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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Antevisão...

Roman Yaremchuk | Um ídolo em ascensão na Luz?


"O mercado está ao rubro, na Luz, e a chegada de Roman Yaremchuk é prova disso mesmo. O ucraniano é a mais recente contratação do emblema encarnado. Se por um lado o ataque fica indiscutivelmente mais forte, por outro é certo que haverá saídas do plantel encarnado naquilo a que a avançados diz respeito.
Atualmente há no plantel várias opções para o terreno que pisará, certamente, Yaremchuk. Seferovic, Carlos Vinícius, Darwin, Gonçalo Ramos, Rodrigo Pinho e ainda Waldschmidt são os nomes que poderão jogar numa posição mais avançada do terreno de jogo.
Contudo, é certo de que haverá nomes na porta de saída. Os mais falados são Haris Seferovic e Carlos Vinícius, curiosamente, dois dos avançados que têm tido épocas mais prolíferas de águia ao peito.
Yaremchuk esteve em destaque na última temporada ao serviço do Gent, clube que milita na primeira divisão da Bélgica, onde apontou 23 golos e oito assistências em 43 aparições pelo KAA Gent. Também no Europeu que se realizou este ano, o ucraniano apresentou-se a um excelente nível ao apontar dois golos pela sua seleção. Curiosamente, Yaremchuk é apenas o segundo ucraniano a representar o SL Benfica em 117 anos de história.
Com 1,91 metros de altura, Yaremchuk, ou simplesmente Roman, para ser mais fácil, é um ponta de lança com uma técnica aprimorada e que vem acrescentar imensa qualidade ao processo ofensivo das águias, sendo o homem alvo do ataque. Do ucraniano espera-se, para além de movimentações, com e sem bola, de desmarcações a rasgar as defesas adversárias.
Com a sua estampa física poderia muito bem ser um avançado estático que espera pela que a bola caia nos seus pés, mas, pelo contrário, Yaremchuk procura ter bola e é mesmo capaz de recuar um pouco no terreno para ajudar na construção do ataque.
O avançado ucraniano faz lembrar, em certa parte, Jonas. Claro que num patamar inferior, mas com potencial para se tornar numa referência no Sport Lisboa e Benfica. A disponibilidade que traz ao jogo e o facto de ser capaz de recuar para procurar ter bola assemelha-se ao ídolo brasileiro.
Nesta temporada, e já de águia ao peito, o mais recente reforço dos encarnados conta já com um golo e duas assistências em dois jogos com um agregado de apenas 82 minutos jogados. Uma coisa é certa: se mantiver o nível que tem mostrado neste arranque de temporada tornar-se-á, muito rapidamente, numa lenda para os adeptos.
O potencial está lá, mas é também necessário assentar os pés na terra e perceber que Roman Yaremchuk não é um semi-deus (pelo menos por enquanto), mas para já começa bem. O ponta de lança foi contratado por 17 milhões de euros e o Sport Lisboa e Benfica fica com 75% do passe do jogador.
Comparado o valor pago ao de outros atletas, Roman Yaremchuk foi até barato. É um jogador feito, nada propício a lesões e com estatísticas muito boas, para além de que quem o vê jogar percebe que o ex- KAA Gent é muito mais do que estatísticas."

O que muda? A diferença entre o 4x4x2 e o 3x4x3 de Jorge Jesus


"No Futebol Total, o Pedro Bouças falou sobre as diferenças de posicionamento em cada momento do jogo – Organização e Transição – e como estas interferem na dinâmica própria do jogo, do Benfica nos seus dois diferentes modelos.

Em 3x4x3:

Treino...

Benfica FM #164 - Spartak, Arouca...

Pesar por Paulão


"O Sport Lisboa e Benfica lamenta profundamente o falecimento de Paulão, antigo avançado angolano que representou o Clube entre 1995 e 1997.
Nas duas épocas em que vestiu o Manto Sagrado, Paulão (faria 52 anos no próximo dia 22 de outubro) participou em 27 jogos oficiais pela equipa principal e apontou três golos.
Aos familiares e amigos do nosso antigo jogador, o Sport Lisboa e Benfica expressa as mais sentidas condolências em nome de toda a Família Benfiquista."

Tendências evolutivas do jogo de futebol


"Conhecer o futuro é um desejo iminentemente humano. Para tal, mune-se das informações do passado e do presente, inventariando um conjunto de questões que possa perspetivar como esse futuro será concretizado e idealizado. No que ao futebol diz respeito, existe um conjunto de tendências evolutivas do jogo, formatadas pelas experiências do passado e do presente projetando-se no futuro. Bem como outras que surgirão do conhecimento, operacionalização e criatividade dos treinadores e jogadores, baseadas na perpetuação de um futebol em constante evolução.
As questões que se colocam neste domínio são múltiplas, todavia elegem-se as seguintes: que tendências evolutivas do jogo se descortinam? Como é que estas se inter-relacionam? Que impacto terão na alteração dos processos de preparação e condução da equipa, antes e durante a competição? Quais os limites da performance humana? Até onde se poderá exigir dos jogadores e das equipas? Como entender o percurso e o processo formativo dos jogadores até atingirem o alto rendimento, bem como dos treinadores? Quais as competências de diferente ordem no jogador de elite na próxima década?
Tendo como referência o número de leis do jogo, apresentam-se 17 dessas tendências que influenciam o presente e o futuro a curto ou médio prazo.

Jogar permanentemente em ‘unidade’
1. As equipas desenvolvem uma mentalidade coletiva, aumentando a sua eficácia em que todos atacam e defendem. Promovem-se rotinas individuais e coletivas, através de movimentos coordenados em largura e profundidade no ataque, bem como reagir à perda da bola e concentrando-se num espaço defensivo específico. Estabelece-se a homogeneidade coletiva facilitando os objetivos para cada situação, em função do binómio risco/segurança que envolve toda a ação individual e coletiva realizada. Nada é mais importante do que a equipa.

Desenhar planos estratégico//táticos flexíveis
2. A estratégia e a tática são dimensões lógicas e flexíveis. Partindo do conhecimento do adversário, cenários plausíveis são treinados no sentido de melhorar o modelo de jogo da equipa, permitindo mudanças temporárias na sua funcionalidade para atingir objetivos competitivos. Pré-ativam-se assim os jogadores para situações que possam acontecer. Para tal, desenvolvem-se padrões de jogo regulares (modelo de jogo) mas também padrões espontâneos (plásticos), ampliando a eficácia da sua organização, mantendo a integridade e a identidade da equipa. Tais modificações conectam-se às condições reais de competição, bem como redimensionam o plano durante a competição em função do binómio resultado/tempo de jogo.

Marcar primeiro e liderar o resultado
3. Marcar primeiro é um elemento determinante para atingir a vitória. Sendo fundamental quando as duas equipas em confronto detêm os mesmos níveis de rendimento. As análises da Liga dos Campeões evidenciam que 73% das equipas que marcaram primeiro atingiram a vitória, 19% empataram e 8% perderam. Para além do facto referenciado, liderar continuamente o resultado do jogo tem um efeito de carácter psicológico positivo nos jogadores e na equipa, dando-lhes maior segurança e confiança, obrigando o adversário a jogar num contexto de crise de resultado e tempo. Assim, o binómio marcar/liderar passa por se aproveitarem as oportunidades para se atingir o golo, sendo um elemento chave para se atingir a vitória.

Assegurar a maturidade futebolística dos jovens jogadores
4. Hoje e no futuro, observar-se-á o sucesso dos jogadores mais jovens no alto rendimento. A preparação do futebol nos jovens começa mais cedo, estendendo-se para o futuro. As seleções posicionadas nos 6 primeiros lugares dos Mundiais de 2014 e 2018 mantiveram o mesmo número de jogadores até aos 23 anos (Alemanha, Holanda e Bélgica 6/7), reduzindo as idades de 30 ou mais anos e aumentando entre os 24 e 29 anos. Paralelamente a este facto, verifica-se uma maior longevidade profissional dos jogadores. Sendo normal observar-se elevadas percentagens de jogadores com mais de 30 e até 40 anos. O possível choque geracional desta tendência (jovens/menos jovens) terá de ser corretamente gerido pelos clubes e treinadores. Esta tendência tem como base o binómio entre a qualidade da formação dos treinadores, suportada por metodologias de treino e conhecimentos científicos. Possibilita-se assim que os jogadores ascendam mais rapidamente ao alto rendimento e mantenham durante um maior período temporal elevados níveis de desempenho futebolístico.

Flexibilizar os sistemas táticos
5. O sistema tático é baseado em diagramas (G:4:4:2, G:4:5:1, etc.), estabelecendo a ordem e o equilíbrio nas várias zonas do campo, tanto no ataque como na defesa, e sendo um ponto de partida para a coordenação das ações individuais e coletivas, baseadas numa cadeia de geometrias triangulares. Todas as equipas adotam um sistema tático básico (deriva de seu modelo de jogo) e alternativo (dependendo do desenvolvimento da competição). Os sistemas táticos na atualidade são dotados de flexibilidade para anular/explorar os adversários. Tal facto significa mudanças na formação da equipa, antes e durante a competição. O treinador poderá ser visto como um jogador de xadrez, movendo as suas peças em função de múltiplas informações vindas do jogo. Contudo, a par de uma ocupação racional do espaço de jogo, importa dotar os jogadores de missões táticas específicas, interagindo individual, sectorial e coletivamente. Estabelece-se um binómio entre espaço/missão.

Harmonizar ações de ataque vs. defesa
6. Ataca-se preparando-se para defender e defende-se preparando-se para atacar, explorando diferentes níveis organizacionais. Criam-se assim condições favoráveis, de modo a obrigar os adversários a defender ou atacar com menor número de jogadores em dificuldades de tempo e espaço. Manter equilíbrios posicionais, bem como a sua sincronização em função das situações de jogo é um dos fatores chave das equipas na fase ofensiva e defensiva do jogo. Das análises da Liga dos Campeões o espaço efetivo de ataque variou entre 792 e 1180 m2 (Barcelona e Ajax mais espaço), enquanto em fase defensiva variou entre 759 e 480 m2 (FC Porto e Man. City menos espaço). Os menores valores diferenciais entre o ataque e a defesa foram observados pelo Liverpool (92 m2), FC Porto (236) e Man. City (312).

Maximizar o ritmo de jogo
7. Esta tendência evidencia a operacionalização de taxas de variabilidade rítmica (variação do número de ações na unidade de tempo) de circulação dos jogadores no ataque e na defesa, impossibilitando o adversário de ter espaço/tempo para se organizar efetivamente. Os jogadores ao interferirem intensamente nas situações de jogo ampliam o grau de sincronização da ação coletiva, reduzindo os custos dos mecanismos de suporte dos sistemas de ação, potenciando acelerações do ritmo de jogo em momentos e espaços próprios aos objetivos da equipa. As análises das ações ofensivas eficazes realizadas na Liga dos Campeões (de 2012 a 2019) demonstram que o tempo médio de ataque variou entre os 10,3 e 12,5 segundos, bem como o número de ações de passe realizados entre 3 e 4.

Efetuar rápidas transições de fase
8. Os momentos de transição de fase suportam-se na base de uma forte atitude mental por parte dos jogadores. Passam do ataque à bola ao ataque à baliza (da concentração defensiva à profundidade e largura no ataque) ou do ataque à baliza ao ataque à bola (da profundidade e largura no ataque à concentração defensiva). Para tal as ações serão rápidas, imediatas, seguras e adaptadas às situações de jogo. Fomentando a continuidade do processo ofensivo ou defensivo. Além dos valores diferenciais referenciados entre o espaço efetivo de jogo na fase ofensiva e defensiva, importa igualmente analisar o tempo que as equipas necessitam para transitar de uma para outra fase. Quanto menor for esse tempo, mais eficazes serão os momentos de transição de fase. Esta tendência é altamente dependente da ocupação racional do espaço de jogo, da mentalidade agressiva dos jogadores na perda e recuperação da bola e do tempo transacional entre atacar e defender e vice-versa.

Potencializar os esquemas táticos
9. No Mundial 2018, as bolas paradas representaram 30/39% das situações de golo e cerca de 50% dos remates. A sua aplicação na competição oferece vantagens em relação à iniciativa, tempo e oportunidade para quem ataca. Mas também a possibilidade de originar situações de contra-ataque para quem defende. Neste sentido, armadilha-se a situação, de modo que os atacantes criem uma falsa noção do controlo de jogo, bem como ocuparem posições diferentes daquelas que normalmente dominam. O penálti foi a situação que mais golos produziu (22), porventura devido à intervenção do VAR. O pontapé de canto foi o segundo (19) e os pontapés de livre o terceiro (17). Em todas as fases competitivas deste Mundial observaram-se golos a partir de esquemas táticos. Importa assim evitar infrações às leis do jogo, modelando o binómio entre a necessidade do seu uso a favor da equipa e o fator emocional dos jogadores.

Estimular a criatividade e a improvisação
10. A qualidade da tomada de decisão e da execução técnica dos jogadores suporta-se na sua eficácia, sendo um processo em constante aperfeiçoamento, antecipando, acelerando e adequando soluções, atendendo às conjunturas de jogo. Os jogadores terão de tomar entre 2500 e 3500 decisões para um tempo efetivo de jogo que varia entre os 50 e os 60 minutos. Os pés e o cérebro estão em constante interação, sem a qual os jogadores jamais poderão antecipar/agir à emergência de cada situação de jogo. Paralelamente a uma forte disciplina tática, reclama-se que os jogadores atendam a um imaginário, ao mesmo tempo disciplinado pelos contornos do modelo de jogo e flexível, proporcionando a cada jogador dentro da organização da equipa o espaço necessário para impor sua personalidade e criatividade, suportada por uma cultura de regras de ação e de princípios da gestão coletiva.

Ampliar a intensidade do jogo
11. As equipas percorrem mais de 100 km por jogo. Cada jogador percorre entre 8,3/6 km acima de 20 km/h, 1,4/2,3 km acima de 25 km/h, efetuando mais de 1300 mudanças de intensidade. Na Liga dos Campeões, muitos jogadores atingem velocidades máximas entre os 33,5 a 34,5 km/hora e um elevado número de sprints durante cada jogo (52 a 56). Em termos comparativos, o recorde dos 100 metros, estabelecido em 2009, foi de 44,7 km/h. Estes dados objetivam o elevado nível de disputa por cada cm de espaço e situação de jogo. Logo, quanto maior o grau de sincronização da ação coletiva, suportado por jogadores considerados mestres da síntese, criando/gerando tempo e espaço, reduz-se o recrutamento de sistemas de apoio (menor fadiga). Em simultâneo aos dados apresentados, a tendência futura das diferentes organizações competitivas é aumentar a proporção de jogos/época (densidade competitiva). A resposta a esta equação passa por uma correta gestão dos esforços dos jogadores (realizando entre 50 a 80 jogos/época), relativamente às exigências colocadas pelo binómio treino/competição.

Universalizar as ações do guarda-redes
12. A missão tática essencial do guarda-redes é defender a baliza, dominando as ações específicas que derivam da sua posição (realizando entre 5 a 25 defesas/jogo). Contudo, na atualidade os guarda-redes têm ampliado o seu papel na fase ofensiva, participando na circulação da bola na primeira etapa deste processo, elevada precisão das ações de passe curto, médio e longo, na aceleração do ritmo ofensivo, colocando rapidamente a bola em jogo, bem como escolher o colega melhor posicionado para atacar a baliza adversária. Os guarda-redes realizam em média de 18 a 32 ações de passe por jogo. Desta constatação os guarda-redes foram, nos últimos anos, os jogadores que mais evoluíram do ponto de vista técnico, tático e estratégico. O futuro demonstrará que tal evolução irá continuar.

Aplicar o ataque de segunda vaga
13. Este conceito é usado em função de diferentes níveis da organização, logo após a recuperação da bola, de forma a aproveitar a possível desorganização defensiva adversária. Chegado às zonas de finalização e havendo reduzidas possibilidades de êxito, reduz-se a velocidade do ataque, criando condições para nova aceleração, usando os atacantes movendo-se em alta velocidade de trás para a frente. Tais deslocamentos tornam difícil a possibilidade de marcação efetiva por parte dos adversários. Esta 2ª vaga potencia o fator surpresa quando os defesas ainda estão ocupados em se reorganizar.

Adotar o conceito do ‘contra do contra’
14. Este conceito de jogo é a resposta da equipa que ao perder a posse de bola reage desenvolvendo 3 objetivos: evitar o contra-ataque do adversário, recuperar a bola e colocá-la rapidamente nas zonas de finalização. Aproveita neste âmbito o desequilíbrio da equipa adversária que transita, em poucos segundos, da defesa para o ataque e de seguida para a defesa. Assim a equipa, após recuperar a bola e tentando contra-atacar, é surpreendida pela sua perda, encontrando-se numa situação precária de organização defensiva, possibilitando condições de crise de raciocínio tático e redução dos índices de confiança.

Adequar métodos defensivos construtivos
15. A organização das equipas de elevado rendimento operacionaliza uma visão construtiva da fase defensiva do jogo. Para tal, reduzem-se opções táticas do ataque adversário, tornando-o mais previsível. Promovem a redução do espaço efetivo do ataque e a marcação premente do adversário de posse de bola, bem como dos colegas com quem se pode articular. Preparam-se formas pré-estabelecidas de recuperação da bola, propiciando condições vantajosas na concretização do ataque subsequente, em virtude da eficácia do ataque depender, essencialmente, de como a bola foi recuperada. Por último, criam de modo constante uma incorreta perceção de domínio do espaço e do tempo por parte do adversário, convidando-o a cometer erros de ordem estratégica, tática e técnica.

Aplicar métodos de zona pressionante
16. Nestes métodos é essencial pressionar rigorosamente o atacante de posse de bola. Criar zonas de pressão sobre o ataque, suportadas numa superioridade numérica, reduzindo as opções dos adversários e conduzindo-os para zonas menos vitais de jogo. Mantendo de modo constante uma organização defensiva concentrada e compacta no espaço de jogo, adaptando-se rápida e eficazmente, quando se verifica a circulação ou a variação do centro do jogo atacante. Expressam igualmente um elevado espírito de sacrifício que somente termina aquando da recuperação da posse de bola.

Alterar as leis do jogo e as novas tecnologias
17. A lógica interna do jogo é o produto da interpretação e interação entre as leis do jogo, bem como da evolução das soluções práticas encontradas pelos treinadores e jogadores, decorrentes das suas capacidades. As amplas possibilidades de decisão/ação permitidas pelas leis do jogo geram múltiplas inter-relações que nunca são estáveis e soluções operacionais de carácter estratégico e tático. A tendência das leis do jogo é que estas sejam alteradas, tornando o jogo mais lógico, competitivo e verdadeiro, suportado por processos específicos de treino dos árbitros, mas também por novas tecnologias que possibilitem corretas tomadas de decisão. Cada vez mais a tecnologia irá inundar o futebol sob diferentes dimensões, especialmente com métricas quantitativas. As métricas de ordem quantitativa e qualitativa são essenciais para desvendar alguns factos da lógica do jogo, ajudando de uma forma humana a resolver problemas individuais e coletivos. Deste modo, os métodos de treino serão desenhados e aplicados em função do que é essencial, não se perdendo tempo nem energia, direcionando-os numa visão transformadora da qualidade de jogo. Alargam-se igualmente os graus de liberdade de todas as personagens envolvidas neste fenómeno desportivo, oferecendo mais opções, ideias e conceitos de jogo. A tecnologia poderá viver lado a lado com a experiência humana, contudo jamais poderá substituir a experiência humana."

Os Jogos Olímpicos terminaram


"Os Jogos Olímpicos (JO) de Tóquio 2020 terminaram e o balanço, apesar dos constrangimentos devido à Covid-19, parece ser positivo. Eles revelaram que continuam a ter uma extraordinária dimensão, envolvendo milhares de praticantes e espectadores. Alegrias e tristezas são sempre a pedra de toque em cada edição. Não se pode ter uma visão idílica do olimpismo. Será que o olimpismo triunfa segundo a vontade de Coubertin? Será que é exaltado o desporto desinteressado e o desporto praticado apenas pelo prazer e a superação de si próprio? Infelizmente, não!
No caso português, como refere um texto de Luís Francisco, na edição do Expresso, de 6.08.2021, “os adeptos criticam os atletas pela sua alegada falta de atitude, estes criticam os políticos por não terem apoio, os analistas criticam a fraca aposta do país no desporto, os telespectadores criticam a RTP por não passar as modalidades de que gostam mais, os responsáveis pela delegação olímpica criticam quem exige muito de quatro em quatro anos a atletas que roçam o anonimato em termos de reconhecimento social”. Ganhámos algumas medalhas, e apresento os meus parabéns aos atletas. Mas a maior “medalha” que se pode atribuir a Portugal é que se encontra no lugar 11.º em termos de inatividade física do mundo. A “espuma” dos resultados dos JO vai desaparecer e tudo volta ao normal.
Quando o secretário de Estado da Juventude e do Desporto anuncia o objetivo de colocar o país, até 2030, entre as quinze nações europeias como maior índice de prática desportiva, não sabe bem o que diz. E os primeiros dados dos Censos 2021, que recentemente foram divulgados, reforçam esta afirmação. Estamos perante um país cuja população decresce e o nível de envelhecimento é cada vez maior. Nestes JO vimos de tudo um pouco. Todavia, eles foram uma prova de abertura, de inclusão social, de diversidade, de liberdade e de promoção de valores positivos para as sociedades.
Pode ouvir na RDP África um balanço mais exaustivo sobre os JO."