"Faça sol ou faça chuva, em casa ou fora dela, no País ou no estrangeiro, nos bons e maus momentos, há quem nunca falte à chamada, e esteja sempre com a nossa equipa, dispensando-lhe um apoio pleno de generosidade. São os 'No Name Boys', que fazem já parte integrante da história e da cultura benfiquistas.
Sem eles, os jogos não teriam a mesma beleza. Ao filme que os artistas protagonizam no relvado, eles dão a banda sonora adequada, com a voz que empurra a equipa para as vitórias e acrescenta uma estética muito própria ao espectáculo. Ao contrário de quem afirma ter deixado de ir ao Futebol por causa das claques, eu digo que, sem elas - em particular sem esta -, talvez até lá fosse menos vezes, pois já não dispenso o colorido, visual e sonoro, que só a sua presença garante.
Desconheço a origem do nome que escolheram, e admito que a sua semântica se preste a equívocos. O que sei, porque vejo, é que os 'NN' são uma claque multi-racial, bastante heterogénea, não se notando entre os seus melhores qualquer predominância étnica, social, política ou económica de qualquer grupo sobre os restantes, identificando-se apenas um forte vínculo entre todos: uma paixão extrema e radical pelo Benfica.
Enquanto noutras claques, de outros clubes, vão emergindo figuras sinistras, que se pavoneiam pela Comunicação Social (até escrevem livros), e daí fazem trampolim para um protagonismo pessoal que de outra forma jamais teriam, nos 'No Name' pouca gente sabe quem são os líderes, ou os membros mais proeminentes. Enquanto outras claques, de outros clubes, funcionam tantas vezes como grupos de pressão sobre dirigentes eleitos (até escolhem e demitem treinadores), os 'No Name', pese embora alguns excessos do passado, remetem-se ao papel que tão bem sabem desempenhar, e no qual são inigualáveis: o apoio à equipa.
Se o Benfica é o maior Clube português, pode também dizer-se que a sua principal claque, particularmente nos últimos anos, tem sabido estar à altura da dimensão do emblema que apoia."
Luís Fialho, in O Benfica