Últimas indefectivações

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

A “Lage” que suportou o Benfica

"No dia 3 de Janeiro, Rui Vitória abandonou oficialmente o cargo de treinador do SL Benfica e o banco das águias ficou interinamente a cargo de Bruno Lage, à data, o treinador da equipa B dos encarnados. O Benfica, vindo de uma derrota por 2-0 frente ao Portimonense SC, encontrava-se nesta altura a sete pontos do líder FC Porto, ocupando o quarto lugar. Estando o clube da Luz prestes a atravessar uma das fases mais complicadas e exigentes da época, não se avizinhava vida fácil para Bruno Lage.
Três meses depois deste sucedido, o Benfica anulou totalmente a diferença pontual para o rival do norte, ocupando o primeiro lugar em igualdade pontual com a equipa de Sérgio Conceição. Derrotou o Sporting CP por 2-1 e estava com meio pé na final do Jamor. Na Europa, os encarnados superaram uma eliminatória complicada face aos turcos do Galatasaray SK e viraram a eliminatória frente ao GNK Dínamo Zagreb. Face ao sucesso da equipa, Bruno Lage renovou contrato até 2023.
Posto isto, qual a razão do sucesso da equipa de Bruno Lage face à de Rui Vitória?
Logo à partida, no primeiro jogo de Bruno Lage, uma suada vitória por 4-2 frente ao Rio Ave FC, foi possível notar mudanças de cariz táctico, mas também anímico. Lage não teve receio de implementar, sem grande tempo de treino com a equipa, o tão desejado 4-4-2, apostando no jovem João Félix pelo meio a aparecer por trás de Seferovic. Este modelo táctico é, no entanto, muito permeável podendo variar para um 4-2-3-1 ou até mesmo um 4-3-3 mais típico de Rui Vitória, com João Félix à esquerda e Pizzi a fechar ao meio. Esta permeabilidade deve-se à liberdade de movimentos e trocas posicionais, sobretudo entre João Félix e os extremos, papéis ocupados maioritariamente por Rafa e Pizzi, que passou a ser desviado para a direita. Rafa encaixa como uma luva neste sistema, utilizando a sua enorme velocidade para procurar a profundidade nas costas da defesa adversária, dando sempre uma opção de passe diferente à equipa encarnada. É também letal no transporte de bola em situação de contra-ataque e provoca grandes desequilíbrios no sector defensivo adversário.
Este sistema de jogo permitiu retirar o melhor de jogadores em sub-rendimento como Pizzi, Samaris ou Gabriel, mas sobretudo João Félix, que com Rui Vitória aparentava estar algo perdido a jogar na ala. Numa posição de 9 e meio, mas em movimento constante, Félix conseguiu aproveitar toda a sua qualidade técnica e capacidade de remate, apontando nove golos e três assistências na era de Bruno Lage, chegando também a vencer o prémio de melhor jogador, em Janeiro, na Liga Portuguesa.
Com a passagem de Pizzi para a direita, assumindo a função de falso ala, Lage incluiu Gabriel no 11 inicial, tendo o brasileiro adicionado uma excelente qualidade de passe e organização ofensiva ao meio campo encarnado, trazendo também uma maior solidez e compreensão no momento defensivo, acrescentando a sua boa capacidade no jogo aéreo, qualidades que Pizzi não era capaz de trazer à equipa.
É também curioso observar um Benfica bastante sólido e seguro defensivamente, algo que Bruno Lage conseguiu transmitir, ao entregar as tarefas defensivas no centro do terreno a Samaris, que não contava para Rui Vitória. O camisola 22 contou sempre com bastante ajuda do seu companheiro de meio campo, Gabriel, tornando o sector mais agressivo e reactivo na perca da posse de bola. No entanto, a defesa começa no ataque, sendo que Rafa e Seferovic contribuem bastante para a pressão ofensiva, provocando muitas vezes percas de bola em zonas defensivas do oponente.
Após o momento de recuperação de bola o Benfica apresenta uma construção de jogo mais apoiada e rápida, baseada em combinações e passes curtos, evitando quase sempre a solução longa. Pizzi é fundamental neste estilo de jogo e, mesmo desviado para a ala, continua a ser o maestro da equipa, sendo o principal pensador do jogo dos encarnados. Este estilo dá uma grande primazia ao centro do terreno, contrariando o futebol mais canalizado pelas alas, de Rui Vitória.
O futebol de Bruno Lage exige o máximo esforço e intensidade da equipa, tanto no momento ofensivo como no momento defensivo. Este esforço leva a um grande desgaste físico por parte dos jogadores, desgaste que é necessário saber gerir e Bruno Lage tem-lo feito com excelência. O setubalense demonstra ter uma enorme confiança em todos os elementos do plantel, apostando frequentemente em elementos com menos tempo de jogo ou mesmo elementos da equipa B. Um grande exemplo desta confiança foi o jogo em Istambul, frente ao Galatasaray SK, onde apostou numa equipa repleta de jogadores menos utilizados e jovens da formação (foi o onze mais jovem da última Liga Europa).
São facilmente observáveis as mudanças tácticas que Bruno Lage implementou na equipa, mas a meu ver, a maior diferença face à equipa de Rui Vitória será necessariamente em termos anímicos. Vemos o plantel do Benfica com uma maior atitude e motivação para todos os jogos, enfrentando qualquer desafio sem receio, sempre apoiado pelos adeptos que, na era de Bruno Lage, têm comparecido em massa. Para esta motivação muito contribuem os bons resultados da equipa, mas também a forma como Lage é capaz de gerir o plantel e manter todos os jogadores focados e motivados. A comunicação do treinador, tanto interna como externa, tem agradado bastante ao universo benfiquista.
A popularidade de Bruno Lage ascendeu de forma repentina, sendo já um dos treinadores favoritos do público português. O potencial do técnico é já conhecido em Portugal, mas começa também a expandir-se além-fronteiras, começando o seu nome a aparecer associado a clubes estrangeiros. 
Conseguirá Bruno Lage manter este sucesso repentino no Benfica? Passará o seu futuro por um gigante europeu? Teremos de esperar para ver o que nos traz esta jovem promessa no mundo dos treinadores."

Cadomblé do Vata (Apuramento fantástico...)

"1. Com o fantástico apuramento do FC Porto para a Liga Europa, vão entrar cerca de 3 milhões nos cofres do SL Benfica... esta foi a forma que o clube falido e sob intervenção da UEFA encontrou, para saldar a dívida relativa ao processo dos e-mails.
2. O Benfica só esperou 24h após o agora famoso "jackpot azul e branco" para renovar com Taarabt... isto é literalmente "rebentar o dinheiro todo na bebida".
3. Começou muito bem a época para as equipas portuguesas, com participações meritórias em competições internacionais de Verão... o Benfica conquistou a ICC e o FC Porto foi finalista da pré eliminatória da Liga dos Campeões.
4. Num editorial publicado no Jornal do Benfica, o director do mesmo atacou duramente um vice presidente do Glorioso, sugerindo inclusive que ele quer suceder ao Pinto da Costa... prossegue o arraso do SLB ao FCP: roubamos-lhes 3 milhões, ficamos com o lugar deles no Pote 2 da Champions e apeamo-los do pódio de maior desestabilizador do Benfica.
5. Jorge Jesus considerou Pablo Aimar o melhor sul americano que treinou... avaliação estranha do homem que fez de Emerson uma aposta pessoal."

Tomás Tavares 2024

Poucos dias depois de integrar oficialmente o plantel principal, temos a renovação do Tomás...
Tenho poucas dúvidas no potencial do Tomás, vai ser titular do Benfica, provavelmente ainda antes do fim da actual época, seja a defesa-direito ou a defesa-esquerdo, ou em qualquer outra posição... é só uma questão de tempo.

Derrota na estreia...

Rio Ave 1 - 0 Benfica


Jogo complicado, contra uma equipa talentosa, num jogo que ficou marcado pelo vento fortíssimo, que condicionou e muito a estratégia do jogo... O resultado mais justo teria sido um empate, mas acabámos por desperdiçar demasiadas oportunidades!

Tal como o ano passado, esta equipa vai passar por várias dificuldades. Somos os únicos que têm equipa B e sub-23, e isso deixa-nos em 'desvantagem'...!!! Mas na minha opinião este 'escalão' acaba por ser importante para dar 'minutos' a jovens que neste momento não tem capacidade para entrar na equipa B, e precisam de cenários mais competitivos do que o nacional de Juniores...

Nota para as estreias oficiais do Fabinho, do Azevedo e do Borges.

Golo à Maradona de Saviola contra o Belenenses



"Talvez seja justo dizer que a temporada 2009/2010 foi o início deste Benfica moderno, que finalmente deixava o Vietname para trás e reassumia o seu papel de maior clube Português também no campo e não apenas nas bancadas. Jorge Jesus mostraria muitos defeitos mais à frente, mas na sua primeira época foi a revolução que o clube precisava, alicerçado com uma grande equipa que ia desde David Luiz e Luisão na defesa, Di Maria e Pablo Aimar no meio campo, até à inesquecível dupla Cardozo e Saviola. E foi este último que brilhou na 4ª jornada, na deslocação ao Restelo para jogar com o verdadeiro Belenenses. Os milhares de Benfiquistas que praticamente enchiam o estádio do clube da Cruz de Cristo nunca esquecerão o que os seus olhos viram e quem viu pela televisão também não. Javier Saviola pegou na bola ainda antes do meio-campo e só parou quando ela entrou dentro da baliza. Um daqueles golos para mais tarde recordar (tipo uns 10 anos depois num site chamado "Benfica Independente"), numa tarde de goleada e festa Benfiquista."

O Brinco do Baptista #12

Benfiquismo (MCCLXII)

Cerimónia...!!!

Taarabt 2022

Quem diria? O Taarabt e renovar, creio, com satisfação da grande maioria da massa associativa!!!
O rapaz está feliz, motivado, mesmo partindo do banco, nota-se que está focado em 'jogar'... e qualidade foi que nunca ninguém duvidou!!!
Suspeito que o salário 'baixou'... mas independente da questão financeira, neste momento é um jogador claramente diferenciado, e com a lesão do Gabriel (já são duas...), não temos mais ninguém para substituir o luso-brasileiro, com qualidade ofensiva de passe no miolo...


PS: Na 'onda' das renovações, falta na minha opinião, a do Grimaldo e a do Rúben...

O que ainda vem por aí...!!!

"Não é como começa, é como acaba. O presente é bom pela clivagem financeira e de imagem entre os dois clubes, aprofundada pelo triunfo na ICC e presença na Champions League.
Todavia, podemos contar com tudo, mas tudo mesmo, para travar o nosso caminho de mérito. Das tentativas de interdição do estádio, às campanhas em volta dos processos crime, aos joguetes das associações do Porto e de Braga, aos serventuários da FPF e Liga, tudo virá à liça. Se o alvo predilecto da época passada foi Luís Filipe Vieira, e vai continuar a ser, esta época tudo farão para atingir Bruno Lage. É o nosso Ás de trunfo, o multiplicador, o criador de espectáculo, o melhor comunicador do Benfica. É sobre a sua imagem que vão atirar.
Vão querer condicionar o jogo contra o Belenenses para que o Benfica possa surgir fragilizado na recepção ao F.C. Porto. Falarão na relação de proximidade com o Benfica que o Presidente da Codecity astuciosamente cultiva.
Referirão o desequilíbrio do campeonato como algo a corrigir (em seu benefício, claro).
Será nomeado um árbitro com potencial de dano porque um imparcial é demasiado amigável. Os índices de agressividade dos jogadores do Belenenses estarão elevadíssimos.
Do lado de lá já soam todas as campainhas, do lado de cá espero que não parem de tocar.
Cada jornada é uma final. Rumo ao 38."

Shrek

"1. Um hostel na Jamaica resolveu dar um charro por cada balde cheio de lixo da praia que seja entregue na recepção. Os tristes jogos da Liga portuguesa às segundas valem dois charros.
2. Já agora, só nas primeiras quatro jornadas, além de jogos às segundas e doses duplas às sextas, temos: Benfica - Paços às 21, SC Braga - Moreirense às 21, FC Porto - V. Setúbal às 21.30, Sporting - SC Braga às 21, Rio Ave - Aves às 21.15, Boavista - Paços às 21.30, V. Guimarães - Famalicão às 21, Belenenses - Boavista às 21.15, Gil Vicente - Setúbal às 21.30 e SC Braga - Benfica às 21. O futebol é uma festa, mas não de discoteca. A Liga come e cala e a Federação assobia para o lado.
3. O nosso campeonato é realmente menos sexy que os big-five, como diz Domingos Soares de Oliveira, mas não precisamos de ser o Shrek.
4. A propósito do caso Schettine: com quantos clubes da Liga o Benfica não tem negócios, seja através de compras efectivas, compras apalavradas, empréstimos ou passes partilhados? Acham que somos todos parvos?
5. Bruno Lage está a arranjar maneira de o Benfica entrar em crise quando ganhar 1-0.
6. José Mourinho, o fire one, diz que uma equipa sem posse pode ser dominante. Ele é o melhor exemplo. Sem clube, domina o espaço mediático.
7. «O IKEA vai investir 6 milhões na redução de preços». A frase parece estranha mas faz sentido. É exactamente isso que o Sporting tem de fazer sem deixar de ser competitivo, mas é precisa muita competência. Quem contratou um jogador nada barato que não encaixa na táctica (Vieto)?
8. Não digo que Miguel Pinho (agente de Bruno Fernandes) seja um espinho, mas quem quer água de rosas tem de chamar Jorge Mendes (e em tempo útil). Goste-se ou não.
9. O FC Porto perdeu €49,5M: 44 pela saída da Champions e 5,5 pelo fim de Saraiva (talvez Pinto da Costa tenha mesmo contratado um «aleijado»...)"

Gonçalo Guimarães, in A Bola

PS: Respondendo à tua pergunta no ponto 4: talvez, estejas mesmo a fazer papel de idiota útil!!!

Más notícias para o nosso futebol...

"Noite de pesadelo no Estádio do Dragão, para o FC Porto, que comprometeu, nos primeiros 45 minutos, a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões e o acesso a uma verba que na última temporada se aproximou dos 80 milhões de euros. Perante um adversário em estreia na prova mais importante da UEFA, o FC Porto sofreu uma derrota que lhe provocou danos irreversíveis (a nível desportivo e financeiro) e que será amargamente lembrado pelos adeptos nos anos que se seguem.
O clube azul e branco pagou o preço da saída em bloco, por razões diversas, de jogadores como Maxi, Militão, Felipe, Herrera e Brahimi, para além de não poder contar com Casillas, e sem que possa apontar-se a quem esteve ontem dentro das quatro linhas falta de entrega, ficou patente (como em Barcelos...) que houve menos arte do que o FC Porto precisava.
E agora, sem o acesso aos milhões da liga milionária, como vai a SAD portista pagar as contas e fazer face às despesas, num contexto de intervenção da UEFA, por razões de fair-play financeiro? Haverá saídas no plantel? E não será este o momento para olhar com outros olhos para os jovens saídos da formação, que não perdem em nada para algumas das aquisições? É em momentos destes que os grandes lideres se assumem, porque conseguem ver oportunidades onde os outros apenas vislumbram problemas.
Ser eliminado pelo Krasnodar, o Wrexham dos novos tempos, foi, para o FC Porto, uma espécie de momento-Kelvin ao contrário, e para o futebol português uma péssima notícia. Mesmo para o Benfica, que vai estar no pote dois do sorteio da Champions..."

José Manuel Delgado, in A Bola

A queda do jornalismo

"A subversão do que deveria ser uma normal concorrência não tem merecido a mínima atenção nem da ERC nem da Autoridade da Concorrência nem dos sucessivos governos, entidades que se encontram confortavelmente sentadas passando a responsabilidade umas para as outras

As sociedades democráticas assentam no pressuposto da igualdade de direitos e oportunidades entre cidadãos ou empresas, sendo aquelas garantidas pela constituição e pelo Estado através das entidades reguladoras de cada sector. É um princípio básico do desenvolvimento e do progresso, porquanto os privilégios e os direitos adquiridos, sendo estacionários, de certa forma impedem a renovação, o aparecimento de novos desafios e de novos caminhos. Não é uma tarefa fácil, porquanto os novos, quer sejam pessoas ou estruturas societárias, tiram espaço aos mais velhos, sendo que estes dificilmente abdicam das facilidades, entretanto, adquiridas. Enquanto nas pessoas estes problemas geram conflitos de gerações, nas sociedades levam à concentração de meios e sectores, quer na horizontal quer na vertical, proporcionado o desenvolvimento de monopólios que pelo seu tamanho e poder económico estão ao abrigo de novos chalengers. Todos sentimos esta realidade com o aparecimento de Google, Facebook e Amazon, empresas que, pela sua dimensão, conquistaram grande parte do mercado americano e europeu, desafiando os poderes nacionais de regulação e de concorrência.
Mas não é só a este nível que se sentem factores que levam, pela sua importância, à alteração das condições normais de concorrência. Ao nível dos países, quanto menor for o número de pessoas envolvidas e menor o número de empresas de cada sector mais fácil é, para estas, criar posição dominante assegurando dessa forma uma atitude predatória perante os concorrentes.
Ora é sabido que as empresas de comunicação social, com o desenvolvimento da era digital, estão a sofrer a maior crise da sua história com a diminuição das receitas na venda de conteúdos e na publicidade. Enquanto as televisões por cabo estão subordinadas aos interesses dos operadores, muitas vezes em actuação conjunta, os jornais sofrem com a expansão dos respectivos sites sem que estes consigam receitas significativas pelo acesso aos conteúdos, ou possam enfrentar os grandes sites agregadores. Esta realidade leva o que o mercado diminua o valor atribuído aos conteúdos gerados pelas empresas, diminuindo também o seu próprio valor, tornando-as vulneráveis a serem adquiridas ou pelo menos controladas por organizações de produção vertical dentro do sector ou pelo menos detentoras de acesso privilegiado e direito ao consumidor. Este novo equilíbrio muda radicalmente o conceito de empresas de comunicação social enquanto produtoras, em primeira linha, de conteúdos informativos com acesso direito ao consumidor e leva a que passem a ser meras fornecedoras de grandes supermercados digitais onde convivem com a venda de mercearia, de música, de filmes, etc. ou se convertem em meros canais de distribuição de direitos de espectáculos organizados por outrem.
Relativamente a direitos de espectáculos, nomeadamente desportivos, também aqui se assiste a uma concentração total não só na respectiva titularidade como na sociedade que detém os canais que os disponibilizam. Pese embora os conteúdos, sujeitos a direitos especiais, sejam normalmente exibidos em canais de acesso condicionado, desta forma rentabilizado o investimento na sua aquisição, parte deles são exibidos, em exclusividade e ao arrepio do estabelecimento legalmente como direito à informação, em canais próprios de acesso livre não condicionado. Situação que condiciona o aparecimento de alternativas dentro do mercado dos canais temáticos desportivos de acesso não condicionado, enquanto altera e subverte a normal concorrência entre os canais existentes.
Tudo isto tem vindo a ser observado e mediatizado com o relevo que esta realidade merece, mas não tem merecido e mínima atenção nem da ERC nem da Autoridade da Concorrência nem dos sucessivos governos, entidades que se encontram confortavelmente sentadas passando a responsabilidade de intervenção umas para as outras.
O nosso campo de batalha já está cheio de mortos. Felizmente, ainda há quem lute e tenha talento, força e coragem para resistir."

Mário Agra e Lima, in A Bola

Kraschou!!!


Actualização do SL Benfica no mercado: carências e afinações

"Já arrancou a época. Já se jogou a Supertaça e a primeira jornada do campeonato nacional.
17 dias se passaram desde a minha última actualização quando às actividades do SL Benfica no mercado de transferências. E a verdade é que a 20 dias do fecho não houve grandes desenvolvimentos.
Os dossiers mais relevantes parecem ter estagnado no tempo. Cervi, Fejsa e Zivkovic continuam sem espaço no plantel e sem perspectivas de saída. O mercado turco parece ser o mais interessado no médio defensivo sérvio enquanto o mercado argentino parece o único destino possível para o extremo argentino. O caso mais complicado é o do Zivkovic. Um jogador cheio de talento, mas incapaz de se afirmar nos relvados da Luz e do Seixal. As suas condições salariais provavelmente têm afastado os clubes que o poderiam receber por empréstimo.
A estes três junta-se também o belga Svilar. O jovem guarda-redes parece ter definitivamente perdido o seu lugar nesta época do Benfica – necessita urgentemente de jogar e como tal precisa de ser emprestado.
Neste momento, Zlobin fixou-se como terceiro guarda-redes, Vlachodimos como primeiro e Svilar como guarda-redes a rodar. Bruno Lage tem sido bastante insistente na ideia de o Benfica necessitar de concorrência a Odysseas, e essa não partirá dos actuais quadros clube.
Assim, à data de hoje, a novela da baliza da Luz continua. Péter Gulácsi é o último episódio desta. O internacional húngaro de 29 anos chegou ao RB Leipzig no Verão de 2015 vindo do Salzburgo. Em Fevereiro de 2016 agarrou a titularidade da baliza do clube alemão e manteve-a até hoje. Gulácsi foi considerado o melhor guarda-redes da última temporada da Bundesliga. Tem uma enorme capacidade de encher a baliza muito devido à sua altura (mais de 1,90 m) e aos seus reflexos. Muito forte entre os postes, apesar do seu tamanho, é um guarda-redes que cai rapidamente, o que lhe permite defender as bolas mais rentes ao relvado. Tem aquelas que para mim são as qualidades principais naquela posição: concentração e confiança. É um guarda-redes com muito boa leitura dos lances e um bom tempo de saída da baliza. Forte a fazer a mancha e com grande capacidade de reacção. Desconheço-lhe grandes qualidades com a bola no pé e parece-me que se sente demasiado confortável na sua pequena área, não sendo assim o guardião ideal para participar no processo defensivo e ofensivo do colectivo. Um jogador à imagem de Vlachodimos e, neste momento, ainda superior ao greco-alemão. Com o objectivo de criar uma forte concorrência na baliza encarnada, o húngaro parece-me uma excelente opção.
Contudo a concorrência do Sevilla FC e os altos valores pedidos pelo Leipzig indicam que este será só mais um nome numa longa lista de tentativas falhadas neste mercado encarnado.
Não só na baliza pode vir a haver novidades até ao fecho do mercado.
Anteriormente identifiquei aqueles que seriam os sectores a reforçar neste arranque de época: baliza, lateral direita e, possivelmente, a posição de defesa central direito e de médio centro.
Além de Péter Gulácsi também tem sido referido o interesse do Benfica nos seguintes jogadores: Juan Miranda, Strahinja Pavlovic, Lucas Silva, Jonathan David, Guilherme Schettine e Gian-Luca Waldschmidt.
O lateral esquerdo Juan Miranda destacou-se no europeu sub-19, mas o valor exigido pelo FC Barcelona e o forte interesse da Juventus parecem colocar as aspirações encarnadas fora de cogitação. Também a evolução de Nuno Tavares e a permanência de Grimaldo tornam este reforço como uma opção desnecessária.
Por sua vez, a contratação de Pavlovic é dada como iminente. O central sérvio de 18 anos é apontado com uma grande promessa europeia. Um defesa com grande qualidade técnica e capacidade de iniciar a construção de jogo da sua equipa, seja através do jogo curto ou longo. Seria um jogador para mais tarde lutar pela posição de Ferro.
O nome de Lucas Silva voltou a ser associados aos encarnados e potencialmente seria um excelente reforço para o meio-campo encarnado. Um médio centro com grande qualidade de passe, visão de jogo, remate de meia-distância e boa técnica. Também defensiva e posicionalmente apresenta bom desarme. Características ideais para o meio-campo a dois de Bruno Lage. O baixo valor é apelativo, mas também indicativo. Lucas Silva era, em 2015, uma das grandes promessas do futebol brasileiro. Ingressou em Janeiro no Real Madrid CF, não se impôs e foi emprestado ao Marselha onde também não se conseguiu impor. No Verão de 2016 foi diagnosticado com problemas cardíacos e esteve afastado dos relvados, tendo sido emprestado em 2017 ao Cruzeiro EC. Agora, com 26 anos, é uma incógnita. Os problemas cardíacos e o facto de não ter conseguido confirmar o seu potencial deixam dúvidas quanto à qualidade de uma maior aposta. Apesar de tentador, não me parece que a sua contratação seja a melhor opção para o Benfica.
Para o ataque têm surgido três nomes. O de Schettine já é uma novela antiga. Um jogador sem nada a acrescentar, mas parece estar a criar um duelo entre o clube da Luz e o SC Braga.
Jonathan e Waldschmidt surgem como dois nomes realmente interessantes para o ataque encarnado. Se inicialmente considerei ser uma posição sem necessidade de reforço, a verdade é que os últimos jogos do Benfica mostram que pode haver uma oportunidade a explorar. Bruno Lage tem apostado em Raul de Tomas como segundo avançado e não só o espanhol é desperdiçado nessa posição como não oferece à equipa o tipo de futebol que esta exige. É um ponta de lança e o facto de vermos pouco Jota e Chiquinho a actuarem na posição mostram que pode haver uma lacuna.
Com 19 anos, Jonathan é um jovem prodígio do futebol do Canadá, que em poucos meses agarrou o ataque do Gent da Bélgica. Um avançado móvel, com boa capacidade de finalização, drible e velocidade. Um jogador com potencial, mas que me parece ser mais indicado como um 9.
Sobre o alemão do SC Freiburg já falei anteriormente. Um verdadeiro segundo avançado, um jogador de enorme qualidade e que teria tudo para se impor no Benfica. Se antes o elogiei, mas descartei a sua utilidade, hoje considero que seria uma contratação magnifica para o futebol encarnado. Neste momento o 11 titular carece de um jogador que, à semelhança de Waldschmidt, actue no centro do terreno entre os médios e o ponta de lança, que jogue de frente para a baliza com capacidade tanto de distribuir o jogo como de assistir, rematar de meia distância e de aparecer em zonas de finalização. 
Chegamos a 14 de Agosto e podemos concluir que a baliza continua a ser a maior preocupação tanto do treinador como dos adeptos encarnados. Vlachodimos não tem concorrência e Gulácsi aparece como uma excelente, mas quase impossível alternativa.
As lacunas na lateral direita continuam a não apresentar preocupações à direcção encarnada e o reforço do meio-campo parece estar a ser ponderado com a incógnita que é hoje Lucas Silva.
A posição de segundo avançado parece merecer um maior forcing e, a confirmar-se o interesse em Gian-Luca Waldschmidt, pode ser o input de qualidade ofensiva que tornará o ataque encarnado numa verdadeira máquina ofensiva europeia. Tal contratação empurraria Raul de Tomas para a posição 9, o que levaria o Benfica a ter de aproveitar a recente valorização de Haris Seferovic, colocando-o no mercado."