Últimas indefectivações

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Jesus e os jovens

"Um dia destes discutia-se na TVI o tema das oportunidades dadas pelos grandes clubes aos jogadores da formação, e o bombo da festa era Jesus, acusado de não apostar nos jovens futebolistas. Ora, o tema não pode ser tratado levianamente. Vejamos:
1 - Nos grandes clubes aparece, se aparecer, um jogador de top por ano. E isso não supre as necessidades do plantel. Acresce que esse jogador, regra geral, acaba por render financeiramente pouco a clube, pois faz pressão para sair muito cedo. Vejam-se os casos de Simão, Ronaldo, Quaresma, Bruma, etc.
2 - Para responder às exigências do plantel, os grandes clubes precisam de recorrer a estrangeiros, pescados nos países produtores de jogadores (Brasil, Argentina, Colômbia, Sérvia...). E, depois, os treinadores têm de tratar os portugueses e os estrangeiros em pé de igualdade, pondo a jogar os melhores.
3 - Os estrangeiros são muito mais rentáveis para os clubes. Já vêm com a formação feita, podem ser rapidamente valorizados e apresentados na montra europeia, originando lucros de dezenas de milhões. Vejam-se Hulk, Falcão, James, David Luiz, Matic, etc.
4 - Elogia-se o Sporting por recorrer muito à formação. Mas qual tem sido a performance da equipa principal do Sporting nos anos recentes? Tem sido comparável às do Benfica e FC Porto? Quanto a este ano, ainda é cedo para falar.
5 - Um treinador muito elogiado pela aposta nos jovens é Rui Vitória. Mas ele constitui uma equipa para o meio da tabela. Para equipas a lutar pelos lugares cimeiros e a jogar na Europa, isso não é possível.
6 - De um modo geral, Jesus não se tem enganado nas apostas que faz. O plantel do Benfica vale o dobro ou o triplo de quando ele entrou, o clube faz transferências milionárias, os jogadores tê-se valorizado muito. Algumas adaptações que fez, como Coentrão, Matic ou Enzo, foram verdadeiros achados.
7 - Alguns jovens a que Jesus não deu muitas oportunidades, como Miguel Rosa, Roderick ou mesmo Nelson Oliveira, não se têm afirmado categoricamente em clubes de menor dimensão. Como poderiam jogar no Benfica?
Portanto, caros leitores, para falar em jogadores da formação é preciso pensar em muita coisa. Não basta lançar umas 'bocas' na TV."

Rescisão da cláusula

"Cláusula de rescisão: 50 milhões. Rescisão da cláusula: 25 milhões. Exactamente metade da primeira. Afinal o que significa esse limite? Manobra de negociação? Algoritmo de fantasia? Desde os 100 milhões de Hulk aos 50 milhões de Matic, tudo se esfuma por estado de necessidade do vendedor, por birra, impaciência ou mercenarismo do jogador ou por interesse de um intermediário.
Aceito a dificuldade de contrariar esta situação, mas confesso a minha desolação no caso de Matic, um jogador de classe que custa ver sumir quando o Benfica é finalmente líder. Deixei de acreditar nessa costumeira e universal frase de peito feito: «só sai pela cláusula de rescisão, ponto final». Como foi possível a um jogador impor todas as condições que quis, a meio de uma época, num clube como o Benfica, traindo até quem o formou para a alta-roda do futebol?
Sem Matic, o Benfica perdeu uma importante locomotiva. «Um tiro no pé», como escreveu João Bonzinho. O «melhor médio defensivo do mundo» segundo Jorge Jesus. Por uma pechincha. E logo nesta fase do campeonato, em que qualquer rearranjo que Jesus consiga (e ele tem dado provas de competência nesta matéria) é sempre muito mais difícil ou quase impossível. Oxalá me engane.
Se já o prolongamento do mercado de transferências até 31 de Agosto é manifestamente inconveniente, a sua reabertura em Janeiro é obscena. Tudo a favor dos tubarões plutocráticos de meia-dúzia de clubes que põem e dispõem a sue bel-prazer. Até com treinadores portugueses... E por favor os Matic que nos poupem a essa caricatura de porem a mão na camisola junto do coração. Ponham-na antes nos bolsos."

Bagão Félix, in A Bola

Duas leituras

"O Benfica está disposto a fazer um esforço para segurar Rodrigo nesta abertura no mercado de transferências, lemos todos na primeira página de ontem de A BOLA.
Como se que se lê retira sempre mais do que aquilo que está escrito, acabo por deduzir algo que me surpreende. Não pelo conteúdo, mas pela forma. A mensagem que me chega é que o Benfica está disposto a sacrificar as contas para não prejudicar a vertente desportiva.
Com Cardozo a tentar recuperar de complicada lesão e ainda sem data para o regresso - Jesus disse no fim de semana que não sabe quando poderá contar com o paraguaio, e para o reforçar acrescentou que talvez nem o departamento médico arriscasse uma previsão - o Benfica encontrou finalmente um onze e um princípio de jogo, que funcionam.
Não foi fácil, como se comprovam alguns deslizes. Parte do sucesso virá do facto de Rodrigo estar já amplamente adaptado ao futebol português e à equipa, outro, naturalmente, da qualidade superior de um meio-campo onde Gaitán e Enzo Pérez se assumem como jogadores de classe mundial e outro ainda ao facto de todo o grupo ter passado a conseguir aplicar em campo as ideias de Jorge Jesus, e as dinâmicas por ele impostas.
Perder Matic foi já uma machadada no plantel, deixar sair Garay pode complicar a estabilidade defensiva - ainda que Jardel e Steven Vitória sobrem para as encomendas em Portugal - mas o maior perigo que, a meu ver, enfrenta hoje o Benfica é o de ficar sem o seu goleador. No plantel não se vislumbra alguém com capacidade para decidir como ele - isto porque Cardozo não está bem, claro. Lima foge para os flancos e precisa de várias oportunidades para fazer um golo, Funes Mori ainda não mostrou os créditos que levaram à contratação. Segurar Rodrigo será, então, a melhor forma de Luís Filipe Vieira dizer que o objectivo supremo é mesmo o sucesso desportivo. Deixá-lo ir é aceitar o que a sorte destinar. Resignado."

Nuno Perestrelo, in A Bola

Vira o disco e Calabota o mesmo

"(...)

Pinto da Costa falou. Surpreendeu. Ninguém esperava ouvir aquilo, dados os antecedentes. Lembremo-los, em três penadas.
1. Na fase de afirmação (anos oitenta, que corresponde à chegada de Pinto da Costa à presidência), o FC Porto desafiou a hegemonia lisboeta e endureceu o discurso de ruptura inventado por José Maria Pedroto. Basicamente, Pinto da Costa atacou e denunciou árbitros; arbitragens; roubos de igreja; Calabote; conspirações e campanhas urdidas pela Imprensa lisboeta.
2. Na fase de consolidação (anos noventa, que corresponde à constituição do FC Porto como potência futebolística dominante), o discurso oficial adaptou-se à nova realidade. Basicamente: Pinto da Costa passou a atacar e denunciar árbitros; arbitragens; roubos de igreja; Calabote; conspirações e campanhas urdidas pela Imprensa lisboeta.
3. Na fase de expansão (anos dois mil, que corresponde à afirmação do FC Porto como grande clube europeu e mundial), o discurso oficial suavizou-se: passou a privilegiar a expansão da marca FCP e o alargamento da base de apoio.
Basicamente, Pinto da Costa tem atacado e denunciado árbitros; arbitragens; roubos de igreja; Calabote; conspirações e campanhas urdidas pela Imprensa lisboeta.
Surpresas à parte, para trás ficam 30 anos de excelência competitiva. Uma mística única. Zonas e episódios sombrios. Um Apito Dourado. Muitos e grandes negócios. Contas sempre no vermelho. Um ror impressionante de títulos e honrarias. E um presidente extremamente repetitivo. Para o bem. Para o mal."

André Pipa, in A Bola

De expulsão em expulsão, até à derrota final !!!

Benfica B 0 - 2 Penafiel

A história deste jogo não começou hoje, começou à cerca de um ano, quando Nuno Almeida, apitou um Benfica-Académica, que terminou de forma tumultuosa, após o Benfica ter vencido, com um penalty (evidente) no último minuto dos descontos... O facto da decisão ter sido correcta, pouco interessou para as discussões que se seguiram... A partir daí, é óbvio, que o árbitro em causa, tem que 'limpar a imagem'!!! Ficar 'colado' a um suposto benefício ao Benfica, é um autêntico suicídio!!!
A semana passada, em Alvalade, para a Taça da Liga, perdoou 2 penalty's ao Sporting, e ainda evitou a expulsão de Rojo (jogador fundamental na vitória do Sporting, no jogo seguinte...), hoje continuou a demonstrar vontade em ficar na 1.ª categoria!!!
Esta já é a segunda passagem de Nuno Almeida pela divisão mais alta da arbitragem, na primeira passagem, teve 'azar'!!! Na época em que o Benfica foi Campeão com o Trap, num famoso Benfica-Estoril (sim, na Luz, o do Algarve foi outro...), marcou um penalty inexistente a favor do Benfica, por suposta falta sobre o Karadas, e o Benfica venceu por 1-0!!! Nem o facto de ter expulsado nesse jogo, injustamente o Manuel Fernandes logo aos 30 minutos (na altura estava 0-0), nem o facto de ter perdoado a expulsão pelo menos a 2 jogadores do Estoril, evitou que no final da partida ficasse com a fama de ser 'Benfiquista'!!! Pouco tempo depois, foi despromovido...!!!
Agora, não quer cometer o mesmo erro...  e desta vez, quem pagou a 'factura' foi a equipa B !!!

A 1.ª parte, não foi nada de especial, o jogo foi disputado essencialmente no meio-campo, com muito contacto, e muitas faltas, com um Penafiel a jogar para o empate...
Mesmo antes do intervalo, o Marcos Valente é inacreditavelmente expulso... isto depois de perdoar amarelos às carradas, mostra um 2.º amarelo, numa jogada perfeitamente normal!!!
O Penafiel marca logo no início da 2.ª parte, e partir daí vimos o melhor Benfica, mesmo em inferioridade foi sempre o Benfica a procurar o golo... A meio da segunda parte, em mais uma falta grave (pela insistência...) sofrida pelo Benfica: cartão vermelho para o Cancelo!!! E o Benfica com 9... Continuámos à procura do golo do empate, e já nos descontos, a bola à queima, vai ao corpo do Lindelof e ressalta para o braço: penalty contra o Benfica... 0-2 e termina o jogo!!!