Últimas indefectivações

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Antevisão...

Treino...

BI: Antevisão - Fenerbahçe...

Quezada: Benfica Champions?!

Reviravolta...

Leiria 2 - 4 Benfica
Guga(2), Stevan, Edokpolor

Sobral; Duarte, Ndembi, Gaspar, Zé Neto; Quintas, Gil Neves; Afonso, Umeh, Olívio; Guga

Vitória justa, mas desnecessariamente complicada, com um Benfica superior, mas em desvantagem, a perder por 1-0,  empatados 2-2, e só na recta final, conseguimos os dois golos da vitória!

Tal como na B, estamos a jogar bem, e com muita atitude. Bons sinais da nossa formação neste início de época...

Renascença - Tertúlia - As hipóteses de João Almeida na Vuelta

Visão: S07E03 - Corrida dos Milhões...

Falar Benfica #220

Jogo Pelo Jogo - S03E03 - E tudo a Arábia levou

Pre-Bet Show #146 - Sporting e FC Porto em ponto rebuçado 🍬 Quem vence o Clássico?

BF: Benfica olha para Alvarez e namora Sudakov...

Zero: Mercado - Kiwior fechado e Ioannidis encaminhado

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Uma semana para o fecho do mercado: o que falta resolver?

Observador: E o Campeão é... - Alguém tem um cardiologista para a última semana de mercado?

Observador: Três Toques - Medvedev descarrega frustração no árbitro

Visão: Carlos Álvarez...

Alerta...



"O SL Benfica irá realizar a partida decisiva que garantirá o acesso à UEFA Champions League, na quarta-feira, contra os turcos do Fenerbahçe.
Tanto os encarnados como Pedro Proença (FPF) sabem da importância capital que tem este encontro para as aspirações portuguesas em termos de coeficiente para o ranking da UEFA, bem como pelos prémios monetários.
Nos corredores da arbitragem uefeira, há muito que este jogo está a ser preparado. Se Proença quer mostrar a sua força e influência - são sobejamente conhecidas as suas ambições internacionais - nas mais altas instâncias da organizadora da competição, tem aqui uma excelente oportunidade. É sabido que a Federação Turca de Futebol está a tentar, por todos os meios, exercer pressão e preponderância para que o árbitro da partida seja alguém mais favorável as suas pretenções.
Para os turcos, o factor José Mourinho não será suficiente para vir à Luz "sacar" o resultado que precisam. É necessário um árbitro "amigo".
A federação turca sabe, o Fenerbahçe sabe, o Benfica sabe e Pedro Proença também sabe...
Se realmente o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol quer mostrar ao mundo que Portugal merece estar entre os melhores e ao mais alto nível, NÃO PODE PERMITIR este tipo de "pressão" sobre a arbitragem da UEFA. Tudo está a ser preparado para que no Estádio da Luz haja uma "surpresa".
Fiquem atentos ao homem do apito!!"

36,73% !!!

Competência


"Depois de um empate competente em Istambul que, face às circunstâncias do jogo, terá se considerar positivo, o regresso à Liga mostrou uma equipa sólida, com soluções e capacidade para gerir os vários momentos do jogo e do calendário. Com uma ala direita a mostrar serviço e onde Dedic, jogo após jogo, mostra que é uma aquisição valiosa, também o meio-campo e os dois avançados deram sinais de um entendimento cada vez maior e antecipam, quando estiverem totalmente entrosados, grandes "estragos" no campeonato português.
Até à interrupção para as seleções do início de setembro, o Benfica terá de continuar a fazer a sua "pré-época", a entrosar e rodar a equipa e a integrar os reforços em plena competição, a lutar por pontos, discutir troféus e a tentar apurar-se para mais uma "Champions".
Para ultrapassar esta fase faltam dois jogos muito importantes. Já na próxima quarta-feira com o Fenerbahçe e no próximo domingo em Alverca. Dois jogos em que se pede concentração máxima e que trarão dificuldades que a equipa parece preparada para enfrentar, pois revela cada vez maior solidez e maturidade, refreando a vertigem que a caracterizou num passado recente e parecendo ser capaz de "congelar" o jogo e manter a posse de bola quando o jogo assim o exige.
Pode ser menos exuberante, mas parece mais eficaz, até porque manter o zero na nossa baliza, com os jogadores que o Benfica tem na frente, é meio caminho andando para ganhar. E é de ganhar estes jogos que todos os adeptos anseiam para que possam, felizes, respirar um pouco em setembro. Que a competência se mantenha, pois, a exuberância pode esperar..."

12 anos e 10 treinadores depois, será que se aprendeu algo no Man. United?


"Apenas os resultados não mudaram nos 'red devils' e é a falta destes que faz aumentar a pressão à volta de Amorim, que assumiu um verdadeiro trabalho de Hércules em Manchester

Escrevi aqui, há semana e meia, que Ruben Amorim tinha de começar a entregar. Injusta ou não a cobrança, e acredito que o seja, se não o fizesse a pressão iria disparar. Bem dito, bem feito e voilá! Dois jogos e um ponto depois, pede-se a sua cabeça! Pode não ser justo, mas é hora de Ruben Amorim 'entregar'.
Os adeptos têm sempre menos paciência e muitos entendem que o português teve o que pediu, sobretudo pelos milhões gastos em avançados, ainda não traduzidos em golos. Assim, «acabaram-se as desculpas». Wayne Rooney, que todos já percebemos que não será um génio no banco, disse-o, letra por letra. É que o Manchester United também vive disto e em excesso: velhas glórias com voz transformadas em líderes de opinião.
Se compararmos o final da última época com os jogos realizados, um deles a receção de elevado grau de dificuldade ao Arsenal, é impossível não ver melhorias. Há mais agressividade, a equipa parece mais à imagem do técnico. Quando finalizar melhor e se seguir o processo até ao fim dos 90 minutos os resultados aparecerão. Mesmo assim, faltam peças cruciais. Um guarda-redes, que nunca poderá ser Bayindir ou Onana, sobretudo agora que Ruben Amorim perdeu a confiança no camaronês, seria reforço tão importante como foram Matheus Cunha, Mbeumo ou Sesko.
Além disso, um médio, que acrescente qualidade de passe e dimensão física, e seja o motor da equipa, também não existe no grupo. A Ugarte falta o lado de construtor e Casemiro apresenta-se no ocaso da carreira. Também novas opções para as alas seriam bem-vindas. Faltam três ou quatro jogadores e não é certo que o português receba algum.
Há ainda questão de resolução difícil. O melhor jogador e capitão, Bruno Fernandes, não encontra a sua melhor posição no 3x4x2x1. É verdade que o português não sabe jogar mal, mas fazer de 8 no duplo-pivot nos momentos sem bola fragiliza-o a si e à equipa. À frente, na posição Pote, que seria outra solução, está Mount. Para complicar, Mainoo fica no banco e os adeptos protestam. 
Amorim terá diante do Burnley oportunidade para começar a trilhar outro caminho. Não basta dizê-lo, tem de mostrar que a equipa está diferente, aiinda que transformação tão profunda precise de mais tempo. Moyes, Giggs, Van Gaal, Mourinho, Solskjaer, Rangnik e Ten Hag trouxeram ideias, conhecimentos e lideranças diferentes no pós-Ferguson e falharam. Por isso, a lição continua à espera de ser aprendida — por adeptos, dirigentes, jogadores e até os treinadores."

Quem espera nem sempre alcança


"Às vezes, o comboio só passa uma vez. Muito raramente, passa duas. E se não aparecer nenhuma?
Um jogo decisivo, uma chamada à seleção, uma oportunidade num clube grande, uma final, parecem ser oportunidades transformadoras. Mas para quem tinha tudo para ser o melhor do Mundo, são só o reflexo disso mesmo. É normal que essas oportunidades aconteçam.
Por vezes, o comboio passa de repente. Uma lesão de um colega pode ser uma oportunidade inesperada no onze. O jogador tem de estar pronto, até porque não há garantias de que volte a aparecer. Esta parecia ser a história do guarda-redes Marc-André ter Stegen.
Começou a jogar futebol como avançado, no entanto perto dos 10 anos teve a coragem de substituir o guarda-redes da sua equipa juvenil que se lesionou em jogo. A paixão pela baliza foi quase automática. Antes de fazer 19 anos, estreou-se na baliza do Borussia Monchengladbach e tornou-se rapidamente num dos guarda-redes mais falados do Mundo.
Aos 22 anos, foi oficialmente apresentado como jogador do Barcelona, clube que representa até hoje. Entre 2014 e 2025, foram muitas as conquistas. Mas a relação entre ambos já foi bem melhor. No início de agosto, o Barcelona removeu temporariamente a sua braçadeira de capitão. Ter Stegen recusou-se a assinar o registo de relatório médico, necessário para justificar uma baixa de longa duração, que permitia ao clube poupar 80% do seu salário, segundo os critérios rigorosos de gestão financeira que tem sido alvo.
Não é a primeira vez que recebe um murro no estômago.
No auge da sua carreira, entre 2015 e 2020, nunca conseguiu ser o titular da seleção alemã. Foi sempre o número 2. Nem mesmo com pressão de referências, conseguiu.
Lothar Mattahus, o jogador com mais internacionalizações pela Mannschaft, chegou a afirmar que após a grave lesão de Manuel Neuer, o titular da Alemanha devia ser Ter Stegen. Pediu a oportunidade de estar num jogo importante como titular, mesmo que Neuer estivesse disponível, mas o resultado é que houve quem fizesse uma pressão ainda maior. Em 2019, o Bayern chegou mesmo a ameaçar deixar de ceder jogadores à seleção se Neuer perdesse o lugar para Ter Stegen. Todos sabemos quem ganhou. A real oportunidade nunca apareceu e a esperança é cada vez menor.
No Euro-2020 (realizado em 2021, devido à pandemia Covid-19), o titular da baliza da seleção voltou a ser Manuel Neuer. Ter Stegen não participou por estar lesionado.
Essa altura é provavelmente o trigger-point da (ainda não anunciada desistência) sua carreira. Em agosto de 2020 foi operado ao joelho direito. De acordo com os serviços médicos dos blaugrana, a cirurgia ao tendão patelar foi um sucesso e permitiu corrigir algumas fibras tendinosas que lhe causavam dor.
Em maio de 2021 voltou a passar por um procedimento terapêutico no tendão patelar. Começou aqui uma nova saga da sua carreira, as lesões. De qualquer forma, fica a ideia que mesmo que estivesse apto fisicamente dificilmente ia tirar o lugar a Neuer.
Em dezembro de 2023, durante uma pausa para viagens internacionais com a seleção alemã, Ter Stegen teve dores persistentes na região lombar. Após tratamento conservador, o Barcelona confirmou que não resultou e resolveram submetê-lo a uma cirurgia na região lombar. Esteve indisponível cerca de dois meses.
A 24 de julho de 2025, Ter Stegen voltou a ser submetido a uma cirurgia na região da coluna lombar. Por precaução, a equipa médica estimou um tempo de recuperação maior, para garantir uma recuperação segura e sem recidivas. Mas a reação do capitão foi diferente. À entrada para a sua 11.ª época no clube, defendeu que houve muitas informações incompletas acerca do seu estado clínico e acabou por não assinar logo o relatório médico.
Lá acabou por aceitar assinar o consentimento, passado um dia da decisão da sua destituição como capitão dos catalães. O relatório foi validado e confirmou que o alemão ficará afastado pelo período mínimo de quatro meses. Consequentemente, Joan Garcia pôde ser inscrito e será o provável titular da equipa nos próximos tempos.
A tensão entre Ter Stegen e o Barcelona, especialmente em 2025, pode ser interpretada como o resultado de uma conflituosa dinâmica de liderança desportiva. A dificuldade dos clubes em equilibrar os interesses do jogador com as exigências do fair-play financeiro e da gestão institucional. O atleta não concorda que para o mesmo diagnóstico médico desta vez o tempo de recuperação seja pelo menos o dobro. Normal. Acho eu.
Mostrou cautela pessoal e profissional, talvez por medo de ser descartado, mal interpretado ou até substituído. A sua reação é compreensível para alguém com histórico recente de cirurgias. Do ponto de vista do clube, mostra fragilidade na gestão do grupo e na comunicação de timing de recuperação.
Por outro lado, a resolução rápida do caso com o guarda-redes a reassumir a braçadeira de capitão mostra que houve diálogo. Mas também demonstra que o verdadeiro comboio nunca passou na vida de Ter Stegen. E pelo andar da carruagem, não vai passar."

Passaram 87 dias


"A VARGONHA CONTINUA!

1. O Benfica foi roubado no dia 25 de maio de 2025: roubaram-lhe uma Taça de Portugal no Jamor. Foi a céu aberto, passou em direto na televisão, ninguém nos contou, todos vimos com os nossos olhos, não há volta a dar-lhe.

2. O Benfica emitiu um comunicado de protesto, de revolta, de indignação - nada mais natural, nada mais justificado. Foi multado por isso. Não interessa se o valor é alto ou baixo - e é baixo -, interessa que o Conselho de Disciplina entendeu que o Benfica tinha que ser multado. A multa podia até ser só de meio tostão furado, não deixa de ser multa, não deixa de ser um castigo, a intenção de penalizar o Benfica está toda lá.

3. Entretanto, todos tomámos conhecimento da transcrição dos audios do VAR e seus assistentes a propósito do pisão de Matheus Reis na cabeça de Belotti. Pode aquele senhor, que é tido como o melhor VAR português, Tiago Martins de seu nome, desconhecer o protocolo? Não! Mas, ignorando o protocolo, entregou a Taça de mão beijada ao Sporting. Passaram 87 dias: foi castigado? Não! Dá até ideia de que o Conselho de Arbitragem está a ver se o tempo passa e a coisa cai no esquecimento. Só lhes falta nomear o senhor Tiago VARgonha Martins para VAR de mais jogos do Benfica.

4. Dir-se-á que uma coisa é o Conselho de Disciplina, que multou o Benfica, e outra é o Conselho de Arbitragem, que faz vista grossa e não castiga Tiago VARgonha Martins e os seus dois assistentes, cúmplices, também eles, do roubo do Jamor. Acontece que a verdade desportiva e o bom nome do futebol português têm que ser garantidos, doa a quem doer, pela FPF, que tutela, precisamente, aqueles dois orgãos. Quem pode voltar a acreditar no VAR se roubos como o do dia 25 de maio no Jamor ficam impunes?

5. Se e quando Tiago VARgonha Martins e seus assistentes-cumplices forem exemplarmente castigados - em Inglaterra, exemplo tomado com bom sempre que se fala de futebol, já tinham sido os três corridos da arbitragem -, se e quando forem exemplarmente castigados aqui virei sem qualquer problema reconhecer que a justiça foi feita. Até lá ninguém pode esperar que os Benfiquistas fiquem calados."

Finalmente!

Bola Parada - S03E04 - Alvalade aguarda espetáculo, Bruno Lage na Turquia e volta-faces no Minho.

Bastidores: Andebol, Supertaça...

A Verdade do Tadeia - 2026/02 - Líderes a passear

Matias: Tondela...

Tailors - Final Cut - S04E05 - Óscar Botelho

DAZN: La Liga - R2 - Golos

DAZN: Premier League - R2 - Golos

DAZN: Bundesliga - R1 - Golos

Continua para a semana


"1. Todos os anos é assim. O objetivo maior do futebol do Benfica é o título de campeão nacional de futebol. Julgo que nisto estamos todos de acordo. O Benfica foi fundado em 1904 e soma 38 títulos de campeão nacional, e não há emblema em Portugal que o acompanhe nestes números. O título 39, admitamos, já está a tardar.

2. O título número 38 chegou em 2022/23, e depois dessa campanha vimos os nossos rivais, por duas vezes, sagrarem-se campeões. Dois anos sem sermos campeões são muitos anos. Basta, não?

3. O Benfica começou a Liga de 2025/26 por não começar, isto é, adiou o seu primeiro jogo – com o Rio Ave na nossa casa – para finais de setembro para aliviar a carga entre os dois desafios com o Nice. Fez bem? Fez mal? O certo é que o Nice já lá vai, e o Benfica discute agora noutro patamar o acesso à Liga dos Campeões.

4. Voltemos ao Campeonato. O jogo-estreia acabou por ser o da 2.ª jornada, com o Estrela da Amadora no campo do Estrela. O resultado foi o que se queria, uma vitória. Foi o que se queria e o que se quer em todos os jogos, uma vitória igual a 3 pontos. A exibição esteve muito longe, longíssimo, de agradar. A arbitragem foi medíocre, e fiquemo-nos por aqui. O estado do relvado nem classificação tem. Bruno Lage confessou que, no fim do jogo, disse aos seus jogadores “bem-vindos à liga portuguesa”. Muito bem dito.

5. A discussão com o Fenerbahçe pelo acesso à Liga dos Campeões continua na próxima quarta-feira, na Luz. A partir do momento em que o Benfica ficou a jogar com 10, depois da expulsão de Florentino, o resultado de 0-0 passou a ser o desejável. Até ao cartão vermelho a Florentino, o Benfica e o Fenerbahçe produziram um jogo equilibrado. Talvez equilibrado demais para o nosso gosto, é verdade. Para o nosso gosto e para as possibilidades da nossa equipa no confronto com a equipa turca.

6. O Benfica é melhor equipa do que o Fenerbahçe e vai, certamente, provar isso já na próxima semana.

7. Com o anúncio da candidatura do ex-presidente Luís Filipe Vieira às eleições de 25 de outubro, tudo indica que serão seis os candidatos à presidência do Clube. É um número que impressiona. O meu maior desejo é que a campanha eleitoral decorra de molde a orgulharmo-nos da tradição democrática deste extraordinário clube a que pertencemos. E, ainda no âmbito dos desejos, que os órgãos de comunicação do Benfica, o jornal e a BTV, acompanhem o essencial das iniciativas das candidaturas e disponibilizem o mesmo espaço e o mesmo tempo a todos os candidatos. E que viva o Benfica!"

Leonor Pinhão, in O Benfica

Da sombra à glória


"APÓS UM LONGO PERÍODO FORA DAS OPÇÕES, JOSÉ BASTOS APROVEITOU UMA OPORTUNIDADE INESPERADA PARA SE FIXAR ENTRE OS TITULARES.

Num plantel de 25 jogadores, só 11 pisam o relvado de início. Os outros esperam, entre a fé e a frustração, que chegue a sua hora. Mantêm o corpo em forma e o espírito sereno, porque sabem que a oportunidade não avisa. A esperança é chama e sombra: tanto inspira como inquieta. “Quando voltarei a jogar?” A pergunta ecoa no silêncio dos dias. Mas os grandes atletas não desesperam. Trabalham no escuro, longe dos holofotes e dos aplausos. E, quando o momento chega, agarram-no com alma para não mais o soltarem.
José Bastos teve um início de carreira de sonho. Começou a jogar futebol como federado ao serviço do seu clube do coração, o Benfica. Distinguiu-se nos vários escalões de formação e estreou- -se oficialmente pela equipa de honra frente ao Lusitano, na 21.ª jornada do Campeonato Nacional 1949/50. Nessa época, sagrar-se- -ia campeão nacional como titular da baliza dos encarnados. A temporada terminou de forma épica, com a vitória na Taça Latina. Nos anos seguintes, consolidou-se como uma verdadeira muralha, tornando-se indispensável nas redes benfiquistas.
Contudo, com a chegada de Costa Pereira, o seu lugar passou a estar em risco, até que o perdeu para o novo companheiro de equipa. Bastos passou para um lugar que todos os jogadores temem: o de suplente. No final da temporada 1955/56, parecia remetido a terceira opção, en - quanto o jovem Sebastião era testado num amigável frente ao Flamengo, para definir quem seria o número 1 dos encarnados na disputa da Taça Latina.
Numa tarde de infelicidade, o guarda-redes sofreu dois golos comprometedores e foi substituído por Bastos. O guardião entrou e exibiu-se com uma segurança impressionante: “Pareceu-nos senhor de si próprio, dominando bem a situação. Oportuno a sair, feliz num ou noutro lance e uma defesa de grande valor, em voo e a soco, a safar o tiro de um livre de Rubens.” No final do jogo, Bastos saiu do relvado com um sorriso rasgado. “Há praticamente duas temporadas que estava afastado do primeiro team […], esperei sempre uma oportunidade como esta. Confesso, porém, que às vezes desanimava… Hoje, sinto-me tão feliz como se me tivesse saído a sorte grande.”
Otto Glória confirmou: Bastos seria o titular em Itália. O guarda-redes correspondeu às expetativas e, apesar da derrota nas meias-finais frente ao AC Milan, esteve irrepreensível. No jogo de atribuição dos 3.º e 4.º lugares, o Benfica ganhou ao Nice por 2-1, e Bastos foi um dos heróis do encontro. Com uma estupenda exibição, deixou a imprensa radiante, considerando ter sido o jogo da sua vida. Impulsionado por estas prestações, foi indiscutível na temporada seguinte, contribuindo com as suas defesas para que os benfiquistas ganhassem o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal.
Saiba mais sobre este fantástico jogador na área 22 – De Águia ao Peito, do Museu Benfica – Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

3 pontos


"Num jogo de futebol, ganhar não é a coisa mais importante: é a única!
Nessa medida, os 3 pontos obtidos na Reboleira serviram inteiramente os interesses e os objectivos do Benfica. Numa jornada entalada entre duas importantíssimas eliminatórias europeias, não seria de esperar exibição de encher o olho. Havia que vencer da forma mais simples possível, e rapidamente voltar o foco para os (muitos) milhões em jogo na frente externa. Foi o que aconteceu: vitória tangencial sem grandes adornos. Apesar de nunca ter jogado futebol profissional, facilmente verifico que isto sucede com as melhores equipas do mundo – até porque os jogadores não são máquinas, e os dias de recuperação são cada vez mais escassos.
Na partida frente ao Estrela – e tal como Bruno Lage afirmou de forma polida na conferência de imprensa – tivemos também uma súmula daquilo que nos espera daqui em diante. Relvados em mau estado, estádios miseráveis, arbitragens fracas e tendenciosas, adversários arreganhados e orientados por treinadores especializados, antes de mais, em não deixar jogar. É esta a Liga portuguesa, insuflada por um número absurdo de clubes face à realidade social, demográfica e desportiva do país.
No sábado, frente ao Tondela, mudará o palco. O resto será idêntico: um adversário a lutar de forma expedita pelo pontinho, e, temo, mais uma arbitragem à antiga portuguesa. Havendo compromissos europeus antes e depois, esta será, assim, outra jornada de alto risco.
Num Estádio da Luz cheio, podemos, e devemos, fazer a nossa parte, empurrando a equipa para a frente – sobretudo nas fases do jogo em que ela mais precisar da nossa ajuda –, e percebendo que a ocasião não é para requintes. A época vai ser longa, e haverá certamente ocasiões para ver bons espectáculos. Por agora, precisamos só dos pontos."

Luís Fialho, in O Benfica

A rua


"Digo muitas vezes que o futebol começa na rua. Não o digo por retórica ou porque soa bem a frase, digo, sim, porque a rua é um espaço social por excelência. Trata-se do espaço público, acessível a todos, raso e nivelador, onde potencialmente todos se encontram e onde tudo o que é coletivo se passa, dos campeonatos do Benfica às revoluções de abril, assim como dos dias mais negros aos mais felizes da nossa história, da história de todos os povos.
É por isso que nela se joga e celebra o grande jogo das paixões, a que chamamos futebol e que tem muito mais nele do que a simples mecânica do jogo, a beleza da estratégia ou os apontamentos de arte que fazem dele uma quase hipnose coletiva. Também o futebol é chão, nivelador e agregador de gente. Também o futebol junta, une e mobiliza.
Imaginem agora que se juntam os dois, o futebol e a rua, que a seguir alcançam quinas ao peito e se fazem seleção. E que, em cima disto, o Benfica ajuda. Aí a dimensão alcançada potencia- -se, levanta-se o sonho de um mundial que já foi quase, e os nossos jovens, escolhidos por todo o país, partem de coração cheio para lutar uma vez mais pelo caneco.
Tudo isto fez e faz a impressionante obra social da nossa parceira CAIS, uma associação que vê para lá da condição de cada um e acredita no melhor que todos temos para dar, mesmo que esteja no fim da rua!"

Jorge Miranda, in O Benfica