Últimas indefectivações

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Bastidores: Nice...

O Benfica Somos Nós - S05E04 - Nice...

Fever Pitch - Domingo Desportivo - Estamos de Volta!

Lixívia (25/26) 1 (-1 jogo)


Tabela Anti-Lixívia
Sporting....... 3 (0) = 3
Braga.............3 (0) = 3
Corruptos....3 (0) = 3
Benfica......... 0 (0) = 0

Início prometedor mesmo sem o Benfica:
- Penalty absurdo a favor do Braga, quando já nem era preciso... O horta continua a cavar penalty's, com a colaboração dos apitadeitos!
- Golo inaugural dos Corruptos, precedido de falta, na recuperação de bola, antes do contra-ataque!
A justificação de que é o avançado que procura o contacto é absurda, pois o defesa dos Corruptos, levanta e estica a perna... A 'regra' nestes casos, diz que não é falta, quando o defesa tem o pé na relva antes da passada do avançado, algo que aqui não acontece! Mas como nós sabemos os defensores do sistema gostam de inventar critérios ao seu jeito, sempre que é conveniente...
O contacto é evidente, perna com perna, perto dos joelhos, mas a PorkosTV no momento mostrou somente uma repetição, do ângulo menos evidente! Só cerca de 20m depois descobriram que tinham outros ângulos!!!
- Também gostei de ver os Amarelos a saírem rapidamente para o Casa Pia, ainda antes dos 60m! Não estou a afirmar que foram injustos, mas noutros jogos os critérios são outros...


Anexos (I):
Benfica

Sporting
1.ª-Casa Pia(f), V(0-2), Correia(L. Ferreira, F. Pereira), Nada a assinalar

Corruptos
1.ª-Guimarães(c), V(3-0), Nobre(Mota, P. Brás), Beneficiados, (2-0), Sem influência

Braga
1.ª-Tondela(c), V(3-0), C. Pereira(Esteves, Mira), Beneficiados, (2-0), Sem influência

Anexos(II)
Penalty's (Favor/Contra):
Benfica

Sporting
0/0

Corruptos
0/0

Braga
1/0

Anexos(III):
Cartões:
A) Expulsões (Favor/Contra)
Minutos (Favor-Contra = Superioridade/Inferioridade):
Benfica

Minutos:

Sporting
0/0
Minutos:

Corruptos
0/0
Minutos:

Braga
0/0
Minutos:


B) Amarelos / Faltas assinaladas
Contra (antes dos 60m) / Faltas contra - Faltas a favor / Adversários (antes dos 60m)
Benfica

Sporting
1(1) / 11 - 14 / 4(3)

Corruptos
1(0) / 10 - 9 / 3(2)

Braga
1(0) / 10 - 9 / 3(0)

Anexos (IV):
Com influência (árbitros ou Var's):
Benfica

Sporting

Corruptos

Braga

Anexos(V):
Árbitros - Total - (Casa/Fora):
Benfica

Sporting
Correia - 1 (0/1)

Corruptos
Nobre - 1 (1/0)

Braga
C. Pereira - 1 (1/0)

Anexos(VI):
VAR's - Totais - (Casa/Fora):
Benfica

Sporting
L. Ferreira - 1 (0/1)

Corruptos
Mota - 1 (1/0)

Braga
Esteves - 1 (1/0)

Anexos(VII):
AVAR's:
Benfica


Sporting
F. Pereira - 1

Corruptos
P. Brás - 1

Braga
Mira - 1

Anexos(VIII):
Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica


Sporting
Correia - 1 + 0 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1

Corruptos


Braga


Anexos(IX):
Totais (árbitros + VAR's):
Benfica

Sporting
Correia - 1 + 0 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1

Corruptos
Nobre - 1 + 0 = 1
Mota - 0 + 1 = 1

Braga
C. Pereira - 1 + 0 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1

Anexos(X):
Jornadas anteriores:


Anexos(XI):
Épocas anteriores:

Mata Mata - Primeira e Segunda Liga arrancam, Benfica avança e reencontra José Mourinho!

Dois pontas de lança foram um risco ganho


"É bem possível que o Benfica repita a fórmula vencedora, regressando às tradicionais duplas ofensivas que fizeram história no clube

É verdade que já lá vão alguns dias, mas voltando atrás, confesso que foi uma absoluta surpresa a aposta inicial em Nice, no recém-aterrado Ivanovic.
O facto de se tratar da Liga dos Campeões, o jogo ser fora e, por isso, de dificuldade acrescida, inclinavam o meu palpite para uma única alteração, e forçada, de Akturkoglu por Schjelderup. O facto de essa, para mim, improvável mudança obrigar a mudar o sistema tático habitual, ainda mais me fazia duvidar da estreia logo a titular do novo avançado do Benfica. A verdade é que as opções são sempre boas quando resultam, o mesmo valendo para as substituições.
Foi, felizmente, o caso. Tentando perceber a decisão de eleger Ivanovic para o início de tão importante jornada, podemos imaginar alguns argumentos.
O avançado croata, também com a preparação mais adiantada do que os novos companheiros, ter-se-á integrado bem nos poucos treinos realizados.
Por outro lado, o facto de o Nice utilizar só dois médios, contra Enzo e Ríos, — e ainda reforçados por Aursnes —, permitia prescindir de Barreiro, abrindo caminho a um segundo avançado, surpreendendo o adversário. Finalmente, outro argumento era o facto de o centro da defesa adversária estar debilitado por lesões — tanto que o Nice viria a acabar o jogo com três centrais sub-21.
A coragem de Lage foi, assim, premiada com uma exibição segura e com o novo avançado a ser protagonista principal de uma justificada vitória. Não podia ter corrido melhor. Provada que foi a compatibilidade dos dois atacantes, é bem possível que o Benfica repita a fórmula vencedora, regressando às tradicionais duplas ofensivas que fizeram história no clube.
Quanto aos restantes, os novos ganham pontos. Dedic manteve o seu fogo ofensivo, mas revelou-se mais sólido lá atrás. Ríos e Enzo coordenaram bem os seus avanços, como convém quando se joga com dois médios-centro.
Já os antigos, também estiveram em bom nível. Destaque para o importante golo de Florentino e a pouco vista eficácia do seu remate. Atrás, a defesa esteve bem, com António Silva a assumir, finalmente, a sua qualidade com bola. Na frente, Scheljderup confirma o seu talento. Menos agressivo no espaço do que Akturkoglu, mas tecnicamente superior e mais forte no ataque ao adversário direto.

NOTA: O comentário do jogo de ontem não pôde ser incluído nesta crónica, por limite de tempo. Espero que tenha correspondido às expectativas criadas em Nice.

Dupla de gémeos
Cardozo e Saviola são talvez o melhor e menos antigo exemplo de um casamento feliz, de uma dupla de contraste com êxito no Benfica. É claro que a diferença de estatura saltava à vista, mesmo não sendo isso o mais marcante das suas características complementares.
Saviola, rápido e móvel, difícil de controlar, surgia do nada para finalizar. Cardozo era a chamada referência do ataque, o farol que orienta os médios pelo apoio frontal que garantia.
Famoso ficou o seu pé esquerdo, especialmente potente, e a intuição goleadora, que até hoje se mantém (!). O jogo de cabeça não era o fator-mais de qualquer deles, tal como não é de Pavlidis e não parece ser de Ivanovic, a última dupla utilizada.
No caso atual, as características de grego e croata são quase gémeas. Podem coexistir, sim, muito pela disponibilidade defensiva que já sabíamos que Pavlidis tinha e que Ivanovic já mostrou ter. Jogar com dois na frente é bom e reforça a presença na área, mas obriga a esforço defensivo repartido ou, pelo menos, alternado quando não se tem a bola. Nesta fórmula, a equipa ganha mais peso atacante e dobra a arte finalizadora.

Abel
Abel aplaude. Por muito educados que possamos ser, o insulto sofrido é sempre de difícil digestão. Seja no estádio, no trânsito ou onde for, o melhor é cerrar os dentes e não ligar. No estádio ganha uma expressão diferente, porque são muitos contra um, num contexto de stress público, duro de aguentar. Abel Ferreira é só o mais titulado treinador da história do Palmeiras, mas nem isso o livra de ser desconsiderado da maneira mais vulgar. Não importa o que de bom se fez na semana passada. Irónico ou não, — ele disse que não —, reagir a uma provocação com palmas é tão difícil quanto revelador do estofo e grande capacidade de quem o consegue. Quem ofende quer uma reação e é frustrante não a ter. É a melhor resposta do visado.
Entretanto, sucedem-se as visitas pouco cordiais aos centros de treinos das equipas brasileiras. Tornou-se num triste passatempo.

Nacional
Fui tristemente surpreendido pela morte de Jorge Costa muito perto da entrega da última crónica, sem tempo para um obrigatório tributo. Mas nunca é tarde para valorizar quem merece e deixa saudades. Ao contrário, é um dever. Claro que o sofrimento que afeta a sua família não se imagina, bem como a falta que fará aos seus amigos mais próximos. Mas todos os que o conheceram perdem alguém que realmente valia a pena conhecer e será sempre bom lembrar e valorizar. Fomos colegas de seleção, ele no seu início e eu caminhando para o final da minha carreira de internacional. Vivia duas personagens opostas: em campo era rude, agressivo, temperamental. Socialmente, era bem-humorado, irónico, simples, um bondoso e afetivo amigo. O último de alguns grandes amigos que, entretanto, perdi prematuramente, em circunstâncias semelhantes. Abraço às famílias de todos eles."

BF: Prestianni...

BF: Nice...

Falar Benfica #218

BI: Nice...

Terceiro Anel: React - Discurso Cristóvão Carvalho

No Princípio Era a Bola: Luis Suárez nem precisa de tocar na bola para melhorar o ataque do Sporting. E o pragmatismo paradoxal de Farioli

SportTV: Mercados - Ucraniano pode ser o novo extremo do SL Benfica?

Zero: Mercado - Grandes à caça de craques!

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Segue-se o Fenerbahçe, o que esperar?

Observador: E o Campeão é... - "O Benfica é favorito mas...."

Observador: Três Toques - Rivalidade obriga Marcos Rojo a mudar nome na camisola

Oliveira: Nice...

Simples: Análise Tática ao SL Benfica de 25/26 de Bruno Lage!

78: Os Panenka - S07E03 - "A Gestão de Farioli Vai Fazer Bem a Rodrigo Mora"

O Resto é Bola #13 - FC Porto demolidor, o "novo" Sporting e o Benfica à procura dos milhões da Champions ⚽

Melhor emoção


"No futebol, ao contrário da vida, cada época começa mesmo do zero num renovar de esperanças, ambições e até de conquistas, pois a Supertaça 2025/26 já tem dono, mora na Luz, numa vitória onde o Benfica, apesar do menor tempo de descanso, de preparação e até de ter apresentado um "onze" mais renovado, soube ser mais competente.
Agora que a Liga começou, o foco do Benfica está ainda no importante, desportiva e financeiramente, apuramento para a "Champions" onde não terá vida fácil por força de dois sorteios madrastos. Para já, as perspetivas são animadoras, alicerçadas numa vitória fora de casa que reforçou as boas impressões quanto aos reforços, pois, sem o famoso período de adaptação, Dedic, Enzo, Ríos e Ivanovic responderam no imediato. É cedo, dirão alguns e sem estarem errados, mas também é verdade que não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão...
Numa Liga em que quase dois terços dos treinadores continuaram (vamos ver até quando...) as dúvidas parecem ser as do costume: quem dos ditos três grandes será campeão? Será o novo Braga "guardioliano" capaz de se intrometer nesta luta? Poderá o Vitória aproximar-se? Quem será a surpresa? Os "previsíveis" Santa Clara, Famalicão ou Estoril, ou emergirá um "novo velho" Moreirense, Rio Ave ou Gil Vicente? Poderão os "novatos" Tondela ou Alverca resistirem ao "choque" da Liga? São respostas que daqui a uns meses teremos, na esperança de que este campeonato seja melhor que o anterior, a todos os níveis, pois é também para alimentar essa esperança que serve o "defeso..." Que venha pois mais, e melhor, emoção!"

FPF de Proença!!!

No play-off


"O Benfica qualificou-se para o play-off de acesso à fase de liga da Liga dos Campeões ao ganhar ao Nice por 2-0 na Luz. Este é o destaque da BNews.

1. Missão cumprida
O treinador do Benfica, Bruno Lage, considerou que foi "uma boa exibição e missão cumprida". "Ficámos muito felizes com o jogo que fizemos, e estamos já a trabalhar afincadamente para preparar o jogo com o Estrela da Amadora", disse.

2. Passagem com mérito
Aursnes realçou a exibição coletiva e mostrou-se feliz pelo golo apontado: "Penso que foi uma boa primeira parte, na qual jogámos bom futebol. Marquei um golo e não o faço com muita frequência, por isso foi bom marcar."
Schjelderup salientou: "Cumprimos o necessário para seguir em frente. Jogámos muito bem como equipa."

3. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os dois golos do Benfica marcados ao Nice.

4. Turcos no caminho
O próximo adversário do Benfica na Liga dos Campeões é o Fenerbahçe, que eliminou o Feyenoord.

5. Chamadas internacionais
Betinho Gomes e Eduardo Francisco estão convocados para o AfroBasket 2025 por Cabo Verde e Angola, respetivamente.
Arthur foi chamado pelo Brasil para participar na Copa das Nações de futsal."

Vem aí um jogo contra o Benfica e Mourinho já o começou a jogar


"Mal confirmou um reencontro com os encarnados no play-off de acesso à Champions, José Mourinho falou ao seu jeito. “Acho que o Benfica não está feliz e sinto que preferiam o Feyenoord. Eles sabem que somos mais fortes e não vai ser fácil”, disse o treinador do Fenerbahçe, homem que também construiu a sua lenda com mind games

Com a melena ainda voluptuosa, é razoável afirmar, com a benesse da retrospetiva, que José Mourinho não precisava do ato que protagonizou naquela tarde de fevereiro. “Em condições normais, nós somos muito melhores. E em condições normais nós vamos ser campeões. Em condições anormais… também vamos ser campeões”, disse, equipado à treino, o fecho do casaco aberto, em 2003, a pausa na última frase e a palmada dada na mesa da conferência de imprensa a dramatizarem a intervenção. Era treinador do FC Porto, sabemos o que aconteceria uns meses adiante.
Dono dos seus costumes, Mourinho sempre foi assim, tanto que em Inglaterra não inventaram a expressão com a sua chegada, mas banalizaram o uso de “mind games” para lhe vestir esse chapéu em cada tirada do português, fã de as multiplicar generosamente e assim trazer a si essa muleta. “Tudo o que faço é mind games, tudo o que digo é mind games”, já se queixava o treinador em 2014, embalado pelo sarcasmo, durante a segunda e menos bem-sucedida passagem pelo Chelsea. Há pouco mais de dez anos, já se queixava da reputação que entretanto não amainou.
Vencedor das três provas europeias existentes, campeão nacional em Inglaterra, Espanha e Itália, colecionador de títulos em quatro países, os hábitos e trejeitos de Mourinho a comunicar para fora engordaram em evidências à medida que o treinador deixou de ter trabalhos para contestar a conquista dos principais campeonatos na Europa - ou seja, sobretudo ali a partir de meados da década passada, após o 2.º lugar na Premier League que logrou com o Manchester United, em 2018 (ficou a 19 pontos do City, rival citadino).
A apetência de José, hoje com 62 anos, de incluir, nas flash interviews ou conferências de imprensa, uma farpa ou alusão a algo que o insatisfizesse, fosse com intenções retroativas ou a pensar mais à frente, reforçou esse lado de quem ávido é a não dar nó sem ponta quando chega o momento de comunicar. Ganhando o Fenerbahçe, na terça-feira, ao Feyenoord em Istambul, na segunda mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, o português evidenciou de novo a sua apetência a tirar proveito das palavras.
Ao reagir à vitória (por 5-2) e passagem (por 6-2) ao play-off de acesso à fase liga da Champions, o técnico teceu comentários ao próximo adversário, “que gastou uma quantidade incrível de dinheiro para tornar a equipa mais forte”. Referia-se, pertinentemente, ao Benfica, enunciado um desequilíbrio na perspetiva do ‘nós contra eles’ que insistiu em clivar. “Vai ser uma gigante missão. Há muitas equipas na Liga dos Campeões que podemos bater, mas o próximo adversário é um clube gigante que investiu uma quantia incrível para se reforçar e vai jogar a segunda mão em Lisboa.”
A mais mourinhesca das suas intervenções em Istambul, mal a partida terminou, nem foi essa. “Acho que o Benfica não está feliz e sinto que preferiam o Feyenoord”, opinou. “Eles sabem que somos mais fortes e não vai ser fácil”, acrescentou o treinador, limando já a mentalidade que pretenderá ver nos seus para a eliminatória. O primeiro encontro será a 20 de agosto, na capital da Turquia e no ambiente ruidoso do Fenerbahçe, onde chegou recentemente Nélson Semedo, além do avançado Jhon Durán e de Archie Brown, lateral esquerdo inglês.
Ao calhar com brevidade uma partida oficial frente ao Benfica tão pouco após ter defrontado os encarnados em jogo particular, na Eusébio Cup, o mais titulado treinador português lá fora, o homem do “em condições normais” no FC Porto, do conceito “parking the bus” que introduziu aos ingleses, quando no Chelsea, e do “zero titoli” à boleia da “prostituição intelectual” de que se queixou no Inter de Milão, teve mais uma oportunidade para reforçar esta sua particular cadência. Vindo aí um jogo contra o Benfica, Mourinho já começou a jogar."

Inteligência artificial, scouting e media no futebol


"O futebol moderno já não se resume apenas ao treino, à intuição e à preparação física. Hoje, integra matemática avançada, big data e algoritmos sofisticados. Embora esta transformação seja quase invisível para o espectador comum, uma verdadeira revolução tecnológica está a modificar, nos bastidores, a forma como os clubes decidem jogos, avaliam jogadores e enfrentam o mercado de transferências.

Que dados analisa a IA no futebol?
Os clubes de topo recolhem milhões de pontos de dados ao longo de uma época: frequência de toques, percentagem de acerto de passe, distância percorrida, posicionamento em campo, interação com colegas. Esta informação é captada por sensores GPS, sistemas de vídeo, drones e tecnologia embutida nos equipamentos.
Porém, os números não são suficientes sem interpretação. Aí entra a Inteligência Artificial, combinando softwares de machine learning treinados com bases de dados históricos. Estes algoritmos identificam padrões, preveem acontecimentos (ex.º: probabilidades de golo a partir de determinada zona, sinais de fadiga, compatibilidade tática com um determinado treinador) e fornecem previsões aplicáveis à competição real.

Scouting: a revolução na prospeção global de talento
Os decisores deixaram de se guiar apenas pelo instinto, escolhendo plantéis, definindo táticas e mesmo contratando jogadores com base em relatórios analíticos gerados por IA.
Tradicionalmente, o scouting implicava enviar olheiros a todos os cantos do mundo. Hoje, algoritmos analisam milhares de atletas em tempo real — mesmo em ligas amadoras ou secundárias na Ásia ou América Latina — cruzando desempenho real com o perfil ideal de cada posição e filosofia de jogo.
O Brentford FC é um caso de estudo. Usando a sua plataforma Smartodds, analisaram mais de 85.000 jogadores, descobrindo Ivan Toney nas divisões inferiores inglesas por 5 milhões de libras. Após a sua valorização e transferência, Toney rendeu ao clube mais de 40 milhões — um retorno de oito vezes o investimento inicial. Esta abordagem permitiu ao Brentford competir na Premier League, apesar de ter um orçamento muito inferior aos rivais.

Implementação prática da IA
Num jogo típico, recolhem-se milhares de parâmetros:
Coordenadas dos jogadores a cada segundo;
Velocidade, aceleração e padrões de movimento;
Taxa de sucesso de passes sob pressão;
Ações/decisões no último terço do campo;
Indicadores fisiológicos: frequência cardíaca, fadiga muscular, níveis de oxigénio;
Os dados são captados por chips GPS, câmaras em redor dos estádios, drones e sensores wearables integrados na roupa dos atletas.

Processamento avançado
Plataformas como Wyscout, STATSports, SkillCorner ou Zone7 trabalham em tempo real, atualizando a informação constantemente. Redes neurais artificiais separam a informação relevante do chamado ruído de fundo, revelando padrões e tendências comportamentais únicas.

Casos concretos
O Liverpool FC, em parceria com a Google DeepMind, criou o TacticAI: um sistema de IA para afinar rotinas de canto, prevendo o desfecho dos lances e sugerindo posicionamentos otimizados. Em testes, os especialistas humanos preferiram as recomendações do TacticAI em 90% das situações analisadas.
O Sevilla FC implementou o Scout Advisor sobre a plataforma WatsonX da IBM, analisando mais de 200 mil relatórios de scouting com tecnologia de processamento de linguagem natural, reduzindo drasticamente o tempo e os custos na triagem de jogadores.

Treino, preparação e prevenção de lesões
A IA fornece aos treinadores análises de adversários muito mais detalhadas, estudando dinâmicas individuais e padrões de movimento em diferentes fases do jogo.
Exemplo: um extremo que, sistematicamente, entra em zonas interiores a partir do minuto 70, permitindo ajustes defensivos mais eficazes.
Com monitorização contínua de parâmetros fisiológicos (frequência cardíaca, velocidade de recuperação, fadiga muscular), a IA recomenda cargas de treino individualizadas, períodos ótimos de descanso e alerta para sinais precoces de risco de lesão, permitindo reduzir baixas clínicas.
A IA permite simular cenários financeiros e desportivos — desde o impacto imediato de uma contratação ao potencial de valorização futura. Isso reduz o risco de flops milionários e maximiza o retorno dos investimentos dos clubes.

Novos papéis profissionais
O scouting passou a ser muito mais quantitativo. O papel do olheiro tradicional” evoluiu: agora é indispensável interpretar dados, perceber modelos estatísticos e articular a experiência empírica com provas objetivas. Os analistas são hoje parte do núcleo duro técnico, influenciando diretamente as opções em campo.
Novas funções surgiram, como:
Cientistas de Dados: modelam e prevêem cenários através de big data;
Treinadores de Performance com IA: adaptam as recomendações dos algoritmos ao contexto de cada atleta;
Analistas de Dados Tácticos: investigam padrões de interação posicional e dinâmicas coletivas.

Desafios e limites éticos
Tecnologia — A IA reduz erros, mas, se aplicada de forma acrítica, pode apagar fatores emocionais, liderança e espírito de equipa — elementos não quantificáveis e decisivos no futebol.
Privacidade — A recolha constante de dados levanta questões éticas sobre os limites da vida privada dos jogadores. Por isso, os clubes e as organizações estão a criar códigos de conduta e diretrizes éticas para este novo paradigma.

AI, Media e Relação com os Adeptos
Cobertura — A análise avançada chega agora ao grande público. No estrangeiro, ligações como xG (expected goals), análises interativas em direto, gráficos 3D e predictions automáticas já fazem parte da transmissão. Plataformas como Opta e Understat estão a transformar o espectador passivo num analista amador, elevando o nível das discussões e da exigência dos adeptos.
Personalização — A IA permite criar resumos de jogos à medida de cada espectador, com foco num jogador, tática ou lance, individualizando a experiência e valorizando o produto audiovisual dos clubes e dos media.

Futuro e inovação
Realidade Virtual e Feedback Imersivo — A integração da IA com a realidade virtual permitirá aos jogadores reviver situações de jogo virtualmente e experimentar decisões alternativas, com feedback imediato. Esta aprendizagem ativa revoluciona o treino tático.
Sistemas — No futuro, a IA adaptará autonomamente os seus modelos de análise consoante a evolução do próprio jogo, redefinindo métricas e descobrindo novas formas de interpretar performance.

Conclusão
O futebol já não se joga apenas dentro das quatro linhas ou pelo dom do improviso. O sucesso assenta, cada vez mais, na forma como os clubes usam os dados a seu favor. A IA não marca golos, mas é já o jogador invisível mais valioso da alta competição.
O futuro do futebol pertence à sintonia entre inteligência humana e inteligência artificial — com os dados ao serviço do talento, sem nunca esquecer o elemento humano. Esta revolução, se bem gerida, fará do futebol português um exemplo global, dentro e fora de campo."

Quem cala, consente: o «Pelé da Palestina» foi morto por Israel


"O silêncio da comunidade futebolística sobre Gaza pesa ainda mais quando a morte de um dos seus está em causa. Honra a Salah, que com uma pergunta fez mais do que todos os outros

O genocídio a decorrer em Gaza está à vista de todos, mesmo que Israel tenha proibido os jornalistas estrangeiros de lá entrar para nos mostrarem como as bombas e a fome estão a devastar um povo. O governo israelita consegue, através da propaganda, dominar muitas mentes e desumanizar os palestinianos a um ponto que a História nos ensinou que é fatal, mas em 2025 a realidade tem outras formas de chegar longe e de nos deixar incomodados, revoltados, tristes com o que se passa em Gaza.
Nos últimos dias, soubemos da morte de Suleiman al-Obeid, conhecido como «o Pelé palestiniano». A morte não, o assassinato. Porque a estrela do futebol local estava à procura de ajuda humanitária, tal como muitos civis, quando foi morto pelas forças israelitas. É só mais um dos muitos exemplos das atrocidades cometidas por Israel, pelo que até podíamos continuar o scroll infinito sem pensar muito nisso. Quando já morreram tantas pessoas - tantas, mas tantas crianças! - das formas mais cruéis, é mais fácil seguir em frente. Não foi o caso de Mohamed Salah.
«Podem dizer-nos como é que ele morreu, onde e porquê?» - com esta simples pergunta, em resposta a uma publicação da UEFA que tentava disfarçar o crime cometido com elogios ao jogador, a estrela do Liverpool colocou o genocídio em cima da mesa do futebol. Eric Cantona e Gary Lineker são outros dos que não têm feitio para ficarem calados, mesmo que isso lhes custe programas de televisão. Com a sua voz, fazem o que outras estrelas e organizações não têm coragem para fazer.
Segundo a Associação Palestiniana de Futebol, 325 membros da comunidade futebolística foram mortos desde 7 de outubro de 2023. Mas é essa mesma comunidade que continua em silêncio, com medo das consequências de tomar posição. O futebol movimenta hoje tantos milhões que ninguém quer arriscar perder uns quantos em prol da humanidade. Mas o que seria da pressão internacional sobre Israel se as grandes figuras, que inspiram tanta gente, falassem sobre isto? Salah foi muito criticado, mas também não será esquecido por quem não perdoa a indiferença em tempos de genocídio. Ficará a ganhar, certamente.
Quem cala, consente. Há países, políticos e figuras de outros meios que demoraram demasiados meses a perceber o que se passa em Gaza, mas lá chegaram ou chegarão. Será tempo a mais para palestinianos como Suleiman al-Obeid, mas é hoje evidente que a História não perdoará quem não quis ver, não quis falar, não quis sancionar Israel. Até no futebol."

O Tribunal Arbitral do Desporto e o Tribunal de Justiça da União europeia


"No início do mês foi publicado o Acórdão do Tribunal de Justiça no processo C-600/23 que vem colocar em causa o sistema de resolução de litígios desportivos a nível internacional. Tendo impacto, ainda que indireto, no futebol nacional, a Direção da FPF mantém-se atenta a este tipo de temas.
A pergunta feita ao TJUE ao abrigo de um pedido de reenvio prejudicial era se, à luz do Direito da União, é aceitável que os tribunais nacionais estejam impedidos, por força do princípio da autoridade do caso julgado, de fiscalizar as sentenças arbitrais proferidas pelo CAS e que foram confirmadas pelo Tribunal Federal suíço, que é um tribunal de um país terceiro que não pode submeter questões prejudiciais ao Tribunal de Justiça.
O TJUE declara que as sentenças proferidas pelo CAS devem poder ser objeto de fiscalização jurisdicional efetiva permitindo que os particulares obtenham uma fiscalização jurisdicional aprofundada da compatibilidade dessas sentenças com o direito da União. Além disso, deve ser possível obter medidas provisórias e submeter um reenvio prejudicial ao Tribunal de Justiça.
O CAS tomou de imediato uma posição quanto a este Acórdão, dizendo que este Tribunal «resolve litígios desportivos em todo o mundo e que já aplica a legislação da UE quando necessário. Embora a grande maioria dos processos submetidos ao CAS diga respeito a questões contratuais e disciplinares não regidas pelo direito da UE, as questões relacionadas com o direito da concorrência da UE já podem ser contestadas perante os tribunais nacionais da UE na sequência de um anterior acórdão do TJUE (Processo C-124/21 da União Internacional de Patinagem)».
O CAS refere ainda que o TJUE não seguiu na íntegra o parecer do advogado-geral Ćapeta e determinou que a eventual revisão das sentenças do CAS pelos tribunais nacionais da UE deve limitar-se à ordem pública da UE.
Este é um tema que, certamente, ainda fará correr muita tinta."

Benfica 2 (4) - 0 (0) Nice


"Bem sei que este Nice não é propriamente um Guimarães os Casa Pia, que o Benfica apresenta debilidades em todos os setores e mais alguns como os números em jogos oficiais demonstram (5-0), como é normal, estamos a precisar de um teste a sério, a prova de fogo, tipo jogo contra aquela equipa vulgar do Chelsea no mundial de clubes…
É este o verdadeiro paradigma do Benfica…nunca nada é suficiente, já o ditado o diz…”a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha”…e é mesmo…
Se atentarmos às redes sociais, bom bom mas mesmo bom é o Farioli, o Borges…até o treinador do recém promovido Alverca, o nosso pobre coitado é um “yes man” que mesmo tendo ganho um campeonato, uma taça da liga, uma Supertaça não passa de um pau mandado inapto para a função…isto é 100% comprovado por qualquer artista de circo com acesso a um telemóvel, especialista da especialidade futebolística, que no fim-de-semana grita impropérios nos jogos dos filhos porque precisa de libertar a frustração de uma carreira falhada devido a inaptidão de todos os treinadores que nunca o viram como o novo filho da Dona Dolores!
E é a isto que se resume a discussão em torno do Benfica pré eleitoral nas redes sociais…um clube onde no estádio se assobia o próprios guarda-redes por demorar a soltar a bola num jogo em que está a vencer por 2-0…tal a ânsia de ver se o adversário consegue faturar para se poder malhar nas redes sociais!!!
É triste…mas é o que temos!!!
Sobre o jogo em si…Benfica a controlar o jogo e eliminatória. Nada mais há a dizer!
Futebol dinâmico a partir do 1-0, controlo a partir do 2-0.
Agora que venha um testezinho contra uma equipa de “kebabs” orientada por um treinador amador que percebe tanto de bola como qualquer expert da rede social percebe de lagares de azeite!
De todos os adversários possíveis, o Fenerbache de Mourinho é o mais difícil, mas somos o Benfica e iremos encarar esta eliminatória com a seriedade que a nossa história merece!
Rumo à Champions League!"

E NÃO É QUE SOUBE A POUCO?


"BENFICA 2 - 0 Nice

Pré -jogo 1 vamos receber o pior Nice da história. Temos, é facto, sorte imensa: e não é que na Europa nos tocam sempre equipas na pior versão de sempre?
Pré-jogo 2 fomos muito superiores na semana passada, entramos hoje com dois de avanço, mas nada está ganho.
Pré-jogo 3 grande ambiente cá fora, vermelho a dominar os arredores do estádio, fanzone ao rubro, teremos casa cheia?
Pré-jogo 4 como esperado, Bruno Lage mantém o sistema 4x4x2, mantém até o mesmo onze. Vamos lá ver o Ivanovic ao vivo!

VAMOS LÁ AO JOGO (em direto, na Catedral, desde o meu lugar de fundador na bancada Emirates)
03 fdx que eles entraram a todo o gás. A pressional alto? Não, a pressionar altíssimo!
05 António saiu da posição para vir disputar um duelo; Dedic foi para o lugar dele e Aursnes já lá estava a fechar. Equipa solidária precisa-se, sempre!
09 penálti sobre o Ivanovic? VAR diz que não...
13 e vão duas do Barrenechea a desmarcar colegas com passes de morte
18 mais uma do Enzo, Schjelderup desmarcado, bela assistência, e AURS-NES que bem a concluir. Muito bom! Um-zero!!! Mourinho, vais levar connosco.
27 quantos toques até ao golo? Amanhã farei a conta. Mas sei que foi mais um grande golo de envolvimento coletivo! E que grande conclusão de SCHJEL-DE-RUP!!! Dois-zero! Está na hora de explodires, miúdo.
30 os nossos agradecimentos ao poste direito da baliza do Trubin.
33 se isto é amarelo, então tem que ser vermelho, o Pavlidis ia sozinho. Bomba do Ríos? Na barreira....
37 é isso Dedic, vai com tudo, atacas bem o um-para-um, Pavlidis, que pena não teres concluído...
43 há quantos anos Ríos e Barrenechea jogam juntos?
45+2 que linda a assistência do Pavlidis para o Ivanovic desperdiçar. Estes dois quando se conhecerem melhor... 46 segunda parte para carregar com os mesmos! Virados para a baliza grande (sul)
50 António, podes comemorar este corte como um golo. Eles, como na primeira parte, entraram a dar tudo outra vez.
53 Barrenechea a encher o campo. Agora, mais um passe de 50 metros a colocar o Schjelderup em posição de criar perigo.
59 Dhal não é de pintar a manta. Mas é fiável que nem relógio... sueco! Tem feito tudo com acerto.
61 Ivanovic fez o mais difícil: meter a bola na barra. Esta o guarda-redes nem a via. Um-um nos ferros. (correção à posteriori: foi Schjelderup!)
63 três substituições. Pena não entrarem o João Veloso e o Henrique Araújo. 68 uuuuuu, dois grandes momentos de Prestianni.
70 mais um grande corte do António! 75 a gerir o jogo. Está certo, aliás, está certíssimo! Mas com tantas oportunidades podíamos marcar mais um ou dois.
80 mas que ambiente na Catedral! Quase 65 mil a festejar. Lindoooo!
84 Catedral de pé num justíssimo tributo a Aursnes!
90+6 vitória que soube a pouco, não foi?
Próxima paragem é sábado na Amadora. Lá estarei com os amigos João Antunes e Quim Zé Coelho para a estreia na Liga caseira."

O olheiro Aursnes descobre os caminhos para uma noite tranquila e o Benfica está a um Mourinho de distância da Liga dos Campeões


"Na segunda mão da terceira pré-eliminatória da principal prova europeia, as águias bateram o Nice por 2-0, tal como em França. Ambos os golos foram noruegueses e, no play-off, o adversário será o Fenerbahçe do special one

2022 não foi assim há tanto tempo. Pois não? Bem, se calhar foi. Rui Costa era presidente do Benfica há menos de um ano, Roger Schmidt era treinador há menos de um par de meses, Bruno Lage era treinador do Wolverhampton e o seu trabalho seguinte seria no Botafogo.
Do onze do Benfica que defrontou o Nice, só Otamendi já sabia o que era somar minutos pela equipa principal das águias antes do arranque de 2022/23. Foi nessa altura que chegou Aursnes, não foi assim há tanto tempo, mas já foi há muito tempo, tanto se modificou.
O que se mantém semelhante é a consistência de Aursnes, a constância de Aursnes, a universalidade de Aursnes. Chegou como médio-centro, rapidamente tornou-se ala de pressão e energia, foi lateral em ambos os lados, tornou-se interior em 2024/25. Para 2025/26, parece voltar a um flanco. Mas não só.
Revelou Bruno Lage na antevisão à segunda mão contra o Nice que Fredrik também é um olheiro em part time, que conhece os jogadores, particularmente os do norte da Europa. O jogador-scout, o médio-tudo, o canivete suíço-norueguês, brilhou na serena vitória (2-0) dos encarnados, que repetiram a vantagem de há uma semana.
Em 4-4-2, arrancando da direita, Aursnes surge com amplitude de movimentos, em diagonais para o meio, deixando a linha para Dedic e beneficiando da riqueza de desmarcações da parelha Ivanovic-Pavlidis. Marcou o 1-0, assistiu o 2-0, saiu a tempo da ovação e de ir ao computador estudar umajovem promessa do Bodø/Glimt.
O Nice, sem vitórias nas competições europeias há 12 jogos, jogou em Portugal em provas UEFA pela primeira vez, dado que evidencia que não mora na Côte d’Azur um habitué das andanças internacionais. A derradeira ocasião em que as águias da Riviera francesa estiveram no principal torneio continental foi em 1959/60, na campanha que culminou com a quinta Taça dos Clubes Campeões Europeus seguida para o Real Madrid. Na época seguinte, o Benfica começou a construir a sua fase de ouro.
Na sequência da bela Ligue 1 da época passada, não têm sido poucas as críticas à gestão da INEOS, a gigante que, além de estar no Manchester United, na Fórmula 1, na velaou no ciclismo, também manda no Nice. Foram-se embora nomes de destaque (Bulka, Guessand, Laborde), há outros na rota da saída (Rosario), há alguns lesionados, sobretudo Ndayishimiye, mas fica a sensação de que o clube não é a prioridade para os seus donos, mais atentos a outras paragens. Está aqui parte da explicação para a pobre imagem do conjunto de Franck Haise, o milagreiro que já levara o Lens a ser vice-campeão gaulês. Na etapa inicial, e perante a superioridade local, só por uma vez, num tiro de Clauss ao poste, estiveram os forasteiros perto do golo. Após o recomeço, uma cabeçada de Juma Bah ditou o fim do perigo para Trubin.
O Benfica foi rápido a tirar possíveis esperanças aos franceses. Ainda dos 30', já estava 2-0. Aos 18', o telescópio de Enzo encontrou a desmarcação de Schjelderup, novamente titular, ainda que desta feita com Aktürkoğlu a entrar no epílogo da noite. Andreas deu para Aursnes e a ligação norueguesa deu no 1-0.
Pouco depois, Aursnes tornou-se o primeiro scout de sempre que detetou um futebolista, recebeu uma assistência desse jogador para um golo e, depois, o assistiu para outro. A primeira parte da frase é especulação, o resto não. Aursnes, um simplificador em campo, levantou a cabeça e cruzou atrasado para Schjelderup, que bateu forte e seco para o 2-0, confirmando a tendência para aproveitar as oportunidades quando as tem.
Com a eliminatória sentenciada, com o serão do quente agosto em toques suaves de facilidade, o suor a escorrer sem sofrimento, houve minutos de destaque para a energia de Franjo Ivanovic. O atacante tem um ar de bad boy de filme de ação que, a certa altura do enredo, se apaixona e passa para o lado dos bons, uma espécie de guerreiro furioso que precisa de carinho. Cheio de ímpeto e velocidade, com um futebol de movimentos largos e complementando-se bem com Pavlidis, o croata esteve duas vezes perto do 3-0 antes do intervalo.
No arranque do defeso, o Benfica sonhou ser a equipa dos criativos, o coletivo que juntava Félix e Almada. As circunstâncias do mercado ditaram que, chegado a agosto, o Benfica é a equipa dos pontas de lança, definida, em boa parte, pelo que Ivanovic e Pavlidis dão. Franjo é acutilante, faz diagonais para a direita, estica o coletivo. Vangelis tricota, liga, cria, une as pontas, como um polegar oponível quando se levam muitos objetos na mão. O grego, aos 62', rematou para corte de um defesa, com o ressalto a ir parar a Schjelderup, que acertou na barra.
Em 20 receções a franceses, o Benfica jamais perdeu, com 14 vitórias e seis empates. A parte final da eliminatória foi de oportunidades desperdiçadas para os locais, que exploraram um Nice rendido. Prestianni trouxe energia e criatividade e ficou perto do 3-0, Kerem teve alguns minutos entre a insistência dos rumores de saída. Não obstante, o terço final do jogo teve quase contornos de desnecessário, como as cenas de um blockbuster após sabermos que o protagonista salvou a humanidade.
O Benfica encarava as primeiras semanas da época com dois grandes objetivos. O primeiro, a Supertaça, foi conseguido. O segundo era superar as rondas prévias da Liga dos Campeões. Para estar, em setembro, entre os melhores, o derradeiro obstáculo é o Fenerbahçe de José Mourinho, que deu a volta ao duelo diante do Feyenoord. Estão prontos para os mind games e para dois jogos que começarão e acabarão na sala de imprensa?"

Chancela norueguesa num apuramento a dar para o fácil


"É na direita, no meio ou na esquerda? Na loja do senhor Fredrik Aursnes é só pedir o serviço que mais convém a cada momento. Os companheiros que o digam

O melhor em campo — Aursnes (8)
Este homem parece um seguro de vida. Desde que chegou ao Benfica só lhe falta, praticamente, jogar a guarda-redes e raras foras as vezes em que se possa ter dito «este homem jogou mal». Jogar mal é conceito que parece não existir no dicionário pessoal deste norueguês de excelência. Está visto, até provas (ou movimentos de mercado) em contrário, que tem por conta dele a meia direita encarnada. Pois bem: Aursnes pinta a manta toda desse lado e ainda aparece ao meio, na meia esquerda e, se for preciso, na ponta esquerda (não precisa porque tem lá um compatriota amigo). A execução do primeiro golo é sublime, ao segundo toque, em plena pequena área francesa; o passe com açúcar para Schjelderup fazer o 2-0 é mais outro momento de ponto picado. Mas houve, acreditem, muito mais no futebol de Aursnes neste apuramento tranquilo.

6 Trubin Aos três minutos teve excelente saída a um cruzamento perigoso vido da meia esquerda do ataque do Nice. Consta nos registos que voltou a tocar na bola, mas fê-lo apenas em circunstâncias correntes: receber atrasos de colegas com espaço para dominar, repor uma ou outro bola em jogo, segurar um ou outro cruzamento insípido. E esteve lá sempre.

6 Dedic Vai-se afirmando na direita da defesa encarnada, ainda que o trabalho defensivo não tenha sido por aí além. Envolveu-se bem no lance do 2-0, mostra estampa física e capacidade de percorrer o corredor. Claro que ter uma guarda de honra como Aursnes ajuda muito...

6 António Silva Valha a verdade que não teve uma noite muito atarefada. Mas o Nice também jogou e tentou, e sempre que surgia pelos terrenos de António Silva a coisa parecia resolvida à partida. O epicentro da exibição foi o corte a remate de um atrevido que tinha feito uma roleta sobre ele e Otamendi, aos 50 minutos. Ainda teve uma ou outra saída interessantes para o ataque.

6 Otamendi Autoridade indiscutível nos terrenos recuados do Benfica. Correu tudo como ele tinha estipulado, jogando-se simples quando necessário e ornamentando-se os lances quando possível. Fez o passe de rotura que permitiu o primeiro golo ao Benfica e quase marcou um golaço num cruzamento-remate antes do intervalo.

6 Dahl Não é Carreras, por mais que insistamos nas comparações. O rapaz só disse que quer marcar o Benfica como Carreras o fez, e para isso tem seguramente potencial. Logo se verá se o consegue e como. Não decide no 1x1 mas defende com firmeza e ataca com certezas. Tem o lugar de lateral esquerdo no bolso, para já.

5 Ríos Os mais puristas perdoarão por certo o atrevimento, mas a forma como este colombiano se desloca em campo, sobretudo com a bola dominada e a cabeça levantada, faz lembrar um certo número 10 que ajudou a marcar a história do Benfica e por acaso até é hoje presidente. Calma! Não estávamos a falar de rendimento, até porque não foi especialmente famoso esta terça-feira. Mas há formas de jogar que fazem desconfiar que «ali há craque».

5 Barrenechea O modo como recebe a bola e procura solução imediata, seja individual ou de passe, não engana quanto à qualidade. É preciso ver se uma dupla formada por ele e Ríos será suficiente para jogos de maior intensidade e pressão a meio-campo, mas os sinais positivos estão lá.

7 Schjelderup Estava na esquerda e o compatriota na direita. Brincaram de forma sublime a uma espécie de toma-lá-dá-cá e fizeram os dois golos da tranquila vitória encarnada. Primeiro com Schjelederup e servir Aursnes, depois o inverso. Fora a participação nos lances decisivos, o jovem norueguês mostrou fibra, presença e muita vontade de fazer parte das contas de Lage para 25/26.

5 Ivanovic Depois de ter sido herói em França, passou ao lado de uma possível bela estreia em casa. Mas tem tempo, e vê-se que também tem qualidade. Simplesmente a coisa, de um modo geral, não saiu como ele queria, como aquele remate para as mãos do guarda-redes numa situação de 3x2 aos 45 minutos.

6 Pavlidis Está cheio de confiança e preparado para ser o dínamo do ataque encarnado. Joga bem de costas para a baliza, procura e inventa espaços que ninguém tinha visto antes e procura finalizar a preceito, algo que ontem não lhe sucedeu mas vai seguramente suceder no futuro.

6 Prestianni Toque de classe sul-americano numa noite paradoxalmente nórdica, tal o calor que fazia em Lisboa. Rápido, raçudo na reconquista da bola, com olhos para a área adversária. Vai dar dores de cabeça a Lage. Ou muitas alegrias...

5 FlorentinoNão retirou nem acrescentou à monotonia que representou, neste jogo, estar no meio-campo do Benfica. O que teve de fazer, fez com competência.

5 Leandro BarreiroInteressante o posicionamento quase como segundo ponta de lança. Situação a rever.

Henrique Araújo Teve azar, porque quando estava pronto para entrar a bola demorou muito a sair. Terá melhores oportunidades de voltar a mostrar o seu valor.

Akturkoglu Terá sido a despedida da Luz? Pelo menos contra o Benfica já não joga, mesmo que amanhã assine pelo Fenerbahçe."

Manta do Nice muito curta para o tamanho do Benfica


"A grande diferença entre as equipas, individual e coletivamente, não ficou suficientemente espelhada no resultado. Encarnados podiam, na segunda metade do tempo complementar, ter chegado à goleada, mas não foram assertivos no último passe. Segue-se... Mourinho.

Foram 64.500 os espectadores que decidiram presenciar, ao vivo e a cores, o Benfica a carimbar o passaporte para o play-off da Champions, de uma forma que não deixou dúvidas a ninguém, dando sempre a sensação de que, cada vez que metia mais velocidade no jogo, esboroava a estrutura atrasada de um Nice que vale mais pelos desdobramentos ofensivos do que pela solidez defensiva.
O jogo começou como se esperava, com uma entrada forte do Nice, à procura de um elemento que pudesse lançar dúvidas na equipa de Bruno Lage. Aliás, os dez primeiros minutos do encontro, em que a equipa do sul de França ainda pregou um susto, a Trubin (3 minutos), que resolveu bem o problema, mostraram um Benfica que só parecia ter pressa em não ter pressa, a sair a jogar de trás, lentamente, como que se tivesse preguiça em pegar nas operações. Este estado letárgico acabou com dois ou três safanões no jogo de Schjelderup, algumas vantagens numéricas ganhas por Aursnes, em incursões da direita para o meio, e uns quantos passes bem medidos de Barrenechea, que tem vindo a subir de produção de jogo para jogo.
Assim, quando Aursnes, aos 18 minutos, a passe do compatriota Schjelderup (grande abertura de Barrenechea para o norueguês), colocou o Benfica na frente, as eventuais esperanças do Nice caíram por terra, e a partir desse momento o conjunto da Côte d’Azur passou a ter como objetivo principal sair da Luz com um resultado que não fosse humilhante. Para agravar a situação dos gauleses, aos 27 minutos, de um entendimento espetacular, na direita, entre Dedic e Aursnes surgiu o 2-0 por Schjelderup: com quatro golos de vantagem, as preocupações europeias do Benfica viraram-se para o Fenerbahçe, que promete outro tipo de luta, tendo com o Nice a semelhança de ser melhor a atacar do que a defender.
Já com 2-0, o Nice ainda teve um remate espetacular de Clauss (30), que embateu no ferro direito da baliza de Trubin, e Ivanovic podia ter reforçado a vantagem encarnada, a passe de Pavlidis (45+1). Mas uns e outros já sabiam qual o destino da eliminatória.

Quinze minutos 'chatos'
O primeiro quarto de hora da segunda parte foi um tédio, o Benfica a fazer de conta que atacava, mas apenas a trocar a bola em zonas recuadas, e o Nice a fazer de conta que pressionava, mas sobretudo preocupado em não desguarnecer a defesa. Este anticlímax para os adeptos do Benfica terminou aos 62 minutos, quando Schjelderup fez a bola embater na barra da baliza do Nice e, como que a aproveitar a embalagem, logo de seguida, Bruno Lage mandou para o campo Prestianni (Schjelderup), Barreiro (Ivanovic) e Florentino (Barrenechea). Muito por obra e graça do jovem argentino, o Benfica despertou e arrancou para alguns minutos de futebol solto e alegre, que desmontou peça a peça a defesa contrária. Mas a verdade é que a qualidade do último passe deixou muito a desejar, o que permitiu a Franck Haise operar três mudanças, de tração traseira, que ajudaram a reequilibrar o Nice.
Os minutos finais, já com Henrique Araújo em jogo (porque fez Ríos os 90 minutos, quando estava em manifesta perda a partir dos 75 minutos?) regressaram ao registo do começo da segunda parte, com toda a gente a olhar para o relógio, à espera que a função terminasse.

Benfica diferente
Cada jogo tem a sua história e a deste ficou marcada pelo resultado de Nice. Foi por isso que o Benfica, apesar de ter apostado no mesmo onze de França, apresentou dinâmicas muito diferentes, conservadoras, apostando numa estratégia que passava por chamar o adversário e depois tentar feri-lo nas costas dos defesas. Poder-se-á dizer que Bruno Lage foi pragmático, limitou esforços numa altura da época, como disse, em que está a fazer a preparação da equipa em jogos oficiais, mas este não é o figurino que melhor se adapta ao Benfica. Por várias razões: não só menoriza muito o papel do playmaker, Richard Ríos, que perante a consistência de Barrenechea ficou sem terrenos para pisar, como, sobretudo, aproveita mal o potencial da dupla Pavlidis-Ivanovic, mais talhada para um futebol com maior elaboração, velocidade nas transições e serviços das alas menos telegrafados.
É verdade, e se calhar isso era o mais importante, que o Benfica em momento algum teve a eliminatória em risco. Mas o potencial desta equipa não está na contenção, mora na proatividade, e Lage tem jogadores capazes de fazer pressão alta (raramente se viu), e meios para a equipa não ser obrigada a fazer uma dúzia de passes entre os defesas e o guarda-redes, até que este meta a bola na frente à espera que Pavlidis imponha o físico e a técnica.
Deste jogo, que confirmou o 4x4x2, resultaram alguns dados merecedores de especial atenção: o primeiro tem a ver com a crescente confiança de Schjelderup, que está no seu melhor momento de águia ao peito; o segundo, com a capacidade de Barrenechea para passes precisos de 30 e 40 metros, algo que ainda não tinha sido visto; o terceiro, a fome de bola de Prestianni, rápido e muito técnico, que pode ser, ao seu estilo, um espalha-brasas como Francisco Conceição ou Daniel Podence; o quarto, a forma imperial como Otamendi manda na equipa e se impõe a toda a gente dentro do campo; e o quinto o regresso de Arkturkoglu, em vésperas do duelo com o Fenerbahçe. São notas finais de uma eliminatória com alguma história mas sem dúvidas. A manta do Nice, d efacto, é demasiado curta para este Benfica."

Benfica Podcast #564 - Early Signs...

Terceiro Anel: Nice...

Vinte e Um - Como eu vi - Nice...

Esteves: Nice...

5 Minutos: Nice...