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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Nada como jogar à bola


"Era assim que se dizia quando ainda se brincava na rua e os rapazes, sobretudo eles, se desafiavam uns aos outros sem samartphones, de viva voz, para formar equipas e jogar futebol até esfarrapar os joelhos. Esta é a realidade que está na memória dos nossos jogadores e jogadoras de walking football, sendo que, no que a elas diz, respeito, ontem ficavam a ver, e hoje jogam cada vez mais em pé de igualdade.
Ontem como hoje, havia no jogo da bola. As motivações eram diferentes, mas os efeitos eram basicamente os mesmos: um corpo fisicamente mais saudável e uma mente mais sã e animada pela socialização que dali vem, pela pertença a uma equipa, pela conquista conjunta e, acima de tudo, pela presença constante de todos a impedir o isolamento e a tristeza de alguns.
Ontem, estes jogadores queriam pertencer a uma equipa, brilhar entre seus pares a fazer a diferença, para se desenvolverem plenamente e se afirmarem como pessoas. Hoje, uma vida passada, perderem-se coisas que não se recuperam: a juventude, a saúde de ferro, aquela pessoa amiga, familiares, colegas e, nos mais velhos, o sentido de utilidade e que vem do exercício de uma profissão.
Mas há muito ainda para viver e mais ainda para preencher com vida ativa e bem-estar. Para tudo isso não há nada como jogar à bola. O futebol é precioso para quebrar a solidão e preencher vazios nesta fase da vida em que se produzem sentimentos de falta de propósito e relevância social, até familiar. São dias que se preenchem, ao mesmo tempo que se estabelecem novas pontes com pessoas e até com filhos e netos, unidos no seu gosto pelo futebol, surpreendidos e admirados pela vitalidade dos seus avós, que brilham em campo por fora, mas sobretudo por dentro, onde se reacende a cada jogo uma imensa chama que os benfiquistas bem conhecem."

Jorge Miranda, in O Benfica

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