Últimas indefectivações

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Como União é uma final da Champions

"O campeonato animou. Dois pontos separam uma mão-cheia de equipas. O cenário ficou bem melhor, com o FC Porto a perder pontos em casa do penúltimo classificado e o Sporting a ver quadradinhos no Bessa. 
Nem por sonhos poderia imaginar que os rivais perdessem pontos contra estes adversários. O Benfica também já teve o seu Arouca mas esta semana foi surpreendente.
Domingo na Madeira será um jogo difícil, porque segue-se a um jogo de Liga dos Campeões, porque há viagens sucessivas a aumentar o cansaço, porque Cosme Machado é o árbitro, e porque há um União motivado.
São vários perigos.
Mas se queremos lutar pelo título, não pode haver desculpas e ganhar é a única solução.
Desvalorizar a vitória do FC Porto na passada terça-feira contra o Chelsea, apenas por ser contra o 15.º do campeonato inglês, não é uma atitude inteligente.
O FC Porto jogou como ainda não tinha feita este ano e mereceu uma vitória difícil e importante.
O Benfica foi a Madrid fazer uma demonstração de classe. Ganhar em Espanha não acontecia há 33 anos e ao Atlético Madrid de Simeoni perder em casa nunca tinha acontecido na Europa do futebol.
Embora o objectivo sejam os títulos, é bom fazer o caminho com brilho e categoria.
Enquanto a imprensa anunciava um recorde negativo de derrotas a cair em Madrid, teve de engolir vários recordes positivos. É assim no Benfica!
Agora é contra o União da Madeira a nossa final da Liga dos Campeões."

Sílvio Cevan, in A Bola

Notas...

- Nelson Semedo foi naturalmente convocado para a Selecção Nacional. As exibições do Nelsinho, e as lesões de vários jogadores selecionáveis para aquela posição, obrigavam o Seleccionador a convocar o nosso jovem jogador... só será pena, se for suplente do Cedric!!! Até os rumores de uma possível chamada à Selecção de Cabo Verde, ajudaram a esta rápida promoção...
Como já opinei noutras ocasiões, não sou um grande fã de chamadas às Selecções, só espero que tudo corra bem, e regresse ao Benfica em condições de jogar...
Além do Nelsinho o Eliseu também foi convocado.

- Jiménez, Samaris, Mitrogolou, Ederson, Gaitán, e ainda o Gonçalo Guedes e o Pedro Rebocho - sub-21 -, também foram convocados às respectivas Selecções.

- O nosso jovem Judoca Nuno Saraiva, ficou em 2.º lugar na etapa da Taça do Mundo, em Tashkent, no Uzebequistão, na categoria de 73Kg. Foi um excelente percurso até à final, pena a forma ingénua como perdeu a Final para o Judoca da casa...

- Este fim-de-semana vamos disputar 4 Supertaças: Basquetebol, Voleibol, Hóquei em Patins feminino, e Polo Aquático feminino.

- Uma nota ainda, para a renovação do contrato com a Vanessa Fernandes, que faz parte da nossa equipa de Atletismo de fundo...

Chumbar tudo

"Que grande confusão vai na cabecinha do líder quase norte-coreano que falhou a aterragem na Portela e teve que saltar em andamento no Campo Grande. O actual e ainda presidente da instituição desportiva criada em 1906 com o objectivo de um dia ser tão grande como os maiores clubes da Europa (já passaram mais de cem anos e nada...), dedicou boa parte da sua intervenção na reunião magna com os associados da sua agremiação a falar do Sport Lisboa e Benfica. Alguma coisa vai mal para aqueles lados. E estou apenas a ser simpático com a expressão "alguma". Depois de já se ter referido ao Bicampeão Nacional como uma equipa de Carnide - ai essa Geografia, senhor doutor: estamos localizados em São Domingos de Benfica, com muito orgulho -, o homem que não deixa que se façam piadas sobre equipas de Futebol russas (Moscovo é na Rússia?), tentou a sua sorte na Demografia e Estatística. E eis que chumbou em mais uma cadeira. No momento em que devia apresentar contas e projectos aos seus consócios, o homem do pavilhão invisível esteve a fazer contas de cabeça sobre os números de associados da equipa detentora de 34 campeonatos nacionais. Diz ele que não temos mais de 4,5 milhões de adeptos. Entendo que não seja preciso muito tempo para contar os seus seguidores, mas olhe que nem a vida toda lhe chegava para quantificar a dimensão nacional e internacional da maior potência desportiva portuguesa. Não, não me enganei, caro senhor: somos nós, o SL Benfica. É só olhar para os números e para a História, não perca o seu tempo.
Para o chumbo ser completo só faltava a cadeira de Economia e Finança. Vai daí, o presidente de todos os sportinguistas, arriscou nos 200 M€ para o valor de Cervi, brevemente a brilhar na Luz. Ele lá saberá. Se avaliou o Tanaka em 60 milhões, tudo é possível..."

Ricardo Costa, in O Benfica

O Benfiquismo, a nossa força!

"Bastou uma jornada em que o Benfica recuperou dois pontos aos seus adversários na luta pelo título para logo sermos bombardeados por demagogia senil e populismo bacoco. A estes, com a serenidade Bicampeã e a grandeza de quem, em tempo útil, soube tornar-se independente das teias de influência que, sob a forma de patrocínios salomónicos e de "distribuição" equitativa e adiantada de receitas à custa de consumidores fustigados por um monopólio, insistiam em desvirtuar o contexto desportivo nacional, ao esbater artificialmente as diferenças, a nosso desfavor, da popularidade e força das marcas dos principais clubes portugueses.
Sejamos claros: O Benfica até poderá não ganhar, mas nunca deixará de ser o campeão, pois vive, ao contrário dos outros, em função de si próprio, de e para os Benfiquistas. Benfiquistas esses que, dizem os estudos de mercado, as audiências televisivas, as médias de espectadores e a dimensão do investimento dos seus parceiros, são incomparavelmente superiores em quantidade e dedicação. Esta sim é a nossa grande força, incompreendida por quem não a sente, com sede na freguesia de São Domingos de Benfica e ramificações profundas em todo o país, na África lusófona, nos destinos predilectos da diáspora portuguesa e um pouco por todo o mundo.
P.S.: Conquistámos o Troféu António Pratas de Basquetebol, o décimo título e troféu nacional consecutivo, um recorde, superando a marca obtida nos anos 90, também pelo Benfica. Uma palavra final para a nossa equipa de Hóquei em Patins: Na época passada, perdida a Supertaça, veio a dobradinha. Com o vosso empenho e qualidade, acredito que poderão repetir o feito."

João Tomaz, in O Benfica

Jornada de eleição

"1. Recuperados dois pontos a ambos os rivais, antecedendo paragem para selecção e Taça de Portugal, e na antecâmara de um Benfica-Sporting, o jogo de domingo, frente ao União, é muito mais importante do que parece. Ganhar significa, pelo menos, manter as distâncias, e encarar o dérbi com a força de quem pode chegar-se à frente, Atrasar-nos neste momento acrescentaria pressão à nossa equipa, e - muito importante - retirá-la-ia aos rivais. Creio ser mais provável vencer o dérbi se a ele chegarmos a apenas dois pontos, do que no caso de o resultado do Funchal nos atirar para longe da liderança. Ao contrário do que tem acontecido na Luz - onde o Benfica é rei e senhor -, fora de casa ainda não encontrámos o caminho das vitórias. Esta é uma bela ocasião para afastar também esse estigma. Eu voto numa vitória clara do Benfica. 
2. Numa altura em que o nosso vizinho procura, em várias frentes, retomar a competitividade de que há muito andava arredado, todos os dérbis lisboetas (do Futebol ao matraquilho) terão de ser encarados com crescente importância estratégica. Infelizmente, Supertaças de Futebol e (agora) Hóquei em Patins, e Taça de Honra de Futsal, voaram para o lado de lá da rua, servindo apenas para os galvanizar. Não podemos voltar a dar-lhes a mão de forma tão generosa. Espera-se um rápido ponto final nesta triste sequência, e a retoma da ordem natural das coisas.
3. De Basquetebol e Voleibol esperam-se dois troféus para este sábado. A equipa de Carlos Lisboa já alcançou uma conquista. A de José Jardim estreia-se oficialmente. Há que manter a senda triunfante da última temporada."

Luís Fialho, in O Benfica

Importam-se de repetir s. f. f. ?

"Afinal, afinal, talvez as coisas não estejam tão mal como pareciam. É bem verdade que os pessimistas gostam de se considerar a si mesmos como optimistas bem informados. O seu momento de fama é o do rescaldo dos desastres, quando são os primeiros a distribuir culpas e a denunciar culpados. Soltam então aos berros o seu lema predilecto: 'eu bem avisei!'. Mas quando as coisas correm bem, ou mesmo de modo excelente, não se pense que desaparecem tais emplastros. Não. Reaparecem, embora acompanhados de uma vozinha melosa a lembrar 'eu sempre acreditei...'. São os mesmos que entram no estádio embrulhados numa bandeira ou num cachecol do clube mas que levam também, pelo sim pelo não, o lencinho branco bem dobradinho dentro das calcinhas.
Indo directo aos factos: quem se atreveria a apostar que o FC Porto e o SL Benfica seriam capazes de vencer Chelsea e Atl. Madrid, pelo mesmo resultado, com equivalente brilho e similar merecimento? Ainda por cima com vectores outros que estavam também em equação, desde o estatuto de invicto em casa na vigência do principado de Simeone até à circunstância de nunca Mourinho ter alguma vez logrado vencer no Dragão enquanto visitante. Porto e Benfica foram dignos da nossa admiração e também credores da dádiva de alegria que é maior do que o mero resultado. Por razões várias, das quais a menor não será com toda a certeza a peremptória afirmação ao mais alto nível de dois magníficos rapazes: Rúben Neves, melhor em campo, e Gonçalo Guedes, autor do golo da vitória da águia. Para ajudar à festa, Marco Silva derrota o Arsenal em Londres e CR7 torna-se o melhor marcador de sempre do Real. Melhor seria possível?"

Paulo Teixeira Pinto, in A Bola

PS: Tudo isto é verdade, mas o facto do actual Chelsea estar a fazer uma época deplorável, ir em 15.º na Liga... e mesmo assim ter ficado com um penalty claríssimo por marcar, mesmo a fechar a partida, não foi destacado por ninguém...

Quem tem medo do "Football Leaks"?

"Confesso que não deve ser agradável acordar e perceber que, desta ou daquela forma, informações que julgávamos confidenciais (e por isso mesmo só ao alcance de meia dúzia de pessoas… quanto muito) circulam, sem qualquer controlo, nas redes sociais. Isso não é simpático se estivermos a falar de documentação sensível respeitante a um clube (ou SAD), da mesma forma que seria desconfortável se em causa estivesse o nosso extracto bancário, a declaração de IRS de um familiar próximo ou o ficheiro clínico de um amigo.
Feita a introdução – onde, ainda que genericamente, posso dizer que me solidarizo com todos os que, em nome individual ou colectivo, viram informação que pensavam privada tornar-se totalmente pública – devo acrescentar que, como tantas outras pessoas, também não resisti à tentação de ir visitar o blog do momento, o “Football Leaks”. E ressalvando o que atrás afirmei…gostei do que vi. Dito de outra maneira: gostei do que me proporcionaram ver. Há ali muita matéria interessante. Para quem é jornalista, é certo, mas igualmente para qualquer adepto. E se assim é, tal como sucedeu com a “Wikileaks” em relação a outras áreas, ainda bem que alguém a disponibilizou. O interesse público é evidente. E não diminui por, quase de certeza, o material ter sido obtido de forma ilegal. Isso é outra questão.
Não é segredo para ninguém que o futebol esconde (cada vez menos) um mundo de práticas, no mínimo, discutíveis. E por muito que nos tentem dizer que a lei protege determinados comportamentos ou ligações, a verdade é ninguém com dois dedos de testa precisava do aparecimento do “Football Leaks” para saber que, numa milionária indústria, que movimenta milhões e milhões de euros por ano, existe muita coisa com cheiro nauseabundo. E pouco me importa se, neste ou em qualquer outro caso, os holofotes incidem mais sobre o clube A, B ou C. Para mim, ao mais alto nível, em Portugal, na Europa ou onde quer que seja, poucos (para não dizer ninguém) devem aproveitar este ou aquele momento ou facto para atirar pedras ao telhado do vizinho. É que rapidamente o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro. Será, apenas e só, uma mera questão de tempo.
É normal que clubes, dirigentes, treinadores, jogadores ou empresários fiquem aborrecidos por verem escarrapachados na net dados que, em teoria, não deviam ser públicos. No entanto, se o futebol se regesse por regras diferentes, talvez todo este alvoroço não existisse. Seria assim tão ilógico, por exemplo, que no futebol, tal como sucede na NBA (e nas restantes ligas profissionais do desporto norte-americano), os salários dos protagonistas fossem públicos? Viria grande mal ao mundo se existissem tectos salariais, de modo a procurar o maior nivelamento possível entre todos os participantes numa competição, apesar de uns serem mais ricos que outros? Não me parece. E, naturalmente, poderíamos enumerar outras situações. Não vale a pena.
Nunca ouvi um profissional do desporto norte-americano lamentar-se por o seu salário ser do conhecimento público. E faz sentido que assim seja. Eles ganham todos muito, mas apenas e só porque lhes reconhecem talento e, claro, existe alguém disposto a pagar. De resto, se há um ror de dólares em torno da sua modalidade isso deve-se à popularidade do desporto, ao seu impacto. E isso está directamente ligado aos milhões de adeptos que fazem circular esse dinheiro das mais diversas formas. Logo, se é o povo quem paga a festa… é normal que qualquer cidadão saiba quanto recebe o jogador A ou B. Isto é completamente pacífico. Ou melhor: lá é…
Assim sendo, quero destacar a forma tranquila como Jorge Jesus reagiu ao facto de terem sido tornados públicos os termos do seu actual contrato com o Sporting. Pura e simplesmente borrifou-se para a questão. E fez bem. Ele recebe o que o clube lhe ofereceu (ou o que ele pediu, o que para este caso dá no mesmo) e ponto final. Se é muito ou pouco, todos podemos ter a nossa opinião, mas isso é irrelevante para o processo. De resto, todas as cláusulas existentes, por muito que nos pareçam adequadas ou desajustadas, são apenas o resultado do entendimento entre duas partes. Tudo normal.
Posto isto, importa salientar que, com excepção da questão abordada logo de entrada, só vejo uma razão para existirem muitos nervos de Norte a Sul com o aparecimento do “Football Leaks”: medo de que as desconfianças de todos nós acabem, perante a observação de determinados documentos, por se tornar realidades incómodas. Aliás, mesmo que tudo o que venha a lume possa ser legal, em alguns casos, pelo menos, vamos poder perceber que houve gente a mentir (ou a tentar iludir). Aos jornalistas, aos accionistas, aos adeptos, a toda a gente.
Destaco também a forma enérgica como, num ápice, apareceu uma legião de contestatários a criticar o “modus operandi” do “Football Leaks”. Aceito quem seja contra a publicação deste tipo de informação confidencial, mas estranho que entre esses apareçam muitos que, ao longo dos tempos, se têm entretido a dizer cobras e lagartos da Comunicação Social, alegando que não investiga, que tem medo, que sabe de determinadas coisas e se acobarda, etc, etc. Ora, se assim é, então não deviam aplaudir que a imprensa, quase que unanimemente, tenha dado eco às revelações do blog em causa? Ainda por cima, parece não haver a mais pequena dúvida de que os documentos são verdadeiros. E se o são, qual é o problema de divulgá-los? Aliás, muitos até ajudam (e acredito que continuarão a ajudar no futuro…) a provar que, afinal, algumas coisas que os adeptos pensavam ser mentiras dos jornais… eram verdade."

Desagradável mosquito

"O site Football Leaks transpirou informação que é, no mínimo, desagradável para o meu clube. Não vou aqui desenvolver as minhas opiniões sobre os complicados processos de compra de Bruno Paulista, o processo de Cervi e a tentativa de compra de Mitroglou. Falta-me informação e a pouca que tenho não me oferece suficiente segurança. O Football Leaks não é um órgão de comunicação social, não está sujeito ao mesmo escrutínio e não pode ser citado como se de fonte jornalística se tratasse. Mas há um facto inelutável: as relações do Sporting com o Recreativo Caála de Angola e sobretudo com o empresário António Mosquito são e continuarão a ser um problema. Se não por outra razão, por gestão de imagem.
Escusam as virgens de ocasião de se arrepiar com as companhias leoninas. Conversas puritanas sobre relações empresariais, no futebol é como rezar o pai-nosso num congresso de banqueiros. Acontece que esta direcção do Sporting foi eleita num espírito de renovação e moralização de um clube há muito dominado por negociantes de gestores bancários. Deste ponto de vista, a posição de Bruno de Carvalho em relação aos fundos sempre foi exemplarmente correta: tudo o que torna os negócios do futebol ainda menos transparentes e permite que se criem bolhas especulativas, pondo em perigo a sustentabilidade desta actividade económica, deve ser combatido. Por isso, mais do que conhecer os pormenores de cada um destes negócios, esta relação, que mesmo que declarada e pública tem contornos pouco claros, preocupa-me. Porque ela me parece incoerente e ainda pode vir a rebentar na cara de um presidente em quem confio. Bem sei que o Sporting tem necessidades e que a procura de novos parceiros e investidores é fundamental. Mas nem por isso este parceiro e este investidor me deixa descansado."