Últimas indefectivações

domingo, 30 de dezembro de 2012

Força Fluvial

"Nas bancadas das piscinas do Clube Fluvial Portuense, observando a descendência a deslizar pelas “águas” que (outrora noutro local) me ajudaram a formar como homem, gizava o tema para esta crónica. Eram várias as possibilidades.
1) Poderia ser a monumental propaganda da FPF à volta da alegada extinção do “problema Totonegócio” com o pagamento de 11 milhões de euros ao Fisco – ficando por elucidar como se resolverão os restantes 22 milhões em falta (sendo que quase 20 deles responsabilizam a Liga e os clubes profissionais) e a influência que o pagamento agora feito pela FPF pode ter na debilitação da posição jurídica que a Liga e os seus associados sustentam atualmente nos tribunais com a Administração Fiscal. Ou seja, fica na penumbra a estratégia da atual FPF para ter nome decisivo no obituário a prazo da Liga e dos seus associados.
2) Ficamos ainda a saber que, na próxima oportunidade em que Moutinho, Patrício ou Martins sejam punidos pelo Conselho de Disciplina, o presidente da FPF dará naturalmente o seu apoio…
3) Ainda na FPF, falta decifrar as razões do escândalo que constitui hoje o “custo” dos recursos para o Conselho de Justiça: 3.000 euros para os agentes da 1.ª Liga, 2.500 euros para a 2.ª Liga!… E, perante a grosseira debilitação da garantia de impugnação, o que faz o Estado-delegante dos poderes desportivos públicos?
4) Também me chamara a atenção uma sentença da Comissão Disciplinar da Liga francesa: um jogador do Montpellier – o campeão em título – foi suspenso por um ano, depois de ter agredido o repórter do “L’Équipe”, acreditado para o jogo com o Valenciennes, na zona mista reservada à imprensa. Pelos vistos, a altercação envolveu vários outros colegas de equipa, sendo um outro punido com 2 jogos por “intimidação”. Resultado mais grave: fratura do nariz depois de um murro na face. Reação do clube: condenação pública veemente do ato, pedido de desculpas e anúncio de consequências internas para o jogador. Não consta que alguém, em França, tenha defendido, em nome da absolvição ou da suavização do castigo do agressor, que o jornalista José Barroso deveria ser tratado como um… espectador!
Mas para quê desenvolver tudo isto quando o mais importante era o que estava à minha frente? O terceiro clube mais antigo do país – onde nós, milhares, treinámos horas e mais horas, onde a “luta contra o relógio” foi para mim uma escola de vida – caíra no estrangulamento e ressurge nas mãos da coragem e do orgulho. O “Flu” vai conseguir. E isso é muito mais importante do que tudo o resto em que pensara!"

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