Últimas indefectivações

sábado, 19 de novembro de 2016

Dezena...

Benfica 10 - 1 Valença

Bom jogo, a equipa parece estar a ganhar equilíbrio defensivo e principalmente 'inteligência'!!! É verdade que o adversário 'ajudou', mas nota-se algumas melhorias... não podemos atacar à maluca durante o jogo todo!!!

Na próxima semana, temos jogo Europeu, na Suíça, com o Diessbach... com muitos Benfiquistas nas bancadas seguramente!

Treino

Benfica 3 - 0 Madalena
25-14, 25-15, 25-14


O Madalena baixou o orçamento, e é o principal candidato à descida de divisão. Jogo tranquilo, demasiado tranquilo...!!!

Muito complicado...

Azoty-Pulawy 34 - 29 Benfica
(16-12)

Quando eliminámos estes Polacos na Challenge, fiquei com a clara impressão que tínhamos passado, porque os nossos adversários no primeiro jogo (também na Polónia), não nos tinham respeitado, pensaram que era favas contadas... e acabámos por ganhar o jogo (na segunda mão em Lisboa, acabámos mesmo por perder o jogo... mas deu para passar)!!!

Hoje, o factor surpresa, já não iria existir... E apesar de o actual plantel do Benfica ser superior (mesmo com a recente lesão do Tiago Pereira...), acabámos por sair derrotados...
A meio da segunda parte, a desvantagem foi mesmo assustadora, nos últimos minutos conseguimos reduzir (mesmo com aquele golo sofrido nos últimos segundos), e se em teoria 5 golos são recuperáveis... muito sinceramente não acredito!!!

Olhando para os outros embates nesta eliminatória, tenho que reconhecer que tivemos muito azar no sorteio: esta equipa é a actualmente a 3.ª equipa da Liga Polaca, sendo que o actual Campeão Europeu é uma equipa Polaca!!!! Teremos que ser perfeitos na Luz... e mesmo assim, será complicado!!!

O povo adora os artistas do caos

"O zé-povinho diz que odeia ver na TV as discussões alarves e que ama de paixão gente séria e bem-intencionada. Grave é acreditar nisso...

Está a tornar-se moda, no futebol, a discussão alarve. Para todos aqueles que são realmente alarves, a notícia é óptima. Para aqueles que têm dois planos de testa, a notícia não é boa, mas também não surpreende, porque vivemos num país em que a maior angústia é não se poder nivelar tudo por baixo. Os rendimentos, claro, mas também a inteligência das pessoas, coisa que apesar de muitos esforços e tentativas, a natureza faz questão de não deixar.
A discussão no e do futebol português está em saldo em qualquer banca cigana de uma televisão perto de si. São programas legítimos de entretenimento, verdadeiras produções de ficção nacional, com a vantagem dos actores saírem muito mais baratos.
Assim vista, a coisa nem sequer seria malévola. Na lamentável ausência de novo fôlego de gatos fedorentos, ou, pelo menos, de novo assomo de energia do Ricardo Araújo Pereira, o povo, que continua, como nunca, a precisar de pão e de circo, vai-se divertindo com as grotescas cenas dos túneis filmados em 'reality shows' com o ridículo dos 'bonecos' de supostos adeptos de clubes e com toda a sorte de arte de novos palhaços.
Também há excepções à regra, é verdade. Há gente 'limpinha, limpinha' a falar e a analisar o futebol, gente que tenta e até muito se esforça por respeitar o jogo e os seus intérpretes, que procura valorizar o espectáculo e o mundo do futebol, mas o problema é que mal se ouvem no meio do ruído ensurdecedor que os outros fazem.
Claro que o nosso inefável Zé Povinho diz que odeia os artistas do caos e ama de paixão a gente séria e bem intencionada que tenta puxar o futebol para cima. Desgraçadamente, são os primeiros que vêem e não os outros.
Esta estranha incongruência entre o que as pessoas fazem que gostam e o que as pessoas verdadeiramente consomem é o que faz abalar a credibilidade das sondagens e das estatísticas com base nos inquéritos de rua feitos a gente anónima. Há muitos anos que sei de experiência feita que muita dessa gente, ao ser questionada sobre consumo, sexo, cultura, jornais, televisão, o que quer que lhe seja perguntado, responde como acha que gostaria de ser e não como é, na realidade.
Recordo um tempo em que A Bola fez um inquérito nacional sobre o que as pessoas gostariam de ler no jornal e a grande maioria respondeu 'mais modalidades desportivas', que é coisa que, de facto, comprovadamente não desejavam ler.
Ora esta diferença entre o que as pessoas querem e o que as pessoas dizem que querem responde à dúvida que alguns mantêm por não saberem a razão pela qual tanta gente critica esses programas que os próprios consumidores consideram rascas e terem, afinal, esses programas altas ausências comprovadas. Muitas vezes encontramos pessoas que juram já não suportar ver esses programas de tanta guerra e tanto alarido no futebol e logo discorrerem, ao pormenor, sobre o que por lá se disse.
Será, pois, na realidade cultural média dos povos em países ditos desenvolvidos (poderíamos voltar ao fenómeno da eleição de Trump) que temos de encontrar a explicação para fenómenos de gosto popular pelo populismo de dirigentes, quer sejam eles candidatos à presidência de um país, quer sejam candidatos à presidência de um clube de futebol.
Ninguém consegue compreender verdadeiramente a razão das coisas limitando-se à crítica, por séria e persistente que seja, sem entender as verdadeiras causas. É preciso conhecê-las e compreendê-las sem preconceito e sem o receio de descobrirmos que os perigos que há uns anos pareciam tão longe de se concretizarem estão agora aqui tão perto.
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola

O melhor e o pior dos tempos

"O que seria de Marlene Dietrich sem o poder da sedução do seu cigarro? Que teria sido da musa alemã do cinema sem aqueles planos enfumarados? Que seria daquela eterna atitude de charme e sedução? Uma baforada de Dietrich na cara nunca seria, imagino, vista como ofensa e muito menos agressão. Nunca saberemos. Só podemos imaginar.
Discutir o fumo importa, claro que sim. Desde logo porque não o há sem fogo, como sabemos, mas também porque na rixa Carvalho-Pinto, os presidentes de Sporting e Arouca contribuíram para redimensionar a discussão, levando o futebol nacional para o debate dos estados físicos da matéria. O que, naquilo tudo, será sólido, líquido ou gasoso? Ou não será um sortilégio, uma mistura mágica de tudo, talvez Smoke on the Water, como viram os Deep Purple? Permito-me, em alternativa resumir a questão com o poema de Augusto Gil, porque encaixa na métrica:
«Batem leve, levemente
como quem chama por mim.
Será fumo? Será gente?
Gente não é certamente
e o cuspo não bate assim.»
E, já agora, mesmo em tempos de redes sociais, na vivência da terceira revolução industrial, estas questões que nos devolvem à importância da mera discussão do vapor, como as máquinas por ele movidas no século XIX, levam-nos também, se quisermos, à própria obra de Charles Dickens. (E porque não? Afinal se discutimos delirantemente tudo isto e todos os analistas têm levantado a mesma voz crítica da moral e bons costumes, talvez eu possa ser menos razoável. Quando tudo se mistura de modo enfermo, convém procurar para lá da fumaça, para lá dos sapatos engraxados como o brilho do cuspo). Começava assim Dickens em Conto de Duas Cidades, de forma ainda actual, aqueles tempos difíceis, dominados pelo vapor: «Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos»."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Antecâmara das irradiações

"Foi justamente castigado com dois meses de suspensão o presidente do Benfica por ter dito, a cores e ao vivo, a um dirigente da arbitragem nacional 'é uma vergonha, como é que nomeiam este tipo?' referindo-se à actuação, mais do que à nomeação, de um determinado árbitro, cujo nome não vem para o caso, no jogo entre o Benfica e Vitória de Setúbal a contar para a segunda jornada do campeonato nacional em curso.
O Benfica tinha acabado de empatar na Luz com a valorosa equipa sadina - sobre isso não há dúvidas - e Luís Filipe Vieira, porventura agastado com o facto de o golo dos visitantes de ter sido irregular, entendeu pedir satisfações ao responsável da arbitragem que estava mais à mão de semear. Fez mal o presidente do Benfica em dizer o que disse porque sendo presidente não é um adepto comum a quem, como postulou um famosíssimo filosofo cubano, tudo se admite porque o futebol é o ópio do povo.
Estes dois meses de suspensão, decretados em boa a rápida hora pelo Conselho de Disciplina da Federação de Futebol, vão impedir o presidente do Benfica de sentar-se no 'banco' (o que não é seu hábito), de interferir publicamente com opiniões sobre as ocorrências da bola (o que não é seu hábito) e de representar oficialmente o Benfica em cerimónias civis e religiosas (o que também não é seu hábito, graças a Deus).
Assim sendo, está visto que este merecido castigo ao presidente do Benfica - porque se trata de uma punição que nenhum benfiquista com dois dedos de testa se atreverá a contestar - não passa da iminente antecâmara das irradiações que o mesmo fulminante Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol se prepara para decretar em função dos gravíssimos desacatos públicos que responsáveis de agremiações como o popular Canelas, o popular Arouca e ainda bem menos populares e bem mais eminentes têm protagonizado em prol da verdade desportiva.
Dizem os jornais que o Benfica vai recorrer da decisão disciplinar que atingiu o seu presidente por ter dito, repita-se as vezes que forem necessárias até fazer jurisprudência, 'é uma vergonha, como é que nomeiam este tipo?'. Mas recorrer para quê? Respeitando todas as opiniões, é enorme erro do Benfica contestar a suspensão de Luís Filipe Vieira. São só dois meses, caramba, não é vergonha nenhuma! É apenas o mote para o que vem aí. Ou não é?"

Benfiquismo (CCXCI)

Hoje é dia de recordar... Jamor !!!