Últimas indefectivações

terça-feira, 2 de julho de 2013

"Tenho que agradecer a todos"

"António Oliveira, o nosso Toni, está em fase de notável recuperação após a complexa intervenção cirúrgica a que foi sujeito. A convite do nosso Director, fez questão de dar a primeira entrevista ao Jornal O Benfica e à Benfica TV. Até porque, para Toni o Sport Lisboa e Benfica foi sempre a prioridade das prioridades. Leia aqui os conselhos de quem passou por um momento difícil e que conseguiu superar mais esta prova. Como sempre, Toni fez-se valer da sua extraordinária compleição física e, sobretudo, do apoio dos amigos e da família.

- Tem noção que este momento por que passou preocupou muito a Família Benfiquista e milhares de pessoas que o admiram?
- Antes de mais nada, quero sublinhar a onda de solidariedade que nasceu desde a altura em que foi noticiado o meu problema. Muitas vezes o povo diz que é nos hospitais e na prisão que nós vemos os amigos, mas eu julgo que não era preciso passar por esta situação para saber que há muita gente, fruto da minha carreira, a maior parte dela feita no Benfica, que tem por mim amor... mas também existe ódio...

- No seu caso é, claramente, mais amor...
- Sim! Se bem que, por vezes, nos lembramos mais dos momentos mais dolorosos. De qualquer maneira, foi pra mim um momento feliz saber que não passei ao lado do interesse que as pessoas tinham, não só dentro da família benfiquista, mas também por ter sido um pouco transversal a muitos amigos e a conhecidos...

- Falou com muitos amigos com que já não falava há muito tempo?
- É verdade! Eu acho que o Futebol tem, dentro dos seus defeitos muitas virtudes, e é nele que nos desenvolvemos, enquanto jogadores, com valores e princípios que defendemos, tais como a solidariedade, a amizade e a vontade de vencer. E é essa vontade de vencer que esteve ligada a um período que eu vivi e que, felizmente, parece estar ultrapassado e ir no caminho certo.

- Ou seja, faz questão de agradecer o apoio que recebeu?
- Quero aproveitar esta entrevista para agradecer a todos aqueles que acompanharam este processo. Agradeço a forma como vieram e partilharam comigo este momento difícil que atravessei. Foi com a força deles, com a força da minha família, que foi possível estar quase rijo como o aço.

- O que o levou a fazer o exame que lhe salvou a vida?
- Na viagem de regresso do Irão elenquei algumas algumas coisas prioritárias a fazer, entre elas análises, fruto de um outro problema que eu tenho e, felizmente, isso está estabilizado! Juntamente com essas análises, fiz um raio X ao torax e foi nesse exame que foi detectado, na parte superior do rim esquerdo, um ponto que, depois, através de uma ecografia, pareceu ser um tumor. Depois, através de uma angiografia, confirmou-se que tinha que ser sujeito a uma operação. Não havia a hipótese de poder ser parcial. Portanto, seria uma operação ao rim que teria que ser retirado. E eu, que sou uma pessoa crente, penso que há qualquer coisa... que Deus está sempre comigo e que me deu esse sinal...

- Acha que foi um sinal...
- O que eu sei é que se tratava de um tumor silencioso, daqueles em que os sinais que dá já acontecem numa fase em que está metastizado e aí sim teria um cenário catastrófico!

- O conselho que quer dar a quem nos lê é que com a saúde... não se brinca!
- Ao abandonar o hospital só quis passar essa passagem - quando aparecem situações com estas e que envolvem uma operação de alguma complexidade, o importante é que seja detectado a tempo.

- No caso da prevenção, o que é que aconselha a quem nos lê?
- Tenho muitos amigos que se recusam a fazer análises e a ir ao médico. O problema é que alguns sinais aparecem já numa fase adiantada e quando já é tarde e não há nada a fazer. Falo do meu caso, não tive sinais nenhuns, era um tumor silencioso e foi por mero acaso, numa exame que faço de forma periódica ao sangue e à urina, que foi detectado. E eu estou numa idade em que a próstata acaba por ter o peso terrível que tem para a mulher o cancro da mama. O meu conselho é muito claro - não ter medo de ir ao médico. Eu sei que o nosso Serviço Nacional de Saúde está como está e que as pessoas têm menor disponibilidade económica, mas há rastreios que têm que ser feitos e devem ser feitos de uma forma periódica.

- Quando lhe foi diagnosticado o tumor, pensou nas pessoas mais chegadas? E pensou no Benfica?
- Quando eu estava no Irão e me perguntavam o que é que me fazia falta, eu respondia sempre - 'a família, naturalmente, e o Benfica que faz parte da minha vida'.

- Porquê?
- Porque foram muitos anos passados nesta casa, nas várias vertentes. Foram anos inesquecíveis que passei dentro de um Clube que é mítico, que é universal como é o Sport Lisboa e Benfica.

- Os tais valores e princípios...
- Como referi, a questão dos princípios, dos valores e o respeito. O respeito por nós próprios leva a que respeitemos os outros. Quer como jogador, quer como treinador, era uma forma que nos distinguia - o respeito pelo adversário. Quando o nosso adversário merece ganhar, saberemos dar-lhes os parabéns!

- Por isso é que recebeu vários telefonemas de adversários...
- Sim! Mas o que mais me preocupa é que enquanto eu estava a passar por momentos complicados, aos mesmo tempo, um grande amigo meu, o Vítor Campos, teve um problema de saúde muito grave. O que eu estou a passar, comparado com o momento que o Vítor Campos está a passar, são 'peanuts'...

- Vai poder levar uma vida normal?
- A partir do momento que o diagnóstico foi feito senti que estava em boas mãos. Olhe, um dos me´dicos que me operou até era do Sporting! Só lhe pedi para não se enganar!

- Tem algumas restrições?
- Sobretudo de ordem alimentar, evitar comidas salgadas e beber mais água.

«Peço aos nossos adeptos para estarmos todos no mesmo barco»
O nosso antigo jogador e ex-treinador recebeu-nos em sua casa, perto do Estádio da Luz. Foi a primeira entrevista em que conta o que lhe acontecer e fez questão que fosse para os Órgãos de Comunicação Social do Clube do seu coração. A conversa foi 'à Benfica', com Toni a revelar um enorme sentido de optimismo em relação ao futuro. Aos 66 anos de idade, Toni deve a vida a três homens especiais - Jorge Fonseca, Manuel Passarinho e José Bau, os três médicos conceituados que o operaram no passado dia 11 de Junho, na Cruz Vermelha.

- Chegou a cursar Direito, em Coimbra. Está arrependido de não ter continuado? Podia ter dado um bom advogado...
- Não! Teria sido um mau advogado. No 5.º ano do antigo liceu, escolhi Direito.

- Porquê?
- Porque não tinha Matemática, que eu não percebia nada. Depois, de ter terminado o 7.º ano, fiz o exame de aptidão e entrei para a Faculdade de Direito de Coimbra, onde tive quatro cadeiras e grandes professores. Durante um ano ainda carreguei os livros. Acabei por não fazer exames o Dr. João Rodrigues (ex-presidente da FPF) me levou para o Benfica. Em Lisboa, acabei por me matricular como aluno voluntário na Faculdade de Direito de Lisboa, mas acabei por optar em ir para o INEF, onde frequentei as aulas e conheci várias personalidades, como o Jesualdo Ferreira. Tive exame marcado para o dia 25 de Abril... mas eu sabia que não era compatível com o Futebol. Aqui a questão não estava em ser bom ou mau advogado, mas sim o facto de eu ter desfrutado daquilo que me deu muito prazer em fazer, ser jogador profissional de Futebol e sê-lo no Sport Lisboa e Benfica.

- Ajudou o Sport Lisboa e Benfica a conquistar muitos títulos como jogador e como treinador. Recorda algum em especial?
- O primeiro título, claro! Em 1968 cheguei ao Benfica e o treinador era o Otto Glória, grande figura que marcou o Benfica e o Futebol Português, na década de 50. O Sr. Otto regressou a Portugal e nesse ano fomos Campeões Nacionais. Lembro-me perfeitamente, de um jogo decisivo em Tomar, frente ao União local, num campo pelado, onde ganhámos, por 4-0, com o Eusébio a marcar, claro! Se ganhássemos, seríamos campeões e, como era expectável, os meus amigos da Anadia foram a Tomar apoiar-nos, o meu pai também, etc, etc. Eu, que me fartei de ver pela televisão o momento das invasões de campo quando se é campeão e estava à espera de poder viver esse momento único, a dez minutos do fim o Sr. Otto tirou-me da equipa. E eu, que queria viver a festa... era a minha primeira vez, pois eu só via essas festas na televisão, no programa Domingo Desportivo, tive de me conformar com a seguinte situação - todos a festejar no campo e eu na cabine! Felizmente, houve depois mais tempo para festejar!

- Em 1993/94, ganha o título como treinador principal e com um resultado histórico - os célebres 6-3 em Alvalade, num dia notável...
- Antes dos 6-3, em Alvalade, há muito para explicar! Houve o empate em casa com o Estrela da Amadora (1-1)...

- Conte lá qual foi a Mística, o segredo...
- A Mística é ganhar! O plantel de 1993/94 era um bom plantel. Nenhum treinador enjeitaria um plantel como esse!

- Mas conseguiu fazer milagres!
- Isso dos milagres... Tínhamos um plantel de grande qualidade. Ninguém consegue fazer de burros cavalos de corrida! Houve uma pré-época muito turbulenta, com a saída de dois jogadores, Paulo Sousa e Pacheco, outros estavam 'pendurados', mas o Sr. Jorge de Brito foi decisivo. Aliás, a Família Benfiquista não chegou a perceber a importância que ele teve. O Sr. Jorge de Brito é que foi um grande benfiquista, a Família Benfiquista não soube quem teve no seu seio...

- Entre outras coisas, conseguiu evitar a saída de João Vieira Pinto para o Sporting...
- Não foi só com João Pinto, que acabou por ficar! Começamos esse Campeonato por empatar 3-3, nas Antas... A propósito deste jogo, deixem-me contar-vos um episódio que ocorreu em Amesterdão, antes da jornada fantástica na Final da Liga Europa. Estava eu na parte de fora do estádio quando alguem me chamou e me disse: «Não me está a reconhecer?» Quando lhe disse que não, respondeu-me que era o árbitro, Carlos Calheiros. Disse-lhe logo: «Olá! Você ainda me gamou nalguns joguitos!» E nesse ano foi logo no 1.º jogo, nas Antas. Isto a propósito desse jogo que empatámos 3-3, nas Antas...

- Apesar de terem começado mal a época, com três empates, a verdade é que a equipa foi Campeã Nacional...
- Houve uma coisa que os jogadores do Benfica souberam interpretar e essa foi uma mensagem que foi transmitida, desde o início, a todo o grupo - tínhamos um objectivo definido e esse objectivo é sempre para aquele que o Benfica tem de partir. Ou seja, ganhar o Campeonato. Disse aos jogadores que não nos devíamos desviar desse objectivo. Houve meses mais dilatados...

- Está a falar de salários em atraso?
- Claro! Mas eu dizia sempre aos jogadores que estavam num Clube sério e que o Benfica iria assumir as suas responsabilidades.

- Na véspera dos 6-3, em Alvalade, havia jogadores do Benfica com salários em atraso...
- Sim... mas a questão estava em saber esta coisa muito simples que formulei aos jogadores - Em que Clube é que estamos? Estamos num Clube sério, um Clube que vai assumir as suas responsablidades e nós temos de assumir as nossas.

- Daí a importância do treinador que vai à cabine e sabe motivar os seus jogadores. Como é que conseguiu 'dar-lhes a volta'?
- Nós sabemos que no Futebol e a vida também nos dá essa experiência, a vitória é sempre para dividir por muita gente! A derrota é para dividir por pouca gente, normalmente fica para o treinador. No fundo, a vitória é efémera.

- O seu amigo, Carlos Queirós, ficou zangado consigo?
- Toda a gente criticou o Carlos Queirós por ter tirado o Paulo Torres... Agora pergunto eu: Quantas vezes fazemos uma substituição e elas saem ao contrário?
Nesse dia (14/5/94), o Benfica fez uma grande exibição. O Sporting tinha uma grande equipa, talvez uma das melhores equipas do Sporting, com Figo e Balakov, por exemplo. Começámos o jogo a perder, por duas vezes, e lembro-me que estava o Rui Costa a aquecer para entrar para o lugar do Kennedy e o Schwartz ia passar para lateral esquerdo, quando chegámos ao intervalo já a ganhar, por 3-2. No início da 2.º parte, fizemos o 4-2 e o 5-2 sentenciou praticamente o jogo. Não deixa de ser curioso, já que me falaram nesse desafio, o facto de passados 19 anos o Carlos Queirós nunca ter falado desse jogo! Já estivemos juntos várias vezes, estive a estagiar um mês em Manchester quando ele lá estava, e nunca falámos nesse jogo...

- Ganhou o melhor!
- Sim! Mas também houve um jogo que perdemos, por 7-1, na época 1986/87. Com todo o respeito que tenho pelo John Mortimore, quer como seu jogador, quer como seu treinador adjunto...

- E o Benfica foi Campeão nesse ano...
- É verdade! Lembro-me que quando chegámos ao Estádio da Luz estavam 300 pessoas à nossa espera. Eu era o treinador-adjunto e quando saí do autocarro, disseram-me: 'Vai-te embora! És o cancro do Benfica!'

- Como adepto confesso a estabilidade, como encarou a renovação do contrato com Jorge Jesus?
- Esta situação que o Benfica viveu este ano é uma situação com alguma crueldade. Estivemos dentro de uma época que se perfilava ser uma época de sonho e, de repente, as coisas viraram-se. Mas isto é como na vida, e só há uma coisa a fazer, que é inverter isso.

- Foi uma época em que estivemos nas decisões em várias frentes...
- É verdade, mas discordo de Jorge Jesus quando disse que tomara que para o ano o Benfica repita esta época. Razão tem o nosso presidente, quando disse, no jantar com os deputados, na Catedral, que vamos repetir a época, mas com um final diferente!

- Acha que foi uma aposta de risco?
- Acho que o Jorge Jesus é uma aposta do presidente, Luís Filipe Vieira, que não reagiu com adepto. Se calhar, muitos adeptos aquilo que queriam era o Jorge Jesus fora do Benfica, mas há que sustentar esta decisão em factores que foram todos postos na balança! O presidente sabe os riscos que está a correr, mas a vida é um risco! E o próprio Jorge Jesus sabe hoje, também, o quão difícil é, sendo o treinador do seu presidente, a confiança que lhe transmite.

- O Benfica praticou bom futebol...
- Jorge Jesus teve momentos de grande fulgor, em que o melhor futebol que vi, nos últimos anos, foi com o Benfica de Jesus, com jogadores de grande qualidade!

- Na final de Amesterdão, jogámos bem!
- Sem dúvida! Vem aí a nova época e há uma mensagem que tem de ser passada a todos os adeptos do Sport Lisboa e Benfica e que é muito simples. Temos que estar todos à volta e todos envolvidos no mesmo barco! Não é normal, na história do Clube, aguentar-se um treinador com um desfecho deste! E, portanto, maior responsabilidade para quem tomou esta decisão, para Jorge jesus e para os jogadores! Os jogadores têm de saber que o final não pode ser igual a tudo isto com a meta à vista!"

Entrevista de António Pragal Colaço e Pedro Guerra, a Toni, in O Benfica

A maldição do Colombino

"O troféu, organizado pelo Recreativo desde 1965 e disputado em Huelva, é um dos mais prestigiados dos «veraniegos» espanhóis. O Benfica esteve presente em três finais, mas nunca trouxe a taça para a Luz.

HUELVA é uma pequena cidade da Andaluzia, com cerca de 150 mil habitantes. É de Huelva o Recreativo, o mais antigo clube de Futebol de Espanha, fundado em 1889.
Em Huelva, sob o patrocínio do histórico Recreativo, disputa-se o Troféu Colombino.
É curioso: os grandes «veraniegos», torneios internacionais disputados em Espanha na época do Verão, têm como sede, na generalidade, cidades periféricas. Pois bem, em Huelva, o Troféu Colombino, um dos mais prestigiados do Futebol internacional, teve início em 1965. Em 1966, o primeiro convidado português, o Belenenses, não foi além do quarto e último lugar de uma competição disputada por quatro clubes, com meias-finais, jogo para o terceiro e quarto posto e Final.
Foi preciso esperar pelo ano de 1973 para que o Benfica surgisse em Huelva. Participantes, além dos 'encarnados' , o Atlético de Madrid, o Derby County e o Dínamo de Tibilissi. Coube-lhes defrontar, no primeiro jogo, os ingleses do Derby County, que tinham como grande estrela o escocês, Archie Gemmil, que viria mais tarde a ser um dos esteios do grande Nottingham Forest. A vitória do Benfica acabaria por ser mais tranquila do que o resultado o faz crer: 2-1. Com Jaime Graça, Vítor Martins e Toni no meio-campo e Nené, Moinhos e Vítor Baptista no ataque, cedo ganhou vantagem com um golo de Vítor Baptista, aos 19 minutos. E o domínio dos portugueses alicerçar-se-ia em novo golo, igualmente de Vítor Baptista, aos 64 minutos, garantindo a presença na Final que nem o pontapé certeiro de McGovern, aos 82 minutos, foi capaz de pôr em causa.
O Dínamo de Tibilissi, da então União Soviética, libertava-se do Atlético de Madrid no desempate de grandes penalidades depois de um jogo sem golos.
Ainda um desconhecido no Futebol europeu - teria de esperar oito anos para vencer a extinta Taça das Taças - o Dínamo de Tibilissi impôs-se surpreendentemente na Final. Uma entrada de rompante valeu-lhes dois golos, aos 5 e aos 21 minutos, por Kiniani e Gyzaev. Vítor Baptista iria reduzir cinco minutos antes do intervalo, mas de pouco serviu. Uma segunda parte de equilíbrio testemunhou apenas mais um golo, Gyzaev, aos 89 minutos. Os homens da Geórgia levaram a caravela de prata - a taça para o vencedor - para Tibilissi. Voltariam depois a Huelva, mas sem sucesso. O Benfica regressou em 1987.

Mais duas finais perdidas
E regressou para chegar de novo à Final. Eliminando no primeiro jogo o Espanhol de Barcelona, por 2-1, golos de Nunes (22 minutos) e Diamantino (88 minutos) contra um de Pichi Alonso (58 minutos). No outro jogo, a equipa da casa, o Recreativo de Huelva, despachava o Bétis de Sevilha, por 1-0.
Mais uma vez, o Benfica sairia derrotado da Final. Nem Bento, nem Veloso, nem Diamantino nem Chiquinho Carlos e Wando, foram capazes de contrariar a raça do Recreativo. Marquez deu vantagem ao Huelva logo no primeiro minutos, respondendo Rui Águas, aos 44'. Tudo em aberto para uma segunda parte que ficou definida através de um penálti apontado por Luzardo, aos 71 minutos. Ainda não era desta que o Benfica juntava o seu nome a alguns dos históricos do Futebol mundial que conquistaram o Colombino: São Paulo, Real Madrid, Ujpest, Feyenoord, Vasco da Gama, Flamengo, Nottingham Forest...
Em 1992, o Benfica estava de novo em Huelva. E o torneio tinha novidades: além do Benfica e do Recreativo, estavam presentes as selecções do Uruguai e do Chile. E se, na meia-final, o Benfica foi capaz de bater os uruguaios, por 1-0, na Final viu-se derrotado pelo Chile: 0-2. Já era um Benfica diferente, com Neno, Hélder, Schwartz, Isaías, Rui Águas, Kulkov, Yuran, João Pinto... Um Benfica com jogadores de grande categoria mas que, mais uma vez, falhara a conquista de um dos mais famosos «veraniegos». Seria feliz noutras paragens de Espanha.
O Troféu Colombino teimou sempre em fugir da Luz..."

Afonso de Melo, in O Benfica