Últimas indefectivações
quarta-feira, 27 de agosto de 2025
Reviravolta...
Leiria 2 - 4 Benfica
Guga(2), Stevan, Edokpolor
Sobral; Duarte, Ndembi, Gaspar, Zé Neto; Quintas, Gil Neves; Afonso, Umeh, Olívio; Guga
Vitória justa, mas desnecessariamente complicada, com um Benfica superior, mas em desvantagem, a perder por 1-0, empatados 2-2, e só na recta final, conseguimos os dois golos da vitória!
Tal como na B, estamos a jogar bem, e com muita atitude. Bons sinais da nossa formação neste início de época...
Alerta...
"O SL Benfica irá realizar a partida decisiva que garantirá o acesso à UEFA Champions League, na quarta-feira, contra os turcos do Fenerbahçe.
Tanto os encarnados como Pedro Proença (FPF) sabem da importância capital que tem este encontro para as aspirações portuguesas em termos de coeficiente para o ranking da UEFA, bem como pelos prémios monetários.
Nos corredores da arbitragem uefeira, há muito que este jogo está a ser preparado. Se Proença quer mostrar a sua força e influência - são sobejamente conhecidas as suas ambições internacionais - nas mais altas instâncias da organizadora da competição, tem aqui uma excelente oportunidade. É sabido que a Federação Turca de Futebol está a tentar, por todos os meios, exercer pressão e preponderância para que o árbitro da partida seja alguém mais favorável as suas pretenções.
Para os turcos, o factor José Mourinho não será suficiente para vir à Luz "sacar" o resultado que precisam. É necessário um árbitro "amigo".
A federação turca sabe, o Fenerbahçe sabe, o Benfica sabe e Pedro Proença também sabe...
Se realmente o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol quer mostrar ao mundo que Portugal merece estar entre os melhores e ao mais alto nível, NÃO PODE PERMITIR este tipo de "pressão" sobre a arbitragem da UEFA. Tudo está a ser preparado para que no Estádio da Luz haja uma "surpresa".
Fiquem atentos ao homem do apito!!"
36,73% !!!
Tempo útil ⏱️ 36,73%
— Fever Pitch (@Fever_PitchFC) August 25, 2025
😳😳😳 https://t.co/t02SonFzSN
Competência
"Depois de um empate competente em Istambul que, face às circunstâncias do jogo, terá se considerar positivo, o regresso à Liga mostrou uma equipa sólida, com soluções e capacidade para gerir os vários momentos do jogo e do calendário. Com uma ala direita a mostrar serviço e onde Dedic, jogo após jogo, mostra que é uma aquisição valiosa, também o meio-campo e os dois avançados deram sinais de um entendimento cada vez maior e antecipam, quando estiverem totalmente entrosados, grandes "estragos" no campeonato português.
Até à interrupção para as seleções do início de setembro, o Benfica terá de continuar a fazer a sua "pré-época", a entrosar e rodar a equipa e a integrar os reforços em plena competição, a lutar por pontos, discutir troféus e a tentar apurar-se para mais uma "Champions".
Para ultrapassar esta fase faltam dois jogos muito importantes. Já na próxima quarta-feira com o Fenerbahçe e no próximo domingo em Alverca. Dois jogos em que se pede concentração máxima e que trarão dificuldades que a equipa parece preparada para enfrentar, pois revela cada vez maior solidez e maturidade, refreando a vertigem que a caracterizou num passado recente e parecendo ser capaz de "congelar" o jogo e manter a posse de bola quando o jogo assim o exige.
Pode ser menos exuberante, mas parece mais eficaz, até porque manter o zero na nossa baliza, com os jogadores que o Benfica tem na frente, é meio caminho andando para ganhar. E é de ganhar estes jogos que todos os adeptos anseiam para que possam, felizes, respirar um pouco em setembro. Que a competência se mantenha, pois, a exuberância pode esperar..."
12 anos e 10 treinadores depois, será que se aprendeu algo no Man. United?
"Apenas os resultados não mudaram nos 'red devils' e é a falta destes que faz aumentar a pressão à volta de Amorim, que assumiu um verdadeiro trabalho de Hércules em Manchester
Escrevi aqui, há semana e meia, que Ruben Amorim tinha de começar a entregar. Injusta ou não a cobrança, e acredito que o seja, se não o fizesse a pressão iria disparar. Bem dito, bem feito e voilá! Dois jogos e um ponto depois, pede-se a sua cabeça!
Pode não ser justo, mas é hora de Ruben Amorim 'entregar'.
Os adeptos têm sempre menos paciência e muitos entendem que o português teve o que pediu, sobretudo pelos milhões gastos em avançados, ainda não traduzidos em golos. Assim, «acabaram-se as desculpas». Wayne Rooney, que todos já percebemos que não será um génio no banco, disse-o, letra por letra. É que o Manchester United também vive disto e em excesso: velhas glórias com voz transformadas em líderes de opinião.
Se compararmos o final da última época com os jogos realizados, um deles a receção de elevado grau de dificuldade ao Arsenal, é impossível não ver melhorias. Há mais agressividade, a equipa parece mais à imagem do técnico. Quando finalizar melhor e se seguir o processo até ao fim dos 90 minutos os resultados aparecerão. Mesmo assim, faltam peças cruciais. Um guarda-redes, que nunca poderá ser Bayindir ou Onana, sobretudo agora que Ruben Amorim perdeu a confiança no camaronês, seria reforço tão importante como foram Matheus Cunha, Mbeumo ou Sesko.
Além disso, um médio, que acrescente qualidade de passe e dimensão física, e seja o motor da equipa, também não existe no grupo. A Ugarte falta o lado de construtor e Casemiro apresenta-se no ocaso da carreira. Também novas opções para as alas seriam bem-vindas. Faltam três ou quatro jogadores e não é certo que o português receba algum.
Há ainda questão de resolução difícil. O melhor jogador e capitão, Bruno Fernandes, não encontra a sua melhor posição no 3x4x2x1. É verdade que o português não sabe jogar mal, mas fazer de 8 no duplo-pivot nos momentos sem bola fragiliza-o a si e à equipa. À frente, na posição Pote, que seria outra solução, está Mount. Para complicar, Mainoo fica no banco e os adeptos protestam.
Amorim terá diante do Burnley oportunidade para começar a trilhar outro caminho. Não basta dizê-lo, tem de mostrar que a equipa está diferente, aiinda que transformação tão profunda precise de mais tempo. Moyes, Giggs, Van Gaal, Mourinho, Solskjaer, Rangnik e Ten Hag trouxeram ideias, conhecimentos e lideranças diferentes no pós-Ferguson e falharam. Por isso, a lição continua à espera de ser aprendida — por adeptos, dirigentes, jogadores e até os treinadores."
Quem espera nem sempre alcança
"Às vezes, o comboio só passa uma vez. Muito raramente, passa duas. E se não aparecer nenhuma?
Um jogo decisivo, uma chamada à seleção, uma oportunidade num clube grande, uma final, parecem ser oportunidades transformadoras. Mas para quem tinha tudo para ser o melhor do Mundo, são só o reflexo disso mesmo. É normal que essas oportunidades aconteçam.
Por vezes, o comboio passa de repente. Uma lesão de um colega pode ser uma oportunidade inesperada no onze. O jogador tem de estar pronto, até porque não há garantias de que volte a aparecer. Esta parecia ser a história do guarda-redes Marc-André ter Stegen.
Começou a jogar futebol como avançado, no entanto perto dos 10 anos teve a coragem de substituir o guarda-redes da sua equipa juvenil que se lesionou em jogo. A paixão pela baliza foi quase automática. Antes de fazer 19 anos, estreou-se na baliza do Borussia Monchengladbach e tornou-se rapidamente num dos guarda-redes mais falados do Mundo.
Aos 22 anos, foi oficialmente apresentado como jogador do Barcelona, clube que representa até hoje. Entre 2014 e 2025, foram muitas as conquistas. Mas a relação entre ambos já foi bem melhor. No início de agosto, o Barcelona removeu temporariamente a sua braçadeira de capitão. Ter Stegen recusou-se a assinar o registo de relatório médico, necessário para justificar uma baixa de longa duração, que permitia ao clube poupar 80% do seu salário, segundo os critérios rigorosos de gestão financeira que tem sido alvo.
Não é a primeira vez que recebe um murro no estômago.
No auge da sua carreira, entre 2015 e 2020, nunca conseguiu ser o titular da seleção alemã. Foi sempre o número 2. Nem mesmo com pressão de referências, conseguiu.
Lothar Mattahus, o jogador com mais internacionalizações pela Mannschaft, chegou a afirmar que após a grave lesão de Manuel Neuer, o titular da Alemanha devia ser Ter Stegen. Pediu a oportunidade de estar num jogo importante como titular, mesmo que Neuer estivesse disponível, mas o resultado é que houve quem fizesse uma pressão ainda maior. Em 2019, o Bayern chegou mesmo a ameaçar deixar de ceder jogadores à seleção se Neuer perdesse o lugar para Ter Stegen. Todos sabemos quem ganhou. A real oportunidade nunca apareceu e a esperança é cada vez menor.
No Euro-2020 (realizado em 2021, devido à pandemia Covid-19), o titular da baliza da seleção voltou a ser Manuel Neuer. Ter Stegen não participou por estar lesionado.
Essa altura é provavelmente o trigger-point da (ainda não anunciada desistência) sua carreira. Em agosto de 2020 foi operado ao joelho direito. De acordo com os serviços médicos dos blaugrana, a cirurgia ao tendão patelar foi um sucesso e permitiu corrigir algumas fibras tendinosas que lhe causavam dor.
Em maio de 2021 voltou a passar por um procedimento terapêutico no tendão patelar. Começou aqui uma nova saga da sua carreira, as lesões. De qualquer forma, fica a ideia que mesmo que estivesse apto fisicamente dificilmente ia tirar o lugar a Neuer.
Em dezembro de 2023, durante uma pausa para viagens internacionais com a seleção alemã, Ter Stegen teve dores persistentes na região lombar. Após tratamento conservador, o Barcelona confirmou que não resultou e resolveram submetê-lo a uma cirurgia na região lombar. Esteve indisponível cerca de dois meses.
A 24 de julho de 2025, Ter Stegen voltou a ser submetido a uma cirurgia na região da coluna lombar. Por precaução, a equipa médica estimou um tempo de recuperação maior, para garantir uma recuperação segura e sem recidivas. Mas a reação do capitão foi diferente. À entrada para a sua 11.ª época no clube, defendeu que houve muitas informações incompletas acerca do seu estado clínico e acabou por não assinar logo o relatório médico.
Lá acabou por aceitar assinar o consentimento, passado um dia da decisão da sua destituição como capitão dos catalães. O relatório foi validado e confirmou que o alemão ficará afastado pelo período mínimo de quatro meses. Consequentemente, Joan Garcia pôde ser inscrito e será o provável titular da equipa nos próximos tempos.
A tensão entre Ter Stegen e o Barcelona, especialmente em 2025, pode ser interpretada como o resultado de uma conflituosa dinâmica de liderança desportiva. A dificuldade dos clubes em equilibrar os interesses do jogador com as exigências do fair-play financeiro e da gestão institucional. O atleta não concorda que para o mesmo diagnóstico médico desta vez o tempo de recuperação seja pelo menos o dobro. Normal. Acho eu.
Mostrou cautela pessoal e profissional, talvez por medo de ser descartado, mal interpretado ou até substituído. A sua reação é compreensível para alguém com histórico recente de cirurgias. Do ponto de vista do clube, mostra fragilidade na gestão do grupo e na comunicação de timing de recuperação.
Por outro lado, a resolução rápida do caso com o guarda-redes a reassumir a braçadeira de capitão mostra que houve diálogo. Mas também demonstra que o verdadeiro comboio nunca passou na vida de Ter Stegen. E pelo andar da carruagem, não vai passar."
Passaram 87 dias
"A VARGONHA CONTINUA!
1. O Benfica foi roubado no dia 25 de maio de 2025: roubaram-lhe uma Taça de Portugal no Jamor. Foi a céu aberto, passou em direto na televisão, ninguém nos contou, todos vimos com os nossos olhos, não há volta a dar-lhe.
2. O Benfica emitiu um comunicado de protesto, de revolta, de indignação - nada mais natural, nada mais justificado. Foi multado por isso. Não interessa se o valor é alto ou baixo - e é baixo -, interessa que o Conselho de Disciplina entendeu que o Benfica tinha que ser multado. A multa podia até ser só de meio tostão furado, não deixa de ser multa, não deixa de ser um castigo, a intenção de penalizar o Benfica está toda lá.
3. Entretanto, todos tomámos conhecimento da transcrição dos audios do VAR e seus assistentes a propósito do pisão de Matheus Reis na cabeça de Belotti. Pode aquele senhor, que é tido como o melhor VAR português, Tiago Martins de seu nome, desconhecer o protocolo? Não! Mas, ignorando o protocolo, entregou a Taça de mão beijada ao Sporting. Passaram 87 dias: foi castigado? Não! Dá até ideia de que o Conselho de Arbitragem está a ver se o tempo passa e a coisa cai no esquecimento. Só lhes falta nomear o senhor Tiago VARgonha Martins para VAR de mais jogos do Benfica.
4. Dir-se-á que uma coisa é o Conselho de Disciplina, que multou o Benfica, e outra é o Conselho de Arbitragem, que faz vista grossa e não castiga Tiago VARgonha Martins e os seus dois assistentes, cúmplices, também eles, do roubo do Jamor. Acontece que a verdade desportiva e o bom nome do futebol português têm que ser garantidos, doa a quem doer, pela FPF, que tutela, precisamente, aqueles dois orgãos. Quem pode voltar a acreditar no VAR se roubos como o do dia 25 de maio no Jamor ficam impunes?
5. Se e quando Tiago VARgonha Martins e seus assistentes-cumplices forem exemplarmente castigados - em Inglaterra, exemplo tomado com bom sempre que se fala de futebol, já tinham sido os três corridos da arbitragem -, se e quando forem exemplarmente castigados aqui virei sem qualquer problema reconhecer que a justiça foi feita. Até lá ninguém pode esperar que os Benfiquistas fiquem calados."
Finalmente!
Finalmente, o Conselho de Disciplina da FPF reage com firmeza e transparência sobre a vergonha de Godinho e Martins no Jamor! pic.twitter.com/5VOpMHFu7m
— Fever Pitch (@Fever_PitchFC) August 26, 2025
Continua para a semana
"1. Todos os anos é assim. O objetivo maior do futebol
do Benfica é o título de campeão nacional de futebol. Julgo que nisto estamos todos de acordo.
O Benfica foi fundado em 1904 e soma 38 títulos de
campeão nacional, e não há emblema em Portugal
que o acompanhe nestes números. O título 39,
admitamos, já está a tardar.
2. O título número 38 chegou em 2022/23, e depois
dessa campanha vimos os nossos rivais, por duas
vezes, sagrarem-se campeões. Dois anos sem sermos campeões são muitos anos. Basta, não?
3. O Benfica começou a Liga de 2025/26 por não
começar, isto é, adiou o seu primeiro jogo – com
o Rio Ave na nossa casa – para finais de setembro
para aliviar a carga entre os dois desafios com
o Nice. Fez bem? Fez mal? O certo é que o Nice já
lá vai, e o Benfica discute agora noutro patamar
o acesso à Liga dos Campeões.
4. Voltemos ao Campeonato. O jogo-estreia acabou
por ser o da 2.ª jornada, com o Estrela da Amadora
no campo do Estrela. O resultado foi
o que se queria, uma vitória. Foi o que se queria
e o que se quer em todos os jogos, uma vitória igual
a 3 pontos. A exibição esteve muito longe, longíssimo, de agradar. A arbitragem foi medíocre, e fiquemo-nos por aqui. O estado do relvado nem classificação tem. Bruno Lage confessou que, no fim do
jogo, disse aos seus jogadores “bem-vindos à liga
portuguesa”. Muito bem dito.
5. A discussão com o Fenerbahçe pelo acesso à Liga
dos Campeões continua na próxima quarta-feira,
na Luz. A partir do momento em que o Benfica ficou
a jogar com 10, depois da expulsão de Florentino,
o resultado de 0-0 passou a ser o desejável. Até
ao cartão vermelho a Florentino, o Benfica
e o Fenerbahçe produziram um jogo equilibrado.
Talvez equilibrado demais para o nosso gosto,
é verdade. Para o nosso gosto e para as possibilidades da nossa equipa no confronto com a equipa
turca.
6. O Benfica é melhor equipa do que o Fenerbahçe e
vai, certamente, provar isso já na próxima semana.
7. Com o anúncio da candidatura do ex-presidente
Luís Filipe Vieira às eleições de 25 de outubro, tudo
indica que serão seis os candidatos à presidência
do Clube. É um número que impressiona. O meu
maior desejo é que a campanha eleitoral decorra
de molde a orgulharmo-nos da tradição democrática deste extraordinário clube a que pertencemos.
E, ainda no âmbito dos desejos, que os órgãos de
comunicação do Benfica, o jornal e a BTV, acompanhem o essencial das iniciativas das candidaturas
e disponibilizem o mesmo espaço e o mesmo
tempo a todos os candidatos. E que viva o Benfica!"
Leonor Pinhão, in O Benfica
Da sombra à glória
"APÓS UM LONGO PERÍODO FORA DAS OPÇÕES,
JOSÉ BASTOS APROVEITOU UMA OPORTUNIDADE INESPERADA PARA
SE FIXAR ENTRE
OS TITULARES.
Num plantel de 25 jogadores, só 11 pisam o relvado
de início. Os outros esperam, entre a fé e a frustração, que chegue a sua hora.
Mantêm o corpo em forma e
o espírito sereno, porque sabem
que a oportunidade não avisa.
A esperança é chama e sombra:
tanto inspira como inquieta.
“Quando voltarei a jogar?” A pergunta ecoa no silêncio dos dias.
Mas os grandes atletas não
desesperam. Trabalham no escuro, longe dos holofotes e dos
aplausos. E, quando o momento
chega, agarram-no com alma
para não mais o soltarem.
José Bastos teve um início de
carreira de sonho. Começou
a jogar futebol como federado ao
serviço do seu clube do coração, o
Benfica. Distinguiu-se nos vários
escalões de formação e estreou-
-se oficialmente pela equipa de
honra frente ao Lusitano, na 21.ª
jornada do Campeonato Nacional
1949/50. Nessa época, sagrar-se-
-ia campeão nacional como titular da baliza dos encarnados.
A temporada terminou de forma
épica, com a vitória na Taça Latina. Nos anos seguintes, consolidou-se como uma verdadeira
muralha, tornando-se indispensável nas redes benfiquistas.
Contudo, com a chegada de
Costa Pereira, o seu lugar passou
a estar em risco, até que o perdeu
para o novo companheiro de
equipa. Bastos passou para um
lugar que todos os jogadores
temem: o de suplente. No final
da temporada 1955/56, parecia
remetido a terceira opção, en -
quanto o jovem Sebastião era
testado num amigável frente ao
Flamengo, para definir quem
seria o número 1 dos encarnados
na disputa da Taça Latina.
Numa tarde de infelicidade, o
guarda-redes sofreu dois golos
comprometedores e foi substituído por Bastos. O guardião entrou
e exibiu-se com uma segurança
impressionante: “Pareceu-nos
senhor de si próprio, dominando
bem a situação. Oportuno a sair,
feliz num ou noutro lance e uma
defesa de grande valor, em voo e
a soco, a safar o tiro de um livre
de Rubens.” No final do jogo,
Bastos saiu do relvado com um
sorriso rasgado. “Há praticamente duas temporadas que estava
afastado do primeiro team […],
esperei sempre uma oportunidade como esta. Confesso, porém,
que às vezes desanimava… Hoje,
sinto-me tão feliz como se me
tivesse saído a sorte grande.”
Otto Glória confirmou: Bastos
seria o titular em Itália. O guarda-redes correspondeu às expetativas e, apesar da derrota nas
meias-finais frente ao AC Milan,
esteve irrepreensível. No jogo de
atribuição dos 3.º e 4.º lugares,
o Benfica ganhou ao Nice por
2-1, e Bastos foi um dos heróis do
encontro. Com uma estupenda
exibição, deixou a imprensa
radiante, considerando ter sido
o jogo da sua vida. Impulsionado
por estas prestações, foi indiscutível na temporada seguinte,
contribuindo com as suas defesas para que os benfiquistas
ganhassem o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal.
Saiba mais sobre este fantástico jogador na área 22 – De
Águia ao Peito, do Museu Benfica
– Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
3 pontos
"Num jogo de futebol, ganhar não
é a coisa mais importante: é
a única!
Nessa medida, os 3 pontos obtidos na Reboleira serviram inteiramente os interesses e os
objectivos do Benfica. Numa jornada entalada entre duas
importantíssimas eliminatórias
europeias, não seria de esperar
exibição de encher o olho. Havia
que vencer da forma mais simples possível, e rapidamente
voltar o foco para os (muitos)
milhões em jogo na frente
externa. Foi o que aconteceu:
vitória tangencial sem grandes
adornos. Apesar de nunca ter
jogado futebol profissional,
facilmente verifico que isto
sucede com as melhores equipas do mundo – até porque os
jogadores não são máquinas, e
os dias de recuperação são cada
vez mais escassos.
Na partida frente ao Estrela
– e tal como Bruno Lage afirmou
de forma polida na conferência
de imprensa – tivemos também
uma súmula daquilo que nos
espera daqui em diante. Relvados em mau estado, estádios
miseráveis, arbitragens fracas
e tendenciosas, adversários
arreganhados e orientados por
treinadores especializados,
antes de mais, em não deixar
jogar. É esta a Liga portuguesa,
insuflada por um número
absurdo de clubes face à realidade social, demográfica e desportiva do país.
No sábado, frente ao Tondela,
mudará o palco. O resto será
idêntico: um adversário a lutar
de forma expedita pelo pontinho, e, temo, mais uma arbitragem à antiga portuguesa.
Havendo compromissos europeus antes e depois, esta será,
assim, outra jornada de alto
risco.
Num Estádio da Luz cheio,
podemos, e devemos, fazer
a nossa parte, empurrando
a equipa para a frente – sobretudo nas fases do jogo em que
ela mais precisar da nossa
ajuda –, e percebendo que
a ocasião não é para requintes.
A época vai ser longa, e haverá
certamente ocasiões para ver
bons espectáculos. Por agora,
precisamos só dos pontos."
Luís Fialho, in O Benfica
A rua
"Digo muitas vezes que o futebol
começa na rua. Não o digo por
retórica ou porque soa bem
a frase, digo, sim, porque a rua
é um espaço social por excelência. Trata-se do espaço público,
acessível a todos, raso e nivelador, onde potencialmente todos
se encontram e onde tudo o que
é coletivo se passa, dos campeonatos do Benfica às revoluções de abril, assim como dos
dias mais negros aos mais felizes da nossa história, da história de todos os povos.
É por isso que nela se joga
e celebra o grande jogo das paixões, a que chamamos futebol
e que tem muito mais nele do
que a simples mecânica do jogo,
a beleza da estratégia ou os
apontamentos de arte que
fazem dele uma quase hipnose
coletiva. Também o futebol é
chão, nivelador e agregador de
gente. Também o futebol junta,
une e mobiliza.
Imaginem agora que se juntam
os dois, o futebol e a rua, que a
seguir alcançam quinas ao peito
e se fazem seleção. E que, em
cima disto, o Benfica ajuda. Aí a
dimensão alcançada potencia-
-se, levanta-se o sonho de um
mundial que já foi quase, e os
nossos jovens, escolhidos por
todo o país, partem de coração
cheio para lutar uma vez mais
pelo caneco.
Tudo isto fez e faz a impressionante obra social da nossa parceira CAIS, uma associação que
vê para lá da condição de cada
um e acredita no melhor que
todos temos para dar, mesmo
que esteja no fim da rua!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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