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terça-feira, 15 de agosto de 2017

(...) acredita que há algo de Tarantino na época de Jardel e que Pizzi merece um qualquer tacho institucional no futuro

"Bruno Varela
Excelente defesa aos 48’ a cimentar o seu estatuto de único gajo em condições de safar isto. Não lhe deram muito mais para fazer. Bruno Varela vai percebendo aos poucos que a titularidade de um guarda-redes num clube grande tem tudo para se tornar uma opção bastante sedentária, especialmente quando esse clube tiver uma defesa 100% funcional.

André Almeida
De cada vez que André Almeida saca um cruzamento, parece ser a primeira vez que o faz. Já para o adepto, é sempre como se fosse a centésima nova vez. O desfecho é sempre uma incógnita: nunca sabemos se a bola vai para o pinheiro, para o pinhal ou para a outra linha lateral. Enfim. Seja a defender ou a atacar, André Almeida tem sempre aquele misto de entusiasmo e deixa-me lá ver como é que se faz isto, um tipo de atitude que é amorosa numa criança de 4 anos e num futebolista profissional se torna assustadora. A malta reconhece o voluntarismo de André Almeida, mas vê-lo semanalmente a titular sabendo que não há pelo menos um Nélson Semedo a recuperar de lesão é uma actividade muito desgastante em termos emocionais.

Luisão
Foi batido uma vez de forma comprometedora, por Ricardo Carvalho, perdão, por Nuno André Coelho aos 75’. Tirando isso resolveu quase tudo o que lhe apareceu à frente e só não marcou porque a bola passou muito longe da baliza em todas as tentativas.

Jardel
Ok, já percebemos. Os dois primeiros jogos de Jardel a titular foram aquela cena do Kill Bill em que a Uma Thurman acorda numa cama de hospital, ainda debilitada e sem força para se levantar, e começa a preparar a sua fuga. O desgaste físico é brutal. Uma Thurman mal se consegue mexer, mas ainda não perdeu totalmente a lucidez. Bastou acordar do coma para voltar a si. Há no entanto uma diferença importante que devemos referir: ao contrário do que acontece no filme, Jardel não chegou a ser molestado sexualmente. No entanto, podemos dizer que as suas primeiras exibições esta época foram de uma violência inesperada e desnecessária. Felizmente para nós, o verdadeiro Jardel parece estar de volta. É certo que ainda o faz em grande esforço, mas aos poucos lá se conseguiu sentar ao volante do Pussy Wagon. Seja bem aparecido.

Eliseu
A 20 de Julho, duas mil pessoas em Portugal aguardavam por um transplante renal. O tempo de espera chega a atingir os cinco anos. Felizmente para ele, os rins de Eliseu só faleceram no mundo metafórico do comentário futebolístico de gosto duvidoso. De resto, nada como um emprestado do Sporting com cabelo oxigenado e uma atitude insuportável para tirar um gajo do sério.

Fejsa
Duelo com William

Pizzi
Como sempre, passou 90 minutos à procura de linhas de passe que mantivessem o Benfica no rumo do título. Hoje fez horas extraordinárias e foi preciso esperarmos até aos 92 minutos para ver um dos seus proverbiais meios golos que nenhum placar, VAR ou história do jogo fará a devida justiça em reconhecer. Se somarmos os meios golos de Pizzi ao serviço do Benfica, o homem já tem quase tantos golos marcados como Jonas. Continua assim, miúdo. Mais dez anos disto e tens um daqueles tachos de director de relações internacionais à tua espera. Sim, podem ser institucionais. Sei lá, logo se vê Pizzi. Já me arrependi de ter falado nisso.

Salvio
Os quatro primeiros lances de perigo foram seus. Apesar de nenhum ter resultado em golo, é um registo notável se considerarmos que nenhum dos quatro primeiros lances estúpidos foi da sua autoria. Salvio tem sido uma ameaça constante, para os adversários e para os adeptos. Nunca sabemos quem é que lhe vai rogar pragas, nós ou os outros. Hoje, por acaso, chateou muito mais os adversários e é de louvar. Deve ser um daqueles sistemas de rotação estilo liga inglesa.

Cervi
Agredido por Matheus.
Importantíssimo no ataque.

Jonas
Procurou estoicamente golos, desmarcações de colegas e o sentido da vida, mas à medida que o tempo passava foi esbarrando no autocarro do Chaves. É certo que se trata de um autocarro espaçoso com mudanças automáticas, cadeiras totalmente reclináveis, ar condicionado, USB, bluetooth, minibar e uns ecrãs para jogar FIFA, mas não deixa de ser um autocarro. O seu remate - excessivamente certeiro - ao poste na segunda parte foi o ingrediente de que o jogo precisava para o adepto se convencer de que hoje não havia mesmo maneira de marcar, o que só tornou tudo mais agradável no final. Obrigado, Jonas.

Seferovic
Foi estranho (isso ou mérito do Chaves). Seferovic passou boa parte do jogo a desenhar umas diagonais ininteligíveis para fugir aos excelentes defesas do Chaves. Por esse motivo, perdeu demasiado tempo com ideias irrelevantes como passes para o lado, triangulações com colegas, e cruzamentos para ninguém. Nada mais ilógico, se pensarmos na carreira de tiro em que o seu pé esquerdo transformou a pequena área dos adversários. Uma diagonal mais longa no início da segunda parte levou-o a abandonar o relvado. Foram dar com ele desorientado na A-52 a chegar a Ourense. Imaginem, um suíço que nem de Telheiras para o Estádio da Luz sabe ir. Felizmente, ambos os países têm boas auto-estradas e o jogador regressou ao Municipal de Chaves, mais concretamente à grande-área adversária do Grupo Desportivo da mesma cidade, a tempo de marcar um golo de calcanhar com uma classe só vista em Bergkamp no Mundial de 98 ou numa época qualquer do Arsenal.

Rafa
Eu até falava dos vários lances inconsequentes em que participou, mas não depois de uma assistência para golo que decidiu o resultado.

Raul Jiménez
Não está habituado a não salvar a equipa nos minutos finais. Espera-lhe uma noite de sentimentos contraditórios.

Filipe Augusto
Sim, o que é que tem?"

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