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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Benfica é o clube do povo

"Quando Vieira diz que o Benfica está muito à frente não é por vaidade pessoal nem desprimor pelos outros. Apenas faz o retrato de uma realidade iniludível

Foi a goleada do século em dia de todos as convergências astrais, mas não vale mais de três pontos e é por isso que para o treinador/autor da proeza o futebol deve ser vivido dia a dia. Depois de dez golos marcados ao Nacional, as palavras mais sensatas que encontrou para expressar a sua humildade e o seu elogiável sentido de responsabilidade resumiu-se em resposta tão sucinta quanto avisada: promessas aos adeptos? A de no dia seguinte (ontem) estar no treino às dez da manhã para preparar o jogo com o Galatasaray, da quinta-feira.
Não foram os astros. É a cruzada de Vieira e a consequência natural de um arrojado projecto que, por muito que os adversários externos e alguns internos sintam relutância em aplaudir, em década e meia, permitiu ao Benfica reerguer-se dos escombros da ruína, recuperar o seu lugar na história e projectar o futuro com a confiança e a determinação de quem conhece o caminho.
Quando Vieira diz que o Benfica está muito à frente não é por vaidade pessoal, nem desprimor pelos outros. Apenas faz o retrato de uma realidade iniludível e que os emblemas rivais combatem na medida das conveniências de cada qual, geralmente agarrados a exemplos do passado por défice de presente.
A capacidade de inovar é uma das mais apreciáveis virtudes do presidente encarnado, ao ter compreendido que o engrandecimento do seu clube depende do sucesso desportivo, mas jamais poderá ficar prisioneiro dele. Motivo pelo qual, apesar de somar mais Campeonatos Nacionais e mais Taças de Portugal e de ser esse o objectivo prioritário, acrescentar títulos a títulos, não deve a grandiosa empreitada ficar bloqueada por causa de períodos de menor fulgor futebolístico.
É na obediência a este equilíbrio que o Benfica, além de ser o maior de todos é, igualmente, o que mais cresce e o que subscreve iniciativas mais audazes e desafiadoras para multiplicar a sua família. Porque, sendo o maior, é também diferente, como perspectivou João Cancelo, provavelmente o melhor lateral-direito do mundo, na interessante entrevista publicada em A Bola: «O Benfica é muito grande e, por exemplo, na Juventus estão sempre a meter-se comigo, a dizer que o FC Porto é melhor, mas eles sabem que não, sabem que a grandeza do Benfica.. Respeito muito o FC Porto, é uma grande equipa, mas o Benfica é o clube do povo».
Clube do povo, o mesmo clube de Bruno Lage, em conferência de imprensa: «Senti que o Benfica são as pessoas, foi dessa forma que fui educado e que aprendi».
Clube do povo, o mesmo clube de Luís Filipe Vieira, que vai criar as Casas do Benfica 2.0 - o futuro, numa versão mais arrojada e virada para as comunidades locais.
«Serão casas ao serviço da cidadania, da promoção do desporto e da inclusão. Serão verdadeiras embaixadas dos nossos valores, princípios e identidade que desde sempre fez parte do ADN do Benfica», declarou no seu discurso de apresentação de outro aliciante desafio que vai tornar mais nítida a fronteira da diferença, a qual começou a ser desenhada por Fernando Martins na década de oitenta, um presidente que, tal como Vieira, representa o que a águia tem de mais genuíno, de mais puro, de mais sincero: a raiz popular.
Benfica, clube do povo, o mesmo clube de quantos olham para a academia do Seixal e veem nela uma infraestrutura de referência que, a par do que de mais moderno existe na área do treino, atribui especial cuidado ao crescimento de jovens praticantes nas suas vertentes desportiva, cultural, educacional e social.
Vieira tem razão quando proclama que a garantia de sucesso reside precisamente no trabalho de casa que deve ser bem feito e para ser bem feito - aqui, sim, alinham-se os astros - foi decidido optar por um treinador que, em vez de cair do céu, nasceu a aprendeu na formação, preparou a sua transição para a idade adulta em ambientes de elevado grau de exigência e, por sugestão do destino e clarividência do presidente, foi escolhido para completar a construção da ponte para o futuro, porque, mais importante do que os fez golos apontados ao Nacional, foi a titularidade de Rúben Dias e Ferro, a ascensão de João Félix, a estreia de Florentino ou a presença de Gedson, suplente não utilizado.
Volto a citar João Cancelo: «Na minha altura era o Sporting. Nani, Ronaldo, Figo mais atrás. Quaresma... Agora, porém, toda a gente fala dos jogadores do Benfica, penso que a mentalidade do clube também mudou, começou a apostar na formação, percebeu que apostar na formação era o método certo e agora está a dar cartas».
Vieira sente-se recompensado e os bons adeptos agradecem."

Fernando Guerra, in A Bola

Os turcos, o futebol, a bancarrota e Erdogan (o contexto indispensável para perceber o Galatasaray - Benfica)

"O Benfica joga na Turquia, com o Galatasaray, numa altura em que o futebol turco está falido e sob apertado controlo governamental

Quem olhar esta semana para a classificação da Superliga turca, pode ficar algo surpreendido — o campeonato tem sido completamente dominado pelo quase desconhecido Istanbul Basaksehir, que tem 8 pontos de vantagem sobre o Galatasaray, segundo classificado, e 11 sobre o Besiktas, terceiro. O gigante Fenerbahce está afundado em 12º lugar, a 21 pontos do líder.
Isto não é mais do que o reflexo da crise financeira e desportiva que o futebol turco atravessa — a somar ao declínio dos três gigantes do futebol turco (que entre eles ganharam 55 dos 62 campeonatos já realizados), que estão falidos, registem-se os falhanços da seleção nacional, que já não se apura para um campeonato do mundo desde o brilhante 3º lugar em 2002, e que tem tido prestações medíocres nas últimas fases de qualificação. Entre eles, o histórico Galatasaray, adversário do Benfica na Liga Europa (quinta-feira).
Privilegiando uma política de contratações milionárias e mediáticas (mas na maior parte das vezes desastrosas) de jogadores estrangeiros em fim de carreira — no último jogo para o campeonato o Galatasaray começou com um onze sem nenhum turco — os três grandes vivem a crédito há muito, e têm um historial de gestões financeiras e desportivas pouco sustentáveis e muito opacas. Agora, com a desvalorização da lira, que perdeu um terço do seu valor no ano passado, e o aumento significativo das taxas de juro, que agravam as dívidas galopantes, os clubes estão à beira da bancarrota.
Segundo Tugrul Aksar, um economista especializado em temas desportivos, a liga turca tem receitas de €500 milhões de euros (é a 7ª na Europa em termos de valor de mercado), mas a dívida acumulada dos seus clubes totaliza €2,3 mil milhões — sendo que 70% deste valor astronómico são dos três grandes. Só o Fenerbahce tem uma dívida de €620 milhões.
O colapso da indústria do futebol turco não é muito diferente daquele que está a acontecer a outros sectores da economia: um endividamento sem limites quando o dólar estava barato e o crédito fácil entrava a rodos, e um modelo de negócio que gasta muito mais do que aquilo que ganha. Em vez de apostarem nas academias, os presidentes dos clubes rivalizavam para contratar a estrela mais mediática. O limite de jogadores estrangeiros foi sendo gradualmente eliminado, e mesmo contratos com jogadores turcos eram feitos em dólares. Agora a bolha rebentou.
Isso explica em parte as saídas de muitos jogadores nos últimos meses — entre os quais o português Pepe (ex-Besiktas), o holandês Robie Van Persie (ex-Fenerbahce, que ganhava quase €5 milhões/ano), o francês Bafetimbi Gomis (ex-Galatasaray) ou a estrela turca Cenk Tosun, que o Besiktas vendeu ao Everton no verão passado. Os clubes turcos arriscam-se também a ser multados — ou mesmo a ficar de fora das competições europeias, ao abrigo das novas regras de fair play financeiro impostas pela UEFA, que tentam proteger a sustentabilidade financeira dos clubes. O Galatasaray já foi, aliás, afastado das competições europeias na época de 16-17, e em Junho do ano passado voltou a ser multado em €6 milhões, enquanto a UEFA pré-notificou também o Fenerbahce e o Trabzonspor.

Ajuda do Governo
A escassas semanas de eleições locais, e num país onde o futebol é vivido intensamente, o Governo tomou as rédeas. Perante o colapso iminente, “o Presidente Erdogan e o ministro das finanças Albayrak [genro do Presidente] disseram que teríamos de resolver o problema o mais rapidamente possível. E pusemos mãos à obra”, explicou há umas semanas Huseyin Aydin, o presidente da associação de bancos turcos, ao anunciar um pacote de restruturação da dívida dos clubes, juntamente com Yildirim Demiroren, o presidente da federação de futebol: “Os nossos clubes já não têm finanças sustentáveis”, explicou Demiroren. “Vamos travar o crescimento da dívida, e permitir aos clubes respirar”.
Mas muitos questionam se as finanças públicas turcas podem suportar este resgate, enquanto outros criticam o controlo político do futebol. Aydin é o diretor-geral do banco Ziraat, tradicionalmente uma Caixa Agrícola, actualmente o maior banco público, que tem sido utilizado pelo Governo para muitas operações de resgate financeiro. O mesmo Ziraat financiou um empréstimo de €600 milhões ao próprio Demiroren para este comprar no ano passado o maior grupo media do país (Dogan). O presidente da federação de futebol está próximo do Governo e os jornais e canais de TV do seu grupo alinham pelo diapasão de Erdogan, ele próprio um antigo jogador semiprofissional, que vem agora salvar o futebol turco.
As ligações entre política e futebol manifestam-se de outras formas — o líder Basaksehir, que já na época passada tinha ficado em 2º lugar, é um clube recente, propriedade de uma empresa cujos accionistas são aliados de Erdogan. Sem qualquer história nem claques ou apoiantes, o clube é visto como um “projecto” do Governo para controlar o futebol. Mas a verdade é que dentro das quatro linhas eles têm dominado a todos os níveis, e estão à beira de se tornar a sexta equipa a ganhar a Superliga (fundada em 1957)."

Tribuna de Honra - Goleada...

Cassete... 34

Como as bolas paradas mexem com o jogo

"Na 21.ª jornada da Liga portuguesa, 43,5% dos golos nasceram de esquemas tácticos, um valor em linha com o registado no Mundial 2018.

Quando, no início da temporada, Jürgen Klopp confirmou que o Liverpool tinha contratado os serviços de Thomas Gronnemark, terão sido aos milhares os adeptos de futebol que se interrogaram: “Quem?”. O dinamarquês, que não trabalha a tempo inteiro em Anfield Road, é o detentor do recorde do mais longo lançamento do mundo e foi recrutado justamente para optimizar o desempenho colectivo nos lançamentos de linha lateral. Mais um degrau na evolução do jogo e mais um atestado da importância que as bolas paradas assumem na actualidade.
A mais recente jornada da Liga portuguesa pode servir de rampa de lançamento para o tema: dos 23 golos marcados na 21.ª ronda da prova, dez foram obtidos na sequência de bolas paradas, cinco dos quais apontados pelo Benfica na goleada imposta ao Nacional. A anatomia desses lances também permite ilustrar a variedade de movimentos decisivos (no total, foram duas grandes penalidades, dois livres directos, três indirectos, mais dois pontapés de canto e um lançamento lateral). Fazendo as contas, concluímos que 43,5% dos golos decorreram de bolas paradas, uma percentagem que vai de encontro aos valores debitados no Campeonato do Mundo de 2018. Na Rússia, 69 dos 169 golos marcados resultaram de esquemas tácticos, ou seja, 41%.
Nunca como hoje este capítulo específico (e há muitos treinadores que o elevam a quinto momento do jogo, a par dos quatro tradicionais) foi levado tão ao detalhe, mas não deixa de ser curioso constatar que técnicos como Maurizio Sarri tenham exponenciado a sua notoriedade por, para além de excelentes estrategas, se terem dedicado exaustivamente às bolas paradas. Mesmo que difiram as versões sobre o célebre manual que o italiano criou ainda nos tempos em que orientava o modesto Sorrento – há quem fale num guia com 33 esquemas tácticos, há quem fale em 38.
Que vantagens trazem, então, as bolas paradas para quem ataca? A primeira tem a ver com o tempo de que dispõe o jogador que repõe a bola em jogo, já que sofre menos pressão tendo em conta que o adversário tem de respeitar uma distância mínima. A segunda prende-se com a possibilidade de alocar para junto da baliza contrária jogadores com habilidades específicas (cabeceadores exímios, por exemplo) e colocá-los em pontos estratégicos. A terceira, mas não forçosamente a menos relevante, relaciona-se com a eliminação da necessidade de ter o controlo da bola para ferir o adversário.
Este conjunto de virtualidades, porém, só produzirá resultados se devidamente operacionalizado. E essa operacionalização só floresce através da repetição, das horas de treino, da mecanização de movimentos. Eleger elementos que unicamente se destinam a atrair marcações para libertar um ou mais colegas para a finalização (e aqui os denominados bloqueios também desempenham um papel estratégico) e determinar que espaço concreto é que cada um deverá ocupar é uma preocupação do treinador. Uma preocupação que muitas vezes já é orientada para aproveitar as fragilidades da organização adversária.
Os pontapés de canto são, a esse respeito, um maná de bons exemplos desta troca de argumentos entre quem defende e quem ataca. Se são batidos directamente para a área ou de cobrança curta, uma opção que força a reorganização de toda a linha defensiva do rival; se são apontados com pé fechado (gerando um efeito para dentro) ou pé aberto (efeito para fora); se se dispõem mais ou menos jogadores à cabeça da área, para as segundas bolas; se se privilegia o primeiro ou o segundo poste; se se baseiam num alinhamento vertical, numa espécie de fila de espera, para esconder o jóquer que vai atacar a bola; todas as nuances pesam no desfecho dos lances. E isto é só aflorar o tema pela rama, naturalmente.
Um caso sintomático do pormenor aplicado nos esquemas tácticos é relatado no livro Pep Guardiola: The Evolution, de Martí Perarnau, e tem como “vítima” o Benfica. O lance reporta ao empate registado na segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões de 2015-16 (2-2), no Estádio da Luz, e em concreto ao segundo golo do Bayern Munique.
Das longas e exaustivas horas de observação aos jogos dos “encarnados”, a equipa técnica do campeão alemão extraiu a conclusão de que o rival defendia os pontapés de canto com dois jogadores ao primeiro poste, quatro sobre a linha da pequena área e os restantes quatro em redor da marca de penálti. Identificada uma maior fragilidade ao segundo poste, os bávaros desenharam uma solução, que treinaram 20 vezes na segunda-feira anterior à partida e outras 20 na terça-feira (para além dos vídeos consumidos pelos jogadores). O resultado, que nas sessões de trabalho atingiu os 60% de eficácia, foi brilhante.
Ribéry foi o único jogador destacado para o interior da área. Javi Martínez e Arturo Vidal ficaram na meia lua, Müller, Thiago Alcântara e Kimmich à entrada da área, no enfiamento do primeiro poste. Como combinado, Xabi Alonso bateu a bola longa, ao segundo poste, Javi fez uma trajectória de penetração e ganhou de cabeça a Eliseu, assistindo Müller, o primeiro a chegar de um trio que fez o movimento contrário ao da defesa do Benfica. Chamaram-lhe o “canto Javi”. E quando uma ideia tem direito a um nome é sinal de que ganhou vida própria."

O Sporting não pode perder tempo para ganhar tempo

"Dizem que o tempo não é dinheiro. O que é obviamente falso. O tempo não só é dinheiro como o próprio dinheiro também é tempo.
Para quem tem o suficiente para comprar um Rolex, por exemplo, é tempo de qualidade.
Piadas de gosto duvidoso à parte, o dinheiro também é tempo para quem tem a vida presa por um tratamento caro no estrangeiro. Ou para quem pode dar-se ao luxo de fazer gazeta ao trabalho e arrancar com a família durante uma semana para a Polinésia Francesa.
O dinheiro é tanto tempo que se tivermos muito podemos trabalhar menos e ficar com mais tempo para nós. Para os nossos amigos, para a Guerra dos Tronos, para os policiais de Nelson DeMille. Podemos ficar, enfim, com mais tempo para as coisas que de facto gostamos de fazer.
Até para gastar dinheiro é preciso tempo.
Se o tempo não fosse dinheiro, aliás, perder tempo não custava dinheiro. E a verdade é que custa: ao Estado, à empresa, ao marido que não se pode distrair quando dá um cartão de crédito à esposa.
O Sporting, de resto, é um bom exemplo de como o tempo é dinheiro.
Frederico Varandas disse na campanha eleitoral, e disse bem, que o clube não podia arriscar falhar outro acesso à Liga dos Campeões. Mas a verdade é que, para já, agoniza no quarto lugar.
Ora enquanto isso, o FC Porto está perto de chegar aos 70 milhões de euros encaixados em prémios da UEFA e o Benfica já ultrapassou os 40. Sendo que se confirmar que voltam a ser deles as duas posições de Champions, deverão receber na próxima época pelo menos mais 40 milhões.
O fosso do Sporting em relação aos dois rivais, que já é nesta altura considerável, ameaça aumentar exponencialmente em apenas dois anos. Ameaça aliás tornar-se irrecuperável.
Dinheiro gera dinheiro, que gera dinheiro, que gera dinheiro.
Quanto mais os clubes o fizerem, mais capacidade ganham para o fazer: tendo dinheiro para contratar melhores jogadores, podem ganhar mais vezes e com isso gerar mais dinheiro, que por sua vez lhes vai permitir melhores jogadores, para ganhar mais vezes e fazer ainda mais dinheiro. É uma bola de neve imparável, como já se deve ter percebido.
É verdade que o Sporting tem um excelente contrato de venda de direitos televisivos para lhe encher a barriga, mas os rivais também o têm. Para além disso, vale a pena referir um estudo de que o Maisfutebol deu conta há umas semanas, para lembrar que os prémios da UEFA são a maior fonte de rendimento dos clubes portugueses.
São no fundo os prémios da Champions que fazem a diferença.
E o que acontece quando o Sporting falha um acesso? Os rivais conquistam-no. O que lhe lhes permite fazer um encaixe que duplicou esta época, para cavar cada vez um fosso maior.
Por isso falhar este ano o acesso à Liga dos Campeões não significa apenas mais um mau ano na vida do Sporting. Pode significar um ano trágico.
O Sporting precisa por isso de não perder tempo para ganhar dinheiro que lhe permita conquistar tempo. Porque tempo é dinheiro."

Em 1977, Banks foi o melhor guarda-redes, mas não conseguiu parar novamente Pelé - estava cego de um olho

"Os personagens da “Defesa do Século” reencontraram-se na liga americana em 1977. Pelé foi campeão novamente, mas Banks reviveu sua carreira após a grave lesão no olho direito

A história de Gordon Banks, que morreu vítima de um cancro no fígado na passada terça-feira, estará sempre ligada à de Pelé. O lendário guarda-redes inglês fez a chamada “Defesa do “Século” diante do brasileiro no Mundial de 1970, no México. Não foi a única vez que se enfrentaram: Banks e Pelé foram rivais no futebol do EUA em 1977, e a narrativa foi semelhante à do México, sete anos antes. O “Rei” sagrou-se campeão e Banks foi o grande guarda-redes do torneio.
O detalhe é que o britânico conseguiu o feito apesar de estar praticamente cego de um olho.
Apenas dois anos depois da fantástica defesa no Estádio Jalisco, Banks viu a sua carreira ser tragicamente interrompida após um acidente de automóvel. Foi assim: em outubro de 1972, o guarda-redes voltava de carro após um treino com a equipa do Stoke City e colidiu com uma carrinha. Alguns estilhaços de vidro entraram no seu olho direito e, após receber mais de 300 pontos e micropontos, perdeu a visão binocular.
Sem a capacidade de ver perfeitamente o jogo, Banks anunciou o fim de sua carreira em 1973 e ali começou uma luta de quatro anos para voltar aos relvados. Houve tentativas de retorno em amigáveis, mas sem sucesso, e quando aceitou o cargo de adjunto no Stoke City, parecia que o sonho de voltar às balizas tinha acabado.
Até que recebeu um telefonema. Era dos EUA.

A Muralha do Forte
Apesar de existir desde 1968, a NASL (sigla em inglês para North American Soccer League) só se tornaria popular na década seguinte, graças a um plano ousado. A liga, que nasceu como amadora, decidiu dar sumptuosas quantias de dinheiro para jogadores internacionais lendários. Ninguém representou isso como o New York Cosmos, que em 1977 contava simplesmente com Pelé e Franz Beckenbauer na equipa.
O Fort Lauderdale Strikers, equipa que tinha acabado de se estabelecer na Flórida, queria fazer parte do projecto. Coube ao técnico Ron Newman ligar para o seu amigo pessoal e convidá-lo para mais uma chance. Banks, então com 37 anos, aceitou.
De início, a contratação do britânico era mais uma manobra para atrair publicidade do que para adquirir um guarda-redes fiável. Exemplo dessa suspeita está no relato dado por Steve Ranking, responsável pela comunicação do clube, para a revista americana “Sports Illustrated”. Rankin teve a missão de escrever o comunicado a anunciar que o Strikers tinham trazido um “guarda-redes zarolho”. Após múltiplas revisões, decidiu por isto: “com uma séria lesão no olho”.
O trabalho de Steve ficou mais fácil nos meses seguintes. Com o apoio de uma forte defesa, Banks não só foi titular da equipa como um o segundo guarda-redes com menos golos sofridos na época. Ao todo, foram 26 partidas e apenas 29 as vezes que a bola passou pelo seu atento olho esquerdo. No fim da época, o britânico foi eleito o melhor guarda-redes da competição, com 276 votos. Banks chegou ao “All-Star Team” com mais votos que jogadores como Pelé, George Best e Beckenbauer. 
“Obviamente, foi-se uma das três dimensões. Eu posso colocar a minha mão num lado e não a vejo, e em algumas situações eu tenho que concentrar-me num jogador com a bola próxima do golo e não consigo ver os outros atletas em condição de finalizar. Então, eu tenho que ler o jogo melhor do que fazia; tenho julgar se posso ou não cobrir caso o atleta com a bola passe para outro avançado. Eu sempre expliquei o que tinha a quem jogou comigo; portanto, eles ajudam-me de formas que não fariam com outro guarda-redes. Eles percebem que posso compensar com experiência que tenho”, resumiu Banks sobre o segredo de seu sucesso para a mesma “Sports Illustrated.
A defesa sólida fica provada nos números do Fort Lauderdale Strikers: a equipa terminou a época não só com a melhor campanha no geral como também como a que menos golos sofreu. O problema é que, como é tradição nos EUA, o campeão não é decidido pela melhor campanha, mas sim no sistema de playoffs. E, do outro lado, havia uma equipa mais do que habituada a estas decisões com decisões. 

Desta Vez, Sem Defesa do Século
Os Strikers conseguiram aproveitar a crise no Cosmos, que via a rivalidade interna entre Pelé e o italiano Giorgio Chinaglia prejudicar o jogo da equipa, para serem os melhores durante a fase regular, mas nem isso foi suficiente para Banks levar a melhor diante de Pelé.
Foram dois jogos durante o campeonato. No primeiro, no Giants Stadium, não houve chance para mais uma defesa do século de Banks diante de Pelé. O Rei fez os três golos na vitória por 3-0 e o jornal americano “The New York Times” destacou em suas páginas que foi o reencontro das duas lendas após a infame defesa em Guadalajara – só que desta vez Pelé usou os pés, não a cabeça, para superar o rival.
“Ele não comete erros quando está próximo do golo”, comentou Banks para o jornal americano. Os três golos de Pelé foram remates rasteiros dentro da área, o que fez o New York Times questionar se o problema de visão de Banks não teria sido um factor decisivo na partida.
“Banks, cuja visão do olho direito é dita estar severamente prejudicada, também não teve chance os outros dois golos de Pelé, marcados nos minutos 52 e 88 de jogo. Assim como no primeiro, eles foram feitos através de remates rasteiros. Talvez Pelé soubesse algo sobre o problema de Banks, pois o guarda-redes mostrou autoridade diante de chutes altos e cruzamentos”, escreveu o jornal.
O melhor guarda-redes da NASL sofreu diante da equipa de estrelas do Cosmos. Na partida na Flórida da segunda volta, outro 3-0, com um golo de Pelé. Mas nem o primeiro nem o segundo 3-0 se comparam aos 8-3 da primeira-mão dos quartos de final da competição. O New York Times culpou em parte Banks pelo resultado exagerado, classificando a partida como a pior do guarda-redes desde que chegara aos EUA.
[O jogo também entrou para a história por ter sido o jogo de soccer com mais gente nas bancadas. O Giants Stadium recebeu 77.691 adeptos, supostamente 1,2 mil a mais do que a capacidade do estádio naquele momento. “Eu não consigo explicar o que estou a sentir. Quando atraímos 62 mil adeptos, chorei que nem um bebé. Isso eu não consigo explicar. É uma das minhas maiores emoções. Provavelmente é possível trazer o Maracanã aqui e ele ficará cheio de adeptos”, comentou um emocionado Pelé.]
O resultado desnivelado pouco valeu para o segundo jogo, já que a melhor campanha do rival obrigava que o Cosmos também vencesse na Flórida para avançar– os americanos e as suas ideias para nivelar desportos. Os Strikers venciam por 2-1 até os 81 minutos, até que o técnico Eddie Firmani, tomou uma atitude drástica: tirou Pelé (autor do golo do Cosmos até então) e Beckenbauer do jogo. A aposta correu bem. Com jogadores mais jovens, o Cosmos não só empatou o jogo como ficou muito próximo do terceiro golo, mas Banks foi decisivo para segurar o resultado, com pelo menos quatro defesas nos minutos finais.
Com a partida empatada também no prolongamento, a classificação foi decidida na maior particularidade da NASL: em vez dos penáltis, houve uma decisão por shootout, que é coisa parecida com a grande penalidade do hóquei. Ou seja, o jogador carrega a bola desde o meio-campo com o objetivo de superar o guarda-redes rival cara a cara.
Nesta disputa particular, o herói não foi Banks, mas sim Shop Messing, guarda-redes do Cosmos. Messing fez duas defesas e forçou mais um remate para fora. A equipa de Nova Iorque sagrou-se campeã naquela época, o último título na carreira de Pelé.



Respeito do Rei
Pelé retirou-se de vez dos relvados após o título de 1977 com o Cosmos. Já Banks voltou para mais uma época nos EUA, mas sem o mesmo sucesso do ano anterior. O britânico participou em apenas 11 partidas e sofreu 22 golos, incluindo uma goleada de 7 a 0 diante do... Cosmos na abertura do torneio. Mesmo assim, a equipa da Flórida, então reforçada com George Best, chegou às meias-finais dos playoffs, sendo eliminada pelo Tampa Bay Rowdies. O Cosmos , mesmo sem Pelé, conquistou o tricampeonato.
Com 38 anos, Banks decidiu-se retirar-se e começar uma curta carreira de treinador em equipas menores da Inglaterra. O guarda-redes passou os anos seguintes a fazer trabalhos como orador e como membro do “Pools Panel”, um conselho que decide o provável resultado de um jogo caso ele seja adiado, para tornar todas as apostas válidas. Entre 2000 até a sua morte, Banks foi presidente do Stoke City.
A própria NASL não durou muito após o festival de lendas que levou aos relvados americanos. Os salários fora da realidade começaram a debilitar cada vez mais as equipas, e a liga encerrou após a época de 1984. O soccer só voltaria a ter uma liga bem estabelecida nos EUA em 1996, com a criação da MLS.
Pelé nunca escondeu sua admiração pelo homem que o parou no México. Em 2008, participou na inauguração de uma estátua de Banks a fazer a “Defesa do Século” no estádio do Stoke City. O Rei divulgou um comunicado ao saber da morte de seu rival e amigo: “Eu marquei muitos golos na minha vida, mas, muitas pessoas, quando me conhecem, perguntam-me sobre a defesa. Embora tenha sido de facto fenomenal, a minha memória de Gordon não é definida por ela - é definida pela sua amizade. Ele era um homem bom e caridoso, que deu muito às pessoas”, escreveu Pelé.
“Então, eu sou grato dele ter defendido o meu cabeceamento - pois aquela defesa foi o início de uma amizade nossa que eu sempre valorizei. Sempre que nos encontrávamos, era como se nunca tivéssemos ficado distantes”, concluiu."

O futuro mora “aqui” – Esperanças Olímpicas Paris 2024

"No passado dia 26 e 27 de Janeiro realizou-se o Encontro Nacional de Esperanças Olímpicas, organizado pelo Comité Olímpico de Portugal.
Neste evento, cerca de 107 jovens atletas de 11 modalidades, acompanhados por 59 treinadores, foram convidados a participar num fim-de-semana onde foi possível participarem num conjunto de actividades e palestras (nas mais diferentes áreas que suportam a excelência desportiva) previstas para quem, à data, tem como ambição representar Portugal nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Pela primeira vez, e com o intuito de um claro reconhecimento institucional da importância do papel dos Encarregados de Educação no processo vital de suporte à carreira dos jovens atletas, os mesmos foram desafiados a participar numa acção especificamente direccionada para eles – mais de meia centena acederam ao convite, o que reforçou, de forma mais vincada, a intenção do COP em se associar aos Encarregados de Educação.

A Importância do Evento - Focado em Pessoas, que Também São Atletas
De um ponto de vista meramente psicológico e comportamental, um evento desta natureza serviu quase como um exercício de “geo-referenciação” para os jovens atletas – todos eles foram avaliados do ponto de vista das suas competências físicas e psicológicas para a performance e puderam partilhar experiências e conhecimentos entre si.
Em boa verdade, desafiados a sair da sua “rotina” habitual, os atletas viram-se rodeados de um imenso grupo de pares que, tal como eles, ambicionam consolidar resultados para, em 2024, poder representar Portugal, na mais elevada competição desportiva entre nações – os Jogos Olímpicos.
A todos eles foram dadas orientações para permanecerem num percurso que deve aliar a sua performance desportiva, académica e bem estar.
Com a presença de 59 treinadores, a experiência elevou-se ainda mais, permitindo a partilha de experiências e de um conjunto de palestras de temáticas específicas no que respeita ao treino de jovens talentos - sempre com um propósito claro de uma aposta cada vez mais evidente no estreitamento de relações com quem, de forma quase anónima, dedica por vezes uma carreira, sem qualquer reconhecimento, à elevação do desempenho desportivo de quem escolhe representar uma nação.

De 2019 a 2024 - Um Trajecto de Incertezas, Uma Oportunidade de Superação
Estando nós neste momento (e curiosamente) a aproximadamente 2019 dias do evento que decorrerá no verão de 2014 em Paris, mais de 107 Atletas, suas equipas técnicas e famílias estipulam para si próprios abraçar o desafio de assumir a vontade de estar presente neste evento – e de representar a todos os Portugueses. Para o “simples mortal” que se senta à frente de uma televisão para assistir ao evento, em pouco ou nenhum momento recordará que, em boa medida, terão decorrido 2019 dias de rotinas especificas, sacrifícios pessoais e familiares, dedicação quase exclusiva a um propósito que, por vezes, e lamentavelmente, termina num processo de lesão que teima em não permitir que seja possível a concretização deste sonho – apenas interessam as medalhas.
A euforia das medalhas em que o país se acomete nestes períodos, acaba por ser um exercício de grande injustiça para todos aqueles que, com igual nível de dedicação, e por razões de infortúnio, acabam por não estar presentes. Por esta razão, importa ajudar estes jovens e famílias a traçar este trajecto com o maior número de apoios possíveis e, iniciativas como a do evento realizado, devem ser cada vez mais recorrentes, nas diferentes instâncias institucionais (clubes, federações e, naturalmente, COP).
O propósito, contudo, e pelas razões descritas (das incertezas que poderão impossibilitar a concretização do mesmo) deve ser, em última instância, centrado na construção e criação de oportunidades de crescimento, desafio e superação que servirão de competências de vida e não, meramente, de uma meta que se pode esgotar em 2024.
Esta deve ser, de resto, a Missão pois, em boa verdade, estaremos a preparar mais de 107 jovens - alguns que trarão medalhas para casa e, outros que, seguramente virão a integrar e desempenhar papeis fundamentais na nossa sociedade. Ou não transportasse em si, o Desperto, a oportunidade de (trans)formar pessoas, consolidar afectos, activar a paixão pelo conhecimento e pela vontade de superação e treinar a inestimável capacidade de traçar metas, desenvolver esforço, errar, aprender, repetir, encarar a frustração como alavanca de reacção e, acima de tudo, ser capaz de Crer(acreditar em si próprio) e QUERER (mobilizar vontades).
Em boa verdade, o futuro mora em Todos Eles, mesmo."

Inaceitável

"A decisão de interditar o Estádio da Luz por 4 jogos é um abuso, uma indecência e, acima de tudo, uma machadada fatal na credibilidade de quem tem – ou deveria ter – a responsabilidade de garantir o bom funcionamento da justiça e da disciplina no futebol português.
O único entendimento que é possível fazer a partir da intenção de quem pretendia fechar o Estádio da Luz é o de que existe uma mão negra por detrás deste plano. A Comissão de Instrutores da Liga teve o desplante – e a coragem – de propor a interdição por um mínimo de 7 e um máximo de 21 jogos. O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol decidiu por 4.
Por outras palavras, e como o campeonato nacional é disputado por 18 equipas, a Liga admitia que o Benfica fizesse mais de uma temporada inteira sem realizar qualquer jogo na Luz. Nunca houve um caso destes! E não é apenas no futebol português. É no futebol mundial!
Não é seguramente assim que se protege o negócio. O Benfica é hoje, a todos os níveis, um exemplo de qualidade, modernidade e responsabilidade para grandes organizações internacionais, do desporto e não só. Estão aí, a confirmá-lo, recentes estudos da UEFA, da Deloitte ou da prestigiada revista ‘France Football’. O Benfica é, em Portugal, quem mais contribui para o desenvolvimento da indústria.
O que aqui está em causa – até pelo timing escolhido – é claramente uma tentativa de desestabilizar o clube, com interesses e propósitos que são fáceis de entender.
A forma como todo este processo foi manipulado e orientado revela, com perfeita nitidez, o objectivo pretendido: servir os interesses de quem ‘abençoou’ esta Comissão de Instrutores da Liga e o seu principal responsável.
O Benfica avançou com uma providência cautelar com efeitos suspensivos imediatos e saberá reagir, no tempo e no sítio certos, a esta e outras manobras persecutórias. Porque este, como o presidente Luís Filipe Vieira lembrou recentemente, “é o Benfica que não se verga”.

PS: Nem o famoso ministro da propaganda do Iraque chegou a ser tão hilariante. Agora até temos quem se tenha especializado em tradução de linguagem gestual e verbal para tentar desmentir aquilo que toda a gente viu e ouviu. Para quem acreditava que já tinha visto de tudo… existe sempre quem surpreenda."

Benfiquismo (MXCIV)

Outros tempos !!!

Cadomblé do Vata (Imoralidades...!!!)

"Afinal há limite de goleada e ninguém avisou os jogadores do Benfica. É isto a "estrutura 10 anos à frente" que deixa os nossos jogadores incorrerem involuntariamente em dolo atroz ao prestígio do Sport Lisboa e Benfica. Num clube profissional, deveria sempre haver alguém com perfeito conhecimento da lei futebolísitca, que fizesse soar a campainha logo que se atingisse o número fronteiriço do fair play. O pós jogo diz-nos que a moralidade da modalidade falece a partir da mão cheia de tentos na baliza adversária. À meia dúzia entra-se no campo da humilhação gratuita, do desrespeito pelo adversário e do hóquei em patins.
Não desculpando, admito que tenha havido confusão na aplicação do regulamento por parte do departamento de futebol do SL Benfica. A adenda que delimita o muro moral é recente. Na verdade, consta que foi assinada com um dos golos do Jonas. A mesma não existia há 3 anos, por exemplo, quando um nosso rival atropelou com 7 golos sem resposta uma alvinegra equipa madeirense. Souberam fazê-la quando podiam e contra um adversário de brio inflamado, contrariamente ao Glorioso Indecente, cuja goleada careceu de validade moral e de empenho rival. Se era para atropelar com magnânima compostura, que fossem 9 contra uma equipa da IIB na Taça de Portugal.
Que fique portanto dado o alerta. Em caso de avultado acerto ofensivo, deve-se fechar a torneira à meia dezena. Bola 5 vezes na rede adversária, significa pé levantado, troca de bola inofensiva e sono nas bancadas, o que no caso do último domingo teria acontecido aos 55 minutos. Maior profissionalismo da tal "estrutura 10 anos à frente" e 60 mil almas pagantes teriam sido poupadas a 35 minutos de embaraço, que isto, o pessoal vai à bola para ver golos mas com moderação. Mais vale um bocejo na mão do que um Ferro a voar para o sexto. Condescender e infantilizar o adversário na relva tem também fins terapêuticos para os rivais fora dele. É inclusive, a melhor cura contra a esquizofrenia de colocar em causa o desportivismo de quem atinge os dois dígitos de golos, enquanto se iça a bandeira da autoria da maior goleada da história da competição cimeira do futebol nacional."

Parabéns ao Benfica (dados por um sportinguista)!

"No mundo corporativo, também se pode apostar em pessoas mais jovens para cargos importantes, em vez de recorrer apenas a pessoas mais velhas e experientes, para se jogar pelo seguro.

Um grande clube procura, obviamente, ter um grande treinador. Com a previsível saída de Rui Vitória, há poucos meses atrás, a generalidade das pessoas começou a falar de nomes de treinadores conhecidos e com grande palmarés para treinar um dos "grandes" portugueses. Até se falou de Mourinho, um dos melhores treinadores do mundo (embora passando por uma fase de "crise", da qual esperemos que recupere).
Isto faz lembrar-me a história em que há algumas décadas se dizia que "nunca ninguém foi despedido por comprar IBM". Se comprar um equipamento de uma marca forte e credível (o caso da IBM, na altura), mesmo que as coisas corram mal, nunca poderá ser criticado pela sua chefia ou outros pela sua decisão de compra. Contudo, deste modo também nunca se irá facilitar o surgimento de outras ideias inovadoras nem dar espaço a novas empresas e projectos para "mexer" com o mercado, se estivermos a apostar sempre no que é "seguro".
O Benfica acabou por apostar num nome sem "pergaminhos" como treinador principal no futebol sénior profissional, podendo ser criticado por correr um risco. Bruno Lage foi inicialmente apresentado como treinador de transição de muito curto prazo, enquanto se procuraria identificar um treinador "de peso". Contudo, creio que essa foi apenas a "desculpa" usada para o Benfica conseguir, sem ser criticado, apostar num treinador com potencial elevado e que ficaria no clube pelo menos até ao fim da época (excepto se os resultados fossem muito maus nos primeiros jogos, o que não se antecipava). Aliás, pouco depois o clube apresentou-o como treinador até final da época. Já aconteceu algo semelhante no Sporting com Paulo Bento, que foi uma boa aposta.
Ora, por que não fazer o mesmo nas empresas? No mundo corporativo, também se pode apostar em pessoas mais jovens para cargos importantes, em vez de recorrer apenas a pessoas mais velhas e experientes, para se jogar pelo seguro. Num mundo em constante mudança, há que assumir que é preciso correr riscos para se conseguir chegar ao sucesso. Apostar em novos talentos é uma opção para se conseguir inovar. De referir que não estou a dizer que os "cabelos grisalhos" devam ser postos de parte, pois têm também contributos valiosos em certas áreas para dar ao mundo corporativo. 
Parabéns ao Benfica por correr o risco de apostar num jovem promissor! Por muito que me custe, este é um ato de "fair play" de um sportinguista…"

"Há um caso sério de amor proibido e clandestino entre o futebol e o doping"

"O futebol actual é cada vez mais desgastante, com sobrecarga de jogos, com um arrasante desempenho físico, de pressão constante sobre a bola e incessante necessidade de se ser cada vez melhor e mais rápido. A dopagem põe em causa a imagem do desporto como uma escola de virtudes, onde os valores, os princípios e as regras têm de ser imaculadamente respeitadas, não sendo permitida a administração ou uso, por um futebolista, de qualquer substância estranha ao organismo ou de qualquer substância fisiológica em quantidade anormal, com o objectivo de aumentar de modo artificial e desleal o seu desempenho em competição.
O alemão Lotfi El Bousidi foi um futebolista profissional, com uma carreira algo despercebida, tendo jogado na Suíça, Espanha e Alemanha. Durante a sua carreira, Lotfi percebeu as enormes discrepâncias nos procedimentos de doping entre o futebol e os outros desportos, afirmando que ele e os seus companheiros de equipa raramente foram testados, enquanto que nos desportos como o atletismo e o ciclismo, os atletas são constantemente submetidos a verificações. Verificou que era muito estranho que num desporto que movimenta milhões raramente surjam notícias de resultados positivos.
Enquanto jogava pelo Mainz na segunda divisão da Alemanha, Lofti matriculou-se num curso de pós-graduação em Ciências do Desporto, elaborando o estudo: "Uma análise do comportamento de doping no futebol profissional" com a técnica de resposta aleatória, entrevistando 150 futebolistas profissionais, garantindo o anonimato absoluto das suas respostas. Com o objectivo de educar melhor os jogadores sobre os riscos para a saúde associados ao doping, Lotfi dedicou a sua tese final a descobrir o que eles sabiam sobre drogas para melhorar o seu desempenho desportivo. Para isso, ele entrevistou ex-colegas e os resultados de tal tese são surpreendentes. O ex-jogador concluiu através da sua pesquisa, que na Bundesliga cerca de 15% dos jogadores se doparam pelo menos uma vez. Em Espanha, tal percentagem chegou a 30%.
Ademais, muitos jogadores não sabem sequer o que é permitido ou não tomar e desconhecem o que consta da lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidoping (WADA). Por seu turno, outros conhecem e conscientemente usaram tais substâncias. Assim sendo, refere que é preciso acabar com o conto de fadas que quase não existe doping no futebol.
Já para não falar do problema de que muitos jogadores jogam sob o efeito de analgésicos ou infiltrações, pois a pressão dentro dos clubes é enorme e os próprios jogadores para não perderem a titularidade jogam com problemas físicos, mesmo para além do limiar da dor. Grande parte dos jogadores estão focados apenas no sucesso e tomam o que o médico do clube lhes dá, confiam, sem fazer perguntas. Muitos ignoram os sinais de alerta do corpo, que exige uma pausa.
Refere ainda o estudo, concluído há cerca de dois anos, que os "aprimoradores" de desempenho não são proibidos antes do início da fase de competição, eles só precisam de estar fora do corpo quando os jogos começarem.
Lotfi El Bousidi afirma que só foi testado uma vez durante toda a sua carreira, enquanto alguns jogadores que conhecia nunca foram testados. Também recordou todas as histórias que ouviu sobre ex-jogadores dos anos 80 e 90 que foram injectados com todos os tipos de drogas, e agora estão a sofrer de uma série de problemas de saúde.
A afirmação do estudo é clara: o futebol tem um problema de doping! Diria que há mesmo um caso sério de amor proibido e clandestino entre o futebol e o doping. Segundo o autor de tal investigação, as chances de ser apanhado são infinitamente pequenas. É assim extraordinariamente importante o estudo e propostas de medidas legislativas e administrativas adequadas à luta contra a dopagem em geral e ao controlo da produção, da comercialização e do tráfico ilícito de substâncias ou métodos proibidos no futebol.
Em suma, talvez porque se aproxima o Dia dos Namorados, entendemos salientar nesta crónica a relação de amor proibido entre doping e futebol profissional. Na verdade, a história do Dia de São Valentim remonta ao século III D.C. O Imperador romano Cláudio II proibiu os casamentos, para assim angariar mais soldados para as suas tropas. Um sacerdote da época, de nome Valentim, desrespeitou este decreto imperial, realizando casamentos. O segredo foi descoberto e Valentim foi preso, torturado e condenado à morte.
No caso do desrespeito pela proibição de doping, descoberto o segredo de que alguém anda a falsear a verdade desportiva, as consequências jurídicas são graves (sanções disciplinares; desportivas e até criminais) e os malefícios orgânicos das substâncias e métodos proibidos (que podem ser lidos no site da ADOP - Autoridade Antidopagem de Portugal), podem levar a múltiplos problemas de saúde, em casos de excepção, à própria "condenação à morte" do atleta."

Seis, sete e oito

"De Fevereiro e de 2019.
Em Sepang, que é como quem diz na Malásia.
Lá dez da manhã, cá pelos nossos lados duas da matina.
Ao que nos obrigas paixão falcoeira, coisa de seguir o nosso menino 88, de lhe afinar as ganas e de o amparar na subida da escadaria.
É isso, é disso que se trata, de subir uma vasta escadaria, senão longa pelo menos íngreme e sinuosa. 
No primeiro dia, que no caso foi o sexto do mês de Fevereiro do ano que vai correndo, nesse primeiro dia imaginámos que qualquer degrau seria bem subido, tudo novo e tudo de novo por ali, tirando uns diazitos em Novembro passado, ele é a mota que é um monstrinho voador a requerer cuidados máximos e ousadias ainda maiores, à mínima distracção do artista e pode sair uma égua, ai que afinal já saiu e tudo, ele é a equipa Tech3 e seu guru Hervé Poncharal, que irá perguntar tudo, quererá saber tudo, indagará, vasculhará, espiolhará, para criar as coisas ao jeito daquelas mãos de ouro.
E no primeiro dia lá foi entregue a carta a Garcia, bateu-se o tempo de Hafizh, cidadão daqueles lados, da família dos Syahrin, e perguntem na terra se sabem quem são, e que sim, que todos sabem, e agora conhecem Oliveira também.
E depois do primeiro, o segundo.
Ao primeiro dia e ao primeiro objectivo seguiu-se, como mandam a matemática e o calendário, o segundo.
E lá veio a aproximação a Pol Espargaró, antigo campeão do mundo na categoria de Moto 2, já com cinco anos de experiência em Moto GP, lá ficaram apenas umas curtinhas três décimas.
E depois? Guardado para o terceiro dia estava uma vizinhança próxima a um Zarco também ele ex-campeão, também ele com alguma ciência de MotoGP bem guardada., também ele gente graúda.
E se a este separaram três décimas a Pol distanciavam agora dezanove centésimas.
Mais ainda, cerejando o topo do bolo, baixando a barreira do duplo minuto.
Resumindo e baralhando, estas nuances de curvas a duzentos e tal e de bocadinhos de tempo no crono, estas nuances foram o que ocupou o tempo, o sono e atenção de um cada vez maior exército seguidor, que teima e teimará em estar lá com o Miguel, seja onde for ou a que horas acontecer.
E, justiça seja feita, disso se parece ter apercebido uma comunicação social que vai desvendando em cima do acontecimento as peripécias temporais e geométricas de um guerreiro e dentista voador permanentemente debatido e escrutinado num mundo cibernauta que a todos une e informa ... ao milésimo.
Talvez por isso não seja de estranhar, as toneladas de informação trocada e teclada por entre as duas da madrugada, hora de encerrar alguns expedientes e serões caseiros, e as dez da manhã, quando muitos ainda enfrentam o trânsito pré-laboral.
Quantos megabytes de Miguel Oliveira não terão sido passados, informados, trocados, esperançados, desejados, acelerados?
Em minha opinião, e corrijam-me se estiver errado um mundão deles, um mundão cada vez maior.
E posto isto ... venham de lá o 23,24 e 25 deste mês, que a malta já não passa sem isto."

NBA All Star Game - Charlotte 2019

"O “NBA All Star Game” é um jogo de exibição, realizado anualmente, entre os melhores jogadores da National Basketball Association, divididos em duas equipas em representação das duas conferências (Este e Oeste) que constituem a Liga Profissional norte americana. Como espectáculo de referência tornou-se, ao longo dos anos (68) num dos maiores eventos desportivos à escala mundial. Nos Estados Unidos alcançou enorme popularidade rivalizando com o “Super Bowl” do futebol americano, que era o grande líder nacional. A nível internacional ganhou enorme prestígio pelo que já é televisionado para cerca de 200 países, em 40 línguas diferentes. Programado para o próximo fim de semana, decorridos mais de 55 jogos dos 82 previstos (por cada uma das 30 equipas da NBA), durante a fase regular do campeonato. O “NBA All Star Game - 2019” será efectuado no Spectrum Center (19.077 espectadores), recinto oficial da equipa dos Charlotte Hornets, cujo dono é Michael Jordan (considerado o melhor jogador de sempre da NBA), na cidade de Charlotte, estado da Carolina do Norte.
Entretanto, entre 25 de Dezembro e 21 de Janeiro decorreu a eleição pública (pelos adeptos da NBA), dos melhores jogadores que, em princípio, farão parte do cinco inicial das duas formações das respectivas conferências. Esta escolha por parte dos fãs da modalidade corresponde sómente a 50% da votação global, já que 25% pertence aos jogadores e os restantes 25% são da responsabilidade da comunicação social especializada. O número de votos enviados pelos adeptos das equipas e entusiastas da NBA, atingiu diversas dezenas de milhões, o que revela o interesse que este evento desportivo desperta no mundo basquetebolístico. Concluído este complexo processo eleitoral já se conhecem os resultados que determinaram a escolha dos 10 jogadores que iniciam o jogo das estrelas. A selecção dos jogadores teve muito a ver com a experiência adquirida em participações anteriores em “All Star Games”, assim como, nas exibições efectuadas nesta época desportiva (fase regular do campeonato da NBA) muito bem expressas nos dados estatísticos individuais:
Conferência do Este:
- Kyrie Irving (Base) 6º All Star - Dados estatísticos (23.6 pts, 6.9 ass, 4.9 res); Votação (3.881.766 adeptos) (190 jogadores) (100 jornalistas).
- Kemba Walker(Base) 3º All Star- Estatística (24.4 pts, 5.5 ass, 4.2 res); Votação (1.395.330 adeptos) (98 jogadores) (48 jornalistas).
- Giannis Antetokounmpo (Extremo) 3º All Star (26.4 pts, 5.9 ass, 12.6 res); Votação (4.375.747 adeptos) (269 jogadores) (99 jornalistas).
-Kawhi Leonard (Extremo) 3º All Star- Estatística (27.6 pts, 3.2 ass, 7.9 res); Votação (3.580.531 adeptos) (189 jogadores) (99 jornalistas).
- Joel Embiid (Poste) 2º All Star – Estatística (27.2 pts, 3.6 ass, 13.4 res) Votação (2.783.833 adeptos) (186 jogadores) (99 jornalistas).
Conferência do Oeste: 
- Stephen Curry (Base) 6º All Star Estatística (29.6 pts, 5.4 ass, 5.1 res); Votação (3.861.038 adeptos) (161 jogadores) (97 jornalistas).
- James Harden (Base) 7º All Star – Estatística (36.2 pts, 8.1 ass, 6.6 res); Votação (2.905.488 adeptos) (153 jogadores) (99 jornalistas).
- Kevin Durant (Extremo) 10º All Star – Estatística (27.6 pts, 5.9 ass, 7.2 res); Votação (3.150.648 adeptos) (168 jogadores) (77 jornalistas).
- Paul George (Extremo) 6º All Star – Estatística (27.6 pts, 4 ass, 8 res); Votação (3.122.346) (76 jogadores) (43 jornalistas).
- Lebron James (Poste) 15º All Star - Estatítica (27.2 pts,7.2 ass, 8.5 res); Votação (4.620.809 adeptos) (174 jogadores) ( 78 jornalistas).
A exemplo do que já sucedeu no ano anterior, o jogador com maior número de votos em cada uma das conferências foi designado como o respectivo capitão. Assim, LeBron James é o capitão do Oeste e Giannis Antetokoumpo o lider do Este. Por sua vez, os jogadores que irão participar como suplentes no All Star Game foram indicados pelos treinadores principais (Head Coach) das equipas da NBA. Como corolário deste processo, os capitães Lebron e Giannis tiveram a acrescida tarefa de, através de uma opção alternada (Draft), escolher numa 1ª ronda os quatro jogadores que vão fazer parte do cinco inicial da sua equipa entre os jogadores anteriormente eleitos para iniciar o encontro. Numa 2ª ronda escolher os restantes jogadores que irão integrar a sua equipa entre os suplentes selecionados pelos treinadores e na 3ª ronda, um dos 2 jogadores convidados. Deste modo, após o referido draft as equipas ficaram assim constituídas:
Team Lebron /Treinador: Michael Malone (Denver Nugetts)
Cinco inicial: LeBron James (Los Angeles Lakers), Kevin Durant (Golden State Warriors), Kyrie Irving (Boston Celtics), Kawhi Leonard (Toronto Raptors) e James Harden (Houston Rockets); 
Suplentes: Anthony Davis (New Orleans Pelicans), Klay Thompson (Golden State Warriors), Damian Lillard (Portland Trail Blazers), Ben Simmons (Philadelphia 76ers), LaMarcus Aldridge (San Antonio Spurs), Karl-Anthony Towns (Minnesota Timberwolves), Bradley Beal (Washington ) e, como convidado especial, Dwyane Wade (Miami Heat).
Team Giannis /Treinador: Mike Budenholzer (Milwaukee Bucks)
Cinco inicial; Giannis Antetokoumpo (Milwaukee Bucks), Stephen Curry (Golden State Warriors), Joel Embid (Philadelphia 76ers), Paul George (Oklahoma Thunders) ) e Kemba Walker (Charllote Hornetts); Suplentes: Khris Middleton (Milwaukee Bucks), Nikola Jokic (Denver Nuggetts), Russel Westbrook (Oklahoma Thunders), Blake Griffin (Detroit Pistons), D´Angelo Russell (Brooklin Nets), Nikola Vucevic (Orlando Magic), Kyle Loury (Toronto Raptors) e, como convidado, Dirk Nowitzki (Dallas Mavericks).
Face ao número de votos creditados nos principais jogadores da NBA, a grande surpresa foi o elevado número de votos dos adeptos atribuído ao novato (rookie) Lucas Doncic (Dallas Mavericks), jogador de 19 anos de idade, que foi campeão europeu com a selecção senior da Eslovénia, assim como, MVP e vencedor da Euroliga, na época passada, com a equipa do Real Madrid. Recebeu 4.242.980 votos, terceiro atleta mais votado logo a seguir a Lebron James e Giannis Antetokounmpo, ou seja, mais do que Stephen Curry, Kevin Durant, Anthony Davis, Paul George, James Harden, Russel Westbrook e Klay Thompson consagrados jogadores norte americanos (campeões mundiais e olímpicos). Também, recebeu 43 votos dos jogadores (colegas de profissão na NBA) não tendo sido, no entanto, reconhecido o seu inegável valor pelos media (apenas 2 votos). Recordamos que Luka Doncic já é, na história da NBA, o mais jovem jogador de sempre que conseguiu, na época de estreante (rookie season), 3 triplos duplos ( dois dígitos em três áreas estatísticas num jogo: pontos, assistências, ressaltos, roubos de bola ou interceptações de lançamentos). Os seus dados estatísticos, até ao presente momento, mostram perfeitamente a sua enorme capacidade atlética e qualidade técnico desportiva (20.6 pontos, 5.5 assistências e 7.1 ressaltos por jogo). Mark Cuban, patrão dos Dallas Mavericks, já viu a pérola que tem entre mãos e, por essa razão, já está a construir à volta de Doncic a sua equipa do futuro. Lukas Doncic é, neste momento, o principal candidato a Rookie da NBA, na actual época desportiva (2018-19).
Na organização e celebração do All Star Game (durante quase 7 décadas) a NBA foi introduzindo, alterando e aperfeiçoando um conjunto de outras actividades ligadas ao basquetebol, de forma a apresentar um espectáculo único a nível mundial que fosse atrativo, promocional e gerador de receitas através das transmissões televisionadas. Assim, durante o próximo fim de semana, temos a oportunidade de ver actuar, a diferentes níveis exibicionais, os melhores praticantes de basquetebol do mundo. Actuação ao vivo para um grande número de entusiastas da modalidade que se deslocam à cidade de Charlotte e via televisão a todos aqueles que estiverem interessados em acompanhar este evento único que engloba diversas actividades:

Jogo das Celebridades (NBA All Star Celebrity Game)
É um jogo de basquetebol, disputado de forma recreativa, em que o principal objectivo é a confraternização entre os diversos participantes ( ex-jogadores da NBA, jogadoras da Liga feminina “WNBA”, actores conceituados, músicos famosos e atletas de prestígio de outras modalidades desportivas), que procuram mostrar as suas habilidades motoras (skills). Este encontro foi introduzido, em 2003, nos festejos do “All Star Game”, na cidade de Atlanta, estado da Georgia. Face à popularidade dos seus intervenientes, tem tido enorme sucesso e difusão na comunicação social, devido ao entusiasmo e divertimento que as celebridades amantes do basquetebol têm demonstrado na sua participação. Este ano as celebridades são:
Equipa da casa (Home Team)
Mike Colter (actor), Chris Daughtry (artista), Terrence J (actor),Famous Los (comediante), Dr Oz (personalidade televisiva), Rapsody (rapper), Bo Rinehart (vocalista e músico), JB Smoove (actor e comediante), Steve Smith (ídolo do futebol americano), A´ja Wilson (estrela da WNBA), Jason Weinmann (herói local).
Equipa visitante (Away Team) Ronnie 2K (director empresarial marketing), Ray Allen (ex- jogador NBA Hall of Fame), AJ Buckley (actor), Bad Bunny (artista), Stefanie Dolson (jogadora WNBA), Marc Lasry (dono Milwaukee Bucks), Hasan Minhaj (actor e comediante), Quavo (rapper), Adam Ray (comediante), Adam Seales (actor e comediante), James Shaw Jr. (herói local), Brad Williams (comediante).

Jogo das Futuras Estrelas (Rising Stars Challenge)
Este encontro integrado no programa dos festejos do “All Star Game”, desde 1994, entre duas equipas constituídas pelos melhores jogadores estreantes (rookies) é, por norma, realizado à sexta-feira, como meio de apresentação das futuras estrelas da NBA. Um verdadeiro aperitivo para os apaixonados do basquetebol profissional norte americano que se deslocam naquele fim de semana à cidade que recebe o grande evento. Em 1996 as duas equipas de rookies passaram a ser representativas das duas conferencias. Depois da greve (lockout) dos jogadores da NBA (1998/99), este confronto passou a ser realizado entre uma selecção de novatos (rookies) e outra de jogadores do segundo ano (sophomores). Em 2012 e 2013, entenderam que as duas equipas seriam seleccionadas pelos consagrados ex-jogadores Charles Barkley e Shaquille O´Neal e, em 2014, por Chris Webber e Grant Hill, todos colaboradores residentes da NBA TV. Em 2015, o jogo (composto por duas partes de 20 minutos cada, em vez dos 48 minutos da NBA ) passou a ser realizado entre duas selecções de jogadores da NBA, uma de norte americanos (Team USA) e outra de estrangeiros (Team World), que ainda se mantém. Foram convocados para este confronto os seguintes jogadores apontados como futuras estrelas da NBA.
Selecção USA:
- Jarrett Allen (Brooklin Nets), Marvin Bagley III (Sacramento Kings), Kevin Knox (New York Knicks), John Collins (Atlanta Hawks), De´Aaron Fox (Sacramento Kings), Jaren Jackson Jr. (Memphis Grizzlies), Kyle Kuzma (Los Angeles Lakers), Donovan Mitchell (Utah Jazz), Jayson Tatum (Boston Celtics) e Trae Young (Atlanta Hawks).
Selecção Mundial:
- OG Anunoby/Inglaterra (Toronto Raptors), Deandre Ayton/Bahamas (Phoenix Suns), Bogdan Bogdanovic/Sérvia (Sacramento Kings), Luka Doncic /Eslovénia (Dallas Mavericks), Shai Gilgeous-Alexander/Canadá (Los Angeles Clippers), Rodions Kurucs/Letónia (Brooklin Nets), Lauri Markkanen /Finlândia (Chicago Bulls), Josh Okogie/Nigéria (Minnesota Timberwolves), Cedi Osman/Turquia (Cleveland Cavaliers) e Ben Simmons/Austrália (Philadelphia 76ers).

Percurso Habilidades Técnico-desportivas (NBA Skills Challenge)
Trata-se de cumprir um percurso de habilidades motoras e técnico desportivas, em confronto uns com os outros (aos pares), através da execução do domínio da bola, drible, passe e lançamentos (perto e afastado) do cesto. A competição entre os 2 jogadores termina quando um deles encesta o lançamento final de 3 pontos do referido percurso. Nesta prova participam:
Mike Conley (Memphis), Luka Doncic (Dallas), De´Aaron Fox (Sacramento), Nikola Jokic (Denver), Kyle Kuzma (Los Angeles), Jayson Tatum (Boston), Nikola Vucevic (Orlando) e Trae Young (Atlanta).

Concurso de Lançamentos de 3 Pontos (Three Point Contest)
É um concurso individual de lançamentos de 3 pontos (durante um minuto), de cinco posições definidas, que começa num dos cantos e termina no canto do lado contrário. São executados por cada competidor 5 lançamentos seguidos (em cada uma das cinco posições), valendo 1 ponto por cada concretização nas primeiras quatro tentativas e 2 pontos no quinto e último lançamento concretizado. Ao todo, cada concorrente executa 25 lançamentos seguidos, para tentar obter o maior número de pontos, num máximo de 30 pontos possíveis. É uma competição por eliminatórias, que foi introduzida em 1986, com a participação de oito jogadores previamente seleccionados. Contudo, no período entre 2003 e 2016, foi reduzida para seis competidores. No entanto, a partir de 2017 regressou ao modelo inicial com a participação novamente de oito atletas. Na eliminatória final, a rotação de posições dos lançamentos será feita em sentido contrário ao efectuado inicialmente. Como convidados para participar neste concurso temos, este ano, 10 participantes:
Devin Booker (Phoenix), Seth Curry (Portland), Stephen Curry (Golden State), Danny Green (Toronto), Joe Harris (Brooklyn), Buddy Hield (Sacramento), Damian Lillard (Portland), Kris Middleton (Milwaukee), Dirk Nowitzki (Dallas) e Kemba Walker (Charlotte).

Concurso de Afundanços (Slam Dunk Contest)
O “Slam Dunk Contest” é o mais antigo destes eventos desportivos que preenchem o fim de semana do “All Star Game”. Surgiu em 1976, ainda no tempo da “American Basketball Association” (ABA), no seu “All Star Game” realizado na cidade de Denver, no mesmo ano em que foi autorizado o afundanço nas competições universitárias (NCAA). Após a fusão das duas ligas profissionais (ABA/NBA) o concurso só reapareceu em 1984, tendo sido vencedor Larry Nance (Suns), pai do actual jogador dos Cleveland Cavaliers, Larry Nance Junior. Para este concurso foram convidados apenas 4 jogadores:
Miles Bridges (Charlotte), John Collins (Atlanta), Dennis Smith Jr. (New York) e Hamidou Diallo (Oklahoma).
Para termos uma ideia dos seguidores das diferentes equipas da NBA, através das redes sociais, nada melhor do que mostrar os milhões de entusiastas que o fazem através do facebook:
1º- Los Angeles Lakers (21,6 milhões),
2º- Chicago Bulls (17,9),
3º- Miami Heat (15,4),
4º- Golden State Warriors (11,3),
5º- Houston Rockets (10,9),
6º- Boston Celtics (9),
7º- Cleveland Cavaliers (8,7),
8º- San Antonio Spurs e Oklahoma Thunder (7,1),
10º- Sacramento Kings (6,7),
11º- New York knicks (5,9),
12º- Dallas Mavericks (4,4),
13º- Los Angeles Clippers (3,7),
14º- Indiana Pacers (3,2).
Orlando Magic, Brooklin Nets, Portland Trail Blazers e Toronto Raptores (na casa dos 2 milhões) e as restantes 12 equipas oscilam entre um milhão e meio e os 2 milhões.
Em números redondos, são 163,7 milhões de adeptos que acompanham pelo facebook as 30 equipas da NBA.
Entretanto, porque nas ligas profissionais desportivas não se brinca em serviço, a NBA já definiu onde se vão organizar os próximos “All Star Games”, após analisadas candidaturas e celebrados acordos com as respectivas autoridades nas seguintes cidades: Chicago (2020), Indianapolis (2021) e Cleveland (2022)."

SL Benfica apresenta providência cautelar

"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD informa que irá apresentar uma providência cautelar junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) com efeitos suspensivos imediatos da decisão proferida pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, com base num processo aberto pela Comissão de Instrutores da Liga Portugal, que decreta a interdição do Estádio da Luz por 4 jogos. 
Consideramos totalmente inaceitáveis e injustificáveis as razões invocadas para tal decisão e estamos convictos de que conseguiremos fazer valer as nossas razões no decurso deste processo."