Últimas indefectivações

domingo, 24 de agosto de 2025

Vermelhão: Gestão vitoriosa...

Benfica 3 - 0 Tondela


Com tantos jogos, em pouco tempo, era esperado alguma gestão, mesmo assim, fiquei surpreendido, com o Samu e o Obrador no onze! O Araújo era mais ou menos esperado.

A equipa não se ressentiu, aliás até entrámos fortes, com intensidade, mas a bola acabou por não entrar, com o cenário habitual do guarda-redes contrário engatar... até com a cabeça defendeu remates!

Até que finalmente, com o Dedic a inventar uma jogada e o Ivanovic a finalizar, o jogo ficou desbloqueado... Ainda antes do intervalo, a dupla norueguesa, fabricou o 2-0, em mais uma daquelas jogadas, onde praticamente todos os jogadores do Benfica tocaram na bola!

O 2-0 ao intervalo, sabia a pouco... E como sabemos, 2-0 é um resultado perigoso, por isso esperava um Benfica, intenso, á procura do terceiro, mas isso não aconteceu... O Tondela, não baixou os braços, mas o Benfica começou a gerir demasiado cedo...

Nos últimos minutos, a resistência do Tondela finalmente caiu, e até podíamos ter goleado, na recta final, com tantas as oportunidades desperdiçadas...

A vitória vai ser desvalorizada, como é habitual, mas uma nota sobre o adversário, que ainda não pontuou esta época! Aliás, os dois primodivisionários, que ainda não fizeram um ponto, merecem um comentário: estão a jogar melhor do que os resultados traduzem, tanto o Alverca como o Tondela nas primeiras jornadas, desperdiçaram muitas oportunidades, mas como se viu hoje na Luz, têm fio de jogo, transições ofensivas rápidas...

Vai se falar seguramente, do Benfica ainda não ter sofrido um golo, em jogos oficiais. É de facto interessante, e ao contrário doutros candidatos ao título, o Benfica têm tido um calendário mais complicado. E não têm sido as exibições dos guarda-redes, aliás o Tribun e hoje o Samu, quase não tiveram trabalho, a equipa coletivamente está de facto a defender melhor...


O Dedic mereceu a distinção de MVP... neste tipo de jogos na Luz, vai ser uma maravilha! O Ivanovic se tivesse marcado mais uns golinhos seria candidato a MVP, mas mesmo assim, jogou bem... Continuo a defender, que o Pavlidis deve baixar e o Ivanovic deve ser o avançado mais perto da baliza!


Obrador safou-se no penalty revertido, mas na minha opinião esteve quase sempre bem... Tem que melhorar, mas o potencial existe, e com mais minutos, poderá ser sem exageros um novo Grimaldo ou Carreras, sendo que tem características diferentes dos outros dois!!!


Aursnes, está on fire, nos golos e assistências, é verdade que está a jogar mais adiantado, mas sempre achei que o nosso Bacalhau era tímido no remate à baliza, e hoje não foi nada tímido!!! Schjelderup, o bacalhau mais jovem, está mais confiante... deve, fazer combinações interiores, mais vezes, como aconteceu no 2.º golo, e deixar a Ala para os Laterais...


Mais um árbitro novinho e com futuro: normalmente os apitadeiros tentam dar a Lei da Vantagem, contra o Benfica, é a Lei da Desvantagem!!! Afinal as entradas com pitõns, só dão Vermelho noutros jogos!!!

Agora, o segundo jogo do ano, desta época, após a Supertaça: a presença na Champions, é importantíssima financeiramente, e servirá de motivação extra para os jogadores! Quarta-feira teremos um jogo muito complicado, contra uma equipa manhosa, muito manhosa, com jogadores de qualidade, e com vários artistas de teatro, mesmo assim, somando tudo, o Benfica, tem tudo para qualificar-se, agora não podemos descurar as transições defensivas, o espaço entre-linhas, principalmente quando os pontas-de-lança baixam, e muito cuidado com o Amrabat... Esta época, não tem faltado motivação, a equipa está mais agressiva, e neste jogo, todos os jogadores vão querer marcar presença na Champions, o facor pode ajudar, mas também pode complicar as emoções... Recordo, que na famosa Meia-final da Liga Europa, onde eliminámos o Fenerbahçe, sofremos um golo que na altura parecia fatal, mas ainda fomos a tempo com o Tacuara a facturar!!!

5.ª Supertaça

Benfica 26 - 18 Madeira SAD
12-8


Vitória claríssima, que nem a inclinação absurda dos apitos, permitiu às Madeirenses se aproximarem!!! Mesmo com algumas das nossas melhores jogadoras, com manhã abaixo do normal! Mas a juventude da Constança e da Rosa, já chegam para ganhar, quase sozinhas!

Depois da derrota inesperada o ano passado, reconquista do Troféu...

Bastidores: Andebol...

Ouro e Bronze !!!


Mundiais de Canoagem, com duas medalhas:
- 1.º lugar no K4 500m, com os nossos João Ribeiro, Pedro Casinha e o Messias Baptista (além do Gustavo Gonçalves) conquistaram o Ouro.
- 3.º lugar, no K1 1000m, com o nosso Campeoníssimo Fernando Pimenta, desta vez, a ficar pelo Bronze...

SIC: Manteigas...

Zero: Mercado - Rodrigo Mora: o novo príncipe das arábias?

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Observador: E o Campeão é... - Benfica "pré-europeu" e Sporting sem previsão de nevoeiro

Canoagem é o atletismo do século XXI


"Vitórias como a da canoagem nos Mundiais, num momento em que o país é assolado pela tragédia dos fogos, fazem-nos pôr os olhos num Portugal injustamente esquecido

Fernando Pimenta tem afirmado nos últimos tempos, meio a sério meio a brincar, que é o melhor desportista português de sempre, à frente do próprio Cristiano Ronaldo. Os títulos de campeão do mundo, da Europa, as medalhas olímpicas e uma consistência longa e competitiva ao nível do avançado do Al Nassr podem sustentar essa ideia - nada descabida, já agora, porque o canoísta de Ponte de Lima já ganhou tanto que mais um triunfo entre a elite parece ser apenas mais um dia no escritório.
É natural que a cada conquista portuguesa em modalidades que não o futebol surja a velha conversa de que é dada pouca atenção a estes campeões no circo mediático. Têm, de facto, pouco espaço ou tempo de antena comparativamente ao tema da bola, mas tal se deve à verdade nua a crua de que é o público quem prefere uma boa discussão sobre um penálti em vez de conhecer mais sobre o esforço, dedicação e sacrifício por detrás de cada pagaiada.
Num país com pouca cultura desportiva, cabe por isso a cada modalidade encontrar uma forma de se destacar. E a melhor forma de fazê-lo é… ganhar. E nenhuma outra modalidade tem conjugado esse verbo mágico como a canoagem, estando para o século XXI o que foi o atletismo no século XX no panorama do desporto português.
Fernando Pimenta é o Carlos Lopes das águas doces e por isso mais extraordinária é a notícia da medalha de ouro em K4 500 conquistada ontem, nos Mundiais que se disputam em Milão, por outros canoístas que não o melhor de todos. Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha venceram um título que é desejado por todas as seleções, cuja vitória torna o país vencedor, oficiosamente, a potência mundial da modalidade.
Ganhar é sempre bom, mas vitórias como esta e em momentos como o atual, com o país a viver (mais) uma tragédia provocada pelos fogos, torna-se ainda mais simbólica porque nos fazem olhar para os mais esquecidos e valorizar a sua extraordinária abnegação, seja na luta pela sobrevivência ou por tentar atingir a glória numa canoa.
Quando passou às meias-finais em K1 1000, Pimenta recordou que tem bombeiros na família e estou certo de que hoje, quando lutar pela medalha de ouro na final, é neles que também estará a pensar. Este é um Portugal de que todos nos devemos orgulhar, nem que seja por breves momentos, despindo as camisolas dos clubes e sem precisar de colocar bandeiras à janela. O sentimento de pertença coletiva nasce de uma força muito maior."

Que giro, Bruno Lage acha que tem tempo...


"«Neste momento temos de vencer e com certeza depois teremos tempo de convencer»
Bruno Lage, treinador do Benfica, em conferência de imprensa esta sexta-feira

No essencial, Bruno Lage tem razão. Não seria expectável que o Benfica pudesse apresentar-se, em agosto, ao nível que os adeptos pretendem, e que imagino o treinador também pretenda.
Porque a pré-época foi atípica, com muito menos tempo para trabalhar devido à participação no Mundial de Clubes; porque era preciso começar a temporada já a um bom ritmo competitivo, por causa da Supertaça com o Sporting e dos jogos da UEFA Champions League, e isso pode ter atrasado o aperfeiçoamento tático; porque há reforços para integrar (Dedic, Barrenechea e Ríos sempre titulares, Ivanovic às vezes); porque, se o padrão for o da época passada, há tanto para corrigir que não é em um mês, e a jogar duas vezes por semana, que poderá fazê-lo.
Mas o problema não está em convencer mais tarde — está em não frustrar agora. Sim, o Benfica tem vencido, tirando na quarta-feira na Turquia, em que empatou com o Fenerbahçe. Mas a qualidade das duas últimas exibições foi de tal forma preocupante que só vencer pode não chegar. E a jogar assim fica difícil vencer...
Bruno Lage acha que tem tempo para convencer depois. Se continuar a ganhar talvez tenha, embora seja preciso perceber o que vai sair das eleições de outubro. Mas se não jogar um poucochinho mais dificilmente continuará a ganhar, e com o lastro da época passada a areia corre pela ampulheta muito mais depressa."

Há tempo


"“O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem? O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.” O trava linguas é antigo, eventualmente, até mais do que o nosso clube e, contudo, parece que perdemos a capacidade de ouvir os ensinamentos mais básicos. Dir-me-ão que é uma brincadeira para crianças, só que até nos jogos mais inocentes e simples se pode aprender muito.
Falta tempo, tanto tempo, até às eleições do nosso clube. Sei que parece que todo o tempo conta, mas não nos esqueçamos que já vamos com 20 anos de atraso e não são dias que vão fazer a diferença. Há urgência de mudar, claro, só que a prioridade deve ser discutir de uma forma informada e fundamentada e evitar feelings, crenças ou perceções. Isto é válido na política como no nosso clube. Se acham que não há ligação (não é correlaçõa) entre os dois mundos, podem já ficar por aqui. Quando comecei o Brinco do Baptista com o Aires e o Sérgio, questionaram-nos muito sobre a nossa insistência em juntar os dois mundos. “O futebol é só um jogo, deixem-se disso”, diziam-nos. Não concordámos na altura, hoje também não. Entre o futebol e a política há muita coisa em comum: umas que se podem aprender, outras que se devem evitar.
Pára o jogo. Pausa para respirar, beber água e ouvir as indicações do treinador — um daqueles bons, dos que sabe muito da jogo e conhece bem o mundo do futebol. Em voz alta e de forma assertiva remata sem deixar cair a bola: Jogadores, adeptos, voluntários, desconhecidos e indecisos, tirem o pé do acelerador, não se cansem. O campeonato ainda não começou. Isto são só jogos de preparação — não lhes chamem amigáveis, por favor. Claro que há equipas que levam mais tempo de treino, outras têm mais experiência, algumas história, outras dinheiro, algumas vivem nas sombras de ataques hediondos e, claro, temos aquelas que só vivem do sistema montado e da distribuição de privilégios — sabendo que o poder compra muitos soldados, mas pouca dignidade. Dito isto, nada está decidido. O campeonato só começa quando conhecermos todas as equipas e estudarmos todos as propostas e estratégias. Por isso, aproveitem os prazeres deste jogo que é Democracia e deixem-se de faltas desnecessárias. Quem for ao homem, até pode não levar cartão, mas dificilmente ganha o jogo.
Fecho o livro das alegorias porque nem todos gostam de “ficção” e, por vezes, temos de ser mais diretos e concretos. Esperamos tanto tempo por este momento que parece que esquecemo-nos de como funciona a discussão de ideias e argumentos. Não é estranho ou anormal, aconteceu o mesmo no pós-25 de abril. A discussão e o debate dão trabalho e é necessária experiência de como fazê-lo, mais do que isso, exige algo que parece cada vez mais esquecido: ouvir e falar. Atenção, têm mesmo de ser servidos na mesma dose ou o prato sai estragado. Vivemos tantos anos sem debates e entrevistas verdadeiras, obcecados com uma narrativa de que atacar um homem/presidente era atacar o clube ou a sua história que perdemos a noção que ninguém se pode confundir com o clube, nem mesmo Cosme, Eusébio ou Chalana.
Há tempo, meus caros. Reitero: já esperamos tanto tempo que podemos esperar pelos programas e equipas para discutir o que é melhor para o clube. Não vão no canto da sereia de atacar tudo e todos que pensem diferente porque há sempre alguém que está calado e de tampões e passa à margem de tudo — e, quase sempre, é daí que vem o mal. Quando tivermos acesso às estratégias para comparar e discuti-las será possível ver que há projetos mais e menos preparados e que há pessoas mais e menos competentes para executá-los. Porque, mais do que tudo, o Sport Lisboa e Benfica precisa de exigência da nossa parte para escolher melhor e o melhor para o nosso futuro."

Foco na vitória


"Nesta edição da BNews, os destaques são o desafio com o Tondela nesta noite na Luz (20h30) e a Supertaça conquistada pela equipa feminina de andebol.

1. Vencer
Para Bruno Lage, é necessário "foco, determinação e agressividade" para o Benfica vencer. "Temos de estar muito concentrados, muito empenhados para vencer o jogo, que é o mais importante", afirma. E partilha que sente "a equipa muito motivada em continuar a dar projeção a este início de época".

2. Mais uma Supertaça
O Benfica conquistou a Supertaça de andebol no feminino. Frente ao Madeira SAD em Sines, vitória benfiquista por 26-18.

3. Apoio a quem mais necessita
A Fundação Benfica recebeu o presidente da República de Cabo Verde no Estádio da Luz. É o reconhecimento do "impacto muito forte" em São Vicente.

4. Crescer mais depressa
Conheça a estratégia de aceleração da evolução dos jovens talentos no Benfica Campus.

5. Últimos resultados e agenda
No futebol de formação, os Sub-23 do Benfica ganharam, por 3-2, frente ao Sporting, e os Sub-17 venceram, por 5-1, ante o Torreense. Em andebol, as águias obtiveram um triunfo, por 36-25, no jogo de apresentação com o Puente Genil. Nesta manhã, a equipa feminina de futebol defrontou o Atlético de Madrid e perdeu no desempate por pontapés de grande penalidade (2-2, 4-1 gp). A equipa masculina de futsal jogou com o Barcelona no International Masters: empate 3-3 nos 40 minutos, vitória por 5-3 nos penáltis.

6. Reforços
No basquetebol, o poste Temidayo Yussuf junta-se à equipa masculina e a base Joana Soeiro regressa ao plantel da equipa feminina.

7. Red Pass Modalidades
O período de renovação do Red Pass Modalidades 2025/26 começou no dia 22 de agosto e prolonga-se até 30 do mesmo mês.

8. Supertaças agendadas
Edições do troféu no masculino e no feminino marcadas para 3 de setembro em Gondomar.

9. Ouro na canoagem
Os canoístas do Benfica João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha, juntamente com Gustavo Gonçalves, sagraram-se campeões do mundo em K4 500 metros.

10. História
Veja a rubrica habitual das manhãs de quinta-feira na BTV.

11. Em destaque
Os principais conteúdos e temas que marcam a agenda do Sport Lisboa e Benfica nas diferentes plataformas do Clube.

12. Casa Benfica Barcelos
A BTV acompanhou a inauguração da nova imagem desta embaixada do benfiquismo."

Aquecimento...


Lanças...


Valdano...

O Brasil ainda é para velhos?


"Na semana passada, o CSA, clube da Série B brasileira, reforçou-se na Série C. Contratou Ciel, o goleador, 13 golos em 2025, ao Ferroviário. Ciel tem 43 anos. Fábio, a um mês de completar 45, é titularíssimo na baliza do Fluminense e até superou Peter Shilton em número total de jogos esta semana. Nenê, 44, marcou, na jornada anterior do Brasileirão pelo Juventude — um nome curioso neste contexto — de Caxias.
Em 2022, 2023 e 2024, a Série A teve sempre mais de 50 jogadores acima de 35 anos espalhados pelos 20 clubes (a B, a C e a D, muitos mais). No início desta edição da prova, porém, eram apenas 49. O Fluminense, de Fábio, melhor clube brasileiro no Mundial de Clubes, lidera com oito nomes. O Mirassol, sensação da temporada, tem seis. O Atlético Mineiro só um, mas incrível: Hulk, 39.
Há, por trás disso, uma tendência mundial: metodologias de treino e de recuperação e melhores hábitos de sono e de alimentação permitem que atletas excepcionais, como Modric, recebido em festa no Milan a um mês de chegar aos 40, ou Cristiano Ronaldo e Messi, com presença muito provável no próximo mundial, aos 41 e 39, respetivamente, continuem a render muito.
Por outro lado, o culto aos craques, independentemente da idade, é algo muito especificamente brasileiro — no país em que Romário ainda jogava, parado, pelo Vasco, aos 42, e Túlio Maravilha resistiu à reforma, arrastando-se por pequenos clubes, até aos 46, favorece-se quem toca na bola de forma especial em detrimento de quem corre muito sem revelar tanta intimidade com ela.
Porém, Enzo Maresca, treinador do Chelsea, ficou sem palavras quando, depois de se queixar em conferência de imprensa no Mundial de Clubes que o clube inglês já ia no 62.º jogo da temporada, foi informado de que os representantes brasileiros na prova, Flu, Flamengo, Palmeiras e Botafogo, no mesmo intervalo de tempo, disputaram todos mais de 70.
O futebol brasileiro é, muitas vezes, associado a um tipo de futebol mais técnico do que físico, mais lento do que rápido, mais doce do que salgado mas com tanto jogo — e viagens continentais entre eles — não há corpo, nem o de CR7 ou o de Hulk, que resista. Até no Brasil, o jogador tenderá a ser mais musculoso, mais forte, mais resistente.
Por isso, contrariando a prática pro-veteranos dos clubes da Série A, a primeira convocatória de Carlo Ancelotti não contemplou nenhum atleta acima dos 35. Na próxima, no entanto, deve chamar Neymar, que, com tanta lesão, com tanto escândalo, com tanta fofoca, parece já ter uns 50 mas ainda tem 33, porque a juventude também está na cabeça."

Centralização...

Jornalista ou adepto?


"O jornalista conta histórias e produz memórias. Deve ser rigoroso, procurar os pormenores, detalhar os protagonistas. Os manuais, ainda que de há décadas, não deixam margem para dúvidas.
Sou do tempo em que os jornalistas da área do desporto não o eram, pelo menos no reconhecimento como profissionais de corpo inteiro e no direito ao usufruto de uma carreira profissional. Uma segregação que, combatida com o tempo e com as evidências de uma preparação aturada, aprofundada e com níveis elevados de qualidade, foi ultrapassada, fazendo destes profissionais um grupo específico, é certo, mas absoluta e totalmente reconhecido entre os seus pares.
De resto, quando se fala de jornalismo desportivo, tenho sempre imensas reticências. Porque ele, pura e simplesmente, não existe. Haverá jornalismo especializado nesta área de intervenção, como há nos campos político, internacional, económica ou social. Mas há, no essencial, jornalistas.
Porém, salvaguardemos a óbvia especificidade. O desporto é catalizador de atenções e motivador de emoções especiais, aumentando o grau de exposição e de influência do jornalista da área, o que, evidentemente, aumente também, em direta proporção, a sua responsabilidade e a necessidade de um rigor muito especial.
Sabemos que, nos países latinos e no hemisfério sul, essa exposição transforma o jornalista em referência pública. E obriga-o a um dever de equilíbrio e equidistância reforçado. Aqui chegados, elegemos os dois principais argumentos que distinguem o jornalista de um simples adepto, que o motivam e que o forçam a um posicionamento ético irrepreensível.
Nos manuais, sublinha-se a necessidade de o profissional de comunicação social ser, na sua atividade, isento e objetivo. Não concordo, e costumo fazer disso modelo elementar aos meus alunos e formandos. Porque a total isenção não existe, e porque é impossível chegar à máxima objetividade. Se vos pedir para me descreverem uma sala, fá-lo-ão de modo completamente distinto, em função da posição que nela ocuparem e das prioridades e opções que nortearem essa descrição.
Por isso prefiro substituir esse primado pela observância de um outro: independência e honestidade. São valores incontornáveis da profissão, e tornam-se modelos para o dia-a-dia de quem se aventura nesta vida.
A independência em relação a todos os poderes e influências (e as tentações são muitas, diárias e pressionantes), e a honestidade no momento de decidir o que revelar, como o fazer e as consequências dessa atitude.
E na componente desportiva, especialmente, há uma forte tendência para assumir uma postura agressiva, contundente, confundindo a natureza simples do jornalismo com justiça, com ajuste de contas ou com a extrapolação do sentido e do objetivo das funções profissionais.
Definir o equilíbrio nem sempre é fácil, sobretudo com a transversalidade e a abrangência das redes, que permitem e estimulam reações rápidas e nem sempre concordantes com a natureza objetiva de uma entrevista, de um artigo ou de uma posição assumida pelos entrevistados.
As redes são vorazes, caóticas e, na maioria dos casos, perigosas. E desvirtuam o que se diz, como se diz, quando se diz. Maximizam o acessório, desvalorizam, tantas vezes, o essencial. A crítica faz-se no imediato e de modo brutal, perdendo valores básicos e acrescentando uma espuma pouco recomendável.
Todo o cuidado é pouco, portanto. O cuidado na assunção de posições, na dimensão da crítica, no tal equilíbrio e na tal independência. O jornalista não é justiceiro, mas tem de se defender, ainda que tal implique, por vezes, a necessidade de uma posição mais distante, menos interventiva nos argumentos e de expetativa perante as situações.
No âmbito desportivo, há uma fronteira muitas vezes ultrapassada, seja por força dos estímulos exteriores à atividade jornalística, seja pela popularidade fácil quando tal acontece, seja, até, pela ideia de que, dessa forma, se assume ainda mais protagonismo: o patriotismo, a narração de bandeirinha e cachecol, como se o jornalista ou o narrador fosse uma extensão pública do adepto, com acesso a uma câmara ou a um microfone, vestindo a camisola. Em algumas situações, sobretudo no hemisfério sul (África e América do Sul), no literal sentido do termo, confundindo as suas funções com a paixão do torcedor, misturando a realidade presumível da profissão com o momento, a loucura e a exaltação do mais fanático adepto.
Um erro crasso, que as novas gerações devem mitigar e que as gerações mais experientes devem anular, seja nas redações, seja no exterior, onde a chama da paixão é sempre mais exacerbada. Um jornalista não é um adepto com acesso privilegiado a tecnologias de comunicação, não deve misturar experiências e não pode deixar-se levar pelo momento, sob pena de descredibilizar a sua profissão, nos modelos mais básicos e nas expetativas essenciais.
O equilíbrio, a independência e a equidistância são valores essenciais, e que devem ser apreendidos de muito jovem, tal como a capacidade de perceber as ameaças de uma postura mais dada a dinâmicas características dos adeptos, e nunca de um profissional investido, em pleno, das suas funções. Na síntese, um jornalista não é um adepto privilegiado, com uma caneta, uma câmara ou um microfone. Se o pensar, deixa de ser jornalista, perde a capacidade crítica e jamais será capaz de regressar ao essencial da sua profissão.

Cartão branco
Tem 33 anos, está filiada na Associação de Futebol de Coimbra. Filipa Prata, árbitra internacional de futsal, representará Portugal no primeiro Mundial feminino da modalidade, em novembro e dezembro, nas Filipinas. Se a presença da Seleção Nacional não surpreende, a nomeação da Filipa demonstra a qualidade do seu trabalho e o reconhecimento internacional do mesmo. Uma ótima notícia para a arbitragem portuguesa de futsal, assim representada numa competição que fará história.

Cartão amarelo
Não é caso virgem. Quando uma equipa fora do circuito tradicional dos candidatos à Europa consegue uma posição nas competições do Velho Continente, tem, na temporada seguinte, um défice na sua prestação nacional. O Santa Clara corre esse risco. Pode até dar a volta à última ronda de apuramento para a fase de liga da Liga Conferência, frente aos irlandeses do Shamrock Rovers, mas o seu início de campeonato (dois jogos, duas derrotas), recentra a questão das opções estratégicas. Veremos, nas próximas semanas, se a equipa açoriana retoma o trilho dos bons resultados, ou se o início prematuro da temporada se refletirá (e de que modo…) no rendimento nacional."