Últimas indefectivações

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Janeiro de 2010

"A introdução do videoárbitro (VAR) no futebol português é uma boa notícia, e a sua utilização, já neste domingo, na final da Taça de Portugal, uma excelente oportunidade.
Manda a verdade dizer que o Sport Lisboa e Benfica, desde a primeira hora, em particular o Presidente Luís Filipe Vieira, defendeu as novas tecnologias. Há quem tente, de uma forma mentirosa e desesperada, passar a ideia de que o seu líder mudaram de opinião. Nada mais falso. Recordo-me bem do dia 5 de Janeiro de 2010, data em que Luís Filipe Vieira compareceu na Assembleia da República, em conjunto com o jornalista Rui Santos, onde entregaram ao presidente Jaime Gama, uma petição com mais de sete mil assinaturas a favor das novas tecnologias no futebol. Nessa altura, compareceram também várias personalidades, entre elas Hermínio Loureiro, então presidente da Liga e actual vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, então presidente da FPF, e José Eduardo Bettencourt, líder sportinguista. O FC Porto primou pela ausência. Nesse dia, os portistas receberam o Leixões para a Taça da Liga e não se fizeram representar em tão simbólica cerimónia. Lembro-me bem de que Rui Santos desvalorizou a ausência portista. Apesar do jogo para a então Carlsberg Cup, que o Benfica conquistou, na final, no Estádio do Algarve, frente ao FC Porto, por uns claros 3-0, a verdade é que ninguém da SAD portista compareceu.
A nomeação de Hugo Miguel para apitar a final e a designação de Artur Soares Dias como VAR provam a sensatez e a competência do Conselho de Arbitragem. Para os melhores jogos... os melhores árbitros!"

Pedro Guerra, in O Benfica

A Festa da Taça

"A Taça de Portugal é a mais antiga competição de âmbito nacional do futebol luso. Sim, porque, ao contrário do que alguns lunáticos pretendem agora fazer crer, os Campeonatos de Portugal eram já Taças de Portugal com um nome parcialmente diferente. O formato era idêntico, o troféu também, e uma das provas sucedeu à outra. Assim, neste domingo vamos tentar conquistar a 29.ª Taça da nossa história.
Nos últimos anos não temos sido felizes na competição. Em vinte temporadas, apenas alcançamos dois triunfos. Pode dizer-se que, na Taça, não se tem visto muito do novo Benfica: o Benfica dos últimos 15 anos, ganhador em quase todas as frentes, hegemónico no futebol português. É pois hora de estender, à Taça, as vitórias do Campeonato. É hora de levar o Marquês até ao Jamor.
A tarefa não é fácil. Temos pela frente uma das melhores equipas portuguesas da actualidade, muito bem orientada, e com um vasto plantel, composto por excelentes jogadores. Sabemos que o Benfica é superior. Mas só no campo essa superioridade poderá valer alguma coisa.
A final da Taça é uma ocasião única no ano, e, porventura, no panorama do futebol europeu. Não conheço outra final com o enquadramento desta, num palco tão singular e tão belo. A prova merece alguns arranjos (porquê a meia-final a duas mãos?), mas o Jamor é-lhe imprescindível, e é o que a torna tão mágica. Quem vai lá não esquece o clima de festa, e de convívio, com tudo o que de melhor tem o futebol.
Começámos a época a erguer a Supertaça. Conseguimos alcançar o histórico Tetracampeonato. Vamos fechar com chave de ouro, e levantar a Taça de Portugal."

Luís Fialho, in O Benfica

Humanidade

"Todos os dias, somos assolados por ataques terroristas individualizados, em que um simples individuo deflagra explosivos com que se equipou, em vez de lutar por um ideal utilizando a argumentação.
Esta atitude provoca mortes em número elevado, e então o deflagrador fica todo contente porque conseguiu bater o ratio em 1/40. A vida tornou-se uma deflagração de carne humana, escondida num ratio matemático em que as sociedades europeias do entretenimento se envolveram.
Numa sociedade onde o entretenimento, em vez de 'entreter', se tornou num negócio e manipulação de ideias, então o destino só poderá ser mesmo o decesso!
Que isto sirva de lição para torpeadores que, no cimo da sua presidência, tornam este mundo mais agressivo e mortal, e que se calem de vez, mesmo que tenham de começar a fazê-lo no Mosteiro dos Jerónimos, esse berço da aventura portuguesa."

Pragal Colaço, in O Benfica

O Estádio Nacional

"Em 28 de Maio de 1926, surge um golpe militar comandado pelo General Gomes da Costa (em Braga) e Mendes Cabeçadas (em Lisboa), o qual derruba a I República e instaura um período de Ditadura Militar.
No entanto, esta Ditadura Militar não se mostrou apta a comandar o futuro, apesar de ter permitido 'a convergência e a consolidação de forças fundamentalmente tradicionalistas - a burguesia rural, a Igreja Católica - que se aglutinaram, politicamente, no ideário do «Estado Novo», o qual, a partir de 1933, seria consagrado em nova Constituição.
Em 9 de Julho de 1926, uma nova contra-revolução, chefiada pelo General Óscar Carmona, derrubou Gomes da Costa. O General Carmona assumiu a presidência da República Portuguesa até à data da sua morte, em 1951. Em 18 de Abril de 1928, o então Presidente Carmona nomeava novo governo, sob a presidência do Coronel José Vicente de Fritas. Duarte Pacheco (1899-1943) emerge como ministro das Obras Públicas, e a pasta das Finanças apenas no dia 27 de Abril iria ser preenchida, por António Oliveira Salazar.
Salazar, à imagem do que acontece hoje, exige para o seu cargo um controlo total sobre todas as finanças do Estado, nomeadamente sobre todas as despesas dos vários ministérios, com o objectivo de relançar a economia.
O êxito conseguido por Salazar como ministro das Finanças, em termos de reequilíbrio financeiro, e a sucessiva eliminação política dos seus principais adversários conduzem-no (em Julho de 1932) a presidente do Conselho de Ministros durante 36 anos (desde 1932 a 1968) como ditador 'contestado mas incontestável'.
O concurso para a obra do Estádio Nacional foi publicado em 1934, sendo que o Decreto n. 24933, de 10 de Janeiro de 1935, veio autorizar o Governo a promover a construção do Estádio de Lisboa (...).
A inauguração ocorreu somente em 10 de Junho de 1944, apesar da intenção do Regime na sua inauguração em 1940, aquando da Exposição do Mundo Português.
A construção de um estádio desportivo em Lisboa copia o que aconteceu noutros países com regimes fascistas, como em Roma com Mussolini, no caso do Fórum de Roma (Constantino Constantini - 1935) e em Berlim com Hitler, no caso do Estádio de Berlim (Werner March - 1936), do qual o Estádio Nacional foi uma quase réplica.
Respeitando o paradigma vigente de exaltação da nacionalidade por via da prática desportiva pela sua juventude, Salazar projectou essa ideologia cultural na construção de um estádio que não só servisse para a prática do desporto mas também para a propaganda fascista.
Em Janeiro de 1935, a reunião da Comissão permitiu seleccionar, para a 2.ª fase do concurso, as empresas Mecotra, a Sociedade Italo-Portuguesa de Construções e a SETH. A Sociedade Italo-Portuguesa de Construções foi depois excluída do concurso por razões desconhecidas. Desde modo ficaram apenas duas equipas seleccionadas para a 2.ª fase, que, segundo a tese de Andreia Galvão, eram a de Segurado e Varela, com a SETH, e a Mecotra, com Carlos Ramos. Apesar de terem sido seleccionadas estas duas propostas, a Comissão considerava que '(...) nenhum (dos projectos) estava em condições de responder inteira e satisfatoriamente a todas as imposições do programa'.
O novo estádio vai acabar por ser construído sob projecto de Konrad Wissener em colaboração com o engenheiro Caldeira Cabral, que na Alemanha está a tirar a especialidade de paisagista, sendo as obras entregues à Sociedade de Construções Hidráulicas, dirigidas pelo sr. eng. Belard da Fonseca.
Segundo o entendimento de Keil Amaral, Caldeira Cabral, vindo da Alemanha, 'tinha arranjado cunhas formidáveis e tinha sido recebido pelo Salazar, a quem leu o relatório e mostrou o projecto, e era apoiado na sua maneira de ver pelo Nobre Guedes'.
(...), a construção do estádio. O estádio (complexo) hoje é muito diferente, mas continua a ser o local de eleição do povo português futebolístico da Taça."

Pragal Colaço, in O Benfica

Como olhar o videoárbitro

"Podemos olhar para o videoárbitro, que tem estreia marcada no futebol português para domingo, na final da Taça de Portugal, de duas maneiras. Com esperança ou com cepticismo, embora perceba quem opte pelo outro caminho. É, aliás, natural que nesta fase existam dúvidas. Porque já houve bons exemplos, devidamente aproveitados por quem o defende, e também péssimos momentos, de imediato chamados à colação por quem nele só encontra defeitos. Faz parte desta fase. Convém não esquecer que a tecnologia vai ainda entrar na segunda época de testes, pelo que não está isenta de falhas. A Federação Portuguesa de Futebol, ao assumir-se como pioneira na sua utilização live na final na Taça e na próxima edição do campeonato, está ciente dos riscos que corre.
Posto isto, será o Jamor, como dizia Rui Vitória, o palco ideal para o videoárbitro entrar em campo com toda a força? Entendo a questão colocada pelo treinador do Benfica, mas entendo que sim - ou melhor, não vejo qualquer razão para que não o seja. Na carrinha onde terão todas as imagens disponíveis estarão Artur Soares Dias e Jorge Sousa, dois dos mais experientes árbitros portugueses, tanto no campo como a lidar com o videoárbitro. E no relvado estará um também experiente Hugo Miguel, que não é nenhum novato nos grandes palcos. Pode correr mal? Pode. Mas parece-me que tem tudo para correr bem. Era, aliás, importante que tudo se passasse sem problemas, para que alguns dos cépticos começassem a olhar para o futuro com menos desconfiança.
A História tem-nos mostrado que nunca a mudança é consensual. Mas é inevitável. Com ou sem percalços. Basta apenas que olhemos para eles assim: como algo necessário ao desenvolvimento."

Ricardo Quaresma, in A Bola

A tentação do abismo

"Quando se pensava que o Sporting estava a sarar feridas de desencontros recentes, caminhando em ordem unida na preparação da nova temporada, eis que surgiu um novo elemento, absolutamente autofágico: em declarações à agência Lusa, fonte do clube não teve dúvidas em afirmar que Bas Dost foi uma contratação da exclusiva responsabilidade do presidente Bruno de Carvalho, uma 'prenda' deste para Jorge Jesus, que indicou a contratação de Marcelo Melli, Douglas e André, entre outros. Ou seja, Bruno escolheu bem e Jesus escolheu mal, lendo-se nas entrelinhas quem foi responsável pela má construção do plantel de 2016/17.
Não interessará muito, neste momento, estabelecer se Bruno de Carvalho é um expert em futebol e se Jorge Jesus não passa de um curioso que vê muitas horas de TV, importante mesmo é perceber a motivação da fonte leonina citada pela Lusa que, de uma penada, colocou o presidente nos píncaros e apunhalou o treinador pelas costas. Uma coisa é certa: mergulhado neste tipo de intriga palaciana, o futuro do Sporting não será risonho. É que, perante uma situação destas, como é possível que se acredite na bondade das declarações que apontam para uma solidariedade forte entre presidente e treinador?
Jorge Jesus, sempre muito atento a todos os detalhes, não deixará de pedir responsabilidades a quem de direito, procurando identificar a fonte. Mas não terá dúvidas do óbvio, aquela declaração visou diminuir-lhe a margem de manobra e representou uma traição numa hora sensível da vida do Sporting. Parece incontornável a tentação do leão para o abismo..."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: O mais engraçado, é que a 'fonte' da notícia, é conhecida por todos, apesar dos jornaleiros não a assumirem!!! Foi o próprio Babalu, que em mais um famoso 'almoço', deitou tudo isto, e muito mais, para as primeiras páginas dos pasquins...!!!

Alvorada do Pragal...!!!

Benfiquismo (CDLXXX)

Força nas canetas...!!!

Conversa (completa)...

Aquecimento... Jamor

Metade para mim, metade para ti

"O dia em que preferiram dividir, literalmente, o troféu ao meio a desempatar o jogo.

No primeiro dia de Agosto de 1965, às dez horas em ponto, o Jardim Zoológico de Lisboa abriu os seus portões para mais um Festival do Benfica. Havia mais de dez anos que o clube da Luz, através das suas secções de cicloturismo e de motorismo, organizava um dia de confraternização clubista nas Laranjeiras. Nesse ano, à semelhança das edições anteriores, o Parque 'foi quase tomado de assalto por milhares de pessoas'.
Como era já tradição, o programa foi variado. Houve demonstrações de algumas modalidades desportivas, como atletismo e patinagem artística, música - 'com os jovens cançonetistas Anabela e José Manuel, acompanhados ao acordeão por Mil Tavares' - folclore e até palhaços. 'Milhares de pessoas, com largo predomínio de pequenada, (mantiveram-se) comprimidos ao redor do recinto de patinagem, suportando a quentura do sol ardente' e não arredaram 'pé até que se cumprisse o último número do festival'.
O desafio de hóquei em patins entre veteranos do Sport Lisboa e Benfica e do Hockey Clube de Sintra foi o apogeu da tarde. Era a possibilidade de ver novamente em acção grandes nomes da modalidade, há algum tempo afastados do rinque!
'Tanto benfiquistas como sintrenses, disfarçando a natural falta de preparação e o peso dos anos', deram um bom espectáculo. O jogo foi renhido. O Benfica terminou a primeira parte a vencer por 1-0 mas 'o Sintra empatou, aos 2 minutos do segundo tempo'. Seis minutos depois, os 'encarnados' ainda recuperaram a vantagem mas, passados poucos minutos, a equipa sintrense 'estabeleceu nova e definitiva igualdade'.
Curiosamente, o 2-2 no marcador não resultou no espectável desempate. Havendo apenas uma taça - a Taça Festival no Zoo - e dois clubes em pé de igualdade, surgiu a inusitada ideia: dividir a taça. E quando se diz dividir é, literalmente, dividir. A taça foi cortada ao meio, no sentido longitudinal, 'e entregue metade a cada um dos «capitães»'. Entre os presentes, o insólito acto 'originou farta hilaridade...'
A metade da Taça Festival no Zoo que coube aos 'encarnados' é um dos muitos objectivos que constituem o acervo do Sport Lisboa e Benfica que, não integrando a exposição permanente do Museu Benfica - Cosme Damião, se encontram em reserva no Departamento de Reserva, Conservação e Restauro."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

Alvorada com o Zé Nuno...

O tetra é nosso, mas eles também são tetra

"O presidente dos 'outros' terá - porventura - achado que quem ganha com o Canelas ajuda qualquer equipa do mundo a ganhar

Um tetra de 14 milhões
O tetra é nosso! Já o tinha dito na semana passada. E nunca será de mais lembrá-lo, especialmente a quem - em conjunto, tipo Romeu e Julieta...  sem se saber bem ainda quem faz o papel de quem - tanto fez para que não o fôssemos.
Nosso, dos 14 milhões de adeptos, espalhados por todo o mundo.
Nosso, dos 32 jogadores!
Nosso, de Rui Vitória e de todos os que trabalharam com ele!
Nosso, do presidente e da sua equipa!
Nosso... do Benfica!!!

Os tetraperdedores
Mas, nesta hora de vitória, de alegria, de jubilo e de felicidade, não nos podemos nem devemos esquecer dos que tornaram essa vitória mais saborosa!
De quem, nos primeiros quatro anos à frente de uns (desde que tomou posse como presidente) e de quem, nos últimos quatro anos à frente de outros (o presidente «mais... ninguém sabe o quê», ... mas todos sabemos como) tudo fez para que não ganhássemos e... perdeu!!!
Quatro anos - um e outro... a ordem é arbitrária - em que inventaram condicionaram, insultaram, resmungaram, enganaram, pressionaram... para tentarem não deixar ganhar o Benfica!!!
Com a perfeição dessa junção de forças, de amigos para sempre na derrota, ter atingido o seu auge na época do nosso tetra!
Como poderemos exemplificar sem sermos exaustivos.
Eles tentaram inventar que nenhum dos penalties marcados a nossa favor existiu, mas que a favor deles ficaram por marcar dezenas de castigos máximos... e por isso não ganharam este campeonato!
Eles tentaram condicionar árbitros com ameaças aos próprios, às famílias, que teoricamente os tinham prejudicado (contra eles ninguém ganha com mérito)... por causa de quem não ganharam este campeonato!
Eles inventaram novas designações para o campeonato que disputavam a partir do momento em que se sentiram impotentes para, no campo, inverter o sentido das cosias... para, assim, poderem dizer que não ganharam por razões alheias!
E - ridículo dos ridículos - foram ao ponto de contestar a nomeação de uma delegada da Liga... porque ela era... - imagine-se o atrevimento - do Benfica!
Com saudades do tempo em que os observadores eram ex-dirigentes e os delegados era ex-funcionários da formação... deles!!!
Mas, para além disso, é preciso recordar-lhes - bem alto - que: ... na Liga está quem eles elegeram e não o candidato que o Benfica apoiou!
... na arbitragem já não está quem eles achavam ser a única razão para o Benfica ganhar!
... nos observadores já não manda quem eles achavam que tudo deixava passar para o Benfica poder vencer!

Só os burros falam de arbitragem
Então, porque perderam uns e outros? Por causa das arbitragens, pois claro, ... embora já ninguém se lembre da euforia sem limites de uns e dos elogios eufóricos de outros e essa mesma arbitragem e à sua qualidade... quando empatámos em casa, na segunda jornada, com o Vitória de Setúbal.
Lembram-se os mais atentos... mas aqui estamos para recordar aos da memória selectiva anti-Benfica!
Porque é bom que nos recordemos desses comunicados a congratularem-se pela melhoria visível da arbitragem portuguesa...
Ou pelas declarações de quem também no rescaldo desse mesmo empate, nosso, contra o Vitória, veio afirmar do alto de um pedestal, usado e decadente (que já não impressiona ninguém), que se iria ouvir muito falar de arbitragens... sempre que o Benfica não ganhasse!
Na verdade, o Benfica não ganhou algumas vezes.
Mas foi nas vezes que eles (uns e outros) não ganharam que mais se ouvir falar de arbitragens.
Ou - a acreditar no presidente dos outros - ouvimos as vozes de burro desses dirigentes... porque (lembram-se do que o homem dizia)... «Só os burros falam de arbitragem».
Os burros e os perdedores!
Ou - numa talvez feliz simbiose que não me atrevo a desmentir... os burros perdedores... ou os... perdedores burros!!!
E sendo a ordem dos factores arbitrária... no que aqui nos interessa - em ambos os casos - tetraperdedores!
Tetraperdedores!
Por isso o nosso tetra é também deles!
O presidente de uns perdeu-se na fanfarronice das mensagens (a que agora, infelizmente, pôs fim) convencido de que, depois de ter perdido o campeonato por 2 pontos (embora - já todos o sabemos - a jogar o melhor futebol), este ano seria um passeio!
Enganou-se!
Embora - para não se ter enganado - bastasse olhar para a segunda época do senhor em causa do outro lado da 2.ª Circular!
O presidente dos outros terá - porventura - achado que quem ganha com o Canelas ajuda qualquer equipa do mundo a ganhar!
Só que aqui não havia nem podia haver um Sport Clube Rio Tinto - a cujos dirigentes e atletas devemos um elogio público pela coragem e pela dignidade da atitude assumida (voltarei a isso um dia destes)!
E os outros clubes com quem o clube principal dos adeptos do Canelas, Futebol Clube... do Porto, tinha que jogar... não faltaram... e os dragões empataram!
Rima e foi verdade!
Empataram tanto que o culpado deixou de ser Salazar e passou a ser o Espírito Santo!
O que poderá consubstanciar um passo atrás nas relações entre o velho Papa (era assim, não era, que ele era designado???) e o Francisco lá do sítio (que de santo... não tem nada)!
Ou seja e em resumo: o nosso tetra também é o tetra deles!
Deles e de quem acredita - tenho muitos amigos que estão nesses grupos - que os homens, mesmo com a nova aliança - não são a solução... nem, sequer, parte do problema!
Eles são o problema!
Ainda bem que por lá continuam!
Porque se por cá continuarem a andar, o penta que não será nada fácil, ... fica um bocadinho mais perto!
Porque o ódio turva-lhes a lucidez!
Ou como li, um dia destes, num perfil do Facebook de alguém: «Os que nos odeiam são nossos admiradores secretos!
Que não entendem porque nos amam tanto!»
Viva o Benfica!

E agora... a Taça
Viva o Benfica... com uma esperança - muito grande - de poder vender a Taça de Portugal no domingo... por todas as razões e mais uma! Exactamente essa... que não repito porque todos sabem qual é!
Carrega Benfica... rumo à dobradinha!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Magia dos opostos

"O futebol não é mágico porque é contraditório, imprevisível, incongruente mesmo. Quantas vezes um golo marcado ou sofrido me fez virar a opinião, de tal modo que, nessas ocasiões, me vejo cruelmente confrontado com a racionalidade e (in)coerência.
É assim comigo e, é assim com muita gente. No jornalismo desportivo, é quase uma regra. O título, a crónica, são função do resultado e basta o tal golo nos instantes finais para muito mudar na comunicação, não direi 180 graus, mas, não raro, perto disso.
Um eloquente exemplo desta época foi a erradicação da ideia de Leonardo Jardim como bom treinador, mas muito cauteloso e defensivo. Esta temporada notável no Mónaco, o madeirense sensato e inteligente deu-nos a volta. Os monegascos foram uma máquina de fazer golos (107 no campeonato), só superados pelo habitual Barcelona (116). Em que ficamos? Treinador dos cautelosos 1-0 ou técnico de ataque?
No plano nacional, o Benfica campeão só foi derrotado pelo 6.º classificado (Marítimo) e pelo 11.º (Vitória de Setúbal), não perdendo nenhum jogo com as equipas até ao 5.º lugar (5 vitórias e 3 empates). Dos 20 pontos perdidos, 9 (45%) foram-no contra sadinos e boavisteiros. E dos 18 golos sofridos, quase um terço (5), foram-no contra os axadrezados. No ano passado, dizia-se o oposto quando se fazia o balanço do trabalho de Vitória: perdia jogos com os grandes que compensava com folha limpa com os mais pequenos. Em que ficamos?
Dois exemplos de como, às vezes, é mais prudente esperar para ver. Ainda que ver sem esperar também faça parte da magia do futebol. À condição (a tal em que o FC Porto foi líder uma série de vezes)."

Bagão Félix, in A Bola

Não há corações de plástico!

"Não foram apenas os golos, nem sequer apenas a qualidade dos golos ao Guimarães, na Luz. Foi a fibra. A crença. A vontade. Ninguém tiraria aquele título ao estender da mão dos jogadores encarnados. Foram buscá-lo ao fundo das almas e da sua própria atitude.

É um tempo feliz, este, encarnado vivo, em flor. Um tempo de apaziguamento também para aqueles que durante muitos anos tiveram de suportar campeonatos viciados por corrupções baratas, quase gratuitas, ofertas miseráveis, conluios macabros, gentalha de nível baixíssimo e coberto dos calores de tantas noites. Negras noites. Agora, que todos já vimos as entranhas do polvo, percebemos a raiva dos que perderam os privilégios que não lhes eram devidos. Percebemos as alianças espúrias, os abraços criminosos, os labirintos de organizações mafiosas cheias de tentáculos movendo-se, imundos e grossos, por entre o que restava de alguma honestidade. E, no entanto, tudo continua, ainda, aí. Não há lugar para julgamentos de consciências, mas é lê-las, escutá-las, decifrá-las.
Este campeonato, agora resolvido a favor do Benfica, sem grandes motivos para reservas, mostrou a face distorcida de determinados vermes que vivem agarrados à parra seca de uma videira que não tapa vergonhas. Faces distorcidas mas, no entanto, visíveis. Todos nós seríamos capazes de os apontar a dedo se vivêssemos ainda na obscuridade de um regime alicerçado na delação e no medo. O que nos difere é isso mesmo: não nos envolvermos no lamaçal odioso das insinuações canalhas nem numa forma bacoca e mazomba de olhar o mundo em redor. Já se disse 'Basta!'. Podemos continuar a repetir 'Basta!' em cada conversa, em cada texto escrito, em cada discurso lido e escutado. Mas, ao fazê-lo, recusávamos um futuro livre. 'Nem esquecimento nem perdão', bramava o Conde de Monte Cristo. Isso: não esqueçamos nem perdoemos. Mas sigamos um caminho novo, no qual possamos, como dizia a canção de Fernando Tordo e de Ary dos Santos, pegar o mundo pelos cornos da desgraça.

Uma questão de vontade!
Para muitos benfiquistas, sábado estava destinado a ter a tarde mais longa de todas as tardes. Começou bem cedo com a romaria à Luz, uma tarde de manhã, por assim dizer, prolongou-se pela madrugada, até ao dia seguinte. E foi, ao mesmo tempo, o mais curto de todos os jogos. Forte, rápida, talentosa, a equipa encarnada reduziu a escombros o castelo de Guimarães que se esperava na Luz. Num instante, esse confronto difícil, complicado, ansioso, resolveu-se. Um Benfica que não se viu muitas vezes neste campeonato que venceu com todo o mérito a despeito da contrariedade de alguns que procuraram apequenar o líder desde a mais tenra hora.
Não foram apenas os golos, nem sequer apenas a qualidade dos golos...
Foi a fibra. A crença. A vontade.
Ninguém tiraria aquele título ao estender da mão dos jogadores encarnados. Foram buscá-lo ao fundo das almas e da sua própria atitude. Eram eles e as suas circunstâncias. Ou, melhor, eles e o seu destino.
Era a hora de Dona Águia fazer contas com a pensão da vida.
Estão feitas! O quarto título consecutivo é uma realidade. Inédita! Agora, a pergunta tem cabimento - o que se segue? Até onde se prolonga a estrada da ambição?
A noite veio prolongando a tarde de todas as tardes. Pelas ruas, pelas praças, pelos becos e pelos bairros de Lisboa, um som de alegria. Uma alegria vermelha em flor.
Ninguém diga que não se justifica.
É mais valioso o mau perder que se alimenta em silêncio. Esse fel que se entranha mas não tem eco. Não pode ter eco. Não há mais espaço, como diria O'Neill, para um Portugal que seja só três sílabas. E de plástico, que era mais barato.
Não há corações de plástico. Nem memórias..."

Afonso de Melo, in O Benfica