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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Noite de Taça





Não podia perder a visita do Benfica ao meu concelho, assim apesar do frio lá fui ver ao vivo a festa da Taça. Pavilhão bem composto, e nem o granizo a cair em cima da chapa do pavilhão, arrefeceu os ânimos!!! Cada cesto dos da casa foi festejado como da vitória de um Campeonato se tratasse!!!

Apesar dos 30 pontos de diferença, o jogo até começou com um parcial de 9-0 contra o Benfica, que para isso muito contribui o Mascarenhas com vários falhanços inacreditáveis debaixo do cesto!!! Mas o nosso capitão 'acordou' e acabou com a brincadeira.

Sem Americanos (o Jenkins, e o Henry ainda tiveram o banco mas não entraram, assim como o Sérgio. O Heshimu e o Reed ficaram a descansar), o jogo deu para dar minutos aos menos utilizados.

O Jordão 'mole' como sempre espevitou-se na segunda parte, o Minhava quis dar show mas saiu quase sempre mal, o Carreira a regressar de lesão melhorou bastante durante a partida. Grande jogo do Tavares com 5 triplos, muita intensidade do Elvis, Mascarenhas quase sempre mal a lançar ao cesto, e excelentes indicações do Ferreirinho, que sofreu a 'normal' discriminação dos árbitros por ser simplesmente o 'puto' da equipa, levando 'pau' a 'torto e a direito' e nada era marcado, e depois ainda lhe marcaram 'passos' por duas vezes!!!
Agora nos Oitavos-de-final jogamos em casa com o Guimarães.

Tenho ainda que declarar que por causa deste jogo, a minha partida de futsal semanal não foi realizada, já que o Pavilhão estava ocupado, estou à espera da indemnização!!!
Uma nota final para a Benfica TV: No Domingo passado esta equipa do Gaeirense jogou com os sub-20 do Benfica, em Lisboa, para o Campeonato da CNB1, e a Benfica TV transmitiu o jogo. E nos gráficos podia-se ler: Benfica-Óbidos!!! Apesar do concelho ser pequeno, as rivalidades existem, e entre as Gaeiras e Óbidos, a rivalidade é enorme, por isso imagino a indignação dos mais fundamentalistas...!!!!

Com Xau, lavam mais branco

"NO final do jogo de Aveiro, no momento daquela coisa que se convencionou chamar flash-interview, o profissional do microfone de serviço, não contente com os pormenores do jogo e com o desfecho do resultado, que foi favorável ao Benfica, entendeu levar a conversa com Jorge Jesus para o âmbito das relações entre o treinador e os jogadores e entre o treinador e o clube.
Embora o regulamento daquela coisa a que se convencionou chamar Liga de Clubes, e que é a entidade organizadora dos jogos, desautorize os profissionais do microfone de serviço de levarem as suas questões para além do âmbito do jogo a que acabaram de assistir, não é de todo invulgar, nem muito menos suspeita, a curiosidade dos jornalistas pelas circunstâncias mais gerais.
Foram tão pouco invulgares as questões do profissional do microfone a Jorge Jesus como também não foi em nada surpreendente a primeira resposta do treinador do Benfica, impacientando-se com o jornalista, remetendo-o para o tal regulamento da Liga que só permite aos jornalistas cingirem-se à matéria de facto dos 90 minutos de jogo em causa.
À segunda investida do repórter, Jorge Jesus perdeu definitivamente a paciência e com um popular e em nada acintoso «então, xau!» pôs-se a andar dali para fora. Fez muito bem o treinador do Benfica que se poupou, e nos poupou, a um diálogo menos urbano optando pelo silêncio que não ofende nem embaraça ninguém.
O assunto morreria ali se o profissional do microfone, sem o adversário por perto, não resolvesse terminar a sua exibição com uma graça a despropósito, como qualquer velho e competente jornalista lhe reprovaria, qualquer coisa do género: isto aqui não é «a Benfica TV», o que lhe era absolutamente dispensável porque só veio reforçar a justeza da retirada de Jorge Jesus perante um repórter do tipo engraçadinho e, francamente, sem maneiras. Sem maneiras de jornalista, obviamente.
Há jornalistas, sempre houve, que se queixam muito de coisas sem importância nenhuma.
Na noite de domingo, por exemplo, durante a transmissão do jogo de Aveiro os comentadores de serviço queixaram-se o tempo todo do frio que sentiam, acrescentando pormenores sobre a descida do mercúrio nos termómetros e as aflições que os rigores do Inverno lhe estavam a causar. Depois, quando o jogo acabou, como também sabemos, veio mais um jornalista da TVI, em jeito de rábula, queixar-se de que o treinador do Benfica não lhe respondia às perguntas que trazia escritas de casa.
São os ossos do ofício, sempre ouvi dizer quando fui jornalista. Se está frio, paciência, aguentem-se porque os leitores ou os telespectadores não têm nada a ver com isso. Se os entrevistados não nos respondem como gostávamos, outra vez paciência, para próxima teremos de preparar melhor o nosso trabalho. Mas sempre poupando o público que nos lê ou que nos ouve às agruras inevitáveis de qualquer profissão.
No dia seguinte, este incidente na flash-interview produziu, pelo final da tarde, uma série de pequenos acontecimentos em cadeia.
Sem que a TVI tenha denunciado ou protestado algum comportamento inconveniente ou de cariz violento perpetrado, no rescaldo do «então, xau», por algum funcionário do Benfica sobre o seu funcionário-jornalista, correu a notícia de que tal teria acontecido o que motivou o FC Porto a redigir, através do seu gabinete de comunicação, um comunicado acusando a actual gerência da Luz de um comportamento igual «aos dos filmes sobre gangsters».
Reagiu com uma rapidez que, este ano, tanto tem faltado ao nosso meio-campo, o gabinete de comunicação do Benfica com um comunicado que mais não é do que o elencar de uma série já com duas décadas de tropelias e actos de violência ou ameaças perpetradas contra treinadores, jogadores e jornalistas, a última à porta de um tribunal no Porto e que consistiu de um ensaio de atropelamento e fuga de um repórter fotográfico, documentado por imagens e sons num registo que, na altura, teve o merecido destaque informativo.
Provavelmente nunca se saberá se o jornalista que foi vítima dessa gracinha automobilística apresentou queixa na polícia. É de crer que não tenha apresentado. Como já foi referido, actualmente, tal como num passado não muito distante, há sempre profissionais da informação mais inclinados a queixarem-se do frio ou da chuva, que são os ossos do ofício, do que da pancada, que são os ossos mesmo a sério.
Entra assim para a pequena história dos energúmenos do futebol português o jornalista da TVI a quem Jorge Jesus disse «então, xau!». Não sendo certo que tenha sido molestado fisicamente - o Benfica desmente o incidente e a TVI não o confirma - é mais do que certo de que é o primeiro jornalista a ser defendido, em comunicado pelo FC Porto, o que é obra quase tão cómica quanto a bucha final do referido jornalista - a referência à Benfica TV - no seu diálogo interruptus com o treinador do Benfica.
Quanto ao comunicado do Benfica, vê-se bem que foi escrito à pressa, o que se lastima.
É de todo compreensível o facto de o FC Porto tentar fazer uma lavagem do seu passado histórico, através do seu gabinete de comunicação onde, provavelmente, até trabalham pessoas que ainda nem tinham nascido quando apareceram os primeiros jornalistas queixando-se de forte pancadaria.
Mas já não é nada compreensível que o Benfica, na urgência de uma resposta bem pensada mas muito mal medida, tenha colaborado nessa mesma lavagem apresentando uma short list, ou seja, uma lista muito resumida de nomes, de factos e de situações que, algumas, conseguiram mesmo o notável feito de ultrapassar o âmbito exclusivamente desportivo.
Foi, de facto, uma pena perder-se uma oportunidade destas.
E toda esta nervoseira apenas porque, no fim-de-semana, o Benfica conseguiu baixar de 10 para 8 não menos épicos pontos a distância a que se encontra do líder do campeonato. Se alguma vez se chegarem aos 6 pontos de diferença… ninguém sabe o que se poderá passar no país.
Em termos de comunicados, obviamente.
Até lá, então, xau.
E com Xau, lá vão lavando mais branco.

SEMPRE que não ganha um jogo, André Villas Boas faz-se expulsar do banco pelo árbitro.
Aconteceu em Guimarães e aconteceu em Alvalade. No entanto, esta semana, o treinador do FC Porto não conseguiu fazer da sua expulsão um caso cuja ressonância abafasse a semana toda em nome das injustiças a quem o seu emblema é sujeito.
Mais uma vez José Mourinho roubou-lhe o protagonismo e sentou-o no seu devido lugar.
O que vale isso de ser expulso pelo Jorge Sousa comparado com levar 5 do Barcelona em Nou Camp?"

Leonor Pinhão, in A Bola

A fruta volta ao futebol

"«TIRANDO as maças... a recepção foi normal»: foi assim que A BOLA de domingo transcreveu uma bem-humorada declaração de jogador Varela.

A fruta voltou, assim, aos estádios. A verdadeira. Neste caso a maça. Só não sei se boa, ácida ou podre. Se reineta, ou bravo esmolfe (ou será bravo es...golfe?).

A fruta foi sempre muito invocada nos meios futebolísticos e afins. Por exemplo, ficar com um grande melão é muito habitual depois de certos jogos. Ou escorregar numa casca de banana também é exercício em que ingénuos caem com frequência. E quando certos árbitros para certos clubes marcam um penalty que cai que nem ginjas (nos últimos minutos é como a cereja em cima do bolo) não admira que passem as passas do Algarve.

Nos tempos que correm, também escasseiam as aquisições ao preço da uva mijona. E mesmo que se trate de um cacho de jogadores, nem sempre se passa da cepa torta.

Mas não são apenas as maças que estão na moda. Há quem faça, no futebol, aquilo a que se chama um negócio e pêras ou, dito de outra forma frutícola, um negócio de escachapesse-gueiro, mesmo que em causa não esteja que o supra-sumo da batata (passo o exagero de transformar batata em fruta).

Há sempre os que acreditam que há-de chegar o tempo de vir a mulher da fava-rica, ainda que para isso tenham que pesar figos. E há os que não ligam pevide ao contrário de outros que dão o litro, ainda que, não raro, dando razão ao velho adágio de que por cima de melão vinho de tostão.

No futebol e não só, a conversa é como as cerejas... Só não falo da fruta proibida que é a mais apetecida em certos meios. Nem de cacau ou de carioca de limão. E muito menos de marmelos. Fruta da época... ou de certas épocas!"


Bagão Félix, in A Bola