Astori, a família de futebol está contigo."