"Ao lado dos antigos companheiros e dos seus colegas de equipa, Artur Jorge alcançou um grande objetivo
Quando pensamos no futuro e traçamos objetivos, imaginamos sempre a quem contaremos primeiro caso se realize. As conquistas têm um sabor diferente quando são celebradas junto dos que nos são mais próximos. O momento ganha uma dimensão exponencial pela felicidade desses pessoas, a conquista passe a ser de todos.
Na temporada 1969/70, Artur Jorge transferiu-se da Académica de Coimbra para o Benfica. O jogador rapidamente ganhou um lugar no onze e foi determinante para que os benfiquistas vencessem a Taça de Portugal, ao bisar na final frente ao Sporting, em que triunfaram por 3-1.
Na época seguinte, a dupla de ataque com Eusébio tornou-se ainda mais letal. Para tal, Artur Jorge estudou a forma de jogar do Pantera Negra. E o próprio Eusébio também se adaptou à sua maneira, e 'tudo entrou no bom caminho'. Os dois jogadores foram responsáveis por mais de dois terços dos golos do Benfica no Campeonato Nacional.
Os encarnados sagraram-se campeões nacionais quando ainda faltava disputar um jogo. Com o título atribuído, a as atenções da última jornada viraram-se para a luta pela Bola de Prata. Vítor Batista, avançado do Vitória de Setúbal, partia em vantagem, com 22 golos, seguido de Artur Jorge, com 21 tentos. A disputa era tão acérrima, que A Bola decidiu publicar as regras em caso de empate. O jornal salientou, ainda que 'Artur Jorge, para ser primeira, terá de marcar mais dois golos que o setubalense, pois, igualando-o, (...) Vítor Batista seria o primeiro por pertencer à equipa mais mal classificada'.
O benfiquista confidenciava: 'Tudo farei por conquistar um troféu que tanto ambiciono', mas punha de parte a ideia de que teria maiores facilidades em relação ao avançado sadino: 'Não há jogos bons nem maus para marcar golos. Trata-se duma questão de disposição e de oportunidades'.
Na receção à Académica, o Benfica começou a construir a vitória logo nos primeiros minutos, com Eusébio a inaugurar o marcador, com assistência de Artur Jorge. A 10 minutos do final do encontro, os benfiquistas venciam confortavelmente por 3-1. No entanto, Artur Jorge continuava sem marcar... e precisava de pelo menos dois golos. O tempo passava, a parecia que o avançado não ia atingir o objetivo.
A 8 minutos do final, com uma excelente jogada após umas tabelas com os companheiros, fintou o último defesa e depois o guarda-redes dos estudantes, atirando para o fundo das redes. Gerava-se uma réstia de esperança. No último minuto, Eusébio retribui a assistência, e Artur Jorge fixou o marcador em 5-1. Toda a equipa fez questão de o facilitar, e entre os abraços surgiu o que mais o marcou, o do irmão José Manuel, jogador da Académica. Artur Jorge concretizava um objetivo junto dos antigos e dos atuais companheiros de equipa.
Saiba mais sobre este magnífico jogador na área 22 - De Águia ao Peito, do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
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