"A Matilha não morde, mas mente. É essa a sua arma: a mentira. Foi para isso que os escolheram a dedo: medíocres intelectuais, fracassados nas suas profissões, gente basicamente reles e facilmente manobrável. São pagos como príncipes, estes mendigos de D. Palhaço. Têm avenças de milhares pagos por jornais e televisões em troca da sua ridicularia. Por dinheiro fazem tudo menos ser dignos.
Certa vez, em Teerão, na primeira cimeira dos Aliados, Winston Churchill chicoteou Estaline com esta frase assassina: «Em tempo de guerra, a verdade é tão preciosa que deve estar sempre protegida por um guarda-costas de mentiras».
Não vejo que membro da Matilha possa ter lido Churchill. Todos eles, sem excepção, têm aquela sabedoria de comprimidos adquirida no Reader's Digest. Mas eles sabem tudo sobre as mentiras e com elas procuram disfarçar a verdade indesmentível de um Mundo corrupto até ao tutano.
O Merceeiro-dos-Tiques-Esquisitos já ameaçou do alto da sua cátedra podre prejuízos para breve. Ele sabe. Sabe que de um momento para o outro, um árbitro prostituído, cumprirá o seu dever para com o Madaleno. Todos eles sabem. O Copiador-Barato-de-Livros-Alheios, o Baladeiro-da-Melena-Sebenta, o Banqueiro-Degenerescente, o Bola-de-Banha-Fanfarrão...
Algo se prepara nas sórdidas esquinas que vão da Alumiara a Santo Ovídio, reino velhaco do suborno.
Dia a dia, a matilha propaga os seus ganidos. E esses ganidos são estridentes, histéricos, e o seu bafo insuportável fede nos nossos calcanhares. Ladram porcarias e abanam as caudas à espera que a bota de D. Palhaço lhes acerte na boca ou no cachaço. E, aí, lambem-lhe as mãos..."
Afonso de Melo, in O Benfica