"Este poderia ser o título de uma bela obra para lançar neste Natal, mas uma crónica bata para se desmascarar três situações estranhas naquele que ainda é considerado o desporto-rei.
Em França, há uma vedeta brasileira que, diz-se, estará arrependida de ter assinado pelo PSG. A sério? Neymar sai por dinheiro do histórico Barcelona, muda-se para um campeonato medíocre e só agora sente arrependimento? ele que até terá escolhido os colegas de equipa e quer influenciar a decisão de escolher o treinador. Lá terá de esperar pelas reformas de Messi e Cristiano para poder levar sem qualquer tipo de brilho uma Bola de Ouro para casa.
Em Portugal, o presidente de um clube de futebol que não é campeão há mais de 15 anos afirma todos os dias que é líder da maior potência desportiva nacional e que a sua agremiação é uma das maiores da Europa e do mundo. Apesar de castigado continua a insultar toda a gente a seu belo prazer e não há quem lhe ponha um espelho à frente. O mistério é continuar a ter uma legião de fãs, dentro do clube e na comunicação social.
A FIFA; depois das escandaleiras de Sepp Baltter e Michel Platini, continua a ter no seu calendário um mais que polémico campeonato do mundo no Catar para 2022. E dezenas de trabalhadores, quase escravos, vão morrendo para que o capricho (pago a peso de ouro nas votações) siga em frente.
Amam o futebol, dizem todos eles. Sabemos bem o que é que eles amam."
Ricardo Santos, in O Benfica