Últimas indefectivações

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Gil Dias


Anúncio da 2.ª contratação, novamente no mercado interno, desta vez, Gil Dias. Jogador que pertencia ao Mónaco, mas que tem passado por vários empréstimos, o último em Famalicão...
Foi um jovem muito pretendido, mas tem tido dificuldade em confirmar como sénior o potencial que demonstrou quando era mais novo... Não era a minha 'primeira opção', mas com o historial do Jesus em adaptar extremos a laterais (o Digui na última época, por exemplo...), pode ser que resulte!
Como extremo até pode jogar nos dois flancos e inclusive como 9,5!
Aliás ofensivamente tem de facto muito potencial, tem drible e passe... vamos ver como se adapta à pressão do Benfica, e ao esquema táctico... muito provavelmente o 343!
Agora não me parece uma primeira opção para a titularidade...

1.ª dia....


Começou hoje a época 2021/22, com os habituais exames médicos e ainda com muitas indefinições no plantel. Com o início da Liga e com as duas pré-eliminatórias da Champions logo no início de Agosto, o tempo é curto...

Apresentaram-se: Chiquinho, David Tavares, Ferro, Paulo Bernardo, Cervi, Gabriel, Grimaldo, Henrique Araújo, João Ferreira, Weigl, Svilar, Nuno Tavares, Samaris, Pizzi, Samuel Soares, Tiago Gouveia, Tomás Araújo, Krovinovic e Waldschmidt.
Em quarentena por precaução: Helton Leite, Gilberto, Morato e Vinícius.
Entregues ao departamento médico: André Almeida, Lucas Veríssimo, Diogo Gonçalves, Darwin, Rodrigo Pinho e Tiago Araújo.
Nas seleções: Rafa, Seferovic, Everton, Otamendi e o Vertonghen.
Apresentação 'atrasada' devido a seleções: Gonçalo Ramos, Odysseas, Florentino, Tomás Tavares, Jota, Gedson e Taarabt.

Muitos jovens da B, mas suspeito que somente o Tomás Araújo e o Morato terão lugar no plantel principal... gostaria de ver o Tiago Gouveia e o Paulo Bernardo com tempo de jogo na pré-época! O Henrique, o Tiago Araújo, o David e o João Ferreira deveriam ser emprestados a equipa da I Liga... tal como o Jota e o Tomás Tavares.
Chiquinho, Cervi e Nuno Tavares parece que estão de saída... e não acredito na permanência do Ferro, nem do Gesdon!
A permanência do Vinícius seria uma grande notícia... tal como o Florentino.
Com boas propostas vendia o Weigl, o Gabriel, o Rafa, o Seferovic, o Odysseas e o Grimaldo!
A situação do Gilberto vai depender da recuperação total ou não, do Almeidinhos... já em relação ao Krovi, a jogar com 3 Centrais, poderá fazer a posição do Adel tão bem ou melhor!
Aliás será importante perceber se os lesionados mais graves, vão ou não estar disponíveis e em forma para os primeiros jogos oficiais, principalmente o Lucas e o Darwin!
Os rumores indicam que o Nzonzi, o Ugarte e o Gil Dias estão 'confirmados'... se os dois primeiros são consensuais, em relação ao Gil se vamos continuar a jogar com 3 Centrais parece-me uma boa 2.ª opção!
O Vinagre seria bem-vindo... e estamos a precisar de extremos!!! João Mário, não por favor...

38


"Em cima: Marcelo (que colocou o SLB nas meias finais da Taça de Portugal, batendo Nuno Espirito Santo com a resposta de cabeça a um cruzamento rasteiro), Ricardo (que ainda não era Gomes), Kenedy (antes de chumbar controlos anti doping) Hélder (a 8 anos de discutir uma braçadeira de capitão com o actual director de relações internacionais), Brassard (um dos maiores suplentes do futebol português), e agora preparem-se mentalmente para os 5 que seguem, Paulo Pereira, Paulão, Hassan, Paredão, King (que nem para a porra de uma foto se conseguia posicionar condignamente).
No Meio: Pedro Henriques (uuiiissshhh), Dimas (quando ainda vestia bem), Calado (se fizesse juz ao nome, era um poeta), Luiz Gustavo (que substituiu outro Luiz Gustavo no plantel, partilhando nome e falta de jeito), Bruno Caires (o falso lento que era mesmo muito lento)
Sentados: Preud'homme (Saint, se faz favor) Veríssimo (El Rey de las buelas paradias), Paulo Bento (já era cliente do tal cabeleireiro), Edgar (que ao contrário do Beto, assinou mesmo pelo Real Madrid), Marinho (junto com Amaral, foi a resposta de Manuel Damásio à pilhagem do Pacheco e do Paulo Sousa e não vale rir, porque isto é motivo para chorar), JVP (antes de ser dispensado pela direção que tinha como vice presidente para o futebol José Capristano), Valdo (até sentado tinha classe), Iliev (talvez o último jogador a ser contratado pelo SLB depois de treinos à experiência), Panduru (o lado esquerdo do pirilau do Autuori) e Veiga (só contou para a foto).
Entre meados de verão de 1995 e início do de 1996, acordei todos os dias a olhar directamente para a foto do (vamos-lhe chamar assim) plantel do SLBenfica, que sob o comando de Artur Jorge posava alinhado em frente a umas decrépitas bancadas do Estádio do Jamor, onde estava meia dúzia de transeuntes, que podiam muito bem estar mais capacitados para representar o Glorioso do que a maioria das personagens equipadas de encarnado e branco. Sem saber se por ingenuidade juvenil ou fanatismo Benfiquista, colei este poster na parede do quarto por acreditar genuinamente que estava ali o futuro campeão nacional. Os nomes não contavam para o meu totobola, só as camisolas e o emblema tricotado ao peito.
A idade traz maturidade a muita gente, mas pelo menos quando o Benfica é o assunto, essa verdade passa-me totalmente ao lado. Mesmo com um presidente que desprezo, um treinador que odeio e um plantel cuja formação ainda desconheço, olho para o pontapé de saída da temporada 21/22 como a preparação da festa do 38. O cortejo de campeão começa hoje. Façam exames médicos aos atletas, mudem o óleo ao autocarro descapotável e comecem a montar o raio do palco techno. Até com 11 Gilbertos só paramos no Marquês. Mais magros, com os sistemas nervosos profundamente alterados e quase todos divorciados, mas bêbados de glória. Isto é mais do que acarditar, é acertezar. Saiam da frente ou sejam atropelados com estrondo. Cá vai o Sport Lisboa e Benfica 21/22."

O Cantinho Benfiquista - Euro 2020 Special | We Survived To See Another Day

Tóquio #18: Raquel Queirós...

O grande baile do Ballet Azul


"Chamavam-lhe Ballet Azul. Tinham um jogador mágico, de proteção divina. Pés de Deus, diziam alguns. Alfredo Stéfano Di Stéfano Laulhé, assim mesmo, de nome repetido, nascido em Buenos Aires. Quando começou a jogar pelo River Plate, em 1945, com 19 anos, os companheiros perdiam as estribeiras com ele: só via a baliza. Fixava os olhos naquele retângulo de madeira que ficava lá do outro lado do campo, media o tamanho do guarda-redes adversário, e partia na sua velocidade de flecha que lhe valeria uma alcunha, La Saeta Rubia, devastando defesas à medida da sua cavalgada que era digna de um flagelo. Os seus colegas de equipa, ignorados e despeitados, não tinham remédio se não festejar com ele as vitória que bastas vezes arrancava sozinho. Quando lhe perguntavam quem era o melhor jogador do mundo, respondia com humildade: «Don Adolfo Pedernera, sin dudas».
Foi lado a lado com Adolfo Pedernera que chegou à Colômbia, em 1949. Com eles ia outro abençoado ao qual a bola obedecia sem reclamar: Nestor Rossi. Alfredo Senior, presidente do Millionarios de Bogotá, tomara a decisão irreversível de criar a melhor equipa do universo, gastasse o dinheiro que gastasse, e tirar proveito da sua fama para se dedicar à política com o decorrer da idade. A Colômbia desse tempo fervilhava de jogadores de todas as nacionalidades como uma verdadeira Babilónia. Se o Millionarios era o clube dos Argentinos, os clubes de Cali e Medellín contrataram todos os grandes jogadores peruanos. Em Barranquilla concentravam-se os brasileiros. Em Santa Fe, ingleses, italianos e húngaros. O povo gostava e enchia os estádios. Alfredo e Alfredo enchiam os bolsos. O clube não se chamava Millionarios por mero acaso.
Alfredo Di Stéfano foi campeão colombiano com o Millionarios. Campeão de um Campeonato Pirata já que não reconhecido pela FIFA que expulsara a Federação Colombiana do seu seio por os seus clubes se recusarem a pagar o preço das rescisões dos jogadores que iam buscar a todo o lado. Alfredo Senior estava-se perfeitamente marimbando para a FIFA. Cumprira o que prometera e fizera do Millinarios a melhor equipa da Terra e, em princípio, de todo o sistema solar.
Di Stéfano tinha um profundo respeito por Adolfo Pedernera. Com ele não fazia farinha. A Saeta Rubia passou a aprender a permitir que os seus companheiros contribuíssem activamente nos movimentos de ataque que a sua imaginação pródiga inventava a todo o momento. Com Pedernera e Rossi, com Julio Cozzi e Antonio Baéz, com Reinaldo Mourin, Alfredo Mosquera e Hugo Reyes, aos quais se juntaram os tremendos uruguaios Hector Scarone e Shubert Gambetta, o treinador Carlos Aldabe passava horas e horas tranquilas no banco de suplentes, dando-se ao luxo de dispensar os cigarros. O público fazia filas infindas na tentativa de arranjar um lugar em El Campín. Havia gente que ia de véspera e dormia no chão em frente dos portões do estádio. Até o jovem Che Guevara e o seu amigo Alfredo Granado, que viajavam pela América na garupa de uma motoreta, mergulharam nessa confusão. Nunca se vira nada assim. E a inveja não tardou a medrar, como é seu hábito.
Em Madrid, o presidente do Real, Santiago Bernabéu, quis comemorar com pompa os 50 anos do clube. Bernabéu queria ir além do que fizera Alfredo Senior e fazer do Real o clube mais incandescente do mundo civilizado. A ideia de contratar Alfredo Di Stéfano tornou-se fixa. Mas primeiro tinha de o fazer conhecer a Europa e o futebol dos madridistas. No dia 15 de março de 1952, as estrelas dos Millionarios pousaram na capital espanhola.
O Ballet Azul passeou-se um pouco antes do prometido confronto de Chamartín que iria tirar teimas sobre quem era, de facto, a melhor equipa do mundo. Tudo foi organizado ao jeito de um combate de boxe – Santiago Bernabéu exigiu um KO aos seus rapazes. Um KO principescamente pago.
Em Mestalla, frente ao Valência, o público desiludiu-se: 0-0. Em seguida, uma viagem até Las Palmas e uma derrota (2-3) frente ao Unión. Depois, em Chamartín, novo empate, desta vez por 2-2, perante o Norköping da Suécia. ‘Joder’, queixava-se a imprensa e o público espanhol, «adonde están las estrellas?».
Di Stéfano, Pedernera e os seus acólitos pareciam ter estado a guardar-se para o grande confronto de 30 de março. Mais de 40 mil pessoas puderam assistir, finalmente, aos passos ritmados do Ballet Azul. O Real Madrid foi reduzido a uma equipa de província. «Millonarios el mejor equipo del mundo – Lo más grande que ha visto Madrid», trazia, no dia seguinte, em manchete, o El País. Don Alfredo marcara dois golos nas duas primeiras oportunidades que lhe surgiram. A forma como os sul-americanos bailavam por entre os jogadores madrilenos tornava-se aporrinhante. Baéz e Perdernera marcaram os outros dois golos e houve quem atirasse chapéus para dentro do campo como se estivesse numa arena. O perfume azul das violetas de Bogotá enchia todos os espaços de Chamartín."

O desporto, as grandes competições desportivas e a política


"O desporto apresenta-se como um facto social massivo. Ele tornou-se uma vitrina da vitalidade e da grandeza das nações. As relações entre desporto e política são, não raras vezes, objeto de apreciações contraditórias. De um lado, temos os atores do mundo desportivo (dirigentes, praticantes, educadores ou jornalistas) que acreditam num desporto apolítico. Veem nos grandes confrontos internacionais desportivos momentos privilegiados de fraternização entre as nações. Do outro lado, para a imensa maioria dos sociólogos e historiadores desejosos de compreender o fenómeno desportivo, são inúmeras e variadas as manifestações políticas no desporto. De facto, o desporto é promovido como um instrumento de propaganda política (Wahl, 2004).
A queda do Muro de Berlim, em 1989, e o desmoronamento do sistema comunista, colocou em causa o modelo do desporto utilizado como meio de propaganda política. Todavia, se colocou em causa o modelo, não modificou a substância. Os grandes eventos desportivos, como o Mundial de Futebol ou os Jogos Olímpicos, continuam a ter um papel importante nas relações internacionais. Continuam a ser um terreno de confronto entre Estados rivais. Para os países que os acolhem, as competições desportivas são a ocasião de mostrar ao mundo as capacidades de organização e de acolhimento da nação. A conquista de taças e medalhas é fonte de rivalidade entre os Estados. E na “diplomacia do pingue-pongue”, procura-se apagar as incompreensões do passado, como diria o Presidente Richard Nixon (1913-1994). Não existe nada de novo. O renascimento dos Jogos Olímpicos, em 1896, já estava impregnado dessa vontade em pacificar as relações entre as nações. E os Jogos da Antiguidade procuravam a instauração de uma trégua no seio do mundo grego.
Em 15 de maio de 2004, as televisões comunicam ao mundo uma notícia histórica para o desporto. A Federação Internacional de Futebol (FIFA) atribuiu à África do Sul a organização do Campeonato do Mundial de Futebol de 2010. A candidatura sul-africana derrotou o Egipto e Marrocos. A população africana saiu às ruas para festejar a escolha do continente africano como terra de acolhimento de um dos maiores eventos desportivos do planeta. Recorde-se aqui que a África do Sul já tinha acolhido dois importantes eventos: em 1995, o Campeonato do Mundo de Rugby; e, em 2003, o de críquete, dois desportos de origem inglesa. Mas esta escolha tem um outro significado: ele assinala a saída definitiva da África do Sul do apartheid (regime de segregação racial), dois anos depois da eleição de Nelson Mandela (1918-2013). Esta decisão dá, pela primeira vez, à África a possibilidade de organizar a competição desportiva internacional mais popular. A escolha parece demonstrar, pelo menos em aparência, o fim do eurocentrismo e o americanismo do mundo desportivo (Pivato, 2004). A maior parte das vezes, o Mundial de Futebol se desenrola nos continentes europeu e americano. E isso também vale para os Jogos Olímpicos.
Não podemos resumir o combate ao racismo na atribuição do Mundial de Futebol à África do Sul. No decurso da última década do século XX, o desporto partiu em luta contra os velhos demónios e as grandes competições desportivas testemunham uma recusa cada vez maior do racismo. A emblemática utilização do desporto pelos regimes ditatoriais, como foi o caso dos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, ficou, felizmente, para trás.
O desinteresse pela política, fenómeno generalizado no mundo ocidental, conduz o cidadão a se identificar, no seu próprio país, com os desportos nacionais, mais do que através das instituições do Estado ou dos símbolos políticos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sabe isso muito bem, quando declara, em Budapeste, em 15 de junho de 2021, que todos deveriam estar focados no jogo da seleção portuguesa contra a Hungria. Com isso, recusou comentar as palavras do primeiro-ministro, António Costa, afastando um conflito institucional entre os dois. “Hoje é dia de futebol, e aqui estamos todos unidos em torno do futebol e, portanto, eu não vou agora estar a falar de outros temas, porque é desconcentrar o fundamental. Temos de estar focados, e estamos todos focados: o senhor primeiro-ministro, o senhor presidente da Assembleia da República, eu próprio, o senhor presidente [da Federação Portuguesa de Futebol] Fernando Gomes, os portugueses todos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. No fundo, pede-se ao desporto, em geral, e ao futebol, em particular, a resolução de curar os males da sociedade.
Desde 1952, ano de entrada da União Soviética nos Jogos Olímpicos, até à queda do Muro de Berlim, as grandes competições desportivas internacionais constituíram um terreno de confronto permanente entre as superpotências rivais que encarnam dois estilos de vida e economias opostas: capitalismo e comunismo. Pela proeza dos atletas, queria-se denotar o primado moral de um sistema sobre o outro. O futebol continua a ser a expressão do orgulho cidadão e nacional. Ele transformou-se num “esperanto” universal. A “pátria desportiva”, que é criada nos estádios e na televisão, redefine as próprias fronteiras. Mas a descentralização das grandes competições desportivas para os países em vias de desenvolvimento, mesmo se ela se torna numa necessidade pelo número e pela democracia inerente às grandes organizações internacionais, não toca no monopólio económico detido pelo Ocidente. Os poderes políticos mantêm relações tortuosas com o desporto. E é mais do que evidente a politização crescente dos encontros desportivos internacionais."