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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O Benfica-Sporting? Ainda faltam mais de... 2 semanas!

"Nunca poderemos entrar no jogo de quem sendo 'pequenino', precisa de muito barulho para se colocar ao nosso nível...

Lições da política que não devemos esquecer no futebol
1. Há lições da política que não devemos esquecer no futebol! Porque, à imagem daquela, também este é um campo de confronto.
Não de um confronto de ideias mas, antes, de um confronto de resultados. Esta é a especificidade do futebol, onde - por mais que existam valores, ética, princípios, capacidade, inteligência, estratégia ou conhecimento - tudo cede perante o resultado (ou, como diria José Mourinho, «o resultado é que faz o espectáculo»).
Onde se pode fazer tudo bem e perder, sendo-se um perdedor... ou fazer tudo mal e ganhar, sendo-se neste caso, um verdadeiro vencedor. De facto, a vitória - como sabemos da história dos últimos 30 anos do futebol português - fez jus a esse princípio maquiavélico, onde os fins (os títulos) justificaram, muito especialmente para quem os ganhou, a forma (os meios) como foram conquistados, de que o processo Apito Dourado é o expoente máximo!
O problema, hoje, é alguém querer repetir soluções de poder que germinaram e tiveram a sua época há 30 anos, como se o mundo não tivesse evoluído.
Ou não perceberem que, para além do tempo em que essas formas de poder foram desenhadas e concretizadas, contaram com a conivência de muitos silêncios, bem como com a colaboração activa e empenhada de muitos agentes políticos e judiciais, que, como o escrutínio e a vigilância actuais, não podem mais existir.
Ou seja: repetir o Porto, dos anos 80, em Lisboa, neste nosso tempo, só lembra a um «aprendiz de feiticeiro»!

O radicalismo como forma de evitar a marginalização
2. Os novos líderes hoje emocionam-nos, interagem,... e até erram.
Não se apresentam como seres superiores que não se enganam, sempre prontos a atirarem para os seus fiéis lacaios a culpa de alguma coisa que possa não ter corrido bem.
E não dará para desconfiar saber que - com tanta asneira feita - nem uma pode ser assacada ao líder do projecto?
Se até, na Igreja, se vai questionando o dogma da infalibilidade do Papa, será que estarão dispostos, numa qualquer agremiação, onde a esperança na vitória se vai assemelhando a uma miragem... do além, a não questionar a responsabilidade por tanto erro?
Diziam os antigos romanos que, se não tiveres um amigo que te corrija, paga a um inimigo. Eu sei que, por aquelas bandas, inimigos é o que há mais. Inimigos, até, entre os antecessores, numa limpeza geral de destruição de tudo o que possa representar perigo de derrota num próximo ato eleitoral.
Melhor do que ganhar nas urnas é impedi-los de concorrer.
Mas o que mais me entusiasma, nesta fuga desesperada para a frente é o recurso ao radicalismo como forma de evitar a marginalização.
É uma prática comum, entre pequenos partidos, quase todos com projectos caudilhistas de poder, como o será entre clubes pequenos ou médios, acossados e com projectos de sobrevivência pessoal. Recorrem, assim, ao messianismo, à comparação entre o antes e depois, numa atitude maniqueísta, de forma a poderem legitimar-se... para todo o sempre.
Sabemos, por experiência, que o todo o sempre acaba, quase sempre,... ao virar da esquina. E melhor seja que acabe, para quem gosta da instituição em causa, por que... se demorar um pouco mais, quando virarem a esquina, apenas depararão com o que restará desse clube (e será muito pouco),... como outros sabem de saber feito!
Como sempre (como em Nuremberga, por exemplo), os fiéis de sempre tentarão desculpar-se de forma a que o mal seja apenas da responsabilidade de um só.
Como estarão, então, enganados e... arrependidos!

Um líder arrogante evita discutir ideias
3. Sabemos, também, que um líder arrogante e que gosta de se armar em militante de base faz as delícias dos... militantes de base.
Evitando discutir as suas ideias (talvez porque não as tenha), nem que para isso tenha de só falar das ideias dos outros.
Como o Presidente de um clube agradará aos seus consócios se for básico, se enquistar e destilar ódio pelo emblema mais odiado desses mesmos sócios (por muito que os do outro lado já não lhes liguem nada, porque o tempo é implacável).
Aqueles agradecer-lhe-ão penhorados, mas esse mesmo chefe perderá toda a relevância junto dos líderes de opinião, daqueles que farão e formarão ideias sobre o seu futuro e sobre o futuro da instituição a que preside.
A que se juntará a falta de bom senso, de estabilidade e de visão para inventarem um futuro que não seja o da maledicência!
Pode, até, aumentar o número dos respectivos adeptos e simpatizantes em 50% e reduzir o número de adeptos e simpatizantes dos outros, também em 50% (um critério uniforme, há que reconhecê-lo)! Mas isso não trará nem mais um voto - quando eles forem precisos...
Sabemos que... «a fama e tranquilidade não coexistem».
Mas daí a aceitar como lei o princípio de que «quem não é por mim, é contra mim» vai uma grande distância.
Outros clubes - nunca nos cansámos de o repetir - enveredaram, em momentos concretos da sua história, por experiências parecidas.
Pois nem assim perceberão como acabam?
Pelo meio, encarregarão alguém de reescrever a história com elogios e hossanas ao novo poder e de morte ao antigo regime.
Sabemos como começa e - hoje, também - sabe-se como acaba... Acabando, de vez, com quem a quis reescrever.

Ganha quem merece, não quem faz mais barulho
4. Se é verdade que a obstinação leva à ditadura (sendo o poder absoluto uma das causas da decadência dos povos peninsulares, no dizer de Antero de Quental...), então teremos de deixar a falar sozinho quem opta pela conflitualidade gratuita, para, em bicos de pés, se tentar parecer com os Homens.
Já lá vai o tempo em que os jovens infantes se tentavam libertar das garras da adolescência desafiando os maiores, os senhores para torneios, primeiro,... duelos, depois,... rixas, já nos nossos tempos...
Tentando a afirmação - num mundo onde poucos lhe ligam - apenas e só pela criação de conflitos!
Tenho (para mim) que nunca se deve responder a mentiras de uma só fonte, de uma só origem, criadas em laboratório unipessoal, porque apenas estaremos a servir de câmara de eco a tanta asneira e a fazer o jogo de quem as lança...
Nunca devemos responder a provocações gratuitas!
Nunca poderemos entrar no jogo de quem, sendo pequenino, precisa de muito barulho para se colocar ao nosso nível...
Não devemos, por isso, transformar uma vontade inconsciente de vingança (que poderia ter passado pela cabeça de todos e de cada um de nós) numa guerra declarada.
Com a calma que eles não têm - a pretensa juventude faz com a insensatez, a má criação e a impreparação passem por voluntarismo - haveremos de construir a nossa vitória.
Dizia Albert Einstein que «só os loucos é que, continuando a fazer as mesmas coisas, querem ter resultados diferentes»!
Pois alguém achará que os loucos querem fazer as coisas de outro modo?
Ou que... deixaram de ser loucos?
Sendo assim,... ganharão os mesmos dos últimos anos!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

A pouca sorte de Rui Vitória

"Fez ontem uma semana que o Benfica venceu em Madrid e há uma conclusão que se pode tirar: Rui Vitória não é um homem com muita sorte. Os ecos do brilhante triunfo no Vicente Calderón duraram apenas 24 horas, porque daí para cá o espaço mediático tem sido ocupado, basicamente, por três assuntos - Football Leaks, o nevoeiro da Choupana e a ida de Bruno de Carvalho ao 'Prolongamento', da TVI24.
Um dos maiores feitos internacionais nos últimos 30 anos do Benfica desapareceu, assim, enquanto ardeu um fósforo. Uma vitória em casa do Atlético Madrid será apenas comparável nos tempos modernos, a outras que os encarnados conseguiram nos terrenos de Liverpool (2006, com Koeman), Arsenal (1991, Eriksson) e Roma (1983, Eriksson). Para encontrar melhor ou igual já será preciso recuar à década de 60. 
Rui Vitória também não tem aquilo a que se chama 'boa imprensa'. Se vencessem o Atlético - em Madrid e num jogo da Liga dos Campeões - outros treinadores estariam ainda a esta hora a nadar em elogios. E até faria sentido, neste caso, onde os números falam por si. Em 67 jogos de equipas portuguesas em Espanha, apenas 11 vitórias. No caso do Benfica, foi a segunda em toda a história dos encarnados. Antes, apenas Eriksson, em 1983, no terreno do Bétis. E depois há esse 'pormenor' de ter sido esta a primeira derrota na Champions de Diego Simeone no Vicente Calderón desde que chegou ao clube, em 2011. Por fim, a lembrança de que em 2015, que está a caminhar para o fim, apenas duas equipas venceram naquele estádio: Barcelona e Benfica. Rui Vitória é, ou não um homem com pouca sorte?"

Ninguém para Portugal: será rotura?

"Como espero que, hoje, Portugal fique apurado para o Europeu, tenho um pretexto para voltar ao Acordo Ortográfico (AO).
Amanhã, a manchete de um jornal poderia ser 'Ninguém para Portugal', de acordo com as novas regras. Imagine-se um completo leigo nestes assuntos de futebol a ler na banca este título de primeira página. Teria ficado no mínimo admirado. Então ninguém vem para Portugal? Será que os turistas já não gostam do nosso País? Ou será que quem emigrou jamais regressará? Ou não iremos receber a nossa quota de refugiados do Médio Oriente? Uma outra pessoa mais atenta ao desporto, ali ao lado deste simpático leitor de títulos na banca matinal, tê-lo-á descansado: o que está escrito, meu caro senhor, é que ninguém pára Portugal chegado à fase final do Europeu! O nosso distraído da bola, ficou aliviado. Mas, como igualmente não dominava o AO, logo retorquiu que faltava um acento agudo no primeiro 'a' da palavra 'para'. O outro, mais 'acordista', disse que não: deixou de ter acento e teremos que ler de acordo com o contexto. O diálogo continuou: Sim, mas se houver mais do que um contexto ou não se souber do contexto? Terá que adivinhar, concluiu o interlocutor.
A confusão do AO é, também, geradora e multiplicadora de erros. Por exemplo, há quem tire o 'c' a facto como se nós lêssemos 'fato'. Ou, como na capa de domingo de A BOLA, onde li que há rotura total entre Carrilho e o SCP. Ou seja transformou-se a ruptura (rutura, versão AO) de negociações numa qualquer rotura de ligamentos. Ter-se-á instaurado um processo disciplinar ao peruano por causa de uma rotura muscular?"

Bagão Félix, in A Bola

Mundial de râguebi

"Enquanto no futebol planetário se transaccionam influências, se vem conhecendo a ponta do iceberg da corrupção e pouco se avança na adaptação das regras aos novos tempos, temos podido ver o que se passa, de bem diferente, em redor do Mundial de râguebi.
Confesso que não conheço todas as regras deste desporto, mas mesmo assim dá para perceber a emoção do espectáculo. Um torneio jogado com tanto entusiasmo, como de suficiente lealdade desportiva. Num desporto duro e intenso, de constante contacto físico, as quezílias e querelas à volta do jogo são incomparavelmente menores do que noutros desportos.
Disputado na tradicionalista Grã-Bretanha, os estádios estão sempre cheios, sem claques estúpidas e violentas, onde não há lugares reservados para os apoiantes dos contendores, antes pelo contrário todos se misturam na alegria do jogo. Neste Mundial, os estádios estão cheios e bateu-se até o recorde de espectadores (89.019) no jogo inaugural entre a Nova Zelândia e  a Argentina.
Haverá algum desporto colectivo onde o que o árbitro diz durante o tempo de jogo é ouvido e escrutinado por todos? E que dizer de recorrência às imagens para esclarecer dúvidas legítimas deste decisor? E alguém vê discussões estéreis e inconsequentes dos atletas e técnicos sobre as decisões tomadas?
A superabundância do dinheiro (para poucos) e a apoplexia de passivos (para quase todos) que constatamos no futebol não residem neste desporto que, apesar do primado monetário, ainda guarda algumas interessantes características amadoras, no melhor sentido da palavra."

Bagão Félix, in A Bola

Normal

Corruptos 30 - 25 Benfica
(16-14)

Acabou por ser um resultado normal, agora tal como ficou provado nos confrontos directos do ano passado, a diferença não é tão grande como parece: com 3 Livres de 7 metros falhados, imumeros erros nossos aos 6 metros... bastava estas duas variáveis serem positivas para o nosso lado, e o equilibro seria outro, mesmo com o Gilberto e o Quintana... aqueles que verdadeiramente fazem a diferença.

Mundial de atletismo

"Acompanhei, a par e passo, o Mundial de atletismo que teve por palco o imponente estádio de Pequim. Ninho de grandes proezas e que parece ter um significado especial para Nelson Évora. Por lá protagonizou feitos inesquecíveis e terá sentido de forma muito especial a medalha de bronze que trouxe na bagagem e que, juntamente com o ouro do Europeu recente, vieram confirmar o que do nosso atleta se pensa e que já foi dissecado, analisado, louvado e glorificado por quem teve a obrigação ou a necessidade de o fazer, em cima dos acontecimentos.
Mas não foi só o homem do Benfica a emocionar-me. O fair play, de que falamos nestas colunas em nome do CNID e do Plano Nacional da Ética Desportiva, foi esmagador nesta competição, eventualmente único na história do desporto. As serenas celebrações dos vencedores, a camaradagem e os sorrisos nos lábios de quem ganhou e de quem perdeu tiveram a naturalidade... das coisas naturais.
E as comparações são inevitáveis. Especialmente com o futebol, o do nosso Portugal arrebatado e emotivo que parece caprichar em escrever torto por linhas direitas, as dos recintos de jogos. Arbitragem, treinadores. dirigentes. alguns jogadores e alguns jornalistas, felizmente poucos, travam uma 'luta' diária para que as coisas sejam cada vez piores. 'Apoiados' pelos comentadores quase profissionais que, para defenderem as suas cores, não hesitam em pôr todos contra todos.
Olhem para o atletismo e, já agora, para muitas outras modalidades que capricham em dignificar os princípios sagrados do Desporto."