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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Ambição no Voleibol


"O voleibol masculino do Sport Lisboa e Benfica está, finalmente, de regresso ao Pavilhão n.º 2 da Luz. Os Bicampeões Nacionais apresentam-se neste sábado aos Sócios e adeptos diante dos espanhóis do Unicaja Almería, num momento que será certamente muito especial face ao contexto pandémico vivido no último ano e meio.
Depois de um arranque de pré-temporada bastante condicionado por causa do EuroVolley, em que Portugal fez história ao atingir os oitavos de final da prova, a equipa técnica liderada por Marcel Matz só agora pode ter todo o grupo à disposição para esta ponta final da preparação.
Para 2021/22, o plantel encarnado irá contar com quatro principais novidades. Os brasileiros Lucas França, Pablo Natan e Bernardo Westermann "são jogadores do voleibol moderno, com boas características físicas, cada um dentro da sua posição e com vontade de evoluir num clube com uma grande estrutura", segundo já descreveu o treinador. O outro novo rosto da equipa marcou presença no Campeonato da Europa ao serviço da seleção da Finlândia. Trata-se de Aaro Nikula, um atleta "alto, com possibilidade de crescimento e com algum protagonismo na carreira, apesar de ser jovem". "É um jogador que equilibra a equipa. Estamos a falar de um atleta bom no ataque e no bloco", pormenorizou o técnico.
Com a Supertaça, marcada para o dia 2 de outubro, a ser a primeira prova oficial, a equipa inicia a fase de consolidação da sua preparação e Marcel Matz espera que os internacionais que chegaram esta semana possam "alavancar o processo" desenvolvido até agora. "Já trabalhei noutras equipas em que convivi com a realidade de não ter todos os jogadores no início da temporada. Fizemos cinco semanas condicionadas, em que não tivemos o grupo completo, e tenho de valorizar o empenho dos atletas que estiveram aqui a trabalhar. Tenho a certeza que fizemos tudo o que podíamos fazer até este momento", argumentou o treinador, que já conta as horas para o regresso do público aos jogos de voleibol na Luz. "Estou muito feliz e ansioso por esse momento. Os adeptos são uma parte fundamental do processo", destacou.
Após a conquista do Campeonato Nacional em abril nos Açores, a nossa equipa está pronta para receber o carinho e o apoio que vinha a sentir antes do início da pandemia. A primeira oportunidade acontece a partir das 20h00 deste sábado, dia 18 de setembro, no Pavilhão n.º 2.
Vamos, Benfica!"

Valentino Lázaro | Uma águia acutilante pela direita


"O Sport Lisboa e Benfica fechou o seu mercado de transferências com um nome sonante. Valentino Lázaro assinou pelos encarnados um contrato válido até 2022, uma vez que vem cedido a título de empréstimo pelo Inter de Milão.
Lázaro é um lateral direito bastante rápido e com uma capacidade de drible incomum, sendo capaz de percorrer a ala toda para se juntar ao ataque para ajudar nos processos ofensivos da equipa. Muito forte no um para um, é mesmo no plano ofensivo que é mais forte, sendo que é razoável a defender (é um lateral moderno, digamos).
Chega a Lisboa proveniente do Inter de Milão, clube que não conta com os serviços do austríaco que lhes custou qualquer coisa como 22 milhões de euros. Em Itália não convenceu à chegada e foi emprestado sucessivamente ao Newcastle United FC e Borussia Mönchengladbach.
Em Portugal terá mais uma oportunidade de relançar a sua carreira, talvez uma das últimas, até porque se quer chegar a voos mais altos, tem de mostrar serviço rapidamente.
Na equipa do SL Benfica encontrará muita concorrência por um lugar no onze titular. André Almeida, Diogo Gonçalves e Gilberto serão os seus concorrentes diretos por uma vaga na lateral direita, se bem que o primeiro tem passado por várias lesões e vai regressando esporadicamente.
Quanto a Diogo Gonçalves e Gilberto, estes sim serão a forte concorrência de Lázaro, mas julgo ser uma questão de tempo até que Lázaro assuma o favoritismo perante Jorge Jesus.
Valentino Lázaro é o lateral ideal, daqueles que estão no plantel, claro está, para jogar num sistema de três centrais. Sendo o lateral mais rápido e com mais qualidade técnica, calculo que Jorge Jesus pense exatamente desta forma e, por isso mesmo que Lázaro terá minutos neste SL Benfica.
O jogador austríaco de 25 anos fez a sua estreia nos Açores frente ao CD Santa Clara numa altura em que o jogo já estava mais do que resolvido. As águias venciam por cinco bolas a zero e, sem qualquer tipo de pressão para o jogador, Jorge Jesus lançou Lázaro na partida para jogar os vinte minutos finais.
Foi uma exibição sólida num jogo em que era complicado mostrar serviço. O Sport Lisboa e Benfica já vencia por larga vantagem e o jogo já estava decidido. Entrou, mas não a tempo de mexer com o jogo, contudo, foi a partida ideal para se estrear, sem qualquer tipo de pressão.
Desta feita já jogou também na Ucrânia, em jogo a contar para a primeira jornada da Liga dos Campeões, rendendo Gilberto que saiu aos 59 minutos numa tripla substituição.
Espera-se muito de Valentino Lázaro, espera-se que confirme o seu talento e que finalmente se afirme ao nível do potencial que já demonstrou noutros clubes."

Sporting Clube de Portugal no regresso à UEFA Champions League

Benfica After 90: Kiev...

Quando a matéria atrai matéria...


"Por entre os pingos de chuva uma dura bola de críquete despencou do céu fazendo estragos na moleirinha do Príncipe de Gales

Quando, pelo simples motivo de matéria atrair matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias, a grossa bola de críquete despencou lá das alturas na cabeça de Frederick Louis – o filho mais velho do rei George II de Inglaterra e de sua esposa, a rainha Caroline – foi como se um raio se abatesse sobre a monarquia britânica. Aos 44 anos, o Príncipe de Gales, herdeiro do trono, entrava numa prolongada doença traumática de uma forma, posso dizê-lo e sublinhá-lo, nada digna de um infante.
Frederick nascera em Hannover – não se esqueçam que, apesar da bem engendrada Casa de Windsor, a família real da Inglaterra fervilha de sangue alemão, por muito que isso os incomode – sob o muito germânico nome de Friedrich Ludwig of Brunswick-Lüneburg. Seria, no mínimo, fastidioso entrar aqui pelas manigâncias da ascensão ao trono de seu pai. Por isso vamos diretos ao assunto. Em 1714, Griff, como era tratado pelos parentes mais próximos, foi viver na Grã-Bretanha por via da coroação do seu avô, George I. Durante dois anos andou numa roda viva, tantas foram as jovens que tentaram impingir-lhe como noivas, desde a sua prima Wilhelmine da Prússia, a Lady Diana Spencer, antepassada destoutra mais recente e mais famosa, ou a Sarah, Duquesa de Marlborough e a Lady Anne Churchill, naturalmente antepassada de Winston.
Frederick procrastinou o mais possível qualquer tipo de compromisso. Aprendera que as moçoilas inglesas eram bastante mais atrevidas do que as que deixara ficar para trás em Hannover e, apesar da sua tenra idade, foi um reconhecido tarado sexual que não podia ver um rabo de saia sem que os fluxos hormonais desatassem a tomar conta do seu corpo que ia ganhando formas de desportista.
Pela mesma altura que Frederick se instalou na Grande Ilha para lá da Mancha, o críquete ganhara uma popularidade irresistível. Que também mexeu com o jovem príncipe.
Por uma crónica publicada no dia 28 de Setembro de 1731, ficamos a saber que Frederick participou de forma entusiástica e valorosa numa partida de críquete levada a cabo em Kennington Common, um dos grandes parques de Londres. Naturalmente, o Príncipe de Gales defendeu as cores da equipa de Londres que defrontava a seleção do Condado de Surrey e, segundo os testemunhos ainda intactos, descreve-se uma das melhores partidas algumas vez disputadas e a forma distinta como sua alteza participou nalguns dos momentos mais excitantes do jogo.
Daí para diante, as presenças de Frederick em desafios de críquete eram amplamente anunciadas nos jornais, mesmo que só interviesse no papel de espetador. Em 1733, deu a volta à casaca, e tornou-se num dos mais ferventes adeptos da equipa de Surrey, chegando ao ponto de oferecer a cada jogador da equipa um guinéu pela vitória sobre a seleção do Condado de Middlesex. Uns meses mais tarde, o seu mecenato cresceu consideravelmente ao pôr em jogo um valiosíssimo troféu de prata num encontro que opôs as equipas unidas de Surrey e Middlesex contra a do Condado de Kent, tida como a mais forte do país. Os patrocínios atribuídos àquele desporto tão profunda e maçadoramente britânico fazia com que cada vez houvesse mais gente a juntar-se à horda de praticantes. Frederick pode nunca ter chegado a ser rei, mas nada o retirará do trono dos primórdios do críquete.
Eis-nos, portanto, nessa tarde amaldiçoada. O príncipe assistia, com o profundo prazer habitual, a uma compita de críquete quando, por entre uns pingos de chuva, uma bola lhe caiu um cheio na moleirinha. Sentindo-se muito abalado, recolheu de imediato ao seu palácio de Leicester House onde um médico, ao aperceber-se de que, entretanto, um grande abcesso lhe ocupava parte do crânio, resolveu sangrá-lo, segundo os costumes dos esculápios da época. A cabeça de Frederick desinchou um bocado, mas a única frase que se lhe ouviu, em sussurro, foi: «Je sens la mort» (assim mesmo em francês porque apesar de ter uma família alemã no trono, os ingleses falavam francês na corte, o que ainda hoje lhes provoca azias monumentais). Parece que a mãe, Caroline, não lamentou a morte daquele que definia desta forma finíssima: «The greatest ass and the greatest liar and the greatest canaille and the greatest beast in the whole world». Lá teria as suas razões, afinal fora ela que o trouxera ao mundo. Mãe é sempre mãe..."